Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 29
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Daniel p.d.v



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O cheiro das garotas mais o cheiro dos Winchester estavam me matando. Eu não estava mais conseguindo ficar por perto então sai para caçar.  Já era de madrugada quando os Cullen apareceram para poderem caçar também. Acho que o cheiro de humanos estava atingindo todo mundo.


- Você não faz idéia.


- Você e a Bella não tinha que estar consolando a mimada da sua filha?


- Da um desconto pra ela. Ela só está com ciúmes do Jacob. E não se preocupe que vamos ter uma conversa com ela. Tá na hora dela assumir a idade que o seu corpo apresenta.


- Eu apoio e muito isso. Ela parece ter 19, mas age feito uma garotinha de 12 anos. Tá certo que ela tem 12 anos, mas era suposto ela ter uma mentalidade mais avançada.


-Ela tem, mas esse ciúme está deixando ela agir de modo infantil. É que nem você quando a Liza está perto do Dean. Você não surta e começa a tentar deixá-la o mais longe possível dele? Então, é a mesma coisa. A diferença é que ela deixa bem evidente suas intenções.


- Não é não. E eu não faço isso.


- Daniel, você não acha que já está na hora de você assumir o que sente? Vai ser bem mais fácil se você fizer assim.


- Não tenho nada pra assumir.


- Não? Então por que você está sempre preocupado com ela? Você sente ciúmes quando o Dean se aproxima? E não adianta negar que o Jasper já afirmou que você sente ciúmes dela. Se você se culpa por tudo o que aconteceu é burrice, por que você não matou ninguém muito menos formulou o plano. Você as manteve a salvo, o que me leva direto a outro ponto. Você sabia que quando um vampiro encontra o seu par é quase como amor a primeira vista? Você não acha que é por isso que você não as matou naquela noite? Você se apaixonou tão profundamente pela Liza que não quis nem deixá-la sozinha no mundo, por isso salvou a sua prima. Nunca passou isso pela a sua cabeça? Provavelmente foi isso que o fez segui-las por tanto tempo.


- Eu não...


- Não adianta negar Daniel, eu já vi na sua mente. Desde aquela noite que você as salvou você ficou vigiando. De longe, mas ficou. Você sabia o que elas estavam planejando fazer por isso conseguiu escapar.


Foi tanta informação jogada na minha cara que foi difícil assimilar tudo. Mas eu tinha que concordar com Edward. É só que eu não a mereço, por isso eu tenho que ficar o mais longe possível.


- Por que você não deixa ela fazer essa escolha? Acredite, você pode se surpreender com a decisão dela. E você não vai conseguir ficar longe da Liza, não por muito tempo. Eu tentei isso uma vez para proteger a Bella, mas não foi uma boa idéia. Felizmente, não ouve uma tragédia.


Eu resolvi considerar o conselho de Edward, afinal, o que eu tinha a perder? Não custa tentar não é mesmo?


- E não é como se você pudesse fugir disso.


- Tem razão.


- Ei vocês dois!


Bella estava se aproximando, certamente para buscar Edward.


- Vamos, temos que caçar.


- Vá vocês, eu já estou satisfeito.


- Espere um pouco Daniel, eu tenho uma pergunta a fazer.


- Sim, Bella?


- Qual era promessa que você havia feito? Eu sei que não é da minha conta, mas eu fiquei curiosa.


- Bem, eu tinha prometido a elas que eu não iria contar sobre elas a ninguém. Um simples comentário pode sentenciá-las a morte ou a escravidão.


- Como assim?


- Se vocês comentassem com alguém ou se alguma pessoa estivesse ouvindo, isso poderia ser um risco enorme. Se a notícia chegar aos ouvidos dos Volturi ou dos Anjos o resultado seria uma caçada. Os anjos querendo suas cabeças cortadas e os Volturi querendo seus poderes. Sem falar os demônios que iriam tentar seduzi-las para o seu lado. Ainda mais que os selos começaram a ser quebrados.


- Selos?


- Longa história. Depois eu peço pros Winchester explicar para vocês. Se vocês quiserem saber como é o inferno é só perguntar para o Dean. Ele fala que não se lembra de nada, mas eu sei muito bem que ele lembra.


- Você também viu?


- Sim, Edward. Não contive a minha curiosidade.


- Viu o que?


- Depois o Edward te conta. Até mais.


- Espera.


