Cigaretts and Valentines escrita por Grace


Capítulo 28
Runaway


Notas iniciais do capítulo

Oi amores! Tudo bem com vocês???
Bem, aí está o capítulo para matar a curiosidade de vocês sobre a ideia do Tobias! Hahaha espero que gostem!
Capítulo dedicado para a Pepper, que fez uma linda recomendação, que eu amei pra caramba



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Tris

_Tobias, onde é que a gente está indo? - eu perguntei, enquanto ele me guiava pelas ruas de um bairro desconhecido. Ele havia estacionado o carro há quatro quarteirões atrás, me jogado um moletom preto, me dito para coloca-lo e não esquecer do capuz, e aqui estávamos nós, andando por aí, com um vento congelante batendo contra nós.

_Beatrice, curta o momento - ele disse apenas, depois, sua risada baixa e gostosa tomou conta do ambiente. A rua estava deserta. O barulho da minha bota ecoava por entre as paredes de algumas casas e alguns galpões abandonados.

_Essa é a parte que o suposto mocinho da história revela seu verdadeiro eu, ou seja, o vilão, e tortura a moça, a esquartejando vagarosamente e espalhando seus restos como uma demonstração de vitória? - eu perguntei, fazendo ele rir - Sério, se for isso, me deixa ligar para Shauna e pedir pra ela colocar o nome de Beatrice no bebê. Depois juro que eu faço meu papel direitinho, me esgoelando de tanto gritar e implorando por minha vida.

_Eu já disse que você é louca? - ele perguntou, me puxando para mais perto dele e me dando um beijo - E já disse que você assiste seriados demais? Eles estão tipo... fazendo uma lavagem cerebral em você.

_Não jogue a culpa nos meus seriados. A ideia de vir parar nesse fim de mundo abandonado e deserto foi sua. Isso realmente parece as cenas de assassinatos de Criminal Minds. Eu estou só esperando o maníaco da machadinha sair de algum desses galpões e nos atacar.

_Então eu já fui desconsiderado como vilão? - ele perguntou e eu dei um soco leve no braço dele.

_Você é minha melhor opção de sair viva daqui, até porque eu não tenho noção da onde ou estou. Ou melhor, eu nem sei mais pra qual lado está o carro, então, é melhor eu acreditar que você vai me levar embora daqui.

_Boa justificativa - ele disse, passando um braço pelos meus ombros, enquanto eu passava o meu pela cintura dele. - Mas estou começando a achar que eu devia ter te dado um mapa, ou um GPS de Natal.

Eu fiz uma careta pra ele e depois comecei a rir.

_Tobias, sério, o que nós estamos fazendo aqui?

_Eu costumava vir aqui quando era mais novo. - ele andou em silêncio até uma porta, que aparentemente ficava na lateral do prédio. Uma pintura recente na parede indicava que aquele era um prédio cede de alguma firma de construções. Tobias arrombou a porta - Eu amo a vista que o terraço tem da cidade. Dá pra ver Chicago inteira. É lindo. Vem.

Ele puxou minha mão e adentrou o prédio. Ele tirou uma lanterna do bolso do moletom e a acendeu.

_Você já tinha tudo planejado - eu disse, rindo.

_Claro. E essa é a melhor hora pra vir aqui. Chicago é linda de noite.

Nós continuamos andando, e subindo escadas. O que esse povo tinha contra elevadores? Eram no mínimo, uns doze andares. Tobias estava falando sobre vir aqui para pensar, ou só para dar um jeito de sair de casa. Nós chegamos ao terraço. Realmente, era lindo. Chicago era impressionante, com suas luzes acesas. Não pude evitar um sorriso.

_... é uma contrição abandonada a anos, mas me parece meio diferente. Servia de escritório de advocacia para pessoas carentes. Digo, advogados voluntários que costumavam defender os pobres... eles ficavam aqui, aí acharam um lugar melhor e se mudaram - ele deu de ombros - Um antigo morador, que costumava andar por aí, me contou essa história. Fazia tempo que eu não vinha aqui.

