19 Atos Para Seguir em Frente escrita por Ly Anne Black


Capítulo 2
Gratidão




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II.

Novamente uma única mesa unia a todos no Salão Principal, mas eles eram menos agora do que quando Harry subira para o Salão Comunal no dia anterior. Ele identificou Minerva, Hagrid (que lhe deu o que possivelmente era o abraço mais apertado e quebra-ossos de todos) e Flitwick, e num ponto da mesa Pomona Sprout e Sibila conversando com suas taças de vinho cheias. Luna, Neville, Rony e Hermione vieram até ele ansiosos e lhe abraçaram, e quando Harry se sentou houve um brinde a ele e muitos agradecimentos. O ar já não era mais pesado de ameaças, mesmo com Harry sabendo que os corpos daqueles que haviam sucumbido repousavam na Câmara Honrosa, e ali estariam até a manha do dia seguinte.

Harry soube de tudo que vinha acontecendo enquanto estivera dormindo. Uma boa parte dos comensais sobreviventes tinha escapado, mas com Quim Shacklebolt no comando do Ministério, reativando o Esquadrão de Aurores, era uma questão de tempo para serem capturados. Os alunos e seus familiares que lutaram tinham voltado para casa pelas redes de flú que estavam seguras novamente. Os Weasley foram à Toca, mas estariam de volta na manhã seguinte para prestar homenagem aos amigos e principalmente à Fred. Todos eles seriam enterrados nos terrenos de Hogwarts, próximos ao túmulo de Dumbledore na calmaria da margem do lago, e ocorreu a Harry que o diretor gostaria disso, e que era merecido que repousassem ali para serem uma lembrança eterna de que Hogwarts resistira bravamente.

Uma grande surpresa foi Harry perceber que Narcissa e Draco Malfoy ainda estavam ali. Eles não se juntaram ao jantar, mas apareceram mais tarde, provavelmente vindos das masmorras da sonserina. Estavam abatidos, mas pareciam completos, com sua família sã e salva, no final das contas. Narcissa justificou, sua voz clara e definida mesmo sob os olhares de todos os outros do castelo:

– Nós queríamos falar com você antes de partir, Potter. Somos gratos ao que fez por nossa família, apesar de tudo que fizemos para lhes prejudicar.

– Eu não... – ele ia dizer que não tinha feito nada especificamente em função de ajudá-los, mas a mulher não deixou. Ela empurrou Draco levemente pelos ombros, e ele parecia terrivelmente consternado com aquilo.

– Draco tem uma coisa para lhe falar.

Harry ficou encarando o loiro com uma sobrancelha erguida. O sonserino olhou para trás, mas sua mãe lhe lançava um olhar feroz então ele se voltou para Harry.

– Obrigado Potter, por salvar minha vida. – Narcissa pigarreou atrás dele. – Duas vezes. – o garoto completou, a contragosto.

– Eu teria feito isso por qualquer pessoa – Harry devolveu. Ele não podia negar que estava gostando de ver o rosto corado que Malfoy tinha com o esforço para ser humilde.

– Sim, mas eu não sou qualquer pessoa, então...

– O que nós queremos dizer – a mãe de Draco o puxou para trás pela gola, interrompendo sua malcriação – é que você tem a nossa gratidão, Potter.

– Eu acho que estamos quites, senhora Malfoy. Se não fosse por você agora eu também não estaria vivo. – justificou se referindo ao momento em que ela jurara a Voldemort que Harry estava morto.

– Sim, Harry, mas isso foi só uma vez.

E com um sorriso que Harry nunca pensara que aquela mulher esnobe poderia esboçar, ela se afastou, e Draco a seguiu mancando e resmungando qualquer coisa. Harry pensou onde estaria Lucius, pois não fora um dos comensais presos, talvez aguardasse a sua família em algum lugar além dos portões. Não se preocupou – Lucius pagaria pelas suas maldades no momento certo, mas ali, bem, ele tinha aquele dia com a sua família e o garoto se viu surpreso por estar atribuindo à Malfoy pai alguma piedade.

(Continua...)


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