Ela te ama, idiota! - Perina escrita por Bel


Capítulo 4
Talvez os desconhecidos sejam mesmo amigos


Notas iniciais do capítulo

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Acordei na manhã de sábado me sentindo meio perdida. Havia um relógio na sala que indicava ser dez horas da manhã. Olhei para os lados e encontrei Cobra babando um pouco em uma das almofadas. Do meu outro lado estava Pedro, ele parecia um anjinho dormindo. No sofá estava João coberto com um lençol da Disney, que fofo. HAHA.

Bi e Duca dormiam lado a lado no tapete, eles eram tão bonitinhos juntos. O Duca realmente era simpático, como Bi havia dito. Ontem, enquanto comíamos, percebi que eles são pessoas legais...

Meus pensamentos foram interrompidos pelo barulho que minha barriga fez. Eu estava com fome. Como sempre.

Mas o que eu vou comer? Eu estou na casa de um estranho e totalmente desconhecido. Não é só porque ele é famoso que não é um desconhecido, pra mim ele é, nem tenho intimidade com ele. Parei e analisei a minha última frase, levando em consideração que eu chamo esse desconhecido de pseudo-namorado, dormi na casa dele e com as roupas dele... talvez ele não seja mais tão desconhecido assim, né?

Me levantei do chão e fui em busca de minhas roupas. Eu as havia deixado ontem em algum quarto lá em cima. Aquela casa era grande demais, será que alguém me arruma um GPS?

Até que não foi difícil encontrar minhas coisas, estavam no quarto de hóspedes. Aproveitei para tomar um banho rápido, fazer toda minha higiene matinal e me por apresentável. Depois de estar arrumada, desci até a sala, onde todos ainda dormiam, e segui para a cozinha a fim de preparar alguma coisa pra eu comer. Encontrei uma mulher na cozinha e uma bela mesa de café da manhã e me assustei. Eu hein, quem era ela?

– Er, bom dia. – Eu disse, timidamente.

– Bom dia, senhorita. – A mulher respondeu com um sorriso meio forçado ao meu ver – O que vai querer para o café da manhã? Quer que e prepare algo em especial?

– Não, não, obrigada. Pode deixar que eu me viro sozinha. – Eu disse e me sentei na mesa. Tinha tanta coisa ali que eu nem sabia o que comer. Alguns minutos depois, eu ouvi uma voz.

– Bom dia Judith, meu amor. – Era a voz de Pedro. Ele deu um abraço na mulher, que sorria docemente pare ele.

– Bom dia, menino Pedro.

– Bom dia K. – Ele sorriu pra mim de um jeito encantador e sonolento – Dormiu bem?

– Sim sim, o tapete da sua sala é muito fofo. – Eu ri e ele me deu um beijo estalado na bochecha, em seguida se sentou ao meu lado.

– Você é sempre assim? Bom humor matinal? – Perguntei, depois de comer algumas torradinhas.

– Hoje tem você aqui, não podia acordar de mal humor, você iria se assustar. – Ele riu e depois se serviu com um pouco de suco – Judith, eu quero panquecas.

Pedro falou como uma criancinha e eu achei fofo.

– Aqui está, Pedro. – A mulher o serviu e ele sorriu, atacando as panquecas em seguida.

– Come com calma, Pedro, as panquecas não vão fugir.

– Sinto cheiro das deliciosas panquecas da Judith. – Cobra entrava na cozinha com Duca em seu encalço.

– Mas são minhas. – Pedro falou de boca cheia.

– Mas eu também quero. – Duca gritou, parecendo que não comia há dias.

– Calma meninos, vou fazer panquecas para todos.

– Essa é a nossa Judith. – Cobra deu um beijo no rosto da mulher, de quem eles pareciam gostar demais. Logo depois, Duca e Cobra se sentaram à mesa.

– Ninguém espera ninguém aqui pro café não? Saem comendo tudo. –João entrou na cozinha reclamando – Ah, bom dia K e Judith.

– Bom dia, João. – A mulher respondeu, e eu fiz o mesmo em seguida.

– Bom dia só para as mulheres. –Duca riu.

