O Trono de Gelo escrita por DISCWOLRD


Capítulo 19
A Declaração de Guerra


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente me desculpem, mas a semana passada fiquei sem net e não pude postar um novo cap. Me desculpem novamente, mas essa semana não será a continuação direta do cap anterior. Deixaremos um pouco de lado aquele acontecimento para vermos o que está ocorrendo em outro lugar. Voltaremos com Ashe e Sejuani em um acontecimento decisivo.

Aos que leem sem comentar, comentem nem que seja, "gostei do cap" já será o suficiente, assim sei que estão lendo e isso já é o bastante pra mim.

OBS:

Para escrever esse cap li muito do Circulo da Herança e o Senhor dos Aneis.



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A Declaração de Guerra

OST

— Isto é pra você, Ashe meu bem. — anunciou a mulher. Ela tinha longos cabelos brancos, um rosto com feições agradáveis e uma voz que inspirava confiança e ternura. Tirou um objeto escondido atrás das costas revelando um minúsculo arco, feito de madeira com meia dúzia de flechas entalhadas e penas azuis nas outras pontas.

A garotinha deu um largo sorriso e segurou o arco como se fosse um bebê em seu colo. Desde que ela viu sua mãe praticar com arco-flechas, ficou fascinada pelo arco dela, pelo modo como as flechas assobiavam, cortando o ar. Porém, Ashe foi incapaz de curvar a madeira quando tentou puxar a corda do enorme arco de sua mãe, e finalmente desistiu frustrada.

Mas aquele arco era exatamente do tamanho dela.

— Podemos testar? — perguntou se virando com olhos suplicantes para a mãe. — Por favor?

— Claro meu bem.

A mãe levou-a até uma clareira. Ensinou a postura correta, como tencionar a corda e mirar. Ensinou a dobrar bem o braço e deixar alinhado o cotovelo, por fim, mostrou-lhe o movimento correto dos dedos.

As primeiras flechas voaram perdidas. Uma atingiu o chão, outras algumas árvores, uma passou zunindo e atingiu o chapéu de um velho que passava por ali, a flecha passou pela cabeça dele e cravou-se com o chapéu nela na árvore. Outra atingiu a traseira de um Yeti desavisado e a ultima passou bem perto de um poro travesso.

Ashe pegou novas flechas e tentou novamente. Dessa vez com mais cuidado. O sol subiu atingindo o topo celeste. A garota havia acertado três vezes o alvo. Os músculos de seus braços doíam, seus dedos estavam machucados e as mãos tremiam, mas ela não queria parar. Mais algumas horas e ela já haviam acertado mais vezes que errado, para alegria dos Yetis e dos chapéus. A sua mãe convenceu a encerrar o treino, prometendo que retornaria outro dia.

OST

Ashe lentamente abriu os olhos e viu que estava envolvida por cobertores macios. Reuniu coragem e jogou as cobertas para o lado, olhando em volta, o quarto iluminado pelo brilho do sol que incidia através da janela.

Tryndamare sentou-se novamente na cama. Seus ferimentos haviam sido curados. No período de repouso, contra recomendação, tentou se levantar da cama, mas fora atormentado por dores terríveis e Ashe sempre o repreendia. Ele temia mais ela que os ferimentos. Os curandeiros lhe deram várias poções para beber. Com o passar dos dias, sua dor diminuía até sumir, e seus ferimentos cicatrizavam.

Agora curado ele se despreguiçou e olhou em volta, afastou o cobertor e admirou as duas taças de vinho ao lado. Foi perfeito para um encontro romântico com sua esposa. Ele riu lembrando-se da noite passada.

– Bom dia meu amor. — Disse

Ashe sorriu e deitou-se com ele. Tryndamare tomo-a em seus braços. Ele a envolveu, sentindo seu corpo e seu calor, excitando-se pela maneira como ela movia sensualmente seu corpo contra o dele.

— Prometa que você nunca irá me assustar assim de novo. — disse Ashe — Eu não suportaria perdê-lo.

Tryndamare a abraçou com mais força sentindo o aroma dela. Ashe deixou escapar um leve gemido. Por fim os dois se beijaram e passaram um tempo assim, em silêncio, curtindo um ao outro.

Ashe suspirou seus olhos revelaram uma preocupação e uma inquietação antes escondidas.

— Algo de errado? — Perguntou ele.

