Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 10
Confuso


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Hello lindos! Eu sei que demorei muito para postar, mas não me matem por favor! Esse capítulo está muito diferente do que eu tinha planejado, mas, bem, acabou saindo assim e eu espero que gostem!
Só para deixar claro, eu sei que tem muita coisa mal explicada, confusas, mas é proposital, porque vocês vão entender cada coisa aos poucos, de acordo que eu for revelando :P
É isso...boa leitura e não esqueçam das notas finais!



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Stiles Stilinski

— Você matou um lobisomem, sozinho?

Balancei os ombros, mas sorri de lado para a caçadora loira, seus olhos brilhavam de curiosidade.

— Era uma alfa.— Acrecentei como se não tivesse importância e o sorriso de Callie se alargou.

— Eu sempre gostei desse garoto! No quarto de hospital, só com uma flor e uma bandeja e ele consegue derrubar um alfa!

Callie socou o ar, gesticulando enquanto falava e eu ri baixo de sua animação, ela falava como se eu fosse seu personagem favorito em um filme de ação e comemorava por eu finalmente ter vencido o vilão.

— Temos que começar logo a tratar os assuntos importantes.— Derek falou sério, interrompendo o ânimo de Callie que revirou os olhos e foi em sua direção.

—Você é um lobinho muito ranzinza.

Eu estava sentado próximo de Derek, perto o suficiente para escutar o sussurro de Callie e não pude evitar de ficar desconcertado e ao mesmo tempo admirado como a caçadora tinha domado o "lobinho ranzinza". Derek sorriu em resposta, sorriu de verdade,com os dentes a mostra e para complementar os dois deram um selinho fofo demais para ser de fato o lobisomem que eu conhecia.

— É muito amor, não sei como não ficam enjoados de si mesmos!— Isaac exclamou alto, com uma careta e se afastou o máximo possível do casal.— Eu tenho que aguentar isso o dia inteiro!

— Talvez se você arrumasse alguém fosse se sentir melhor.— Scott, que até então estava calado, abraçado a Kira, falou em forma provocativa e eu tive vontade de o abraçar por dar uma resposta como aquela para Isaac.

— Por que não começamos logo essa reunião?— Isaac tentou claramente desviar o assunto e eu dei o sorriso mais cafageste possível, feliz por ter a oportunidade de irrita-lo.

— Porque estamos esperando minha namorada chegar.— Dei ênfase a palavra namorada e o loiro me encarou incrédulo, como se finalmente percebesse que até mesmo eu tinha conseguido uma namorada.

Callie piscou para mim e eu ri baixo, percebendo que ela também implicava com Isaac.

Apesar dos acontecimentos recentes, estava um clima bom entre todos e conversas inúteis com risadas baixas dominaram os minutos que se seguiram sem que Lydia chegasse.

"Estou chegando" , foi a mensagem que apareceu no meu celular, vindo de Lydia. "Com a Sabrina.", ela acrescentou pouco depois e eu arregalei os olhos.

— Vocês vão conhecer a Sabrina hoje.— Interrompi as conversas, falando em um tom um pouco mais alto e a expectativa que se formou foi palpável no ambiente.

Sabrina passou uma semana no hospital e ainda parecia péssima. No começo seu corpo rejeitou o veneno, mas aos poucos a mordida foi curando, até sumir em sua pele, por isso Melissa conseguiu uma maneira de a liberar mais cedo do hospital, já que a lua cheia seria daqui exatos três dias e ninguém queria mais problemas com lobisomens no hospital.

A porta do loft foi aberta e de um jeito quase coreografado, todos olharam naquela direção. Eu era o único que tinha de fato convivido com Sabrina, Scott só a conhecia de vista e Lydia conseguiu trocar poucas palavras, enquanto Kira tinha sido completamente ignorada pela menina.

Levantei depressa, trocando um olhar preocupado com Lydia e apenas segurei sua mão, como um breve cumprimento, antes de colocar a cabeça para o lado de fora do loft e encarar Sabrina que tentava se esconder da visão dos outros.

