Aprendendo a Amar escrita por Agridoce


Capítulo 13
Um jantar para nós dois


Notas iniciais do capítulo

Gentee, mais um capítulo! Ao menos, consegui voltar antes de completar um mês :( hsauhss
Muito obrigada a todos que estão acompanhando, principalmente os queridos que comentaram até agora. Valeu, mesmo!!
PS: Mil desculpas pelos erros do capítulo passado! Eu fui ler e, meu Deus, senti vergonha alheia de mim mesmo ( é possível? ashuahsas). Mas em breve darei uma boa revisada!
Então agora sim, lá vai mais um capítulo.
Divirtam-se e apaixone-se!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/566314/chapter/13

Enquanto Rodrigo olhava a geladeira, Lucas fica ansioso pensando em como ele teria que fazer um milagre pra poder conseguir cozinhar alguma coisa. Tentou argumentar e dizer que talvez fosse melhor que saíssem para algum lugar e jantar, pois, não tinha nada de muito bom em casa. Mas Rodrigo disse que era o seu presente, e conseguiria fazer algo.

– Bom, pelo jeito terá que ser macarrão, miojo não falta nessa casa – constatou Rodrigo após dar uma olhada em todos os armários. Sorrindo comentou, – Você não se alimenta?

– Normalmente eu peço alguma coisa – disse Lucas, se sentindo um pouco idiota. Ele sabia que já havia passado da época de não se alimentar direito. Acabava sempre negligenciando a alimentação por não dar importância, já sua avó havia lhe ensinado algumas coisas.

– Ok. Se quiseres, sei lá, ir tomar um banho ou algo assim enquanto eu preparo, pode ir. Acho que consigo me encontrar por aqui, já que você parece guardar tudo junto quando vai ao supermercado.

Lucas, por mais que estivesse sendo criticado em sua própria casa, não conseguiu esconder o sorriso que só aumentava a cada minuto passado ao lado do mais novo. Ainda não acreditava que o dia do seu aniversário estava sendo tão alegre.

– Sim, eu vou ir. Qualquer coisa é só gritar que eu te escuto. – disse indo já se dirigindo ao quarto. Quando estava quase entrando no cômodo, ouviu Rodrigo lhe chamar.

– Acho que seria legal você também ligar para seu amigo. – Disse parecendo um pouco constrangido - Ele vai ficar feliz de saber que, pelo menos, você foi trabalhar hoje no seu aniversário, ao invés de ficar comendo bobagens em frente a TV, como parece ter feito nos último anos. – O loiro havia pensado duas vezes antes de sugerir, mas percebendo o quanto Marcus havia sido importante na vida do outro, pensou em arriscar. E ele pareceu concordar, pois, respondeu com uma confirmação e saiu.

Após pensar em quanto se sentia a vontade ali junto com Lucas, tanto que havia invadido seu espaço sugerindo isto, Rodrigo voltou para a cozinha. Sempre havia gostado de cozinhar. Por ser filho único, tinha que dividir seu tempo entre as atividades de seu pai com a fazenda, para ficar junto dele, e as de sua mãe, que passava muito tempo na cozinha. Esperava apenas que com os poucos ingredientes que Lucas tinha em casa, conseguisse fazer algo que valesse a data que era tão especial.

Após o banho, Lucas ficou um bom tempo sentado em sua cama pensando em tudo que havia acontecido em sua vida nos últimos anos. Havia acabado de ligar para Marcus e o amigo, após um momento de censura por não tê-lo respondido suas chamadas, ficou feliz em perceber que o amigo parecia diferente. Mesmo com a nostalgia e tristeza que ainda existia em sua existência, Lucas parecia diferente ao comentar que havia ido até a faculdade hoje. Marcus, indiscreto, o provocou até ele contar sobre Rodrigo e o que havia acontecido naquele dia. Mesmo não dando detalhes, até porque nem ele sabia ainda o que realmente estava acontecendo, ficou visível o quanto ele estava empolgado e esperançoso, mesmo querendo demonstrar que não. Enquanto ouvia o amigo falar, Marcus pedia internamente que tudo ocorresse bem, e prometeu em breve ir até a cidade para conhecer este tal que conseguira mais que uma noite com Luke, apelido que dera faz anos ao amigo.

Quando Lucas abriu finalmente a porta do quarto, encontrou um Rodrigo prestes a bater na porta. Pelo jeito, havia demorado muito pensando na vida. Mas ele não parecia bravo, até mesmo deixou um sorriso aparecer em seus lábios, vergonha talvez?

– Oi, desculpas. É que você estava demorando, depois de um tempo resolvi vir ver o que havia acontecido... se você quiser jantar sozinho, eu posso ir embora. A janta já está feita, promessa cumprida.

Com isto, começou a dar alguns passos em direção a saída. Lucas tinha demorado bastante, o que o fez pensar que talvez tivesse exagerado em ter passado tanto tempo com ele hoje. Após alguns segundos com o choque, o mais velho decidiu falar.