Os ombros de Ashe cederam

— Tenho medo de não ser uma boa rainha, de não ser uma rainha digna como Avarosa.

Tryndamare puxou seu rosto para junto dele da forma que ele pudesse olhar em seus olhos.

— Avarosa foi uma grande mulher, seu nome será sempre lembrado. — disse ele — Mas você é tão grande quanto ela um dia foi. Você é a mulher que escolhi amar e respeitar. Aqui eu reforço minhas palavras: não deixarei o nosso clã sucumbir ao caos e unirei o nosso povo. Sempre defenderei os avarosianos com minha força e vida.

Ashe sorriu, mostrando alguma fragilidade.

— Você é uma heroína para o povo. Alguém capaz de unir o nosso povo, e é nisso que acredito. — Continuou — Eu sempre estarei ao seu lado na guerra ou na paz, é tudo que posso oferecer.

Ashe sentou-se sobre ele e o beijou

— É tudo que preciso. — Respondeu

— Nós dois sempre estaremos juntos.

Ashe abanou a cabeça e puxou a mão de Tryndamare para o seu ventre.

— Nós três.

Os olhos dele se arregalaram e sua respiração falhou. Sua boca mexeu, mas nada disse. Ele olhava para Ashe e depois para barriga dela. Ela apenas sorria acariciando o rosto dele.

Por fim ele conseguiu dizer

— isto é... você está...

Ela sorriu para ele da forma mais doce que poderia

— Todo o rei e rainha precisa de um príncipe ou uma princesa.

Ele inclinou-se e beijou carinhosamente sua barriga, depois a abraçou. Pela primeira vez, o bárbaro que se tornou rei conhecido por sua raiva e violência, chorou.

— Por nossos filhos, eu lutarei pelo futuro de nossa terra.

OST

O dia seguiu calmo, mas os dois tinham um dever a cumprir. Os dois alcançaram até uma porta. Havia dois soldados que estavam de guarda, eles fizeram as devidas reverências e abriram-na. O salão era circular, no centro da câmara, uma mesa redonda de mármore ostentando o emblema de uma flecha e um arco em formas de runas, símbolo dos Avarosianos. Atrás da mesa erguia-se a estatua de Avarosa. Sentados ao redor da mesa, estavam alguns homens e mulheres cada um vestindo uma armadura ou roupas de luxo com emblemas e runas diferentes. Senhores de vários clãs que apoiavam os Avarosianos.

Quando a porta se abriu, todos se viraram. Primeiro veio Ashe, com o queixo levantado e o olhar firme. Atrás dela vinha Tryndamare com passos largos e firmes.

— Majestade Tryndamare – falou um deles — o conselho dos clãs se alegra vê-lo em bom estado.

Todos ficaram de pé e só se sentaram depois que Ashe e Tryndamare estivessem acomodados em seus assentos. Muitas dessas reuniões eram enfadonhas, discutiam assuntos, como por exemplo: quais clãs que tinham o direito sobre determinada terra, ou qual a taxa de tributo que deveriam cobrar, ou mesmo, como seria dado à caça e a pescaria nos meses mais quentes do ano. Mas a pauta dessa reunião era diferente.

Por um tempo quem falou foi Ghrim, do clã Garra de Urso. Era um senhor que aparentava ter sessenta anos, usava um elmo com um padrão dourado. Tinha uma barba branca que lhe caia pelo peito. Ele deu boas vindas a todos os presentes, citando o nome de cada um e seu respectivo clã, mostrou os problemas menores que deveriam ser resolvidos, expôs todos os pontos relevantes que seriam discutidos. Ashe manteve-se indiferente durante todo o discurso, escondendo as suas reações de todos os presentes.

Por fim Ghrim terminou seu discurso e este acenou com a cabeça para o homem a sua frente no outro lado da mesa. Frednir, o homem alto e corpulento com uma cicatriz que corria toda sua face, falou para que todos ouvissem.

— Estamos enfrentando uma crise que deve ser sanada rapidamente e de forma eficaz. A traição de Sejuani apenas evidencia o que já deveríamos ter feito há muito tempo. Declarar guerra. – Começou o homem

Os chefes de clã escutaram perfeitamente em silêncio. Levantando-se do seu acento, Frednir disse, olhando ao redor da mesa, contemplando cada um dos chefes de clã a sua volta.

