Can't Kill The Past (Hiatus) escrita por Gessikk


Capítulo 9
Bichinho


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Hey gente, demorei um pouco, eu sei, mas para tentar recompensar vocês eu ando escrevendo capítulos maiores! E bem, espero que gostem da personagem nova, pois ela é inspirada na minha melhor amiga que me ajuda a escrever cada capítulo. Sem ela, eu não seria capaz de ter tantas ideias!



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Sabrina odiava cidades pequenas. O grande problema era que sua mãe amava.

Beacon Hills, sim, uma cidade desconhecida, no meio do nada, foi onde Mary, mãe de Sabrina, nasceu. Fazia anos desde a última vez que a mulher arrastou a família até sua cidade natal, nove anos exatamente, quando sua melhor amiga, Cláudia Stilinski, morreu.

—Você vai sobreviver, são apenas duas semanas.— Apesar de estar repreendendo a filha, Mary quase cantarolou devido o seu ânimo com a viagem no final das férias.

— E sua mãe vai ficar feliz.— O pai, David, complementou mais sério, os olhos fixos na estrada enquanto dirigia, porém deixando subtendido as ameaças por trás das palavras caso Sabrina resolvesse protestar.

A garota suspirou, mas não disse nenhuma palavra. Ela sabia ser teimosa, debochada e irritante quando queria, mas acima de tudo, respeitava os pais que trabalhavam de dia até a madrugada para conseguir sustentar a família.

Mary estava cursando a faculdade de química, quando engravidou de Sabrina e largou tudo para cria-la, a sorte era que David a amava de verdade, o que fez com que se casassem de pressa e montasse uma casa, criassem uma família, mais cedo do que imaginavam. A filha ouviu essa história várias vezes, presenciando logo em seguida cenas publicas de afeto dos pais e a menina os amava por isso, reconhecendo a luta que tiveram para se estabelecer e sustenta-la.

— Existe animais com olhos brilhantes?

A pergunta de Sabrina fez com que Mary e David estremecessem simultaneamente, a mulher olhou através da janela a vista borrada da floresta, enquanto o carro acelerava pela estrada.

— Claro que não, Sabrina!— A mãe forçou uma risada e falou com a menina como se fosse uma criança e não uma garota de dezessete anos.

A menina, de olhos arredondados e rosto angelical, franziu o rosto, colando a testa na janela para tentar enxergar melhor o que lhe parecia olhos vermelhos, brilhantes como faróis, que se movimentavam com a mesma velocidade do carro.

—Você não está enxergando isso?—Falou abrindo a janela e apontando para o lado de fora, o cabelo curto voando com o vento.

—David, dirige mais rápido! — A mãe não conseguiu manter a aparência calma quando viu os olhos vermelhos.—Sabrina, fecha a janela, agora!

O tom de desespero e autoridade de Mary assustou a garota que obedeceu imediatamente.

—O que está acontecendo?

—Mary, você sabia o quanto era perigoso a gente vir para Beacon Hills...— O pai falou acelerando, as lembranças da infância da filha preenchendo a sua mente.

Sabrina, quando pequena, sempre ia com os pais para Beacon Hills visitar a vó e foi nessas pequenas viagens que ela começou a enxergar os olhos brilhantes. A garota era tão pequena que não lembrava, que um dos motivos de odiar cidade pequena era por causa dos olhos brilhantes que habitavam as florestas de Beacon Hills.

Na época, os pais não sabiam de nada do mundo sobrenatural e a garota ficou tão obcecada com a ideia que existiam animais com olhos brilhantes, que os pais se viram obrigados a levar a garota para diversos psicólogos, buscando uma razão para a menina continuar com a obsessão por olhos de animais durante anos, até a noite que os pais viram o grande demônio lupino: um lobisomem.

Mary já considerava o pior dia de sua vida antes mesmo de ver o monstro. Foi no enterro de Cláudia Stilinski, Sabrina estava na casa da avó e a mãe chorava desesperada, abraçada a David, vendo o xerife chorando, tentando conter a criança tão pequena que berrava, gritando para que a mãe voltasse, era o pequenino Stiles, que se jogava em direção a cova, berrando a ponto do rostinho ficar vermelho e a garganta inchada.

Em meio ao desespero do terrível funeral, Stiles teve o primeiro ataque de pânico. Foi uma comoção geral, todos os parentes e amigos cercaram o garoto, ninguém sabia o que estava acontecendo, mas ele não conseguia respirar, parecia prestes a morrer, se unindo a mãe. Mary não aguentou, foi covarde e implorou que David a tirasse daquele lugar, ela estava desesperada, sua amiga de infância tinha morrido e ela não podia suportar o desespero da familia que amava.

Quando saíram, completamente abalados, ambos se depararam com a besta no meio de uma pequena rua de Beacon Hills. Garras, presas, pelos, sangue, era o que formava o monstro de olhos brilhantes, como a filha descrevia. Aquele era o "bichinho com lanterna vermelha", que a menina tanto falava e ninguém acreditava.

O casal ficou sem reação e a criatura rosnou, exibindo o sangue nas presas e correu, naquela forma meio humana em direção a floresta.

