Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 15
Vencendo Mais um Temporal


Notas iniciais do capítulo

Genteee, cheguei depois de um fim de semestre exaustivo e emocionante! hehehe
Parece história, mas não. O bloqueio criativo tomou conta de mim, e fiquei exatos um mês sem aparecer por aqui. Mas estou chegando com força e prometo capítulo esta semana ainda!!
Espero que vocês ainda estejam acompanhando. :)
De antemão, já me desculpo por algum erro, são quase 5h da manhã, e na pressa de postar, talvez algo tenha passado por minha revisão.



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Lucas estava sentado no lugar que haviam combinado de almoçar. Já havia passado alguns minutos do horário que tinham marcado, e ele começava a ficar ansioso. Decidiu ligar para Rodrigo, talvez ele tivesse esquecido, ou tido algum contratempo. Ao quinto toque ele decidir desligar. Suas dúvidas começaram a surgir no mesmo instante, pensando na possibilidade dele simplesmente ter se arrependido e não avisado. Ele sempre odiará esperar alguma coisa. E isto começou a deixa-lo irritado com tamanha frustração. Estava decidido a ir embora quando Rodrigo chegou, afobado e risonho. Sentou-se na mesa, não percebendo a expressão que Lucas demonstrava. Havia se atrasado, sabia, mas conseguiu não chegar muito depois do combinado.

Mas percebeu que o outro continuava em silêncio, olhar fixo para o copo que bebia água, e acabou decidido quebrar o silêncio.

– Oi? – resolveu começar de forma branda.

Lucas continuou a tomar a água, sem falar nada. Sabia como era e não queria jogar tudo que estava sentido em Rodrigo, não tinha este direito. Como estava mal... como as coisas podiam mudar de um momento ao outro? Quando recebeu o convite, e depois da noite de ontem, pensou, ou melhor, se permitiu pensar que seriam dias diferentes. Mas não eram. Já Rodrigo, mesmo percebendo o silêncio, continuava com sua alegria e sorriso no rosto, parecendo nem perceber todo este discurso interno do mais velho.

Quando o mais novo saiu em busca do celular, não pensou que se atrasaria. Apesar de saber o modelo que queria, ficou pesquisando, querendo tirar algumas dúvidas. Depois, foi em busca de um acessório para o celular, que tivesse a ver com fotografia. E por fim, baixou vários aplicativos que sabia, Lucas iria gostar. Por isto acabou atrasando. Pensou em falar isto, mas até agora havia resolvido continuar em silêncio, esperando que o moreno falasse com ele. Este clima havia feito sua euforia da chegada diminuir, e muito. Percebendo que Lucas continuaria a olhar seu próprio copo, e lembrando de uma coisa que o outro já havia dito algumas vezes, até mesmo em aula, resolveu quebrar o silêncio.

– Tu não suportas atrasos – disse, afirmando.

Lucas, saindo de seu torpor, e achando a situação idiota por tudo que estava sentindo, respondeu.

– Pois é, você poderia ter me avisado que iria atrasar. Mas não, decidiu desligar o celular – falou, usando um tom acusatório. Não adiantava, estava muito chateado e bravo com isto. Sem querer admitir que, na verdade, estava era triste. Havia ficado preocupado com o outro, pensando se algo teria acontecido. Mas claro, quando falou, demonstrou isto da forma que sempre fazia. – Nem precisava ter vindo se não estava afim.

Rodrigo, ao ouvi-lo, respirou fundo, lembrando que isto era apenas mais um dos “maus momentos” de Lucas. Já sabia que o moreno era assim, apesar de saber que ele não tinha motivos para o ser neste momento consigo. Sabendo que era apenas uma atitude insegura, resolveu ignorar. Não estava a fim de discutir com ele, o que aconteceria se pedisse explicações.

– Já pediu algo? Estou morrendo de fome! – e era verdade, apesar de ter dito isto também para introduzir algum assunto.

A expressão de Lucas parecia apenas piorar. E Rodrigo tentava ignorar a cena, que não tinha razão nenhuma de estar a acontecer. Poxa, ele não percebia que também era difícil pra si lidar com estes novos desejos e momentos? Claro, entendia que para Lucas parecia, além disso tudo, ser assustador. Mas mesmo assim, esperava uma compreensão maior.