— Está tudo bem, só quero que você conheça eles.

— Por quê?

— Para eles explicarem sobre aquele monstro.— A garota se encolheu quando eu me referi ao lobisomem, se lembrando dos pais.— Deixa eu conversar com ela.— Sussurei para Lydia que concordou com o rosto, depositando um beijo no meu queixo antes de entrar no loft para deixar Sabrina mais a vontade.

Por causa da morte dos pais, Sabrina tinha grandes olheiras que manchavam sua pele e o rosto estava constantemente vermelho e inchado por chorar todos os dias, horas e horas seguidas, sem falar uma palavra. Porém, mesmo com seu silêncio quase absoluto e a resistência que tinha com as pessoas que tentavam se aproximar dela, a menina parecia grata por eu ter a defendido e a abraçado ao saber da morte dos pais.

— Eu não quero conhecer ninguém, só quero sair dessa cidade. Por que eu não posso simplesmente sair daqui?— A garota se lamentou baixo e ameaçou a chorar, eu imediatamente me aproximei, segurando seu braço.— Eu não quero conhecer ninguém, não quero mais entender que monstro era aquele ou porquê me mordeu, eu só quero sair daqui.

— Você mesma disse que não tem familiar vivo próximo e que porquê vive se mudando também não tem vínculo de amizade com quem possa morar.

— E por acaso tenho alguém aqui? Lá pelo menos eu conheço algumas pessoas, aqui eu não tenho...

— Agora você me conhece.

— Não sei porque você e seu pai estão com essa ideia de ir morar com vocês.

— Acredite em mim, depois que conhecer meus amigos e eles explicarem sobre a mordida, você vai entender porque não pode ficar sozinha. Você vai precisar da nossa ajuda.

— E a sua namorada? Ela vai aceitar ter uma garota estranha morando com você?— Sabrina estava claramente tentando arranjar um empecilho para aquela decisão, mas só por perceber que ela estava se distraindo do luto com aquela conversa, eu ficava satisfeito.

— Você está dando em cima de mim?— Os olhos escuros da menina se arregalaram de surpresa.

— Não.

— Bem, eu definitavemente também não estou, até porque eu prezo cada membro do meu corpo.— Eu ironizei ao pensar no quanto Lydia ficaria furiosa se fizesse algo do gênero e consegui, com sucesso, desconcentar Sabrina com meu tom de humor.

Abracei os ombros da menina baixinha e aproveitando sua distração, a puxei para o loft, ficando a mostra de todos os olhares curiosos em sua direção, pois mesmo sem saber, seria o mais novo membro da matilha.

Observei a expressão assustada da menina, ela ficou visivelmente intimidade com o grupo a sua frente, porém observou com atenção e curiosidade cada rosto, apertando o corpo ligeiramente contra o meu, como se buscasse segurança.

Todos os dias que Sabrina passou no hospital eu fiquei com ela e talvez por isso, apesar de toda desconfiança que mostrou ao me conhecer, ela parecia se refugiar em mim ao se deparar com novas pessoas. Ela só tinha tido contato com meu pai, Melissa, Kira e em alguns dias Lydia, quando eu a apresentei, para que minha namorada ciumenta parasse de reclamar comigo falando que Sabrina acabaria se apaixonando por mim com toda atenção que estava recebendo.

—A Lydia você já conhece— Murmurei apontando para minha ruiva, mesmo sabendo que tinha sido ela que tirou Sabrina do hospital. — Aqueles são Derek e Callie— Apontei para o casal sentado no sofá e a caçadora acenou, Derek apenas a observou.— Scott e Kira— Mostrei os dois que estavam em pé, apoiados em uma pilatra e ambos sorriram docemente, mesmo após Sabrina ter ignorado Kira quando tentou passar um tempo com ela no hospital.

— E eu? Não sou digno de ser apresentado?