—Pai!—O grito agudo e desesperado da filha fez com que os pais voltassem ao presente.

A frente do carro, tinha uma besta como se tivesse viajado diretamente do passado sombrio para o presente. Era um lobisomem de olhos vermelhos, David não teve tempo de desviar, o impacto do carro contra o lupino foi inevitável.

Gritos, sangue, destroços, invadiram a pequena estrada já na entrada de Beacon Hills. O lobisomem tinha uma força descomunal e saiu sem grandes ferimentos do impacto, rosnando furioso.

O corpo de Sabrina foi jogado contra a janela, se tornando um fácil alvo para o monstro. Ela ainda estava consciente quando garras perfuraram suas pernas, sendo puxada com fúria para fora do veículo destruído.

A garota de cabelo curto encarou horrizada o rosto disforme da besta de olhos vermelhos, antes de receber uma mordida agoniante no quadril. Ela berrou, arqueou as costas, foi dominada pela inconsciência.

#Abertura#

Algo estranho aconteceu.

Stiles continuava com os dedos rígidos em volta do pescoço de Lydia, os olhos permaneciam fechados e trêmulos, ele estava tão atormentado com os pesadelos vívidos que não tinha a mínima consciência do que fazia.

A primeira coisa que Lydia perdeu foi a voz, logo em seguida a cor, ficou pálida, os olhos saltando da órbita e então foi tingida por um tom roxo e doentio. A Banshee não tinha forças para gritar, por isso permaneceu calada, se contorcendo silenciosamente, as costas arqueando na cama e as mãos se debatendo.

No começo a garota só sentia pavor e desespero, mas conforme o tempo passou, sem que o ar entrasse em seus pulmões, um peso dominou seu corpo, ela parou de se contorcer, a inconsciente da morte impedindo que o desespero reinasse, um grande vazio dominando sua mente.

Foi quando algo estranho aconteceu, Stiles que tirando a tormenta no rosto, estava perfeitamente bem, começou a perder a cor e tossir em meio ao pesadelo. O garoto estava perdendo o fôlego com a menina que amava.

O humano abriu os lábios buscando o ar, mas ele não veio. O rosto pálido se tornou roxo, do mesmo tom de Lydia e quando a garota não suportava mais a falta de ar, Stiles tombou ao seu lado na cama, rolando até o chão, onde caiu com um grande impacto.

Quando a cabeça do garoto esmurrou o piso, um barulho alto se fez presente e de imediato convulsões dominaram seu corpo.

Lydia demorou alguns segundos para voltar a respirar, arfando, completamente assustada e sem fôlego. Ela não teve tempo de raciocinar, pois assim que voltou a si, viu que o humano convulsionava.

—Stiles!

A garota gritou o nome do garoto, chorando de medo e se jogou no chão, segurando a cabeça que batia violentamente contra o chão. A Banshee pegou um travesseiro e apoiou a nuca do menino ali, logo em seguida, com muita delicadeza, tombou o corpo de Stiles para o lado.

Os braços longos do menino se moviam para frente e para trás, de maneira repetitiva. Seus dedos eram rígidos, a mão contorcida estranhamente e suas pernas tinham colapsos, os joelhos se flexionando e se esticando, enquanto a coluna arqueava e relaxava.

—Não...—A menina sussurrou olhando o menino que amava, sem ter como ajuda-lo.

Stiles convulcionava violentamente e Lydia ainda sentia uma dor agoniante em seu pescoço, fazendo com que não conseguisse tirar a imagem do humano a sufocando de sua mente.

—Não era ele, Lydia, você não pode ter medo dele.— A garota falou para si mesma e completou em sua mente:

"Agora se concentre nele, é o garoto que você ama, só pensa nisso."

A Banshee respirou fundo, voltando ao foco de que o garoto que amava estava sofrendo e no mesmo instante que se concentrou, uma líquido espumoso jorrou dos lábios secos de Stiles.

A garota segurou a cabeça trêmula do humano, a erguendo em direção ao chão para que ele não se sufocasse com o próprio vômito. O corpo do menino continuava a se debater, o que tornava mais difícil para Lydia sustentar a sua cabeça, mas ela foi firme, as duas mãos seguras no rosto do menino que vomitava ruidosamente.

Lydia perdeu a noção do tempo, sua agonia já tinha alcançado o limite, ela só queria que seu Stiles voltasse ao normal, saudável, divertido e sorridente como sempre, mas lá estava ele, o rosto pálido, as veias do pescoço estufadas e toda a comida que comeu no dia sendo entornada no chão.

O garoto deixou de vomitar e começou a tossir, um som grutal e áspero que fez com o choro de Lydia diminuísse. A convulsão deixou seu corpo repentinamente fazendo com que o menino desabasse completamente flácido sobre a namorada.

—Stiles?

A menina o chamou, enquanto trazia a cabeça do garoto para seu colo, sem se importar com a sujeira no rosto do garoto. Os olhos castanhos finalmente se abriram e encaram Lydia, a expressão chorosa e confusa.

—O que aconteceu?

Lydia não respondeu, apenas negou com a cabeça, soluçando alto e pegou uma toalha de perto de si para limpar o vômito do rosto pálido e doentio. Stiles tentou se mover, mas as mãos de Lydia o prenderam e o garoto, fraco, cedeu imediatamente.