_Hum, amor - eu chamei, sentindo o vento gelado que batia contra o meu rosto. Eu o abracei e encostei a cabeça em seu peito - Eu achei realmente lindo aqui, mas na parede, perto da porta que você arrombou, estava secreto que era alguma coisa de construção, ou alguma coisa assim.

_Será que venderam o prédio? - ele perguntou, e eu dei de ombros - Notei algumas reformas, mas... bem, ainda estão no começo. As obras devem ser recentes, então, não deve ter risco.

_Não deve ter risco - eu repeti - Acho que invasão a propriedade privada não vai ficar muito bonito na minha ficha criminal. E se eu for parar na cadeia antes de a gente se casar, eu te mato, Tobias Eaton.

_Assassinato não vai ficar legal na sua ficha também - ele disse rindo - Mas te garanto que vamos sair daqui com a nossa ficha criminal em branco.

_Só a sua - eu resmunguei, e ele riu.

_Você tem passagem pela polícia, Tris? - ele perguntou rindo - Inacreditável.

_Três, na verdade. - eu disse, rindo - Uma por dirigir bêbada, outra por dirigir bêbada e sem carteira de habilitação, e outra por dirigir bêbada, sem carteira e em um carro roubado. Em minha defesa, o carro era do meu ex namorado.

Tobias caiu na risada. Eu comecei a rir também. Ri até minha barriga doer e lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

_Vai me falar que você nunca fez nada errado - eu disse, me sentando no chão e encostando contra a parede. Tobias se sentou ao meu lado.

_Eu não - ele respondeu rindo ainda.

_Sério? Digo, nem na época de escola? Você nunca foi parar na diretoria?

_Não. - ele respondeu, dando de ombros.

_Cara, sua vida escolar deve ter sido um saco - eu disse rindo - Eu vivia na sala da direção. Sério, algumas vezes por bagunçar, outras por intimidar alunas. Outras por cabular aula... mas a mais grave foi no dia que eu explodi metade da sala de química. Acidente, claro.

_Sei - ele disse, rindo - Acidente, certeza.

_Eu só acrescentei mais ingredientes do que o professor tinha mandado, mas eu não sabia que o negócio ia explodir quando eu o aquecesse. Eu sempre fui péssima de química.

_E como a explosão não pegou em você?

_Ah, eu coloquei naquele negocinho de esquentar e fui fofocar com as meninas. Eu estava longe na hora que explodiu.

_Como você se safa dessas coisas todas? - ele perguntou, indignado.

_Fazer cara de arrependida, chorar e prometer não fazer de novo sempre ajuda. E é claro, família rica e com sobrenome importante é sempre uma boa. Você saberia disso se tivesse aproveitado sua juventude.

_Como se... - e então ele foi interrompido por barulho de sirenes. Sirenes de carro de polícia.

_Tobias - eu chamei, baixinho. Ele segurou minha mão, enquanto resmungava.

_Droga, droga e droga. Devem ter instalado alarme, para evitar roubo de materiais.

_Eu não ouvi alarme nenhum.

_Deve ser daqueles que não fazem barulho, mas que caem na central da polícia ou qualquer coisa assim. Passou uma matéria disso na Discovery esses dias atrás.

_Eu não assisto Discovery - eu disse - Mas como é que a gente vai sair daqui?

_Usando nossa única vantagem: eu conheço esse prédio muito bem. Você vai ter que confiar em mim. - e então ele puxou minha mão e voltou para dentro do prédio. Dessa vez, com a lanterna apagada. Eu tenho certeza que os jornais, os sites e as revistas iam amar publicar uma matéria sobre eu e Tobias sermos fichados por invadir um prédio.

_Charlie, nós dois vamos olhar o terraço - uma voz gritou. Provavelmente de algum policial - Wilmer, você guarda a porta que foi arrombada. Luke, você e o resto, se dividam nos andares restantes.

Sério, quantos policiais tinham ali? Ia ser impossível sair dali. Eu fazia o máximo possível para evitar respirar alto e evitar que minhas botas fizessem barulho.

