– Pedro, não estou me sentindo bem.

– O que você tem? – Ele me olhou de um jeito preocupado – Você está pálida.

– Não sei, acho que vou... – Antes que eu pudesse terminar de falar eu tive que sair correndo. Eu esperava encontrar o banheiro rápido, ou então eu vomitaria nos sapatos da primeira pessoa que eu visse pela frente. Tive sorte e logo encontrei o banheiro feminino. Não tinha ninguém, que bom, pelo menos assim ninguém me veria vomitando. Fui até uma das cabines livres, abri a tampa do vaso sanitário e vomitei, achei que ia por até meu rim pra fora.

Isso é nojento,eu sei. Mas é real.

– K! OMG, O QUE ACONTECEU? – Bi acabara de entrar no banheiro e me ajudou segurando meus cabelos para trás enquanto eu ainda vomitava. Quando terminei, lavei minha boca e escovei os dentes. Eu tinha pasta e escova na bolsa, sou prevenida, desculpa aê. Bi me ajudou a arrumar meu cabelo e me maquiar um pouco.

– Está melhor? – Minha amiga perguntou, preocupada.

– Um pouco. Acho que bebi demais com o Pedro...

– Aquele irresponsável, ele não devia ter deixado você beber.

– Eu não sou nenhuma criança, Bi, bebi porque quis. Pedro não tem culpa de nada. E como você sabia que eu estava aqui?

– Pedro disse que você não estava se sentindo bem e que saiu correndo, imaginei que estaria aqui. Agora vamos lá pra fora, e vamos embora, chega por hoje.

Eu e Bi fomos ao encontro dos meninos, que nos esperavam no bar agora. Pareciam preocupados.

– Ela já está melhor, não se preocupem. – Bi os tranquilizou.

– Tem certeza, K? Eu não devia ter te deixado beber demais, eu não devia.

– Calma aí, Pedro boy. – Eu ri fracamente – Eu estou bem, não é nada culpa sua, sou fraca pra beber mesmo. – Dei de ombros.

– Então, K, pode deixar que a partir de agora eu vou beber por você. – Cobra falou de um jeito engraçado que me fez rir.

– Cala a boca seu gay, a menina está mal, se liga. –João deu um pedala em Cobra.

– Acho que devemos ir embora, né. –Duca disse, abraçando Bi.

– Vocês são belos amigos, hein, nos deixaram aqui sozinhos, nem se preocuparam conosco. Eu não devia ter mesmo vindo aqui. Se não fosse pela K eu ia ficar o tempo todo aqui sozinho e enchendo a cara.

– Pelo menos encheu a cara com ela, né Pedro esperto. – Cobra deu um soquinho no amigo e Pedro olhou sério pra ele – Ok, sem mais piadinhas.

– E você também, hein Bi. Me convida pra vir aqui, fica falando da minha fossa pros outros e depois me esquece. – Rolei os olhos.

– Achei que você estive bem com o Pedro.

– E estava.

– Então por que brigar, meus amigos? Vamos beber mais um pouco.

– Que mané beber mais um pouco, João, vamos é embora.

– Vamos de táxi pra casa do Pedro. –Cobra falou, olhando para o amigo.

– Por que pra minha casa?

– Por que é a mais próxima, e não discuta! Vamos todos pra lá.

– Então Bi, nós devemos ir pra casa agora também.

– Ei, vocês vão pra casa do Pedro com a gente. –Duca disse, sorridente.

– Por mim tudo bem. – Bi concordou. Ela era louca ou o quê? Nós mal conhecíamos esses garotos. Tudo bem que eles são famosos e tudo mais, mas mesmo assim, o que ela tem na cabeça? Ah, mas eu esqueci que ela já é praticamente BFF deles. Eu hein.

– Não não, muito obrigada pelo convite. Mas eu prefiro ir pra casa, eu pego um táxi e é rapidinho... Bom, eu vou indo.

– Não precisa ter medo, K, nós não mordemos. –João riu.

– É baby, nós somos legais – Cobra me abraçou de lado. Ele estava tão alegrinho.

– Sai Cobra, vai assustar a garota. –Pedro tirou Cobra de perto de mim – Vamos K, dorme lá em casa, vai ser legal. Você foi quem disse que precisamos compartilhar nosso sofrimento, então...

– É K, para de fazer doce.

– Eu não estou fazendo doce, Bianca!

– Por favor, pseudo-namorada. Lá em casa tem sorvete.

– Pseudo-namorada? – Todos perguntaram, sem entender nada.

– É uma piadinha interna nossa. – Pisquei para Pedro.

– Nossa, eles já tem até piadinha interna. O que foi que perdemos? –João perguntou, curioso.

– Eu vou, mas não pense que é por causa do sorvete, ok Pedro?

– Eu sei que é pelo meu charme.

– Que charme? – Eu ri escandalosamente de novo.

– Não precisava ofender, hein.

– Agora dizer a verdade é ofender? – Duca falou, arrancando risadas gerais.

Logo depois, seguimos para fora da boate, tomamos um táxi até a casa de Pedro. Chegando lá, os meninos foram direto para a cozinha, Bi foi já se jogando no tapete da linda sala, diga-se de passagem. Eu fiquei meio deslocada, de novo.

– Hey K, quer pizza? –Duca passou por mim comendo alguns restos de pizza dormida, era o que parecia.

– Duca, você quer fazer o favor de dividir essa pizza comigo? Eu também estou com fome, para de ser guloso. –Cobra ia atrás de Duca pela casa, enquanto João preparava algo pra ele comer, eu acho. Bi havia ligado a tv e estava zapeando os canais. Ela é abusada demais, gente. Ri mentalmente com isso e comecei a andar, não podia ficar ali parada, não sei onde Pedro estava. Entrei na cozinha e senti um cheiro bom.

– Que cheiro gostoso. – Eu disse, me colocando ao lado de João.

– Minha especialidade, macarrão. – Ele riu – Quer um pouco?

– Não sei se meu estômago vai aceitar, ele não parece estar muito bem.

– Ah, toma algum remédio, aqui deve ter alguns. – João começou a procurar por remédios em algumas gavetas, até que encontrou e me entregou uns comprimidos. Ele pegou um copo d’água pra mim e então eu tomei o remédio.

– Obrigada, João. – Sorri em agradecimento.

– De nada. – Ele sorriu de volta – E então, vamos comer?

– Comer o quê? – Pedro apareceu na cozinha.

– Meu super macarrão.

– Eu não vou deixar a K comer essa gororoba, João!

– Meu macarrão é ótimo, ok?

– Não, ele é ruim, encare os fatos.

– Ô Bi, meu macarrão não é bom? – João gritou da cozinha e, alguns minutos depois, Bi apareceu para responder.

– Eu não sei, João, eu nunca comi, mas deve ser uma delícia. Já li em algum lugar que você sabe cozinhar.

– Não acredite em tudo que essas revistas dizem, Bi. Dizem que o Pedro tem mais de um metro e meio. – Duca fez todos rirem, menos Pedro.

De onde Duca saiu? Aqui tudo é muito louco.

No final, todo mundo comeu o macarrão que o João fez. Foi divertido, todo mundo conversando e rindo. Os meninos não pareciam ser assim tão vazios e mimados, na verdade, pareciam ser ótimas pessoas. Depois que comemos e trocamos de roupa - eu e Bi tivemos que pegar qualquer roupa velha de Pedro, os meninos tinham roupas lá – fomos assistir filme e acabamos por dormir na sala mesmo, todos juntos.