— E ele?

Sabrina e Isaac falaram ao mesmo tempo, o lobisomem falando alto, erguendo os braços e a menina sussurrando, achando que só eu a ouviria, sem saber da audição sobrenatural de todos. Fiz uma careca como resposta e Isaac revirou os olhos, falando antes que eu pensasse em dizer algo.

— Sou Isaac Lahey é um prazer conhece-la Sabrina.— A expressão do beta era levemente irônica, mas não passou despercebido por mim o olhar nada discreto que ele deu em direção a menina, analisando todo seu corpo com os olhos claros.

Sabrina deu um sorriso espremido, sem exibir os dentes e os grandes olhos se voltaram para mim em uma pergunta silenciosa do que aconteceria.

— Vai parecer loucura o que vamos falar, mas temos como provar.— Scott começou a falar, tomando a característica postura de um líder, se afastando da namorada asiática para se colocar em frente a Sabrina.— Talvez prefira se sentar.— Ele acenou para o sofá que estava Derek, Callie e Lydia.

A menina, corajosa, negou com a cabeça e cruzou os braços sobre o peito, tomando uma postura denfensiva. Lydia claramente admirou a reação da garota, os olhos verdes estavam fixos nela, antes de perceber que eu a observava e então me encarar de volta. Não precisei dizer nada para a Banshee perceber minha insegurança, ela apenas sorriu e moveu a boca em silêncio, dizendo " tudo vai dar certo". Concordei com o rosto, aflito em como seria a reação da menina ao entrar tão abruptamente naquele mundo perigoso e louco repleto de monstros.

Então, Scott começou a explicar. Ele contou sobre a existência de lobisomem e outros diversos seres, eu me afastei um pouco de Sabrina, caso ela quisesse ter uma crise, correr, gritar ou nos chamar de loucos, mas nada disso aconteceu. A menina ouviu completamente calada a longa explicação do alfa, ela não demonstrou emoção, somente batia o pé ritimadamente e continuava com os braços firmente cruzados sobre o peito.

— Eu vou me transformar, mas não precisa ter medo, eu sei me controlar.— Foi a última coisa que Scott falou antes de se transformar, os olhos rubis e os pelos se exibindo.

Sabrina tremeu discretamente e deu alguns passos inseguros para trás, eu me aproximei imediatamente, mas ela se afastou de mim.

— Você também é...— Ela não conseguiu pronunciar o nome, o rosto com repulsa.— Isso?

— Não, sou apenas um humano envolvido nessa loucura.

— E por que você quis me envolver nisso?

— Sabrina, os olhos vermelhos pertencem somente aos alfas e são eles os únicos capazes de transformar.

— Transformar humanos em monstros?

— Através da mordida.— Eu falei baixo, a encarando e logo em seguida olhando para o chão, esperando que concluísse que ela se transformaria.

Silêncio. Foi o que reinou enquanto todos esperavam tensos, que a menina de cabelos curtos tivesse alguma reação.

— Eu vou ser...

Sabrina não concluiu o que ia dizer, os olhos arregalados, a boca entre aberta e então cambaleou em direção a porta do loft.

— Você pode me levar para o hospital?

— Eu posso deixar você lá em casa!— Tentei aflito, pulando no calcanhar.

—Não, não precisa.

—Eu levo você!— Era voz de Isaac, olhei surpreso para o beta, sem entender.

Sabrina também o encarou surpresa e logo em seguida aregalou os olhos em minha direção, claramente insegura com o lobisomem que nem conhecia.

—Vai ser uma chance de mostrar que sou completamente normal, quando não estou correndo com presas pela floresta e o Stiles tem mais o que conversar aqui do que eu.— Isaac concluiu balançando os ombros e já andando em direção a Sabrina, como se ela tivesse concordado.

Depois de mais alguns minutos, com Isaac e Scott me convencendo e logo em seguida, falando com Sabrina, a garota finalmente foi, completamente desconfiada com o loiro sorridente e confiante de que daria uma boa impressão sobre lobisomens.

