All About Us escrita por The Huntress


Capítulo 4
Acampamento Grego e... Guerra?


Notas iniciais do capítulo

Hey, terceiro capítulo. Boa leitura, espero que gostem :3
OBS: LEIAM AS NOTAS FINAIS.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/570583/chapter/4

4

Jason Grace

Jason está dormindo quando sente alguém cutucá-lo. A pessoa é insistente, pois o braço de Jason já está começando a doer. O filho de Júpiter abre lentamente os olhos e observa os olhos de Frank o encarando.

Jason franze o cenho ao ver que o amigo o havia acordado. O sol ainda nem havia aparecido no céu, mas Frank estava ali, insistentemente, o cutucando. O filho de Marte avisa Jason que Reyna o está esperando na Principia. Jason agradece e salta do beliche. Metade da Coorte 5 ainda está dormindo sendo assim Jason tem que pegar suas roupas o mais silenciosamente possível.

Assim que sai da Coorte vai caminhando até as Termas, Jason consegue ver vários Lares perambulando pelo acampamento, eles estão bem agitados. Jason adentra as Termas, tira a roupa e toma o banho mais rápido que pode. Assim que termina, Jason coloca a blusa roxa do acampamento Júpiter, uma calça jeans, um tênis e uma toga roxa por cima de toda a roupa. Passa as mãos pelos cabelos loiros e caminha até a Principia. Todas as lojas ao longo da Via Praetoria estão fechadas, Jason, por um instante, quer saber que horas são e porque Reyna o tinha chamado tão cedo. Em uma das esquinas, Jason avista o edifício onde Reyna pode estar. É uma cunha de dois andares, de mármore branco, com pórtico sustentado por colunas, como um banco antigo. Dois guardas estão na entrada, parecem cansados, mas se quer piscam. Acima da porta o grande estandarte roxo com as letras douradas SPQR bordadas dentro de uma coroa de louros estam voando com o vento noturno que começara  a soprar.

Os guardas cumprimentam Jason com um aceno de cabeça e o garoto adentra a Principia. Como Frank dissera, lá está Reyna. Sentada em sua cadeira atrás de sua longa mesa de madeira entulhada de rolos de pergaminhos, cadernos, tablets, adagas e uma tigela grande cheia de balas. Reyna levanta os olhos para Jason, eles estam frios, mas ela está incrivelmente bonita. Seus cabelos negros estam presos em uma trança, sua toga roxa com metais de ouro está muito bem colocada por cima de sua armadura dourada. Reyna é filha de Belona e, talvez, por isso seja tão séria. Seus dois inseparáveis autômatos/cães de guarda estam ao seu lado, bem comportados. Seus cães de guarda são Aurum e Argentum. Aurum é um autômato feito de ouro e seus olhos são pedras de rubis. Argentum é um autômato feito de prata e seus olhos também são rubis.

Jason senta-se na cadeira à frente de Reyna, ela ainda o encara. Enquanto Jason se ajeita na cadeira, Reyna pega uma adaga e começa a rodá-la entre seus dedos. Quando o silêncio torna-se insuportável para Jason, ele pergunta:

— Que horas são?

Jason não sabe o que perguntar, não sabe nem o que está fazendo ali. Reyna pousa a adaga na mesa e junta as duas mãos em cima da mesma, entrelaçando os dedos. Jason continua a fitá-la quando Reyna desvia seu olhar do dele.

— Cinco horas da manhã — responde Reyna.

— Hum, tá. Por que estou aqui?

Reyna encosta-se novamente no encosto da cadeira, tentando não olhar para Jason. Aurum e Argentum esfregam o focinho nas mãos de Reyna e a mesma faz carinho neles. Jason já está ficando estressado com todo esse silêncio, então levanta da cadeira bruscamente, o que faz Aurum e Argentum rosnarem para ele.

— Você não vai falar nada? — Jason pergunta a Reyna, ignorando os galgos.

Reyna volta seus olhos escuros para Jason, ela acalma os cães e suspira.

— Sente-se, Jason — a voz de Reyna deixa claro que não quer discussão. Jason senta-se novamente. — Vamos esperar mais alguns minutos. Preciso que alguém apareça antes de começarmos a conversar.

A expressão de Jason transforma-se em uma carranca. Reyna volta a fazer carinho em Aurum e Argentum. Eles ficam esperando e esperando, e quando dá cinco e meia escutam batidas na porta. Jason levanta-se e a abre, Octavian está ali. O Legado mais insuportável do acampamento Júpiter está ali. Octavian é um garoto magrelo e pálido, com cabelos cor de palha, estava usando um jeans um pouco grande demais, camiseta larga e sua toga frouxa. Sua expressão é séria. Jason custa a acreditar que eles estão esperando todo esse tempo por Octavian. O filho de Júpiter lança um olhar incrédulo para Reyna, mas a Pretora apenas assente, acenando para que Octavian entre. O Legado dá uma olhada em Jason e adentra a Principia, ele parece um pouco entediado.