Após um momento, Lucas o olhou perplexo. Parecia que Rodrigo nem ao menos havia lhe escutado, se sentiu ignorado como uma criança deixada de lado, como tantas vezes havia se sentindo, tendo apenas os avós em sua vida. Várias coisas haviam passado pela cabeça dele nos momentos que antecederam a chegada. E sem tempo de pensar sobre isto, resolveu sair dali para que pudesse o fazer. Levantando e indo até o caixa, pagou a conta e saiu. Enquanto isto, Rodrigo via tudo acontecer em sua frente, sem poder demonstrar reação nenhuma. Quando se deu por conta, estava correndo atrás de Lucas pela rua, até o alcançar.

– Hein! O que deu em ti, para! – disse, segurando o braço de Lucas. Percebia que havia chamado a atenção de algumas pessoas, mas isto não importava agora.

– Rodrigo, por favor, me solta agora. – Lucas queria sair de perto dele o mais rápido possível, imaginava ele minutos antes com a Maiara em algum lugar, pensando que teria que encontrar ele depois. – Você não tem o direito de agir assim comigo, me deixa ir.

Rodrigo o largou, tentando manter sua calma. Mas confessava, era difícil! Sabia que Lucas era inconstante, e que seu humor era complicado, mas não entendia os motivos dele ter agido assim, e sentia que não era apenas por causa simplesmente do atraso.

Após ser solto, Lucas continuou a andar, agora de forma mais devagar, até chegar em casa, que não era muito longe. Rodrigou o acompanhou em silêncio, e com decisão também entrou no apartamento assim que ele abriu a porta.

Lucas foi direto para a cozinha e encheu um copo de uísque.

– Tu não deverias beber com estômago vazio. – disse Rodrigo, com calma. Como estava se acostumando a pensar e querer cuidar daquele idiota, pensou querendo sorrir, mas se contendo.

Ao ouvir o loiro, Lucas titubeou, mas acabou dando um longo gole mesmo assim, como se estivesse bem longe, se tele transportado.

Com isto, nem percebeu quando Rodrigo se aproximou e parou, próximo a um balcão, que passou a ser o objeto que os separava.

– Você não vai me falar o que estás pensando? Sério, Lucas, eu não faço a mínima ideia disso tudo. – Falou abrindo os braços, como alguém que se rende.

– E eu não entendo o por quê de você ter me seguido até aqui. – falou de forma ríspida ainda.

Na verdade ele sabia que estava agindo de forma idiota. Mas também conhecia esta sensação. Por conta do pesadelo que havia tido, era óbvio que estaria inconstante assim, mesmo depois das sms trocadas mais cedo. Isto o havia deixado ansioso, com vontade de querer o mais novo apenas para e perto de si. Pensar que ele estava com alguém, mesmo eles não tendo nenhum compromisso sério, era doloroso demais.

Rodrigo ficou mirando seus olhos até colocar uma sacola encima do balcão, que Lucas ainda não havia percebido existir.

– Bom, isto é pra ti ter outras formas e linguagens de se comunicar comigo, e com o mundo, já que a convencional parece não produzir efeito. – usava de um tom chateado. – Fora que apenas me deixa mais curioso ainda sobre aquilo que você realmente quer me falar quando age assim, como agora, sendo distante.

Rodrigo disse isto pensando em como era possível uma vida ser assim, tão cheia de medos? Rodrigo se perguntava se seria capaz de conviver com Lucas sendo ele assim, incapaz de ponderar seus sentimentos. Mas apenas em pensar em um afastamento seu corpo reagia de todas as formas possíveis, de forma negativa.

– Eu te disse que não precisava de presente nenhum.

– E eu disse que queria tentar. Por que você está me tratando assim?

Lucas respirou fundo, largando o copo. Lembrou que Rodrigo não bebia, e isto talvez estivesse incomodando ele.

– Por que você desligou o celular pra não falar comigo?