— Eu digo isto, e me escutem bem chefes de clãs. Meus aliados. – continuou — Seja qual for o clã que quebrar as tradições ou atacar ao outro, já é por si só considerar um ato de guerra, devendo-se responder apropriadamente. Sejuani quebrou tanto as tradições, como atacou a Ashe e quase perdemos Tryndamare. Por isso digo, esse ato deve ser respondido apropriadamente!

Os presentes explodiram em aplausos. Exceto por Ashe e Tryndamare que preferiram manterem-se neutros. Por fim, os ânimos diminuíram e o silêncio retornou.

— Dreanor já nos contatou para oferecer sua ajuda. – Disse um dos presentes — Embora tenha sido mais do que cortês, ele com certeza estava elaborando os seus planos ao mesmo tempo em que conversávamos.

— Mesmo que aquele homem não seja o mais digno de confiança, sua ajuda na guerra será imprescindível. – Disse outro e todos assentiram.

Henya, uma mulher mais ao fundo se ergueu, apoiando suas mãos na mesa.

— Também temos que considerar os membros do clã Floresta de Pedra. A maior parte deles é leal ao nosso proposito, mas é difícil prever suas ações, mesmo na melhor das hipóteses. Eles podem decidir opor à aliança em beneficio próprio.

Frednir olhou para Ashe

— Estou certo que a rainha Ashe irá fornecer a legitimidade necessária para que as minhas ordens sejam compridas!

Ashe tentou analisar todos os ângulos da questão, sabendo que teria de tomar uma decisão rapidamente.

— Por que você, Flednir? – Disse Ashe para ele – Pensei que esses assuntos fossem tratados pela rainha. Você é um membro deste conselho, que só tem poder porque apoiam um ao outro e por fim aos avarosianos. Seria insensato e perigoso que um de vocês ficasse acima do resto. Não estou certa?

Uma certa intranquilidade se espalhou pela sala.

Ele provavelmente teria tomado o poder se fosse possível e obrigar os outros a apoiá-lo. – Pensou tryndamare

— Minha senhora — respondeu Frednir, escolhendo cuidadosamente as palavras – Eu me uni aos Avarosianos. Vi vossa majestade crescer, de menina até a mulher que é hoje. O povo a ama e eu a apoio. Eu estou aqui, junto com os outros clãs para apoiá-la em tempos difíceis.

Ashe e Tryndamare se olharam rapidamente. Eles sabiam que o conselho era como chacais prontos para morder ou avançar sobre os avarosianos. Eles queriam ter mais poder do que ela. Mas Ashe sabia que também precisava deles, não era só um conselho, mas os lideres de vários clãs de Freljord ali. Sem eles, os Avarosianos, mesmo sendo o maior e mais numerosos, não conseguiriam unir Freljord sem ajuda deles.

— O que vai acontecer — perguntou Tryndamare — se nós decidirmos não aceitar a guerra?

— Seria um gesto de extremo desprezo você não declarar guerra aos nossos inimigos. Se Ashe ignorar todos os fatos e acontecimentos e não declarar guerra. O que o povo poderá pensar a não ser que a sua rainha é uma líder fraca e medrosa, incapaz de defendê-los quando mais necessitassem. — Respondeu

— Eu poderia concluir que meus esforços seriam mais bem gastos liderando os Avarosianos, e praticando a diplomacia no lugar de armas. — Disse Ashe

— Isso não seria inteligente da sua parte. — Henya reprendeu.

Ashe sabia, caso realmente aconteça à guerra, os avarosianos precisariam de toda a ajuda. Ela não podia deixar os outros clãs furiosos, qualquer deslize seria uma grande perda.

— Nós não dissemos isso, mas Sejuani se uniu a Helmgrim o clã da Escama de Dragão se tornando mais fortes. Ela reúne cada vez mais homens sobre suas terras e cada vez mais clãs apoiam-na. Homens com espadas, machados e escudos prontos para destruir os avarosianos. – Disse Frednir – Devemos atacar ou seremos aniquilados. A guerra é inevitável.

Frednir disse colocando suas mãos encaliçadas sobre a mesa e sustentando olhar de cada membro.

— Os garras do inverno não aceitam negociações. Sabe disso Ashe. Quantas reuniões já foram feitas com Sejuani e ela nunca cedeu. Agora só nos restam as armas. Tudo que deveria ser feito, já foi feito. Henya, se levantou da mesa onde o conselho dos clãs estava reunido falou dando inicio a votação.

— Eu, Henya Orin, pela minha posição como chefe do clã Mão de Prata, voto na guerra!