Jason fecha a porta e caminha para perto da mesa. Reyna manda que Jason se sente, mas ele recusa então Octavian toma seu lugar. Octavian está sentado desleixadamente na cadeira como se o motivo deles três estarem ali fosse algo tão insignificante quanto uma mosca. Ele deve ter reparado que Jason está bem incomodado com sua presença, pois abre um sorriso sarcástico.

— O que ele está fazendo aqui? — Jason pergunta a Reyna, sem tirar os olhos de Octavian.

— Acalme-se, Jason — Reyna diz. Os galgos, que antes estavam deitados aos pés de Reyna, agora rodeiam a mesa, como se conseguissem sentir que o ar está pesado. — Octavian tem coisas importantes a dizer.

Jason ergue uma sobrancelha, ainda olhando para Octavian. O garoto parece entretido com algum dos pergaminhos e só repara que estão esperando-o falar quando Reyna limpa a garganta.

— Ah, sim — Octavian ajeita-se preguiçosamente na cadeira. — Coisas, hum, interessantes estão prestes a acontecer.

— Que tipo de coisas? — Jason pergunta, fitando o Legado.

— Estava consultando os augúrios e vi algo... Uma guerra. Sim, era isso que dizia. "Em breve, uma guerra".

— Guerra? Que guerra? — dessa vez Jason olha para Reyna. A garota parece ter ficado muda.

Reyna levanta o olhar e olha de Octavian para Jason. O filho de Júpiter está ainda mais inquieto com a notícia de Octavian.

— Ainda não sabemos nada sobre isso — responde Reyna. — Octavian não viu nada mais além do que foi mencionado...

— Não é bom mentir para ele, Pretora — Octavian interrompe. Reyna lhe lança um olhar demoníaco.

— Reyna, o que está acontecendo? — quer saber Jason.

— Certo, sem mentiras — Reyna suspira. — Além da guerra, Octavian viu algo mais...

— O quê? — Jason franze o cenho.

— Você terá que ir para o acampamento grego — Octavian diz, sem esconder a repulsa na voz.

Por um instante Jason fica mudo. Ele tenta processar o que Octavian diz, mas não consegue. Ir para o acampamento grego? Por quê? Ele olha para Reyna em busca de alguma resposta, mas ela simplesmente olha para o lado como se não quisesse acreditar na ideia de vê-lo indo para o acampamento grego. Octavian fita Jason com um brilho perverso nos olhos, ele parece divertir-se com a situação. Porém, Jason está concentrado demais em Reyna para dar atenção ao Legado. Ele quer saber a quanto tempo ela e Octavian sabem disso. Está na cara que Reyna sabe mais do que deixa transparecer. Jason começa a imaginar como chegaria lá. Dá última vez que se encontrou com Percy Jackson não foi nem um pouco agradável. Nem um dos dois confiavam um no outro. Romanos nunca confiaram em Gregos e vice-versa. O que os Romanos pensariam quando soubessem sobre essa tal guerra e que Jason estaria deixando-os para ir ao acampamento grego? Jason não é nenhum Pretor, mas é tão respeitado quanto Reyna. O motivo é simples: ele é filho de Júpiter. E é claro que Octavian sabe disso e não perderia a oportunidade de jogar os Romanos contra Jason e tornar-se Pretor. Jason tenta transparecer toda sua raiva por meio do olhar que lança para Reyna. Se ela tivesse o avisado antes, as coisas poderiam ser diferentes.

— O que eu tenho que fazer lá? — pergunta Jason.

— Isso nós, realmente, não sabemos. Mas, o que quer que seja, tem haver com a guerra. Afinal, que outro motivo teria para você ir para lá? — pondera Reyna.

— Há quanto tempo vocês sabem disso? — Jason alterna o olhar entre Reyna e Octavian.

— Uma semana, filho de Júpiter — responde Octavian.

— Uma semana? — Jason sente seu peito encher-se de fúria. — Por que não me disse nada, Reyna?

— O que você poderia fazer, Jason? — Reyna eleva sua voz também. — Não tínhamos certeza de nada. Nem da guerra, e, muito menos, dessa sua ida ao acampamento grego.

— Você pode escolher se vai ou não — Octavian dá de ombros. — O acampamento grego pode não gostar dessa sua... Visita.

Jason sente vontade de estrangular Octavian.

— É claro que vou. Quero entender melhor as coisas e lá pode ter as respostas. Mas, antes, preciso ter a certeza que o acampamento Júpiter vai estar seguro — Jason olha nos olhos de Reyna.

— Vamos ficar bem — Reyna assegura-se. — Se acontecer qualquer coisa, mando, imediatamente, águias atrás de você para dar o recado.

— Converse com aquele graecus. Como é mesmo o nome dele? Ah, sim, Percy Jackson — aconselha Octavian. — Ele é um bom líder, não é mesmo?

Octavian lança um olhar divertido para Jason. Ele sabe que o Legado só está querendo irritá-lo. Se existe uma pessoa que detestaos gregos, essa pessoa é Octavian. O filho de Júpiter range os dentes e fecha os punhos. Octavian está dizendo que ele não é um bom líder? Os galgos entram na frente de Jason como se estivessem tentando impedi-lo de avançar em Octavian.