Rodrigo não acreditava na pergunta tão infantil. Mas não falaria isto em voz alta para não magoá-lo mais do que ele já se magoava. Colocando a mão no bolso mostrou o aparelho.

– Minha bateria acabou, Lucas. Simples assim. Não precisava ter ficado deste jeito.

– Eu fiquei preocupado... Eu não sabia o que tinha acontecido, se você tinha desistido de ir ou se aconteceu alguma coisa. – disse com frustração. Tinha tanto medo de que, agora que havia encontrado alguém, lhe fosse tirado de alguma forma.

–E por que não me perguntou quando eu cheguei no restaurante? Poxa, seria tão mais simples, ao invés de fazer toda esta cena. – Não queria parecer estar dando sermão nele, mas o mais velho precisava aprender a falar as coisas. Seria para o bem de ambos.

Lucas ficou quieto sem dizer nada. Sabia disto, achava tudo patético também agora, mas não conseguia se segurar. Rodrigo, temendo ter sido muito ríspido, resolveu lembrá-lo do motivo de ter marcado com ele.

– Então, não vai abrir o presente? – usou seu sorriso mais confiante, tudo que Lucas precisava. O vendo titubear, resolveu esclarecer.

– Olha, eu me atrasei porque estava escolhendo... isto. Eu pensei que daria tempo, mas não estou acostumado nem gosto destes centros comerciais, acabo sempre me complicando com tudo. Quando pensei em te ligar, percebi que estava sem bateria... – e percebendo que tinha já toda a atenção de Lucas completou – Desculpas se te deixei preocupado.

Após ouvi-lo, o moreno resolveu abrir o pacote, estava curioso. Quando viu o que era, abriu um sorriso.

– Ah claro, depois que você ficou falando mal do meu celular ontem enquanto conversávamos, só podia ser. – disse em um tom que pareceu sarcástico para o loiro.

Com isto, a expressão de Rodrigo mudou. Pensava que talvez tivesse que ter escolhido outra coisa... e se Lucas não queria de fato um novo aparelho, sei lá?

– Bom, sabes que terás que me ensinar a mexer nisto, não sei nem onde liga. – disse, já esboçando um de seus pequenos sorrisos.

– Tu gostou? – ainda não estava convencido que de fato tinha sido uma boa ideia. – Olha, se quiseres, podes trocar por alguma outra coisa, eu tenho a nota em algu....

– Oi, para afobado! Eu gostei sim! Apenas não entendo nada destes novos aparelhos. Aliás, adorei esta capa que lembra fotografia.

Com isto, Rodrigo ficou mais descansado. Como ele poderia ser tão fofo? Queria falar isto pra ele, mas achava que não era o momento, nem cabível.

Dando volta no balcão, se aproximou do mais velho.

– Então, é aqui neste botão que se liga. Este aparelho é muito legal, tu deve saber, eu também baixei uns aplicativos, que claro, tu podes apagar depois. E ah eu também...

Neste momento Lucas, que não conseguia tirar os olhos do loiro, interrompeu o que ele falava e lhe deu um beijo, que durou alguns segundos e foi leve, porém, dizia muitas coisas. Quando se afastou um pouco, Lucas o fitou e resolveu falar.

– Oi? – e sorriu. Não haviam se cumprimentando direito desde que o mais novo chegou no restaurante. Por culpa sua, aliás. – Como foi a manhã de trabalho, tudo bem?

Rodrigo ficou olhando pra ele, pensando em falar alguma coisa sobre este comportamento repentino, mas achou melhor ignorar isto. Sorrido, passou a mão no cabelo de Lucas, que era um pouco cumprido, e precisava por vezes ser afastado dos olhos.

– Foi ótima! O dia estava maravilhoso hoje! – falou de forma alegre. Como a juventude dele deixava Luke feliz, seu coração batia descompassado!

– Pois é, estava... – entendeu como se tivesse sido uma indireta. – Desculpa por ter estragado.

Rodrigo continuou o olhando. Resolveu apenas assentir e sorrir, se aproximando um pouco mais.

– Tudo bem... Mas então, gostou mesmo do aparelho?

– Claro que sim, eu vinha pensando em comprar um, mas não sabia nem por onde começar a pensar qual seria o melhor pra mim.