Para a guerra acontecer, deve-se receber a maioria dos votos dos chefes presentes. Caso algum chefe ou representante de um clã falte, ele estará de acordo com o resultado final. Para se declarar uma guerra, todos os votos devem ser positivos.

O próximo foi um homem de baixa estatura ao lado de Henya

— Em nome do meu clã, Lâmina de Gelo – Ele declarou — Eu voto pela guerra!

Um guerreiro com uma longa barba amarela foi o próximo.

— Eu Madruk Heidamar, do clã Presa de Urso, voto pela guerra!

Frednir acenou com a cabeça para ele em agradecimento, e este acenou de volta. Seja o que Frednir tivesse prometido ou falado, todos ali estavam sobre sua influência. Assim se fez. Os demais chefes presentes, um por um, votaram positivamente pela guerra.

Até que por fim foi à vez do próprio Frednir.

— Eu Frednir Frey, chefe e do clã Escudo de Marfim. Voto pela guerra!

Nesse momento seria dado o ultimo e decisivo voto. Todos se viraram para Ashe tensos e apreensivos, ela daria sua resposta...

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OST

Os homens de vários clãs presentes no enorme salão rugiram, se levantando com um ruidoso barulho armaduras. Eles bateram cinco vezes com suas armas sobre seus escudos.

— Que se registre imediatamente o resultado dessa reunião – Gritou Olaf — a decisão dos presentes, e que as notícias sejam espalhadas ao vento.

Depois disso, ecoou na sala cinco batidas no enorme tambor. Cinco batidas com tamanha força que o próprio salão vibrou. Sejuani se levantou perante todos os presentes olhando a todos ao seu redor. Sua expressão era firme e absoluta. Não havia em seus olhos qualquer faísca de hesitação.

— Eu perseguirei esse objetivo sem hesitar até o dia em que meus ossos e carnes retornarem para a Freljord. – Proclamou

Então os homens e mulheres presentes se levantaram e ergueram armas sobre suas cabeças, juraram lutar até a morte. Quando os ânimos se acalmaram, mais alguns assuntos foram tratados e discutidos. Por fim, a reunião foi encerrada e os membros começaram deixar a sala.

— Olaf preciso que fique. – disse Sejuani

Olaf sentou-se novamente em sua cadeira, ignorando os olhares dos outros. A porta foi fechada e os dois estavam a sós.

— Então só temos de lidar com essa questão. – Disse Olaf — Não há razões para prolongarmos mais isso. Vou mandar os homens se prepararem imediatamente. Mandarei anunciarem, precisamos tornar a decisão pública. Isso não deve ser difícil de conseguir. – Disse ele

Sejuani concordou. Seus ombros cederam e ela se encostou sobre a cadeira, deixando seu corpo tenso relaxar. Passou um tempo ali, olhando para o teto repassando tudo em sua mente.

— Onde está o guardião dos espíritos? — Perguntou

— Udyr, precisou se ausentar. Disse que sentiu um grande poder vindo não muito longe daqui. Era seu dever como guardião.

Sejuani nada disse, ela aceitou a ajuda de Udyr, reconhecendo sua força. Sabia que ele é um recipiente para o poder indomado de quatro espíritos animais primordiais. Tigre, fênix, tartaruga e urso. Ela se lembrou que em Freljord há uma casta única que vive longe da sociedade. São eles que zelam pelo mundo natural: os Caminhadores Espirituais. Ela não estava disposta a ir contra os credos e deveres dele.

Ela suspirou, e passou sua mão sobre a região onde tinha sido ferida pela flecha. Nada restava ali, apenas uma pequena cicatriz. Depois que tombou na batalha, ela apenas lembrava-se de pequenos flashes. A dor da flecha, os seus homens protegendo-a em um circulo impenetrável a sua volta e Olaf levando-a sobre a cela do cavalo. Ela acordou deitada em seus próprios aposentos.

— Obrigada — disse — Devo agradece-lo por ter salvo minha vida.

Olaf surpreendeu-se pelas repentinas palavras. Sejuani pareceu embaraçada ainda com o olhar fixado nas vigas de madeira que corriam sobre o teto sustentando-o.

— Fiz o que deveria ser feito. — respondeu ele

— Estou contente por ter você ao meu lado, Olaf.

— E eu a você.

Ela mostrou-lhe um sorriso rápido. Depois se aprumou sobre a cadeira e lançou para ele um olhar compenetrado.