– Ei, calma! Eu que devo desculpa, perdi a noção do tempo. Claro que eu quero que você jante comigo, até porque, vai que tenha ficado ruim, não passarei mal sozinho – disse com o sorriso mais usual em seu rosto, contido.

Rodrigo admirava o senso de humor, mesmo que muito pouco, que o outro tinha apesar de seu semblante triste. Ficou feliz com o que ele havia dito, e tentando ignorar seu coração que insistia em bater muito rápido toda vez que pensava no outro, deu um sorriso que fez Luke pensar o quanto o mundo parecia ter decidido ser bom com ele.

– Engraçadinho, eu fiz milagres! Espero, realmente, que você goste. Foram poucas as pessoas que já tiveram esta chance de saborear meu tempero inigualável! – falou para disfarçar o nervoso. Seu senso de proteção em relação ao mais velho apenas aumentava.

Enquanto cozinhava, Rodrigo não conseguia deixar de pensar o quanto o dia estava sendo inesperado. Não tivera muito tempo de pensar, mas também não queria. Estava se sentindo feliz, e não deixaria pensamentos externos confundirem seu desejo de fazer o dia de Lucas o melhor que pudesse ser.

Sentaram-se na mesa e Lucas ficou surpreso com o milagre que o outro havia conseguido fazer. Enquanto pensava, Rodrigo conseguira transformar a massa de miojo em algo realmente apetitoso, com um molho branco por cima e alguma carne, que provavelmente era frango, pois lembrava de ter comprado.

Enquanto o mais novo lhe servia, ficou olhando ele com o olhar mais agradecido que tinha.

– Obrigado... eu nem sei o que dizer – tentou disfarçar a voz embargada, tinha vontade de chorar com tanta felicidade.

– Não precisa agradecer, eu apenas cumpri minha promessa. Espero que você goste. – respondeu o loiro sem olhar o outro nos olhos, havia percebido que havia ficado emocionado, e não queria constrangê-lo. Depois que acabou de se servir, resolveu pegar o suco que havia feito com um abacaxi que, milagrosamente, Lucas tinha em casa.

– Eu vi que você tem vinhos, mas eu não bebo – ainda mais depois que a última vez que havia consumido alguma bebida alcoólica tinha beijado um caro no meio da festa, complementou para si. Parece ter sido faz tanto tempo... – Mas se você quiser, pode tomar, não me importo.

– Não, tudo bem. Até porque, este suco está com uma cara ótima. – Lucas realmente bebia sempre alguma coisa antes de dormir, para ajudar a ter sono. Mas nesta noite queria estar o mais “ele” possível.

Jantaram nos primeiro minutos em silêncio, apenas desfrutando da presença um do outro. Enquanto Rodrigo esperava ansioso o comentário de Lucas sobre o jantar, o mais velho não acreditava no que estava acontecendo. A sensação que tinha quando jantava com seus avós, a alegria de compartilhar algo tão simples quanto um jantar, que há tanto não sentia, surgiu como se nunca tivesse ido embora. Era como se toda a solidão que havia sentido nestes últimos anos desse espaço a um sentimento maior, que ele ainda custava a acreditar que estava tendo a chance de sentir. Enquanto comia e olhava os olhos do mais novo, que como quem quer passar o que de melhor sente, também não desvia o olhar, o moreno era atravessado por tantos sentimentos... Não sabia nem o que falar, mas não queria parecer um idiota adolescente sem palavras. Era tudo tão novo!

– Olha, se você passar mais um minuto sem falar nada, irei achar que eu fiz o pior jantar da minha vida! – Rodrigo disse, mexendo em seu copo. Já estava ficando ansioso. –Está aprovado? – Queria tanto que o outro tivesse gostado, de uma hora pra outra a aprovação dele pareceu ser tudo o que queria. Ao contrário do mais velho, que tinha muito medo, o mais novo achava tudo aquilo mágico!

Lucas ainda ficou um tempo apenas o olhando, talvez pensando no que dizer, até que decidiu falar. Ou melhor, agir. Levantando-se, ainda sem saber qual seria a reação de Rodrigo, mas resolvendo arriscar, parou do lado de sua cadeira, ainda sem desviar o olhar. Não percebendo nenhum sinal de que o outro lhe evitaria, o beijou de forma um pouco insegura, mas com muito significado. Quando sentiu Rodrigo, durante o beijo, lhe fazer um cafuné, deu vazão aos seus sentimentos e aumentou a ênfase do beijo, por se sentir momentaneamente mais seguro.

Quando se separaram, Lucas ainda ajoelhado ao lado do loiro que fazia um cafuné nele, palavras não se mostraram necessárias. Mas como Rodrigo sabia a importância de ir fazendo o outro se sentir mais seguro, resolveu que estando tão perto agora, passando segurança a ele, seria bom que ele lhe falasse o que estava sentindo. Mas resolveu começar de forma cautelosa.