Com isto ficaram alguns minutos falando sobre as funcionalidades. Rodrigo tinha paciência de sobra para explicar mais de uma vez alguma coisa, de forma sempre a sorrir. Quando lhe mostrou um aplicativo onde ele poderia enviar para seus contatos fotos, áudios e mensagens, Lucas ficou muito empolgado, e Rodrigou acabou sorrindo com o ar jovial dele. Ficou um pouco envergonhado quando Luke quis tirar uma foto sua para ter no celular, mas acabou concordando após perceber que ele havia ficado inseguro após perceber seu inicio de relutância. Fez careta a todo o tempo, e Lucas sorria e fazia fotos lindas, mesmo não sendo uma máquina profissional como aquelas que tinha.

– Você é talentosos mesmo, hein? – falou de forma engraçada ao olhar as fotos.

– Pois é, dizem. – falou Lucas, a esta altura se sentindo da forma que se sentia quando estava perto de Rodrigo, livre e feliz. – Muito obrigado pelo presente.

– Tudo bem, foi seu aniversário, precisava presentear você. Sempre gostei muito de aniversários. Minha mãe adora fazer sempre uma festa pra mim, todo o ano, mesmo eu sendo bem grandinho já. – Falava com um ar saudoso e amável.

– Que nada, ainda és um guri. – disse Lucas, de forma que parecia até voltar a ficar triste. A diferença de idade deles também era algo que o deixava inseguro, por saber que, em algum momento, Rodrigo iria querer aproveitar e experimentar coisas novas.

– Falou o tiozinho – brincou o loiro. – Mas ok, eu gosto de ser mimado por ela mesmo, e por qualquer um que seja. Assim como você, que ontem me levou pra casa a salvo.

– Ah, mas isto era o mínimo que eu poderia fazer. Te deixar mais seguro do que isto apenas se... – resolveu parar de falar. Não era a hora, “vamos com calma”, se lembrava das palavras do mais novo.

Mas Rodrigo sabia o que ele iria dizer, pois, havia pensando sobre isto ontem à noite também. Se ele dormisse ali com ele. Mas resolveu não completar.

– E Rodrigo, desculpa mais uma vez por mais cedo. Mas é que, às vezes, parece difícil acreditar que eu estou tendo você aqui, comigo. – disse envergonhado, sem falar tudo que sentia, mas ao mesmo tempo, tendo vontade de conseguir fazer isto.

– Ok, eu entendo. Eu fiz errado também, deveria ter carregado meu celular. Mas é que meus pais me ligam apenas à noite, normalmente, então eu não tinha esta preocupação de carregar sempre ele. Mas prometo que não farei mais isto.

Lucas sorriu e se aproximou alguns passos dele, não conseguindo evitar.

– Não precisa mudar seus hábitos por causa minha, eu preciso aprender a lidar com isto.

– Mas eu quero mudar. – disse e, ao contrário do mais velho, conseguia se expressar de forma melhor. – Eu quero muito que a gente consiga se entender, Lucas. Confesso que ainda me assusta um pouco a rapidez com que tudo aconteceu. Mas eu quero assumir meu lugar em sua vida. Eu peço apenas um tempo pra eu me acostumar com tudo isto.

– Tu não sabes o quanto te esperei, Rodrigo. – e não resistindo mais, o abraçou.

O loiro o apertou de volta também, dando pequenos beijos no pescoço, de forma carinhosa. Em apenas alguns minutos seus medos, que ainda existiam é claro, o fizeram estar um pouco receoso com o mais velho. Porém, haviam sumido, dando lugar a uma grande vontade de pertencimento. Queria e faria de tudo para que isto permanecesse por muito tempo, mesmo Lucas sendo este inconstante. Ele podia sentir os sentimentos que ele lhe dedicava, e esperaria o tempo necessário para que o outro conseguisse deixar esta insegurança que possuía em todo o âmbito emocional e conseguisse viver mais em paz consigo mesmo. E isto era uma promessa.


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Notas finais do capítulo

Aguardo comentários, dicas, puxões de orelhas e etc.
beijos,
Agridoce.