—Então, quem pode explicar que diabos aconteceu na viagem?

Derek foi o primeiro a se pronunciar, mudando repentinamente o assunto sobre Sabrina e me encarando fixamente. Suspirei e fui até o sofá, desabando ao lado de Lydia que imediatamente cruzou os dedos nos meus.

—Eu tentei matar Lydia, a sufocando durante a noite

—Ele estava dormindo, não tinha consciência do que fazia...— Lydia me cortou, completando o que dizia.

—Mas mesmo assim quase a matei, só parei quando comecei a me sufocar

—Por causa da nossa conexão e ele acabou tendo uma convulsão

—E acordei sem lembrar de nada do que tinha acontecido.

Apesar do assunto tenso, Lydia e eu nos olhamos com um humor implícito, ela tinha completado todas as minhas falas.

—E vocês estão bem?— Callie perguntou e eu concordei com o rosto.— Mas isso quer dizer que o Nogitsune está em você! Eu pensei que depois da névoa, de morrer e ressuscitar, você estivesse liberto.

— E será que sou a única que se pergunta onde está a Morte? Eu sei que Lydia a espantou com o seu grito, mas ela simplesmente foi embora, tão fácil?— Foi a primeira vez que Kira falou e eu a encarei, surpreso por minha própria estupidez, eu nunca tinha pensado naquela possibilidade.

— E agora ainda vamos ter que lidar com um novo membro na matilha. Mulher quando se transforma não é fácil. — Assim que Derek falou, me lembrei de Érica e sobre o fato de se descontrolar duas vezes no mês, uma na lua cheia e outra de acordo com o ciclo menstrual.

— Isso vai ser mais longo do que esperávamos— Scott concluiu suspirando e me olhando, antes de sentar no chão, em frente ao sofá.— Foi bom o Isaac ter levado Sabrina daqui.

— Até porquê você não ia conseguir resolver nada sem mim.— Assim que falei isso, Scott sorriu, sabendo que era verdade. Até que tinha sido de fato uma boa ideia Isaac ter ido, pois todos os assuntos pareciam me envolver especificamente.

***

—Não foi tão ruim assim.— Lydia disse assim que estacionei o Jeep em frente a sua casa.

—Não, mas confesso que estou meio aflito com a ideia de Callie querer que eu aprenda a me defender.

—Mas você já faz isso.

—Eu sei, só não gosto da ideia de exercícios físicos, eu já quase morro no Lacrosse.— Fiz uma careta e Lydia riu, concordando.

— Não está preocupado de eu começar a treinar também?

— Preocupado com você? Eu tenho pena de quem a enfrentar, aposto que vai virar uma super ninja, lutando contra qualquer ser sobrenatural.— Lydia riu novamente, revirando os olhos— Sem contar que eu tenho uma imagem muito sexy de você lutando.

— Tem?

Concordei ainda rindo, mas observei o olhar maldoso e a sobrancelha erguida de Lydia. Ela se aproximou de mim, com aquele olhar irresistível e me beijou.

Depois da viagem, não tivemos tempo para aquilo, para simplesmente namorar, tudo bem, aquilo só fazia uma semana, mas mesmo assim, parecia tempo demais para suportar.

O beijo de Lydia era quente, suave, devastador. Os lábios grossos se moveram com preguiça sobre os meus, degustando, para logo em seguida aumentar a velocidade, ela domou minha boca, guiando os movimentos longos, arrastando a língua contra a minha.

— Por que você não entra um pouco aqui em casa?— A menina interrompeu bruscamente o beijo e eu sorri torto.

—Está querendo me assediar, Lydia?

Ela não respondeu, apenas segurou minha mão, já me puxando para fora do Jeep e destrancando apressada a porta de sua casa que estava vazia, a não ser por Prada, o cachorro de Lydia que mordeu meu calcanhar, enquanto a garota me arrastava para o quarto.