– Espero que isto seja um sim. – Começou, de forma branda.

Lucas sorriu. A principio de forma tímida, mas aos poucos um som, que nem ele reconhecia mais, começou a tomar conta do ambiente. Aquele guri o estava fazendo ter vida novamente. Como queria tê-lo para si!

– Rodrigo, como eu já te falei mais cedo. Se você soubesse o quanto está fazendo por mim hoje... à tarde já foi especial e agora... você cozinhando pra mim, eu não sei como agradecer! Mesmo que você não quisesse mais me ver pintado amanhã, eu juro, já teria me feito a pessoa mais feliz. – Este era um de seus medos, que acordasse amanhã e tudo voltasse ao que era antes. Enquanto pensava há pouco no quarto, eram daí que vinham seus medos. Mas não queria cobrar nada de Rodrigo, apesar de que se pudesse, pediria para que nunca o deixasse.

Quando ouviu aquilo, o loiro apenas pode rir. Mesmo entendendo que havia muito mais por trás daquelas palavras, já estava radiante com o que ele havia dito. Sem pensar duas vezes, abraçou Lucas, se levantando. Em seu abraço, queria deixar passar tudo que sentia, o que seu coração estava sentindo. Ficava confuso em pensar o tanto de sentimentos que tinha em relação ao moreno. Eram tão fortes, que ele ficava um pouco sem graça, pra não dizer receoso, de falar assim, já de cara. Mas tentava demonstrá-los em sorrisos e gestos como este. E Lucas parecia compreender, pois, o abraçou de forma igual.

Quando se desfizeram do abraço, ambos pareciam constrangidos. Lucas por nunca ter tido uma relação como esta, e não querer parecer muito piegas e entregue. Já Rodrigo, ao olhar para ele, pensava o quanto Lucas parecia maduro. Queria tentar ao máximo não decepcioná-lo, e pensava que o melhor para fazer isso era não ser precipitado, o que era difícil, tinha muita vontade de vê-lo, tocá-lo, conviver com ele.

– Mas se você quer ouvir as palavras, eu digo. O jantar estava maravilhoso! Não sabia que um miojo poderia tornar-se algo tão bom. – Lucas pensava ainda no que dizer. O abraço que haviam trocado tinha sido simplesmente maravilhoso. Pensava em como conseguiria dormir esta noite sem ficar pensando nisto.

– Que bom! Eu tive que fazer milagres! – sim, repito isto mais uma vez, pensou sorrindo. E sem querer perder o que haviam conseguido até ali, resolveu voltar a segurar as mãos de Lucas. Percebeu que ele ficou um pouco rígido a principio, mas depois relaxou.

O moreno ficou olhando as mãos entrelaçadas por um tempo, depois olhou para o rosto tão bonito de Rodrigo. Quanta segurança ele lhe passava. Mas tudo que é bom, um dia acaba. E foi o loiro que teve que terminar este momento mágico.

– Então, daqui a pouco eu preciso ir... Mas antes vou lavar esta louça. Fiz muita bagunça. Minha mãe sempre reclama que eu deixo a cozinha dela uma zona após cozinhar. – falou e já ia largar a mão do moreno, mais sentiu ele apertar a sua.

– Não precisa, amanhã eu dou um jeito nisto. Eu tenho uma vizinha que combinei de sempre passar aqui pra arrumar algumas coisas.

– Claro que não, eu dou um jeito rapidinho. Deixa, me sentirei mal se não arrumar isto. Não quero dar trabalho.

– Não, por favor. Você já fez tanto por mim hoje. E ela irá até gostar, sempre reclama que eu pago mais do que ela merece, pois, eu não desarrumo nada. – disse rindo da senhora de meia idade que aparecia sempre que podia, até mesmo para deixar um pedaço de bolo de chocolate, já que descobrira ser seu preferido. Já imaginava as perguntas indiscretas que ouviria no dia seguinte.

– Está bem. Mas da próxima vez, eu prometo que deixarei tudo arrumado. E tentarei não bagunçar tanto. – Falou ainda constrangido. O olhar de Lucas o fazia se sentir mais novo do que realmente era. Uma sensação nova, que nunca havia sentindo.

Lucas não respondeu nada, apenas continuou o observando. Até se aproximar e lhe beijar mais uma vez. Aquela noite havia sido o inicio de um sentimento bonito e verdadeiro. Ambos ainda não conseguiam expressar em palavras, mas queriam que desse certo. Apesar dos tantos caminhos e pedras que poderiam aparecer, lutariam para que continuassem sentindo estes sentimentos tão novos, mas que faziam todo sentindo para eles. De um jeito muito bom.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero o parecer de vocês neste capítulo também.

beijosss e que junho comece e seja lindo,
Agridoce.