– Faltou o Pedro, então. – Cobra falou em tom sério, e Duca começou a rir.

– BOM DIA! – Algo saltitante entrou na cozinha e pulou nas costas do João: era Bi.

– Bom dia. – Respondemos em coro.

– Eu tenho problemas de coluna, socorro. – João gritou, e Bi saiu de suas costas.

– Parece um velho. – Ela disse.

– Eu disse isso só pra você sair das minhas costas. – Ele piscou pra ela, achando que era mil vezes mais esperto por causa disso. - O que temos pra comer? – Bi se sentou ao lado de Duca, que já comia bolo, à espera panquecas. João preferiu cereal.

– K, como se sente? Melhor? – Bi me olhou. - Estou bem, o João me deu um remédio ontem.

– João e suas ervas milagrosas. – Cobra riu - K, você não sabe, mas o João é um tipo de pai de santo. Repare em como ele é estranho às vezes, não aceite tudo que ele te oferecer.

– Cala essa boca, Cobra, você tá assustando a garota.

– Eu não sou criancinha, João. – Eu ri

– João acha que todo mundo é bobão que nem ele. –Duca falou, depois de comer cookies.

– As panquecas estão prontas. – Judith serviu os meninos, que agradeceram, e então ela saiu da cozinha.

– Por que só a K tá toda bonitona e nós estamos completamente largados? – João perguntou, olhando pra mim.

– Eu só quis me arrumar, vocês não iam querer me ver desarrumada, garanto. – Eu dei uma risada.

– Aposto que estaria linda.

– Já tá cantando a guria, Cobra?

– Sou um homem livre.

– Não, você é um galinha, e a K não é pro teu bico.

– Ramos defendendo a K. Que é isso, gente? –Bi começou a rir, como se aquilo fosse, tipo, a coisa mais engraçada do mundo. Eu, hein.

– Desde quando vocês viraram super amigos? – Duca perguntou, com a boca cheia.

– E-eu, nós... Er...

– Nós temos muito em comum, é isso. – Pedro respondeu tranquilamente.

– Ah sei, os dois sofrem de amor. – João fez uma cara estranha e engraçada.

– Eu posso contar uma piada matinal?

– Ah não, lá vem o Cobra e a piada da galinha, aposto. - Duca rolou os olhos.

– Conte, Cobra, conte a piada. – Eu pedi.

– Viu, ela quer ouvir. – Cobra lançou um olhar para os meninos e eu tive que rir, foi engraçado – Então K, é assim, a galinha...

O telefone de Michael tocou, impedindo que ele continuasse sua piada.

– Salvos pelo celular. – João ergueu as mãos, como se agradecesse aos céus.

– Alô. – Ele atendeu o telefone – Ah sim, bom dia pra você também... Não grita... Tudo bem, tudo bem... Eu vou avisar, ah, sei lá... Já estamos indo.

Cobra desligou o telefone e os meninos olharam pra ele como se perguntassem quem era.

– Aposto três balas de banana que era o Fletch. – Bi disse. Quem é Fletch? Oi?

– Era ele mesmo, e nós temos que ir pra gravadora hoje ainda. Ou melhor, agora.

– Como assim agora? Hoje é sábado! – Pedro parecia indignado.

– Trabalho é trabalho, Pedro, não reclama.

– Falou o João, pai de nós todos. – Cobra riu.

– Ah, temos que ir mesmo, melhor não reclamar... – Disse João, conformado.

– Vocês podiam ir com a gente, meninas. – Duca falou, lançando um olhar para Bi.

– Ah não, muito obrigada pelo convite, mas eu tenho que ir pra casa. – Eu disse. Precisava ir pra casa, tinha minhas coisas pra fazer.

– Ah, K, ia ser tão bom se nós fossemos...

– Bi, eles vão trabalhar, nós iríamos atrapalhar.

– Não iam nada, ia ser divertido. –João falou com certa animação.

– E eu ia poder passar mais tempo com a Bi. –Duca sorriu todo bobo.

– Ai o amor, perda de tempo.

– Também acho, Pedro, só serve pra nos fazer sofrer.