— Jason, Octavian pode estar certo — Reyna diz. — Percy Jackson conhece o acampamento grego como ninguém. Ele deve saber de alguma coisa. É uma boa ideia falar com ele.

Octavian levanta-se da cadeira e suspira tediosamente.

— Se não tenho mais nada para fazer aqui, vou embora.

— Obrigada pela ajuda, Octavian. Até mais — Reyna diz, levantando-se.

Octavian assente e caminha até a porta e, antes que saia, olha diretamente para Jason, sorrindo.

— Escolha duas pessoas para irem com você, filho de Júpiter. Os gregos podem retalha-lo em questão de segundos — e fecha a porta, rindo.

Jason grita toda a sua raiva e soca a parede, os galgos mostram os dentes e rosnam para ele. Reyna contorna a mesa e coloca a mão no ombro de Jason. Ele vira-se e encara os olhos escuros da Pretora. Jason a conhece há muito tempo para saber que ela não está nem um pouco feliz com a ida dele para o acampamento grego. Nem ele mesmo está gostando de tudo isso. Quem garante que, depois de meses, os gregos o aceitariam em seu acampamento acreditando que ele fora em paz? Nem Jason sabia se aceitaria Percy Jackson ou qualquer outro semideus grego no seu acampamento. Reyna desce sua mão até a mão de Jason e a aperta. Ele continua encarando a filha de Belona até ser surpreendido por um abraço. Ele a envolve em seus braços e retribui o gesto. Jason não sabe se está mais surpreso com a sua ida para o acampamento grego ou com a demonstração de afeto de Reyna. Ele nunca vira Reyna demonstrar carinho com outra pessoa a não ser Hylla, sua irmã, e isso acontecia muito raramente, pois Hylla é Rainha das Amazonas e não tem tempo de ficar indo até o acampamento Júpiter. Eles continuam abraçados por tempo indeterminado até Reyna soltá-lo e caminhar até sua cadeira. Ela parece envergonhada e não olha para ele quando começou a falar.

— Você irá partir assim que o sol estiver alto então sugiro que vá logo arrumar suas malas.

— Octavian disse que posso levar dois semideuses comigo, então...

— Agora dá ouvidos a Octavian? — Reyna ergue uma sobrancelha. — Ele estava claramente tentando desestabilizar você.

— Na verdade, gostaria que você fosse comigo.

Por um momento Jason pensa ter visto Reyna ficar surpresa com o convite, mas logo seus olhos tornam-se frios novamente. Ela começa a mexer em um dos tablets na mesa, como se olhar para Jason fosse algo terrível. Jason não consegue entender porque Reyna está tão estranha. Ela sempre fora distante, é verdade, mas hoje está ainda mais distante, principalmente dele.

— Vou ficar. Tenho que cuidar do acampamento — ela diz. — Não vou deixar o acampamento nas mãos de outra pessoa, principalmente de Octavian.

— Mas...

— Jason — Reyna o encara, está claro que ela não quer discutir. —, eu não vou. Leve Hazel e Frank com você. Faça uma boa viagem e boa sorte.

Jason não consegue entender o que ele tinha feito para deixá-la assim, mas se Reyna queria que as coisas fossem desse jeito, então é assim que seriam.

— Cuide-se, Pretora.

Jason não fala mais nada, não olha para Reyna, apenas caminha até a porta e sai da Principia. O sol está começando a surgir no horizonte, os semideuses Romanos já devem estar acordando para suas atividades. Jason sente vontade de ter saído mais cedo, pelo menos assim não teria que aguentar os olhares de todos em cima dele. Enquanto caminha até a Coorte 5, Frank e Hazel o encontram. Jason explica tudo a eles. Conta sobre a conversa com Reyna, conta que Octavian viu uma suposta guerra nos augúrios e conta até sobre sua ida para o acampamento grego. Quando Jason faz o convite aos dois para o acompanharem, eles não hesitam em aceitar. Enquanto Jason caminha com os dois amigos, não consegue parar de pensar em Octavian falando: “Em breve, uma guerra”. Que guerra? O que realmente está acontecendo fora dos dois acampamentos? Jason não sabe a resposta para as perguntas, mas imagina que coisas ruins estavam prestes a acontecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey, hey. O que acharam? Comente, por favor. Bem, hum, mais algumas explicações. Jason ainda não é Pretor, ok?! A guerra contra a Gaia (que acontece na saga Heróis do Olimpo) ainda não aconteceu nessa fanfic, apenas a guerra contra Cronos já aconteceu (como acontece na saga Percy Jackson & Os Olimpianos). Os acampamentos conheceram-se de outra forma (diferente de Heróis do Olimpo), isso vai ser explicado ao longo da história. Como está no começo, vocês devem estar achando tudo muito confuso, mas com o tempo eu vou esclarecendo as coisas, okay?!