— Olaf, se você me der sua total lealdade, isso pode virar os outros clãs contra você, pois estará dando o seu serviço somente a mim.

Olaf riu

— Os membros dos outros clãs são tolos se acham que podem controla-la. Se você for contra os outros, eles serão forçados a se renderem, pois as pessoas te apoiam de todo o coração. Neste momento, você é a pessoa mais poderosa dentro dessas terras.

— Mas não seria sensato ir contra os outros clãs que supostamente juraram fidelidade a mim.

— Por quê, com as tropas e o meu apoio, quem se oporia a ti?

— Um plano desses seria desastroso. Todos os outros virariam contra nós. Eu irei fazer de Freljord uma nação forte. Unida pela força, mas não preciso fazer disso mais inimigos que o necessário. Olaf, se aceitar a minha liderança, continuarei a traçar o caminho estabelecido.

Olaf sacou uma espada e andou até onde Sejuani estava. Assim como esperava, não viu qualquer traço de temor nos olhos dela. Ela fez menção de agarrar alguma coisa embaixo da mesa. O bárbaro parou à sua frente e se ajoelhou, fincando a espada no chão.

— Sejuani, eu estou aqui lutando ao seu lado já há algum tempo. Nesse período vim a respeitar seu clã e consequentemente, você. Você lutou quando outros fugiram, venceu onde os outros sucumbiram. Por isso, aqui reforço minhas palavras, lhe ofereço a meu machado... e a minha lealdade até que eu tenha uma morte digna.

Olaf se pronunciou com firmeza. Sua vida Foi vivida somente pelo bramido de um grito de guerra e da colisão das espadas. Impelido por sua fome de glória e pela maldição iminente de uma morte esquecível. Por anos rendeu-se à sede de sangue que existe em si.

Seus passos levaram-no por Freljord enfrentando inimigos, para achar em combate sua tão ansiada morte gloriosa. Seguiu na caçada de cada criatura lendária com garras e presas, esperando que a próxima batalha seria sua última. Em todas às vezes ele avançou em direção à sua ansiada morte, somente para ser poupado pelo frenesi que o dominava quando chegava ao seu limite.

Em sua missão lhe conduziu até a mais temida tribo de Freljord: a Garra do Inverno. O choque entre Olaf e Sejuani fez tremer as geleiras com força e, embora ele tenha parecido ser indomável, ela combateu o berserker até sua paralisação. Travados em luta, o olhar de Sejuani penetrou a aura de cólera de Olaf de maneira que nenhuma arma poderia fazer. Seu frenesi se acalmou o suficiente para ela lhe fazer uma oferta: Sejuani jurou que ela encontraria para Olaf sua morte gloriosa se ele empunhasse seu machado na campanha de sua conquista. Foi nesse momento que Olaf jurou entalhar seu legado na própria Freljord.

Com o tempo as lutas não eram mais algo que fazia para si próprio, mas para os outros clãs e todas as pessoas que não conseguiam empunhar uma arma. Por mais que fosse durar, ele estava empenhado em realizar tal tarefa. Por enquanto, o melhor que podia fazer era servir. Essa nova visão aos poucos supriram sua inflamada ânsia de uma morte gloriosa. Sua visão dela de respeito, logo evoluíram para sentimentos mais fortes que não conseguia compreender. Mas que lhe fazia ansiar por segui-la e apoia-la até o fim dos seus dias.

Sejuani agarrou o cabo da espada e a ergueu, olhando fixamente para ele. Ela andou a sua volta estudando-o. Olaf podia sentir o olhar dela. Depois colocou a ponta da espada sobre a cabeça dele.

— Aqui reforço o nosso acordo. Aceito sua lealdade com muita honra, guerreiro. — Depois passou a espada para baixo de seu queixo e ergueu a cabeça dele olhando-o nos olhos. — Erga-se como meu braço direito e pegue sua espada. Pois precisarei de sua força para a batalha que virá.

OST

Durante uma hora, seguiram pelo vilarejo. As ruas eram amplas e abarrotadas. Pessoas corriam por todos os lados para tomar conta de seus deveres. Muitas pessoas se amontoavam nas ruas para saldarem Sejuani. Os guerreiros levantavam suas armas, as mulheres e crianças acenavam e chamavam seu nome, enquanto outras se curvavam. Sejuani respondia com acenos e gestos.