– Ih, os dois amargurados da vida. Vocês precisam é de um bom sexo. –Cobra falou e eu e Pedro olhamos pra ele – Que foi?

– Para de falar merda na frente da K, Cobra!

– Ah, vai dizer que vocês não precisam de uma boa noite de sexo? Essa amargura aí passa rapidinho, diz aê João. –Cobra olhou para o amigo, que apenas ria – Ah é, esqueci que tu é virgem.

– Vá se foder, Cobra. –João lhe mandou o dedo do meio.

– Desculpe pelo Cobra, ele é assim mesmo. –Pedro deu um meio sorriso.

– Tudo bem, ele é engraçado.

– Viu Ramos, ela me acha engraçado.

– Claro, você é um palhaço mesmo.

– Não se mete aqui não, Duca cabeçudo.

– Tá chamando quem de cabeçudo?

– Você mesmo. Além de cabeçudo é burro, só tem vento aí nessa coisa que tu chama de cabeça.

Logo, Duca e Cobra iniciaram uma briguinha matinal, mas não era nada sério, era até engraçado. Pedro disse que é sempre assim, mas que no fundo todos se amam e são gays. Ok, a última parte é mentira minha.

No fim, decidi ir pra gravadora com os meninos, eu e Bi. Eu iria dar um voto de confiança a eles, que até agora estão me parecendo bem legais, e eu retiro exatamente tudo que eu disse antes sobre eles serem mimados, vazios e coisa e tal. Ok, talvez sejam um pouco mimadinhos, mas de uma forma não exagerada e até fofa, quem sabe. Eles são é bem divertidos, tudo parece tão leve e calmo a volta deles, parece não existir problema nenhum, só a grande amizade entre quatro garotos e uma grande diversão. Tudo pra eles é motivo de riso, e isso é tão legal. Queria poder fazer parte desse grupo e me sentir feliz. Ah, o que é que eu estou dizendo?!

Chegamos ao prédio da gravadora por volta do meio-dia, e os meninos tiveram algum tipo de reunião com o empresário deles. Eu e Bi ficamos em uma sala onde havia muitos instrumentos musicais, esperando por eles. Iríamos almoçar todos juntos, por insistência de Duca. Ele realmente era um cara simpático, vou aprovar ele para a Bi, já podem casar, eu deixo. HAHA

– Pronto, chegamos. – João entrou saltitante na sala.

– Gay. – Cobra olhou para ele.

– Bi, lindinha. –Duca foi ao encontro de Bi. Pra quê tanto mel?

Olhei pra Pedro, que olhava o casal e balançava a cabeça negativamente. Eu fiz o mesmo.

– Nós podemos ir almoçar? – Pedro perguntou – Estou morrendo de fome.

– Eu também. Aliás, eu sempre estou com fome. – Ri fracamente.

– Onde você quer ir almoçar, K linda? –Cobra falava enquanto me abraçava.

– Eu não sei, vocês podem escolher.

– Eu sei de um lugar ótimo, onde podemos ir e comer em paz sem nenhum paparazzi nos seguindo. – Pedro pareceu refletir um pouco sobre sei lá o que. Eu, hein.

– Ah, por falar nisso... Saímos no jornal, uma foto nossa na inauguração da boate. – João olhou pra mim e para Bi – Mas não é nada de mais, só uma nota sem importância – Ele deu de ombros.

– Então, vamos almoçar? Saco vazio não para em pé.

– Nossa, essa frase é da minha avó, hein Bi. –João zoou.

– Fica na sua aí, João. –Bi brincou com ele e Cobra riu.

– Até a Bi, nova na turma, já tá tirando uma com a cara do João. Sem moral mesmo esse, hein.

Saímos da sala onde estávamos, que se localizava no terceiro andar, e fomos para o saguão do prédio. Tivemos que tomar um táxi, já que ninguém estava de carro. Eu não sabia que gente famosa como eles conseguiam andar de táxi. Mas enfim, o restaurante não era longe dali, chegamos rápido. Era em uma rua calma, com pouco movimento. O lugar parecia bem aconchegante, eu gostei.


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Notas finais do capítulo

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