— Por que ele não gosta de mim?

— Deve ser porque está sempre agarrando a dona dele.— A Banshee tinha uma irônia na voz quando entrou no quarto e me puxou pela blusa.

— Você é quem está me violentando, senhorita Martin.

Lydia estremeceu de leve quando a chamei pelo sobrenome, o que fez meu sorriso aumentar.

— Cala a boca, Stilinski.— Após dizer isso, fui empurrado até cair na cama e logo em seguida, minha ruiva se tacou sobre mim.

Beijos no pescoço, nuca, rosto, peito, abdômen. Os lábios grossos de Lydia caminharam por meu corpo, antes dela inverter nossas posições, me puxando para cima dela e agarrando meu cabelo com força.

A garota se despiu com rapidez e logo em seguida, forçou minha cabeça em direção ao seu corpo, puxando meu cabelo pela raiz para guiar meus lábios no exato lugar que ela queria. Deixei ser dominado pela menina audaciosa, aproveitando a liberdade que ela me proporcionava de explorar seu corpo.

Meus lábios passearam por toda pele pálida, minha língua deslizou por cada centímetro da barriga que se contraía ao meu contato. Beijei,mordi, suguei, sendo guiado por Lydia que me mostrava de bom grado onde tinha mais sensibilidades, retribuindo as minhas provocações com arrepios e suspiros.

A menina que eu amava cravou as unhas em meus ombros, arranhou minhas costas, se contorceu, puxou os lençóis, se enroscou no meu corpo, guiou cada movimento. Eu não conseguia parar de observa-la enquanto o prazer dominava meu corpo, lábios inchados e vermelhos, suor acumulado na testa, cabelos revoltos, olhos se revirando, dentes ferindo o próprio lábio, voz suave e falha brotando de sua garganta proferindo palavras inexistentes de satisfação.

Pude ver através de seus olhos, sentir o seu prazer em meu corpo, estávamos com corpos e mentes conectadas, como um só. O seu arrepio, a sua sensibilidade, o seu desejo, se confundiam com os meus, compartilhavamos juras de amor em nossos pensamentos unidos, cada segundo, cada mínimo movimento, era único, intenso.

Lydia demonstrava a satisfação por guiar cada ação minha, por controlar o atrito dos nossos corpos e eu amava aquela visão, aquela sensação, de estar por baixo dela, sendo completamente dominado. As mãos pequenas me restringiam e apesar de ter força para me libertar, eu deixava que ela me comandasse, seu corpo alvo, lindo, se esforçava para liderar o meu e ao puxar meu cabelo, ela me forçava a fazer o que queria para seu próprio prazer. Eu amava aquilo.

A Banshee parou somente quando estava completamente arfante, a respiração curta, acelerada e então deixou o tronco desabar sobre o meu.

— Como você está bem com toda essa loucura acontecendo? — Lydia sussurrou, ainda rouca, escondendo a cabeça na minha clavícula.

Apesar da pergunta repentina, eu entendi de imediato o que ela queria dizer. Eu continuava sorrindo, fazendo piadas em momentos importunos, sendo irônico e tranquilo mesmo com tudo que acontecia.

— Eu só não quero deixar que essas coisas destruam novamente a minha vida.—Acariciei o cabelo loiro morango enquanto falava.— Esses monstros já tiraram quase tudo de mim, mataram pessoas que eu amava, marcaram meu corpo, tomaram minha coragem e eu quase perdi a sanidade.

"Eu me afastei de você, do meu pai, meu melhor amigo. Até hoje tenho pesadelos constantes, sou obrigado a ficar indo ao hospital, a minha saúde foi destruída, mas eu não vou deixar que roubem minha felicidade, meu jeito de ser."

— Não sei como pode se achar fraco, Stiles. Você é a pessoa mais corajosa que eu conheço.

— Só quero continuar sendo eu mesmo.