Olaf e os outros guardas seguiam em frente, abrindo o caminho entre as pessoas. Assim prosseguiram em direção a até onde estava acomodado as tropas. Uma grande área com uma fortaleza de pedra espremida contra a lateral da montanha e protegido na frente por um alto muro de madeira e torres de vigias.

Enquanto eles se aproximavam, puderam ouvir gritos vindos das torres de vigias.

— Abram os portões, Sejuani está vindo!

Um grupo de homens armados empurraram os portões. Os portões se abriram e o grupo entrou. Todos saudaram quando Sejuani entrou no pátio, grupos de guerreiros homens e mulheres. Olaf podia ver em seus rostos olhares de admiração e respeito.

Sejuani era uma guerreira completa, moldada pelo frio imperdoável de Freljord. Nascida para liderar através da força e da guerra. Assim pensava Olaf, mas ela se mostrou mais que uma guerreira, ela se mostrou uma rainha digna. Certa feita, Olaf queria que um desertor chamado Troin do exército, fosse decapitado na Praça de Serylda. Olaf achava que o desertor Troin era um mau exemplo. Se a um ou dois fosse permitido que escapassem sem pagar a plena punição, outros poderiam ser levados a imitá-los. O único modo de desencorajá-los, era mostrar-lhes as cabeças daqueles que haviam tentado. Os possíveis candidatos olhariam aquelas cabeças e pensariam duas vezes sobre a seriedade do seu dever.

Sejuani, porém, tinha descoberto fatos que Olaf não sabia. A pequena irmã do soldado adoecera gravemente. Havia na família um irmãos e duas irmãs, todos pequenos, e uma mãe já em idade avançada. Todos poderiam ter morrido no intenso frio do inverno se o rapaz não tivesse deixado seu acampamento, ido a sua casa e cortado lenha para eles. Assim que Troin cortou as toras se apresentou, mesmo sabendo que teriam de enfrentar a punição e mesmo a morte. Por fim Sejuani os aboliu da punição. O jovem Troin tornou-se por ser um dos mais fies guerreiros dela.

OST

— Sejuani! — Chamou uma voz

Sejuani deteve-se com um pé sobre a sela de Bristle e olhou para trás, vendo uma senhora caminhar na direção dela com um punhal na mão. Os guardas avançaram para interceptá-la, mas Sejuani gritou para eles:

— Deixem-na passar!

Eles afastaram-se. A mulher aproximou-se dela. Olaf empertigou-se, mas se deteve quando Sejuani com um gesto mostrou que não havia necessidade de violência.

— Eu sou Adriel mãe de Troin que lhe serviu. — Exclamou ela — Minha senhora saiu na companhia de guerreiros para a reunião com os Avarosianos, mas poucos voltaram. Meu filho estava entre os que tombaram. Exijo a verdade sobre o meu filho.

Sejuani informou a ela da maneira como foram emboscados, como lutaram em menor número e da forma como procedeu para vencerem os inimigos. Por fim, falou da morte do seu filho, da forma como lutou bravamente, como sua morte foi honrosa e do guerreiro bravo que foi. Adriel lamentou-se, chorando e murmurando palavras sobre seu o amor pelo filho. Durante algum tempo ela se manteve envergada e clamando aos deuses que recebessem a alma de seu filho. Com toda a força que reuniu, ergueu-se, ainda com as lágrimas lhe escorrendo pela face.

— Agradeço por ter me recebido e ter me dado pessoalmente a noticia sobre o destino de meu amado filho, minha rainha. — disse a mãe — Devo enxugar minha lágrimas, pois hoje meu filho bebe na companhia dos deuses e de seu pai. Fico contente por saber que ele morreu honrosamente, tal como um guerreiro deve morrer. Assim como seu pai morreu antes dele.

— Foi muito corajoso — disse Sejuani — Mesmo sabendo que os nossos inimigos eram mais numerosos, ele avançou para me defender. E o seu sacrifício me deu tempo para reagir. Se não fosse a sua intervenção, duvido que estivesse aqui agora.

A mulher depois de alguns minutos, pegou sua adaga e todos os guardas levaram as mãos as espadas, mas detiveram-se quando Sejuani os reprendeu com um gesto. Ela ergueu o instrumento e cortou a palma da mão, não gemeu ou hesitou, mas as lágrimas escorriam por sua face evidenciando sua tristeza. Depois ela endireitou-se e respirou fundo.