—Eu vou cuidar de você, tudo bem?

—Mas o que acon...

—Só descansa, fica paradinho, que depois eu explico.

Stiles apenas concordou, ele estava completamente confuso, desorientado, um cheiro azedo inundava suas narinas. Ele tentou mover o rosto, mas Lydia o repreendeu enquanto apoiava a sua cabeça com delicadeza no chão.

—Não se mova! Nem sequer a cabeça! —As palavras da garota foram duras, uma ordem e só após ter certeza que o garoto ficaria imóvel no chão que ela saiu do quarto.

Lydia não parou de chorar em nenhum momento, simplesmente não era capaz de impedir as lágrimas que queimavam sua pele. A menina pegou uma bacia pequena, encheu de água morna, separou toalhas limpas, um pano de chão, uma jarra com água fresca e kit de primeiros socorros.

Quando voltou ao quarto, Lydia limpou rapidamente o chão, tirando o odor azedo que incomodava Stiles que permaneceu silencioso, imóvel como a garota ordenou, porém acompanhando cada movimento seu com o olhar.

—Você vai levantar com cuidado, tente não mover muito a cabeça.

O menino não falou nada, apenas levantou lentamente, com ajuda de Lydia que sustentava a maior parte seu peso. A cabeça de Stiles girava e tinha dores por todo o corpo, a menina precisou arrasta-lo até a cama, onde ele desabou no colchão macio, reprimindo um gemido de dor para não deixar a garota mais preocupada.

Assim que o menino se reconfortou no colchão, com a postura ereta, Lydia sentou na ponta da cama e tirou a blusa seguida da calça do garoto, o deixando apenas com a cueca boxer. Apesar de já ter compartilhado aquela intimidade com a menina, o garoto não conseguia deixar de se intimidar com o olhar intenso de Lydia, analisando seu corpo, sem que ele pudesse sequer se mover.

—Eu te machuquei.—O menino sussurou arregalando os olhos quando finalmente viu as marcas roxas no pescoço da menina, eram marcas de dedos.

—Não era você.

—Nogs...

—Não pensa nisso agora, nem fale o nome dele.

—Mas eu...

—Por favor, não fala sobre isso,eu estou tentando esquecer.

O menino ficou sem saber o que falar, entendendo o motivo das lágrimas de Lydia. A Banshee suspirou longamente e passou a ponta dos dedos pelo tronco do menino, buscando possíveis ferimentos ocorridos da convulsão.

—Sente alguma dor?

—Minha cabeça e as mãos são o que mais doem.—Murmurou fraco, omitindo o fato de que todo seu corpo estava em agonia.

Lydia se apressou em segurar o rosto do menino, erguendo sua cabeça firmemente e no entanto, delicadamente, procurando por debaixo da cabeleira bagunçada algum ferimento.

A menina suspirou de alívio, não tinha nenhum ferimento, era somente dor. Sua atenção se voltou para as mãos do garoto e notou que havia sangue em suas palmas, ela se apressou em limpar os pequenos machucados percebendo que as unhas curtas do menino tinham conseguido ferir sua própria mão.

—Não tem nenhum hematoma novo.— A garota falou mais para si mesma do que para Stiles, notando que marcas roxas no pescoço do garoto pareciam ainda mais escuras, ela tinha feito um estrago e tanto na noite anterior.

O silêncio de Stiles era perturbador, o garoto só ficava daquela maneira quando estava muito mal, o que de fato estava, ele não conseguia lembrar o que tinha feito, mas ver as marcas de Lydia e saber que de alguma forma machucou a menina que amava, era desesperador.

As lágrimas da Banshee despencavam no peito do garoto quando ela pegou uma das toalhas limpas e mergulho na água morna da bacia, passando em seu peito.

Stiles estremeceu com o gesto da menina, que limpava o suor acumulado em sua pele. A tolha macia deslizou por sua clavícula, pescoço, rosto e voltou a descer, passando novamente pelo peito e alcançando o abdômen magro.

Por último, a menina limpou os braços do garoto e deu uma atenção especial aos pequenos ferimentos em suas mãos, cobrindo com gase para proteger e cessar o sangue.

—Você vai ficar bem.—Lydia mais uma vez falou para si mesma, secando uma lágrima que despencou na barriga do menino.

—Você vai se afastar de novo, não vai?

A menina se surpreendeu quando Stiles se pronunciou, os olhos castanhos estavam cheios de lágrimas e só então, Lydia lembrou que ele podia sentir o pavor que ela sentia.

—Não, eu não vou.—Ela prometeu segura, o encarando fixamente.— Eu não posso ficar mais tempo longe de você, eu te amo e nada que aconteça vai mudar isso.

—Mas eu te machuquei.

— O seu corpo me feriu.—Ela concordou e o garoto tremeu.—Mas aquele não era o garoto que eu amo, eu sei que você é incapaz de me ferir.

— Me perdoa.

—Você não fez nada de errado, só volta a dormir, está tudo bem.