- O que?


- Você sabe por que eu não consigo ler a mente delas? Sabe, é frustrante. Como se não basta-se a Bella, agora tem mais duas pessoas que eu não consigo ler as mentes.


- O mais frustrante é ter alguém para ler a sua mente a cada instante. Eu sei o por que  mas eu não vou te falar nem pensar sobre isso. Se quiser saber pergunte para elas. Interprete isso como uma pequena vingança por você ficar xeretando na minha mente.


- Você é realmente um idiota.


- Você não tem idéia. Bem, como eu ia dizendo, até mais.


Eu me virei e corri até a casa. Quando cheguei eu vi que a mente da Liza estava agitada. Ela estava tendo um pesadelo, de novo. Não demorou muito e ela desceu as escadas.


- O que foi Liza? Qual o problema?


Ela levou um pequeno susto e depois relaxou. Eu percebi que ela estava me observando, será que tem algo de errado comigo? Acho que não. E nem me sujei caçando, então o que ela tanto olhava?


- Nada.


- Então por que está acordada?


- Só vim beber um pouco d’água.


- Ah sim. Quer que eu pego pra você?


- Não, pode deixar. Cadê todo mundo?


- Caçando, eles vão estar aqui pela manhã. Não foram muito longe.


- Você também estava caçando?


- Sim, eu tenho que fazer isso se eu quiser ficar perto de você. Por quê?


Achei que seria mais sensato falar a verdade, estava passando da hora de tomar uma atitude e ter essa conversa com ela.


- Por nada, só senti a sua falta. Quero dizer... eu percebi que você não estava aqui, mas é só isso.


Então ela sente a minha falta? Não acredito! Eu queria pular de felicidade quando vi que ela estava nervosa, quer dizer que era verdade. Ela sempre ficava assim quando tentava camuflar a verdade.


- Ah, claro.


Eu tentei ler a sua mente, mas eu não consegui. Parece que a nossa ligação não ultrapassa esse limite. Mas eu queria tanto saber o que ela pensava e sentia. Eu parei de observá-la quando ela me pegou no flagra.


- O que?


- Nada. Só queria saber até onde a nossa ligação vai. Mas acho que leitura de mente está descartada. Falando nisso, Edward está morrendo de curiosidade para saber por que ele não consegue ler a sua mente.


- Ah, depois eu falo pra ele.


- Faz um suspense, ele merece.


- Pode deixar. E Daniel...


- Sim?


- Essa coisa de ligação, fala sério! Até quando você vai continuar com isso?


- Até quando você acreditar.


- Da...


- Liza, para um pouco e pensa. Como que você sempre sabe quando eu estou por perto e às vezes tem até uma idéia do que eu penso ou sinto? E como você explica o fato de eu também poder fazer isso?


- Você é um telepata e eu uma feiticeira. Temos poderes e pronto, nada mais.


- Liza, larga de ser cabeça dura! Você por acaso faz isso com qualquer outra pessoa?


- Bem...


Eu tenho certeza que ela ia dizer sim, mas só para poder ir contra mim. Mas dessa vez não, dessa vez ou vou mostrar que eu estou certo.


- Sim.


- Com quem?


- Ah sei lá...


- Liza para de mentir! Você não pode mentir pra mim.


- Daniel isso é impossível.


- Não, não é! Olhe nos meus olhos, eu quero ver se você tem forças para negar isso.


- Do que você está falando?


Eu a olhei nos olhos e tentei prender o seu olhar no meu, eu queria que ela senti-se tudo o que eu sentia, então tentei passar isso da minha mente para a dela. Estava dando certo, mais do que eu supunha. Ela correspondeu a minha energia e sua mente começou a responder a minha. Não há palavras que descrevam a minha felicidade quando eu percebi que ela correspondia a todos os meus sentimentos. O amor estava mais do que claro ali, mas também havia atração, o que fez minhas mãos criarem vida própria e ir direto para a sua cintura. Ela não pareceu se incomodar com isso.


- Acredita agora Liza?


- Eu não...


- Pare de mentir e assuma o que você sente!


- Se a questão é essa, por que você não assume então?


 - Com prazer.