— Foi minha senhora que uniu nossa tribo e tenho certeza que serás uma rainha digna. Foi também minha senhora que matou os bandidos que atormentavam o meu vilarejo e permitindo-nos assim escapar da morte. Minha senhora abrigou-nos em suas terras quando as nossas terras já não davam mais frutos. Foi minha senhora que poupou a vida de meu filho da punição. Nosso povo jamais esquecerá isto. Corre pelas bocas o rumor de que partirá em guerra, é verdade?

Sejuani assentiu.

— Pelo meu sangue — Adriel mostrou sua mão ferida — Eu prometo que servirei a vossa majestade, assim como meu filho serviu em vida.

Sejuani tirou do cinto um punhal e com movimento certo, cortou sua mão deixando o sangue escorrer.

— Seu filho não morreu em vão, senhora. Eu prometo pelo meu sangue que irei vinga-lo.

Então Sejuani montou em Bristle erguendo a mão como se fosse uma espada

— Enquanto a vida habitar os meus ossos, farei de tudo para unir Freljord em uma nação forte. Me aflige ficar se escondendo nas planícies enquanto outros mais fracos decidem o futuro da nossa terra, é impróprio para clãs fortes como os nossos. Quando as crônicas dessa era forem escritas, deverão eles dizer que lutamos pelo futuro, como os heróis da antiguidade, ou que nos sentamos covardes em nossos salões como camponeses amedrontados? Pois eu digo... vamos para a guerra!

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Considerando o quão pressionados pelos clãs Ashe estava, esperava ardentemente que a votação tivesse um outro turno. Mas não tinha esse luxo. Por um tempo ela ponderou, evitando mostrar qualquer reação. Pensou em tudo que tinha passado até então, os sacrifícios que suportou, as dificuldades que enfrentou e as batalhas que travou. Mas uma vez, seria colocada a prova como rainha, sua escolha não só decidiria o destino dos Avarosianos como de toda a própria Freljord.

Quando criança, Ashe sempre foi uma sonhadora. Ficava maravilhada com as fortalezas colossais e abandonadas de seus ancestrais, passando horas ao lado da fogueira ouvindo contos dos fabulosos campeões de Freljord. Os eventos da vida levaram-na ao se udestino: arco de Avarosa. Com ela em mãos sua visão de unificação pacífica, a tribo de Ashe não demorou a prosperar, tornando-se a maior de Freljord. Conhecidos como Avarosianos, eles se unem ao redor da crença que uma Freljord unida se tornará novamente uma grande nação.

As palavras de sua mãe ecoaram de sua memória...

Minha querida filha, é isso que eu te digo. Nunca se esqueça de quem você é, porque é certo que o mundo irá cobrar. O seu povo não existe porque você se tornou rainha, minha filha, mas a rainha existe por causa de seu povo.

Ashe inclinou-se para frente, cada músculo do seu corpo tenso. A sala estava mergulhada em silêncio. Tryndamare prendeu a respiração enquanto esperava para ouvir o que ela iria dizer.

— Parece que mais uma vez é minha a tarefa de decidir o resultado da reunião de hoje. Eu ouvi com cuidado os argumentos. Ouve observações às quais eu concordo e outras que discordo. Mas isso não é apenas mais uma batalha a se decidir. Sempre opto por não considerar sacrificar nossos guerreiros e afastar de nós o embate do aço. No entanto, isto não é o caso. Longe disso. — Ashe se levantou e sustentou o olhar de cada um presente na sala. Sua voz imbuída em determinação e firmeza. Seus olhos brilharam. — Se Sejuani sair triunfante dessa guerra, não será a nação unida e prospera que sonho, e pressuponho que todos aqui me apoiam pensando o mesmo. Se queremos constituir o reino que um dia sonhamos, nós devemos vencer Sejuani.

Ela ergueu sua mão como se empunhasse uma espada e todos tiveram a impressão que parecia ficar cada vez mais alta e altiva. Sua presença havia crescido como um gigante e sua sombra parecia encobrir toda a sala.

Não existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício. Se esse for o preço de uma Freljord mais justa... em nome do meu clã, os Avarosianos... nós lutaremos para ser uma tribo, um povo, uma Freljord...

Sua voz parecia vibrar dentro de cada um deles.

— ...Eu escolho a guerra!