— Você promete que nunca mais vai me abandonar?— A voz chorosa, a expressão de medo e os lábios trêmulos, dava a Stiles uma aparência um tanto frágil, quase infantil.

—Prometo.— A garota disse segura, sem hesitar.

—Eu preciso de você para ficar bem, não quero perder o controle sobre meu corpo novamente.

—Eu vou estar sempre ao seu lado.

O menino ainda tinha muitos questionamentos, precisava saber o que de fato tinha acontecido, sua mente estava repleta de perguntas não respondidas, porém não proferiu nenhuma delas, pois sabia que a menina não estava pronta para responder.

—Volta a dormir que eu vou resolver umas coisas.—A garota se despediu, selando os lábios em um breve beijo, mas quando foi se levantar da cama, Stiles a prendeu, segurando seu braço.

—Eu não quero dormir sozinho, por favor, espera eu pegar no sono.— A menina pensou em resistir, pois estava apavorada com a ideia de Nogtsune voltar assim que Stiles voltasse a inconsciência. — Está ficando escuro.—Quando o garoto completou a fala, bem baixinho e ela recordou que Stiles tinha medo de escuro, ela percebeu que precisava enfrentar os próprios medos para ajudar o garoto.

Por mais que fosse horrível ver o garoto perder o controle sobre si e ser atacada por ele, era ainda pior ser a pessoa a perder o controle, a ser possuído e ter apagões em sua mente. Stiles precisava dela para suportar aquela loucura.

Lydia deitou na cama, suas mãos tremiam de pavor e ela tentou inultimente esconder isso de Stiles. O menino deu um suspiro trêmulo e segurou a mão da menina, cruzando seus dedos.

Os dois ficaram por longos minutos afastados um do outro, só os dedos se tocando. Ambos estavam assustados, chorando silenciosamente, mas apesar de tudo, mesmo sabendo do sofrimento e do perigo que causam um ao outro por estarem juntos, eles estavam convictos a permaneceram naquela relação degenerativa.

Lydia respirou fundo, deixando o ar escapar pela boca e rompeu a distância de seus corpos, colocando um dos braços na barriga marcada de Stiles e passando uma perna a sua volta, deixando assim um enroscado no outro.

***

—Você pediu pro Scott trazer o Jeep?

—Sim, eu liguei para ele depois que você dormiu.

—Não achou mais seguro ele estar com a gente, caso eu...

—Eu confio em você, podemos ficar sozinhos.

O garoto concordou com a cabeça e colocou a mala da menina junto com sua mochila dentro do velho Jeep. Ele tinha receio de ficar sozinho com a menina no carro durante as horas de viagem, mas estava feliz por a garota confiar nele o suficiente para isso.

—Eu não queria ter quer ir embora.— Ele comentou triste.— Quando finalmente eu ia ter algo bom nesse final de férias...

—Quando tudo se resolver a gente volta aqui.—A menina falou em forma de promessa, ela também não queria terminar aquela viagem tão cedo, mas sabia que não tinha escolha, não podia arriscar nem mais um dia.—E nós ainda podemos aproveitar um pouco mais, temos duas semanas para isso, certo?

—Claro, depois de eu ter que passar sei lá quantas horas no hospital e explicar para meu pai e amigos como quase matei minha namorada!— O garoto não cedeu ao otimismo de Lydia, respondendo em tom irônico.

Os dois sabiam que a viagem de volta seria complicada, mas nenhum momento foi pior do que quando Lydia finalmente contou detalhadamente para Stiles o que tinha acontecido. A Banshee foi honesta com o humano, não escondendo nada, apenas observando as reações do menino que segurava forte no volante e estremecia com cada palavra da menina.

—Eu te amo.— A menina acabou de falar cada acontecimento trágico e logo após, falou de seu amor, segurando a mão livre de Stiles.

—Eu também te amo, Lydia.—A voz do garoto estava seca, rouca, baixa. Ele estava perdido na própria tormenta.

***

Stiles parou o carro em frente a casa de Lydia. A menina o encarou incrédula e deu vários argumentos para o convencer de que era melhor que ela ficasse com ele, que precisava ajuda-lo, mas o garoto estava firme na sua decisão, prometeu que assim que chegasse em casa, se o seu pai não tivesse chegado, ele iria ligar para o Scott vir.

—Por que você não quer que eu fique com você?

—Você precisa de um tempo com sua mãe e eu com meu pai.

—Quando for ao hospital eu vou com você e eu não quero que durma sozinho nenhum dia sequer.

—Ok.

A menina suspirou e beijou castamente os lábios rosados do menino e finalmente cedeu, indo para casa, afinal não tinha como questionar o fato de que além de precisar de um tempo com sua mãe, ela precisa ficar algumas horas sozinha para pensar em tudo que tinha acontecido.

Lydia já tinha contado tudo o que aconteceu para Scott, mas não disse nada ao xerife, o que deixou Stiles eternamente grato, ele mesmo enfrentaria o pai.

Quando chegou em frente a sua casa, controlando as lágrimas, a viatura já estava estacionada, o que significava que o pai sabia que o filho voltaria mais cedo e tinha arrumado um jeito de fugir do trabalho para saber o que tinha acontecido.

—Oi, pai.