— Eu não vou deixar que se perca.

Lydia me encarou, o rosto em meu peito. Estávamos próximos, enfeitiçados por nosso olhar e ficamos assim por um longo tempo, em silêncio absoluto.

— Eu preciso ir para casa, está ficando tarde e daqui pouco seus pais chegam.

A menina concordou relutante e beijou meus lábios antes de sair de cima de mim, rolando para meu lado na cama. Levantei e me vesti, sendo observado por Lydia, que continuava esparramada na cama, o corpo inteiramente exposto.

— Vem almoçar amanhã na minha casa!— Falei sorrindo bobamente ao lembrar que no dia seguinte eu ia para cozinha.— É meu dia de cozinhar, vou fazer algo especial para o meu pai e vou chamar o Scott e a Melissa sem ele saber.— Sorri travesso e Lydia ergueu uma sobrancelha.

— O que você está tramando?

— Vou dizer hoje para Scott levar Kira, eu vou estar com você e ai vai sobrar meu pai com a Melissa.

— É um almoço de casais?

— Meu pai ainda não sabe que vai ser.

— Coisa feia, Stiles! Está tentando criar um clima entre os dois?— Lydia sorria, apesar do tom de falsa irritação.

— Vou só dar uma empurradinha, faz muito tempo que ele não precisa conquistar ninguém e está na cara dos dois que gostam um do outro.— A menina concordou rindo enquanto eu ia para a porta de seu quarto— Só não posso deixar que meu irmãozinho perceber isso.— Ironizei ao me referir a Scott, que com certeza ficaria chateado se soubesse que estou ajudando meu pai a ficar com a mãe dele.

—Stiles!— Lydia me chamou quando estava prestes a sair.— Amanhã eu quero mais.

Sorri abertamente e pisquei para a garota. Eu realmente amava aquela menina, em vez de se despedir com "eu te amo", dizia que queria mais sexo no dia seguinte.

***

—Stiles, você está bem?

—Lydia?

A loira morango suspirou, segurou minha mão com força e olhou para os lados. Segui a direção de seu olhar e só pude ver copas de árvores. Não sabia onde estava.

— Temos que sair daqui.

— Você emagreceu.— Não consegui compreender o que Lydia falava, apenas observei surpreso o rosto esbelto da garota.— E como é possível seu cabelo ter crescido? Ontem ele não estava na cintura.

—Ontem? Stiles, do que você está falando?— A menina estava com olhos assustados e expressão confusa.— Eu vou nos tirar daqui, vai ficar tudo bem.

Tentei levantar, mas uma dor insuportável atingiu minha cabeça. O mundo girou diante dos meus olhos e desabei novamente no chão.

— O que você está fazendo? Fica parado!

—Onde nós estamos? O que aconteceu?— O pânico me invadiu aos poucos e então, quando percebi, já não conseguia respirar, eu estava completamente confuso. Como Lydia podia ter mudado de um dia para o outro?— Minha cabeça está doendo, muito.

— Eu sei, eu sei. Vai ficar tudo bem.— Lydia claramente tentou me tranquilizar, colocando as mãos sobre o meu rosto.— A gente já vai sair daqui.

A escuridão cobriu meus olhos. Não era como se tivesse desmaiado, eu podia pensar com clareza, me questionar, mas não sentia meu corpo, não movia nem sequer um centímetro.

Não ouvia, não enxergava, não tinha tato, somente os pensamentos permaneceram por um tempo que para mim, pareceu durar a eternidade.

O primeiro sentido a voltar foi a audição. Ouvi um grito rouco, arrastado, sofrido, enquanto ainda estava perdido na escuridão de meus olhos cegos.

A consciência do meu corpo veio aos poucos e assim que pude sentir meus braços, os sacudi com força, minhas pernas voltaram ao meu controle e eu as contorci, buscando desesperadamente sair daquela escuridão e entender o grito.

Meus olhos se abriram de rompante, encarando uma luz gélida e só então, percebi que minha boca estava aberta e que o grito era meu.