O conselho de clãs rugiu. No meio do clamor dos membros, Ashe olhou de relance para Frednir, o rosto dele era uma máscara com olhos mortos. Havia um sorriso, não era apenas um sorriso de vitória havia algo mais, era como um sorriso de escárnio.

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OST

Frednir se esgueirou por um beco escuro, o mundo estava mergulhado na noite. Ele caminhou nas sombras para logo depois entrar em uma humilde casa. Entrou reparando nas paredes quase sem cor e na mesa velha. Havia uma tensão no ar.

Ele havia chegado ali depois da reunião do conselho. Caminhou silenciosamente, para a escuridão e mais para dentro da casa, seus olhos já acostumados a escuridão do local. Ele entrou em um cômodo, para logo depois fechar a porta com o trinco atrás de si.

— Como foi à reunião? – Perguntou a voz que vinha mais ao fundo. A pessoa se aproximou da fraca luz que passava pela janela. Revelando-se. – Estamos sozinhos, pode voltar a forma normal, milady.

— Salvo pequenos contratempos, tudo saiu como planejado. Vladimir. — Frednir virou os olhos e sua forma tremeu, seu corpo aos poucos mudou sua estrutura. O homem corpulento com uma cicatriz deu lugar a uma sensual mulher. Leblanc – A guerra foi declarada e agora Ashe e aqueles que a apoiam, estão movendo suas tropas para Howling Abyss, bem como Sejuani certamente fará o mesmo.

Vladimir sorriu e se aproximou da janela observando a noite.

— Frednir foi a melhor escolha. Matar o líder do mais influente clã e tomar o seu lugar na reunião foi um plano perfeito. Bem como influenciar todos os outros clãs para votarem pela guerra.

— Não foi difícil – ela riu – Todos tem o seu preço.

Leblanc sorriu e sentou-se na cadeira

— As peças estão postas e o tabuleiro está pronto. Agora que comece a guerra.


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Notas finais do capítulo

Salve salve galera, espero que tenham gostado. Prox semana voltaremos com Ezreal e Anivia.

“Quando as crônicas dessa era forem escritas, deverão eles dizer que lutamos pelo futuro, como os heróis da antiguidade, ou que nos sentamos covardes em nossos salões como camponeses amedrontados?” - Pertence ao livro de circulo da herança.

A frase dita pela mãe de Ashe não pertence a mim.

“Não existe triunfo sem perda, não há vitória sem sofrimento, não há liberdade sem sacrifício.” – Frase dita em O senhor dos Anéis

Vamos revisar tudo que está acontecendo?


1 – Anivia tomou posse do corpo de Ezreal
2 – O ovo foi entregue para ele, agora cabe a sua turma chegar ao templo antes que aconteça a guerra.
3 – O plano de Vladimir deu certo e finalmente a guerra vai acontecer
4 — Noxus e Demacia vão sair no tapa também, só pra lembrar.
5 — Katarina e Garen estão chegando em Freljord para impedir Vladimir (já já terá mais dos dois)
6 — Braum chegou a tempo para ajudar Nunu e Annie
7 — Lissandra sabe do ovo, ao passo que se prepara para a guerra
8 — Os ursines estão em atividade (Spolier: aquele urso lá que “atacou” Annie e Ezreal era Volibear, explicações virão)
9 — Udyr está indo para o Vilarejo de Lisk (O vilarejo onde está Ezreal, Riven, Annie, Nunu, Bradog, Braum, Trundle e Lux)
10 — Eu não me esqueci de Darius que está indo atrás de Ezreal para pegar os segredos do Dr Lyte
11 — já já Ezreal saberá da morte do tio e com isso um grande segredo (Hist dos pais de Ezreal e mais. OBS: forte ligação com Ionia)
12 — O guardião que o ancião se referiu, Greyo, é aquele fantasma da loja do Aram (sim ele vai aparecer terá uma participação fundamental)
13 — Malzahar e Tresh estão vindo para Freljord para sequestrar Lux.
14 — Novos campeões vão entrar na Hist ( possivelmente Leona e Lee sin. Pretendo já introduzir com ele os Yordles)
15 — Brand foi libertado por Vladimir com a condição de matar Lissandra.
16 — Vladimir irá ressuscitar o barão
15 — Ashe e Sejuani declararam guerra!

Então é muita coisa acontecendo, para acompanhar, favoritem, coloquem ai em "acompanhar". Para aqueles que leem sem terem conta, façam isso ajuda a divulgar.

Para os que querem me add no jogo =>> DISCW0LRD