—Stiles!— O homem que estava sentado no sofá, levantou em um pulo e agarrou o garoto magro pelo pescoço, o sufocando em um abraço.— O que aconteceu? Você e Lydia ainda estão brigados? Scott me disse hoje de manhã que você ia voltar mais cedo, mas não quis falar o porquê.

—Não, nós estamos bem! Foi meio complicado, mas ficamos—O garoto parou no meio da frase, dando um meio sorriso enquanto ia ao sofá. —Bem.—Ele automaticamente se lembrou de como se reconciliaram, com Lydia o agarrando.

—Então...?

O humano se ajeitou no sofá e deu um tapinha ao seu lado para que o xerife sentasse e foi isso que o homem fez, reconhecendo na expressão do filho que ele estava prestes a ter um conversa séria.

— Eu nunca tive coragem de conversar com você sobre o que aconteceu na noite do baile.

—Stiles, você não tem nada para explicar, eu sei o que aconteceu e...

—Pai, eu sou um assassino.

—Você não é um assassino.—A voz do homem foi firme, a expressão séria, encarando o filho que tanto amava.

— Eu matei Kate e todos os lobisomens que estavam a ajudando.

— Você defendeu seus amigos.

— Pai, eu matei porque quis! Você sabe que fui eu que libertei o Nogitsune para ter força para matar Kate e por causa disso eu quase matei Lydia!— O garoto se sobressaltou com a frustração e os olhos claros do pai se arregalaram.

— É claro que você quis matar, Stiles! Ela matou Malia, sua melhor amiga e eu sei que você tenta fugir disso, mas uma hora tem que enfrentar o que de fato aconteceu!— O pai era duro e ao mesmo tempo, preocupado, ele só não despencava no choro para se manter forte por Stiles.— Você se culpa pelo o que aconteceu para fugir do luto, mas carregar todo esse peso, não vai o mudar o fato de que ela morreu.

Stiles não respondeu, ficou calado, os olhos molhados de lágrimas, a expressão indecifrável. O pai analisou o filho pelos minutos que se seguiram, sabia que o garoto não tinha gostado de ouvir o que ele disse, mas também sabia que o filho entendia que ele só queria o bem dele.

—Como você quase matou Lydia?

—No meio da noite, Lydia acordou sendo sufocada por mim, eu estava inconsciente, de olhos fechados, com as mãos em volta de seu pescoço.—O menino respondeu lentamente, repetindo o que Lydia disse a ele.— Quando ela estava quase inconsciente eu comecei a me sufocar também por causa da nossa conexão.

—Conexão?

O garoto finalmente lembrou que o pai não sabia sobre a conexão com Lydia, então começou a explicar do zero, contando tudo com detalhes. O pai ouviu com atenção enquanto o filho dizia sobre a conexão sobrenatural com Lydia, contou como foi o reencontro dos dois e como a garota estava apavorada com ele, depois disse como foi a reconciliação e o tempo que ficaram juntos, omitindo apenas sobre os momentos de sexo.

O menino não quis esconder nada do pai, pois desde a morte da mãe, o filho aprendeu a confiar completamente no xerife e os dois tinham um relação de plena confiança, em que o garoto sabia que podia contar qualquer coisa ao Stilinski.

—Stiles, vem cá!

A voz do pai foi mansa, bondosa e o menino se jogou nos braços abertos da pai sem hesitar. O xerife aconchegou a cabeça do menino em seu ombro, com um braço em volta dele, fazendo cafuné em seus cabelos bagunçados, exatamente como fazia para o menino dormir nos primeiros anos após a morte da mãe, ele só relaxava daquela forma.

Em poucos minutos o garoto desabou em um sono profundo.

***

—Ei, Melissa!— A enfermeira abraçou forte o garoto que a cumprimentou, fazendo com que ele risse baixinho em seus braços.—Você abraça assim todos os seus pacientes?

—Não, só aqueles que são como um segundo filho para mim.— Após dizer isso, a mulher ficou insengura, se perguntando se o garoto, órfão de mãe, se importaria dela dizer que o considerava um filho, mas Stiles sorriu pra ela, um sorriso torto, lindo e tranquilo.

A mulher retruibuiu o sorriso e observou alegremente que Lydia estava logo atrás do menino, parecendo um tanto protetora. Assim que a Banshee viu o sorriso de Melissa, ela retribuiu, exibindo os dentes perfeitos, mas apesar de ter sido sincero, a enfermeira reconheceu a preocupação em seus olhos.

— Sentem aqui que eu vou atende-los daqui a pouco, se algum médico vier, podem dizer que outra pessoa já vai cuidar de vocês!

O casal concordou, antes de sentarem nos bancos de espera com os dedos cruzados.

—A maquiagem escondeu um pouco.—Stiles falou sussurrado, se refirindo a marca no pescoço da namorada.

— Eu só fiz isso para minha mãe não pensar que você me bate ou algo assim.—A menina respondeu igualmente baixo e logo em seguida fez um comentário mais leve para desviar a atenção do garoto— Mas as suas marcas continuam bem visíveis.

Lydia cutucou a marcas de suas mordidas na pele do garoto que estavam visíveis de maneira constrangedora e com isso, conseguiu arrancar um sorriso do menino.

