Véu de Sangue escrita por Evellyn e Clarissa


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Rachel p.d.v



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O barulho da chuva começou a ficar cada vez mais forte e os raios e trovões eram muito freqüentes. Em uma mistura de sonho ou realidade, meus pensamentos foram até o dia da floresta, aonde Daniel havia nos deixado depois de seu clã ter dizimado a nossa família. Eu acordei com a chuva fria em meu corpo, a lembrança dos corpos jogados por toda a casa, o sangue no chão e Liza e eu dentro do closet com medo de sermos pegas. Aquela sensação voltou à tona, como se eu estivesse passando por tudo aquilo, como se tivesse sido ontem. E num repentino ato de me livrar daquelas lembranças, acordei assustada. Abri os olhos e me deparei com a mesma cena que estava gravada em minha memória antes de dormir. O quarto com as paredes azuis, a mobília, e Liza sentada na cama arrumando alguma coisa.

 

  - Acordou finalmente.

 

  - Eu iria dormir mais se essa chuva não me incomodasse tanto.

 

  - Já está quase na hora do almoço, Esme está fazendo alguma coisa para nós.

 

Eu sentei na cama e olhei a paisagem lá fora.

 

  - Está praticamente igual ao dia que estávamos na floresta.

 

  - É, está.

 

Liza ficou um tempo olhando para a parede e depois virou-se para mim, sorrindo.

 

  - Bom, mas eu tenho você e você tem eu, o que mais poderíamos querer?

 

Fiquei em silêncio e tentei sorrir para ela, saiu estranho eu acho, porque a careta que ela fez não foi nada boa.

 

  - Ok. Também sinto falta de uma família, mas não podemos lamentar, infelizmente nada vai voltar atrás.

 

  - É eu sei Liza.

 

Peguei alguma roupa qualquer no armário e fui para o banheiro me arrumar. Não sei se demorei mais do que deveria Liza não estava no quarto quando eu saí e eu resolvi ir olhar a paisagem lá fora. A chuva ainda estava forte lá fora, mas os trovões e relâmpagos não davam mais sinais de existência, até que uma figura diferente me chamou atenção lá fora. O pressentimento de que aquelas duas pessoas que estavam atrás da árvore eram diferentes, estava mais do que certo, passei a mão na arma que estava em cima da mesa e desci correndo disposta a ir atrás deles.

 

  - Aonde vai Rachel?

 

  - Liza vem comigo.

 

Eu puxei a Liza pela mão e antes de sair de casa peguei duas chaves em cima da mesa sem nem me preocupar com qual era e seguimos para o lado de fora.

 

  - Ei tem alguém ali!

 

Vimos às duas figuras saírem rápido para o centro da floresta em direção a estradinha e Liza pegou uma chave da minha mão que por acaso era do carro dela, mas a que estava em minha mão não era de um carro e sim da moto de Jacob que estava parada na porta de casa. Coloquei o capacete que estava em cima do banco e subi na moto, acelerando-a e seguindo em direção aonde os dois haviam sumido, com Liza atrás. Eram um homem e uma mulher que ela estava na moto e ele em um carro, os dois não eram normais e isso estava evidente para mim e Liza, eram demônios e estavam ali nos vigiando, e não era por acaso. Liza seguiu em direção ao homem e eu fui atrás da mulher, acelerei mais a moto e assim que nos encontrávamos paralelamente eu dei um chute na parte lateral da moto fazendo com que ela caísse e a mulher também. Freei bruscamente e puxei a mulher de cabelos e olhos negros que tentava fugir. Sua mão fechada foi em direção ao meu rosto e eu a segurei dando um soco em seu estômago, ela foi até o chão, mas levantou rápido demais e me deu uma rasteira fazendo dessa vez meu corpo ir até o chão. Sua mão foi até a arma que estava dentro da minha blusa de frio molhada, mas antes eu a chutei fazendo-a afastar e antes que ela pudesse reagir eu peguei a arma e atirei fazendo aquele demônio sair do corpo da pobre mulher.

 

  - Eu já disse que amo fazer isso?

 

Eu disse sarcasticamente falando com o nada que se encontrava ali e um papelzinho no bolso da calça que ela usava me chamou atenção, peguei-o, guardei no meu bolso e depois deixei o corpo da mulher junto com a moto dentro da floresta e segui caminho em direção à casa dos Cullen. Pensamentos confusos e aquele pressentimento de algo errado invadiram minha mente e por alguns segundos eu perdi o controle da moto e quando vi eu já estava em direção a uma arvore, e antes que eu pudesse ir de frente ao encontro dela, eu virei à moto e meu corpo bateu na arvore logo depois indo ao chão. A chuva fria molhava meu corpo e a terra fofa me deixava as mesmas lembranças do dia que eu tanto lutava pra esquecer, como se estivesse sido ontem, ou agora.


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