Se ela queria provas, era isso que ela teria. Eu a puxei mais pra perto sem pensar duas vezes, mas ela abaixou a cabeça tentando evitar o inevitável como uma boa teimosa faria. Mas eu não a deixaria fugir, eu levantei o seu rosto e a fiz olhar para mim. Ela tentou argumentar, como sempre, mas agora era o momento em que as palavras desaparecem, e eu faria questão que isso acontecesse selando os seus lábios no meu. Ela tentou me empurrar mas, como eu já disse, ela não vai fugir de mim, então eu a puxei e a segurei mais forte e junto a mim. E então ela se rendeu.  Seus dedos afundaram nos meus cabelos e ela me apertou junto a ela, eu não queria que no separássemos nunca. Quando nossos lábios finalmente se abriram, para poder ter um beijo decente, eu pude sentir, o que eu tinha certeza que seria, o mais doce dos lábios. Os nossos sentimentos se confundiram e se tornou algo descontrolado, nos beijávamos com vontade.  Mas a minha garganta começou a arder e o vampiro em mim começou a tomar conta. Minha boca se encheu de veneno e o cheiro de Liza queimou as minhas narinas e mais ainda a minha garganta. O maldito vampiro em mim queria mais do que tudo se sobrepor ao homem que queria aquela mulher mais do que a sua própria vida. Então, antes que as coisas piorassem, eu parei. Eu, infelizmente, tinha que parar. Ela olhou pra mim e eu pude ver que ela não gostou nada daquilo, mas ela logo percebeu os meus motivos.


- Desculpe. Acho que exageramos. É melhor a gente se afastar, minha garganta está me matando, não quero... você sabe...


- Tá tudo bem. Não se preocupe, acho que é melhor eu ir dormir.


- É, já está tarde.


Ela estava muito envergonhada. Suas bochechas estavam avermelhadas e eu acabei puxando-a de volta quando ela começou a ir embora. Eu queria dizer que ela não precisava sentir vergonha, que estava tudo bem. Mas eu sabia que se eu fizesse isso ela iria se sentir mais constrangida ainda. Então lhe dei um leve beijo e sussurrei em seu ouvido.


- Eu não percebia o quanto eu desejava por isso, e agora que ocorreu é quase impossível de acreditar que tenha realmente acontecido.


- Eu... eu concordo com você.


Fiquei muito feliz por ela ter confessado o que sentia. Isso era quase um milagre vindo dela.


- Vem, deixa que eu te levo.


Eu não queria que nos separássemos assim. Então eu a coloquei em meus braços e a carreguei até o seu quarto.


- Boa noite, espero que não tenha mais pesadelos.


- Como você...


- Você ainda duvida que nossas mentes estão ligadas?


- Não. Não mais. Boa noite.


Dei um leve beijo em sua testa e sai do quarto. Eu não queria deixá-la, mas era preciso. Pude ouvir a sua conversa com a Rachel, ela havia presenciado tudo. Pelo menos a parte que eu a deixei no quarto. Eu queria ver qual seria a explicação que a Liza iria dar, mas eu precisava ir caçar, de novo. Minha garganta ainda ardia e como eu estava decidido a ficar perto dela eu decidi que ir caçar mais vezes seria necessário. Quando eu chequei na floresta que havia perto da casa, eu queria me enterrar em um buraco. Aparentemente a Alice conseguiu se concentrar e ter uma visão bem clara do que aconteceu na cozinha, e o Edward, para me irritar, fez questão de contar todos os detalhes. Eu juro que um dia eu ainda mato ele, e de quebra a Alice.


- Queria ver você tentar.


- Cala a boca.


Todos estavam rindo e a maioria, principalmente a Esme, estava feliz da vida. Mas o pior era agüentar as brincadeiras do Emmet.


- Toma cuidado viu? Da ultima vez que um vampiro e uma humana se agarraram daquele jeito o resultado foi a Nessie.


- Emmet, cala a boca!


- Não vem não Bella, é a pura verdade.


- Como você sabe?


- É bem obvio e, além do mais, a gente colocou a Alice pra ficar de olho em vocês lá na Ilha.


- Alice! Não acredito!


- Francamente Alice! Você fez isso?


- Me desculpem os dois. Mas a Rose e o Emmet me prometeram dar uma Ilha só para mim e o Jasper.


- Meu Deus! Aonde eu fui me meter, numa família cheia de depravados.


Todos rimos e fomos terminar de caçar. Mas que eles são depravados são. Quem em santa consciência fica espionando a vida particular dos outros? É cada coisa que eu escuto.


 


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