—Eu devo estar com muita cara de pegador.

—Com certeza, bad boy.— A menina respondeu revirando os olhos, feliz por Stiles está mantendo a sanidade.

O senhor Stilinski voltou para perto dos meninos, após minutos de espera, equilibrando três cafés nas mãos, entregando para o casal de expressão cansada.

—Melissa vai atender vocês?

Lydia respondeu que sim e para Stiles, não passou despercebido o carinho explícito de seu pai ao pronunciar o nome da mãe de seu melhor amigo. O filho deu um olhar suspeito ao xerife e prometeu internamente que assim que tivesse uma oportunidade, perguntaria a ele se estava gostando da mulher.

— Desculpa a demora, teve um acidente de carro e duas pessoas estão em cirurgia.— Melissa disse após chegar para finalmente atender Stiles e Lydia, sua expressão era preocupada.

— O acidente foi esta manhã não foi?— O xerife falou, com o rosto franzindo.— Eu ouvi sobre isso, mas não fui ver sobre o caso para ficar com Stiles.

—Sim, era um casal com sua filha. —A mulher disse com tristeza.— A chance dos pais sobreviverem é muito pequena e eu pedi para Scott vir aqui, pois a filha tem uma mordida.

—Mordida?— Stiles se interessou de imediato, levantando agitado da cadeira, os olhos arregalados.— Será que um lobisomem mordeu ela?

— Você vai deixar Scott resolver isso, porque agora mocinho, tem que fazer exames, não é normal ter tido convulsão dessa forma.

— Nada é normal quando se é possuído por Nogitsune.

Melissa não deu importância ao que o menino disse, apenas agarrou o braço dos jovens os levando para uma pequena sala.

Stiles fez exame de raio X, tirou vários tubos de sangue e agora, esperava sozinho em uma pequena sala do hospital, observando ironicamente que ele conhecia praticamente todos os quartos do hospital.

Seu pai estava acompanhando Lydia nos exames, já que seus pais da Martin eram completamente relapsos com aquilo, o xerife dava apoio para menina e foi enquanto Stiles esperava, brincando com os próprios dedos que escutou um grito alto, feminino, completamente desesperado.

O humano correu para o corredor e um novo grito se fez presente, ele foi imediatamente na direção do som, a agonia clara naquela voz o movia até um dos quartos da emergência.

—Sai daqui!— A mesma voz berrou com fúria. —Sai daqui ou eu juro que atiro!

Assim que o menino chegou ao local, viu que já tinha médicos em volta que tentaram o impedir de entrar no quarto, mas o garoto era novo e apesar de atrapalhado, conseguiu desviar das pessoas com facilidade, abrindo a porta que todos pareciam temer abrir.

Assim que viu a cena a sua frente, o garoto fechou a porta atras de si e trancou, fazendo com que vários médicos gritassem do lado de fora, batendo e gritando para que abrisse.

— Oh, meu Deus! Eu saio por dois dias de Beacon Hills e já tem um médico lobisomem descontrolado!

O garoto exclamou alto, vendo um alfa, transformado, com roupa branca de médico, agachado em direção a uma menina baixa, de cabelos curtos e olhos escuros.

O lobisomem rosnou para Stiles, a expressão ferroz e o garoto nem sequer piscou, estava tão acostumado com o mundo sobrenatural que encarou de cabeça erguida o monstro raivoso.

—Quem é você? — A menina assustada, de olhos violentos, perguntou surpresa. Em suas mãos pequenas tinha uma arma que tremia em seus dedos.— Você é como ele? Não se aproxime! Eu não tenho medo de atirar!

As palavras da garota eram furiosas apesar do tremor descontrolado de seus braços. Stiles a analisou com rapidez, ela parecia ter a mesma idade que ele, estava com roupa de hospital e o braço com marcas de agulhas. Pelo estado da cama ela parecia ter acabado de acordar, o que explicava o motivo de apesar da menina estar imóvel no lugar, ela parecer prestes a cair, como se estivesse tonta.

— Eu sou Stiles!— O menino ergueu os braços em sinal de rendição, mas teve o cuidado de encarar o lobisomem que continuava o ameaçando.— Mas no momento pode me chamar de heroi e lagar essa arma, porque eu vou acabar com esse cara.

Em resposta, o lobisomem rosnou e a menina apontou a arma em direção de Stiles que revirou os olhos, impaciente.

— Você sabe que a arma está travada, não sabe? Assim não vai conseguir ameaçar ninguém.

A menina arregalou os olhos e segurou o metal desconhecido, o girando na mão, nervosa e apressada, sem saber como transformar aquela pistola em uma verdadeira ameaça.

— Vem cá, lobinho.— O garoto não somente provocou o lobisomem o chamando de lobinho, como também fez com a boca um barulho estalado, como se chamasse um cachorro.

O lobisomem não parecia de fato tão descontrolado, já que não tinha atacado os garotos assim que os viu, ele parecia ter um interesse em especial em ferir a menina, mas assim que Stiles o provocou, com uma expressão debochada, o alfa foi em sua direção com as presas expostas.