Eu e Tobias fomos com cuidado descendo as escadas. Era meio difícil, levando em conta que tínhamos que esperar os policiais saírem de perto da escada e irem investigar o andar, para podermos descer mais um lance. E sempre tinha o medo de eles começarem a descer e acabarem nos encontrando. Minhas mãos tremiam. Eu nunca tinha feito alguma coisa nem parecida com isso.

No que me pareceu uma eternidade, chegamos ao térreo. O policial estava lá, na porta. Nós nunca conseguiríamos sair dali. Tobias pegou uma ferramenta que eu não sabia o nome. Será que ele ia partir pra cima do policial?

_Você tá louco? - eu sussurrei pra ele - Agora, além de invasão vamos responder por agressão.

_Olhe e aprenda, meu amor - ele sussurrou de volta. Então, ele jogou a ferramenta para o outro lado. Ele acertou sei lá o que, mas fez muito barulho. O policial da porta, olhou, e depois se aproximou de onde tinha vindo o barulho.

Tobias segurou a minha mão e sair correndo pela porta que estava sem o policial.

_Ei, seus malucos, parem - ele gritou pra nós, que não paramos. Depois ele gritou alguma coisa para os policiais que estavam lá e saiu correndo atrás da gente. Eu rezava para meu capuz não cair.

_Para o carro? - eu perguntei alguns minutos depois, embora eu já achasse que não. Eu não me lembrava da paisagem de onde estávamos passando. Nós não estávamos indo em direção ao carro.

_Não, não. O carro está perto de um restaurante, e vai ficar seguro lá, Não vai chamar atenção. Agora, se nós o pegarmos, certeza que o policial reconhece uma Ferrari. Não tem tantas assim em Chicago.

Eu ouvi as sirenes dos carros da policia. Droga. O policial continuava correndo atrás de nós, embora ele estivesse distante. Ele nunca nos alcançaria, e parecia ter diminuído o ritmo e estar esperando uma carona na viatura. Tobias virou algumas ruas mais, até sair em uma avenida bem iluminada. Ele tirou o moletom preto e me disse para fazer o mesmo. Nós jogamos o moletom em uma lata de lixo e entramos em um restaurante. Não poderíamos ficar correndo a esmo por muito tempo mais.

Pedimos uma mesa, e nos sentamos. Meu coração estava acelerado. Tobias pediu duas coca-cola. Nós nos encaramos por alguns minutos e depois começamos a rir. Eu vi mais algumas pessoas entrarem pela porta. O restaurante devia ser famoso por essas redondezas.

Minha risada acabou quando dois policiais passaram pela porta. Tobias pegou minha mão por cima da mesa e sussurrou um "aja normalmente". Ele começou uma conversa idiota, enquanto o o policial falava com a recepcionista. Ela apontou algumas pessoas. Eu, Tobias, e algumas outras que não tinham chegado fazia muito tempo. Ele com certeza havia perguntado quem eram as últimas pessoas que tinham chegado. os dois policiais se dividiram. Cinco minutos depois um deles encostou em nossa mesa.

_Peço perdão por interromper, mas eu poderia - ele fez uma breve pausa nos encarando - Bem... os nomes de vocês, por favor?

_Tobias Eaton.

_Beatrice Prior.

Ele murmurou alguma coisa como "claro, claro".

_Podemos ajudar em alguma coisa, policial? - Tobias perguntou, fazendo sua melhor cara de bom moço.

_Estávamos numa perseguição à alguns delinquentes... vocês não viram ninguém correndo por aí enquanto estavam chegando não, viram?

_Não, senhor - eu respondi.

_Claro, desculpem incomoda-los com isso. E parabéns pelo noivado - ele disse, nós agradecemos e ele se afastou.

A garçonete se aproximou, e anotou nossos pedidos.

_O que você aprendeu de lição, Tobias?

_Que não se deve invadir prédios abandonados - ele respondeu, com um sorriso travesso no rosto. Eu sorri pra ele.

_Bem, nós devíamos tentar alguma coisa parecida qualquer dia desses. Foi divertido - eu disse, rindo de alívio.

_Acho que agora, eu oficialmente, não sou mais um bom moço.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo!
Alguém gostou do capítulo?
Sério, eu tentei deixa-lo engraçado, espero que tenha funcionado. Amo vocês