— Shhh, Stiles, calma.— Uma voz doce e conhecida fez com que meu corpo cedesse na cama abaixo de mim.

—Melissa.—Eu quase gemi o nome da mulher, virando a cabeça na sua direção. — O que aconteceu?

— Você precisa descansar, só isso.

— Eu estou no hospital. — Lamentei baixo ao reconhecer o quarto e não consegui evitar as lágrimas. — Me tira daqui, por favor, eu não suporto mais ficar preso em hospitais.

— Aqui eu posso cuidar melhor de você. — Melissa passou um mão por meus ombros e a outra acariciou meu rosto com muita delicadeza. — Eu estou aqui.

— O que aconteceu?

Não sei quantas vezes repeti as mesmas perguntas, eu estava grogue com algum remédio e tinha algulhas no meu braço. Eu odiava hospitais, só me traziam lembranças ruins, lembrava de Lydia após ser mordida, dos meus ferimentos da tortura e principalmente, pensava na minha mãe. Foi com esses pensamentos, com a mente confusa e sem entender o que estava acontecendo que eu falei algo que não pretendia, que não queria confessar.

— Eu quero minha mãe.— Assim que disse isso, me xinguei mentalmente e a expressão de Melissa mudou drasticamente.— Fala o que aconteceu.— Aproveitei o transtorno da enfermeira para perguntar novamente. Meu corpo estava formigando e eu sabia que se demorasse mais algum tempo, logo eu estaria inconsciente novamente.

— Do que você lembra?

— Eu estava na casa de Lydia.— Tentei não demonstrar meu constrangimento quando pensei na minha namorada me agarrando.— Nós tínhamos combinado o almoço que eu ia fazer lá em casa, com meu pai, Scott, Kira e você.— Parei de falar quando percebi que não lembrava de ter voltado para casa, recordava apenas de ter me despedido de Lydia e depois, de ter acordado com ela me chamando, estávamos cercados de árvores. — Eu não lembro de mais nada.

— Stiles, esse almoço foi há meses.

— Impossível! Eu não lembro! Como já pode ter acontecido? — Minha mente trabalhava com uma lentidão excessiva, as paredes giravam ao meu redor.

— Você sumiu por três dias, ninguém o achava, até que hoje Lydia teve um "ataque de Banshee" e acabou te encontrando na floresta, desmaiado.— Melissa suspirou, me olhando aflita e não sei dizer qual era minha reação.— Não sabemos o que aconteceu nesse tempo, mas parece que você perdeu a memória.

— Por quanto tempo?

— Se tiver certeza de que essa é sua última lembrança, você perdeu a memória dos últimos quatro meses.


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Notas finais do capítulo

LEIAM!

Primeiro: Tem fanfic nova na área! Sim, e dessa vez não é mais uma One Shot, e sim uma Longfic :)
Para quem quiser aqui está:
http://fanfiction.com.br/historia/613718/O_garoto_sem_nome/

Segundo: Demorei tanto para postar por causa de uma terrível crise de criatividade, simplesmente não sabia o que escrever, então sugestões são bem vindas!

Terceiro: Apesar de ainda não ter respondido, eu li todos os comentários e as sugestões para escrever e fico feliz em anunciar que algumas dessas ideias já estão sendo escritas!

Quarto: Nem sei mensurar o quanto está sendo difícil escrever essa fic em ano de vestibular, então espero que entendam a minha demora, até porquê, mesmo com outros projetos de fics, é impressionante como essa é a que mais me consome, a mais difícil de escrever, planejar, ter ideias e atualizar. Tenho muito cuidado para o nível da fic não cair e para suprir as expectativas de vocês, que realmente são bem altas, então a todo momento me ajudem com essa história, dêem criticas, opiniões, digam o que está faltando ou exagerado para que eu faça o melhor para vocês!

É isso, amo muito vocês, leitores lindos :3



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