O garoto foi ágil, tirando do bolso do jeans surrado, pétalas de wolfsbane. Sim, depois de tudo o que tinha passado, o garoto tinha o costume de colocar umas pétalas no bolso e sempre ia trocando para que não estragassem, para assim ser capaz de se defender sozinho.

Stiles queria estar com seu taco, mas infelizmente ele estava no Jeep, então pegou a bandeja de ferro que tinha água para a garota desconhecida e derrubou a jarra no chão, usando a bandeja no lugar do taco, dando um impulso e batendo com força contra o rosto do lobisomem.

Como o esperado, aquilo só irritou ainda mais o alfa que parecia não ser capaz de falar, já que aparentemente seu único dialeto eram os rosnados que faziam os gritos dos médicos do lado de fora, se tornarem histéricos. O menino sorriu, deixando o monstro ainda mais abalado, que já parecia surpreso pelo fato de ter sido atacado por um humano.

Era só isso que Stiles precisava, uma distração. Com as pétalas firmes em sua mão, o garoto fez como se estivesse prestes a dar um tapa no alfa, espremendo a mão contra as narinas nojentas.

O monstro não foi capaz de reagir, as pétalas o feriram de imediato. Com o lobisomem já controlado pela flor, o menino o atingiu novamente com a bandeja deformada, dessa vez em sua nuca, com toda força que tinha e então, finalmente surgiu efeito, o monstro desabou no chão.

— O que você fez? Como?

A garota pequena parecia assustada, os olhos arredondados estavam arregalados e a boca escancarada.

— Acabei de salvar sua pele, agora mereço ao menos saber seu nome?

Stiles se surpreendeu com a reação da menina, ele achava justo que ela no mínimo se ajoalhasse a seus pés, chorando e dizendo que ele era um heroi. Em vez disso, a garota deu um grito esganiçado, o que pareceu bizarro ao seu ver, mas pareceu dar coragem a menina que correu em sua direção com a arma, ainda travada, em suas mãos.

A garota encurralou Stiles na parade e colocou a arma no seu rosto, ela estava com uma expressão tão assustada e determinada que chegava ser engraçado, mas o garoto manteve a expressão séria e não resistiu a menina, deixando que ela acreditasse que tinha o encurralado de fato.

— Eu posso não saber atirar, mas sei como usar essa arma para bater!— A voz da garota era perigosa, repleta de ameaça. — Não sei o que você é, nem como fez isso, mas eu juro que...

— Ei, eu só quis ajudar, tudo bem?— Stiles falou com seu melhor tom de "sou bom moço, de família "— Eu não sou uma ameaça, olha para mim, pareço ter capacidade de fazer alguma maldade?

—Você pode ser magrelo, mas acabou de derrubar a fera de olhos vermelhos.

— Eu sei como isso...— O garoto pensava no que falar para tranquilizar a menina, quando a porta da sala foi arrombada.

O xerife entrou com a arma em punhos, ele estava agachado e olhando para todos os lados, pronto para atacar. Ele demorou o olhar no corpo desabado no chão, por sorte o médico tinha voltado a forma humana e logo em seguida viu seu filho encurralado por uma garota magra e bem mais baixa que ele.

—Stiles?!

— Pai, eu posso explicar.

O homem suspirou derrotado, seu filho sempre estava envolvido nas confusões e só então, analisou a menina com extrema atenção.

— Sa-sabrina?— A voz do xerife falhou, ao reconhecer o rosto da criança filha da melhor amiga de Cláudia.

— Você conhece essa garota?— A maneira como Stiles disse "garota", deixou implícito a frase " louca que quer me atacar".

— Ela é filha da Mary!

— Você conhece minha mãe? Onde ela está? E o meu pai? Eu acordei aqui com uma fera de olhos vermelhos...

— Fera de olhos vermelhos?

— Um alfa, já dei um jeito nele.— O menino explicou apontando para o homem caído e se libertou da "ameaça" de Sabrina.

— Tenho que arrumar essa bagunça. — O homem falou preocupado, ele odiava mentir, mas sabia que ia ter que inventar uma desculpa para não expor o mundo sobrenatural.— A paciente está bem, mas ninguém entra sem a minha autorização!

O xerife usou do seu poder para manter as pessoas longes, enquanto formulava com o filho que a única solução para o lobisomem era que Scott desse um jeito nele.

— Eu preciso ver meus pais! Por que estou aqui?— Sabrina interrompeu a conversa de pai e filho, ela estava distante dos dois, lançando um olhar desconfiado para Stiles.— Vocês não podem me manter aqui!

— Ninguém está prendendo você e o que precisa é de um medico!

— Stiles respondeu sério, analisando o estado da garota. — Sua barriga está sangrando!

A menina olhou confusa para a mancha vermelha que brotava na altura do seu quadril. Assim que Stiles pensou em chamar Melissa, a mulher abriu a porta do quarto bruscamente, como se pudesse ler pensamentos.

— Eu tenho autorização! O xerife permitiu a minha entrada!— Ela berrou para o lado de fora, apesar do xerife não ter dito nada, se aproveitando da amizade com o Stilinski. — Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui?

Stiles explicou resumidamente e a mulher arregalou os olhos enquanto o menino falava, cheio de orgulho, como derrubou o lobisomem que permanecia inconsciente.

— Lobisomem? Vocês são loucos?

A mãe deu atenção a Sabrina assim que ela se pronunciou e o lado médico da mulher entrou em ação, fazendo com que ela ordenasse que a garota sentasse na cama.

— Eu preciso levar ela para outro quarto, a mordida está sangrando!

— Ela que foi mordida?— Stiles se surpreendeu por ela ser a tal garota da mordida, a que sofreu um acidente com os pais.— Foi um desses monstros que a atacou?

A menina concordou, sua cabeça começava a girar e uma dor sutil surgia aos poucos na ferida, o anestésico estava perdendo o efeito.

— Qual era a cor dos olhos deles? É importante que se lembre.

— Vermelho.

Após a menina dizer isso, foi uma correria para sair do quarto. O senhor Stilinski ficou responsável de vigiar o lobisomem, para não correr o risco dele voltar a atacar, ele tinha que manter o médico ali até Scott chegar. Já Stiles, ajudou Melissa a tirar a menina questionadora do quarto, passando por vários médicos que ele fez questão de ignorar enquanto procuravam um quarto vazio para Sabrina.

— Melissa, você tem que avisar a Sabrina.— Uma mulher de cabelos grisalhos, parou na frente da Melissa, sem perceber que Stiles estava alguns metros atrás, com Sabrina.— Os pais dela...

A mulher séria parecia estar por fora da confusão do quarto e por um momento Stiles não entendeu o porquê, até ver que por suas roupas ela estava em cirurgia. Demorou diversos segundos para os jovens entenderem o que tinha acontecido, Melissa entendeu rapidamente, arregalando os olhos e se virando na direção de Sabrina. Stiles entendeu vários segundos depois e por ultimo, a dura realidade caiu sobre a menina de cabelo curto: Seus pais tinham morrido.

Sabrina não sabia o motivo de estar no hospital, nem que fera era aquela que tinha a atacado por duas vezes, muito menos que aquela mordida mudaria sua vida para sempre. Porém, naquele momento, a garota teve entendimento da coisa mais horrenda que poderia lhe acontecer: Ela nunca mais veria o sorriso de sua mãe, nem escutaria seu pai cantar toda manhã para que acordasse.

— Não! Não, isso é mentira!— A menina berrou, o rosto pálido se tornou vinho pelo esforço ao gritar.— Não!

Stiles, que estava ao seu lado, entendia a dor da menina, por isso a envolveu em um abraço forte no exato instante que seus joelhos fraquejaram e ela estava prestes a desabar no chão. Sabrina não lutou contra Stiles, ela apenas continuou a berrar, era um som desesperado, agoniado, o humano se agachou com cuidado, deixando que a menina sentasse no chão sem se machucar.

O choro que surgiu dos olhos escuros e provocou soluços em sua garganta, foi violento, fez com que o corpo da menina tremesse e se contorcesse. Suas mãos tentavam agarrar o chão, a cabeça se tornou muito pesada para que ela pudesse sustentar, então apenas atirou o rosto contra o peito do humano desconhecido, que no entanto lhe oferecia conforto.

Ela gritou diversas vezes e os braços de Stiles a protegeram, uma de suas mãos acariciou o cabelo molhado de suor. O menino pálido viu de relance pessoas se reunindo para ver o que estava acontecendo, entre eles estavam Melissa e Lydia, mas ninguém tentou se aproximar, alguns por medo de enfrentar a garota em prantos e outros por notarem que Stiles compreendia aquele sofrimento e sabia como se portar diante o luto de alguém.

— Eu quero meus pais!— A menina tentou gritar novamente, mas sua garganta produziu somente um som seco, grave e brutal.

O cabelo escuro de Sabrina caía em seu rosto, grudando em seu suor e lágrimas, Stiles prendeu o cabelo curto e ergueu a cabeça da menina quando percebeu que ela não era capaz de respirar.

— Respira comigo.— O humano pediu gentilmente, reconhecendo que ela beirava um ataque de pânico.

Os olhos escuros tinham um tom de insanidade, mas a menina lutou para respirar normalmente, mesmo em meio a um choro compulsivo.

Melissa aproveitou que Stiles tinha feito a menina se acalmar por alguns intantes e se ajoelhou atrás dela sem que percebesse, injetando em seu braço um líquido claro que fez com que o pequeno corpo desabasse em poucos instantes nos braços magros de Stiles.

— Melissa, ou ela morre ou se transforma.— Stiles sussurrou apavorado, os olhos castanhos lacrimejando pelo sofrimento da menina.

— Nós vamos ajuda-la, eu prometo.


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Notas finais do capítulo

LEIAM!

Eu ando com projetos de novas fics, entre eles, planejo escrever sobre outros ships de Teen Wolf (óbvio que nunca vou deixar de escrever Stydia), por isso queria que me respondesse duas coisas:

1. Quais são seus outros ships de Teen Wolf?
2. Tem alguma outra série que vocês gostariam que eu escrevesse sobre ela?

Ao responderem, podem fazer com que eu escreva uma fic de outra série predileta de vocês ou daquele ship que aparentemente só você gosta!



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