Red Angel escrita por Malina Endou


Capítulo 33
Capítulo 33- Quarenta anos depois.


Notas iniciais do capítulo

Yo!!

Aqui está mais um capítulo de Red Angel!
Nem acredito que só faltam mais uns quatro capítulos (segundo os meus cálculos) para a fic terminar! Y^Y

Boa leitura!



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Pov Malina

Continuava tudo na mesma. Nós não sabíamos o que fazer e nem imaginávamos como podíamos mudar a nossa situação. A manhã tinha sido frustrante e mal consegui prestar atenção nas aulas. Precisávamos de um treinador e estava cada vez mais difícil encontrar um depois do dono do restaurante ter recusado ajudar-nos.

—O que vamos fazer? Só faltam dois dias para a final.- O Someoka tinha mesmo que nos lembrar disso? Nós sabíamos que o prazo estava a apertar.- Temos de ter um novo treinador seja como for!

—Que irritante! Essas estúpidas regras!- a Aki assustou-me. Foi a primeira vez que a ouvi gritar. Coloquei as mãos atrás das costas, pousando no chão frio do telhado da escola.

—Os outros perderam a sua motivação. Nem se quer tem vontade de treinar.- Olhei para o Domon. Ele também não parecia muito diferente- Para quê?- eu e o Kazemaru assentimos.

—Nunca imaginei que nos pudéssemos encontrar nesta confusão.- O meu primo deitou-se logo no telhado, rendido- É que não me surge nada de nada!

Suspirei. Levantei a cabeça e olhei para o céu contemplando as nuvens e vendo um avião passar. Há imenso tempo que não andava num e provavelmente não voltaria a fazê-lo, ainda que gostasse de voltar a alguns países e visitar os amigos que fiz, aqueles com quem ri, com quem... joguei futebol.

—Rapazes...- finalmente tinha uma ideia- Vou perguntar-lhe uma vez ao dono do restaurante.- O Mamoru levantou e olhou para mim, sendo recebido com um sorriso- E tu vens comigo, capitão!- ajeitei a saia do uniforme e levantei-me. Aquilo tinha de funcionar.

Ambos fomos de seguida buscar as nossas coisas à sala, arrumamos tudo e saímos a correr na direção do restaurante. O Mamoru queria que lhe contasse o que tinha planeado, e foi exatamente o que fiz, contando-lhe sobre como fazia os outros jogarem futebol comigo, mas desta vez, o Mamoru seria a parte essencial do meu plano.

—Tens a certeza que vai resultar?

—Se ele realmente gosta de futebol, nunca recusará um desafio.- Nesse mesmo instante fomos obrigado a parar assim que um homem se colocou diante de nós.

—Vocês são Mamoru e Malina Endou, não é?- o Mamoru pôs o braço dele à minha frente, fazendo-me recuar.

—Não se preocupem.- Retirou algo do casaco e apesar do susto inicial, vi que era uma espécie de carteira- Este sou eu.- Abriu e mostrou-nos o seu conteúdo.

—Detetive Onigawara?!- ficamos ambos embasbacados.

Logo após a surpresa, o detetive pediu-nos que o seguíssemos até ao parque da Torre Inazuma onde precisava de falar connosco em privado, nunca local onde houvesse mais silêncio. Segundo ele, tinha algo para nos contar que nos iria interessar bastante. Estava curiosa para saber do que se tratava uma vez que nos travou a meio de algo importante.

—E o que queria falar connosco?- o Mamoru foi primeiro a falar depois de todo o silêncio durante o trajeto.

—Fiquei a saber que a equipa de futebol está à procura de treinador.

—Sim, é verdade.- Confirmei.

—E senhor é um treinador, detetive?! A sério?!- o Mamoru aproximou-se logo com os olhos a brilhar, todo entusiasmado. Não é que eu estivesse mesmo.

—Não, lamento. Temos que não é para mim.- O meu primo afastou-se logo. Tínhamos de continuar a tentar- Não é que não goste de futebol, mas é que sempre fui um fã da técnica que vi antes de vocês nascerem.- O detetive de uma volta sobre si próprio e depois esticou o braço direito. Eu e o Mamoru abraçamo-nos com o susto- A God Hand! Reconheci que quando te vi a executar a técnica no jogo contra a Teikoku, fiquei com pele de galinha.- Mas ambos nos soltamos logo ao ouvir o entusiasmo do detetive- Era como se a Inazuma Eleven tivesse voltado.

—Você conheceu a Inazuma Eleven?!- perguntamos novamente ao mesmo tempo.

—Claro! Eram tão bons que nem sequer conheciam o significado da palavra "derrota".- Corremos até ele. Queria que nos contasse mais!

—Isso é incrível!

—Sim, mas conhecem a tragédia que aconteceu à Inazuma Eleven?- entreolhamos antes de voltarmos a encarar o detetive, negando com a cabeça- Pois, ouçam.- Os três fomos sentar-nos num dos bancos junto às barras cinzentas- Há quarenta anos ia-se celebrar o jogo que decidiria o campeão do torneio nacional de Football Frontier, entre a Inazuma Eleven e os novos estrelas do torneio, a Teikoku Gakuen. Porém, ainda que seja difícil de acreditar, o bus em que ia a equipa da Raimon, sofreu um acidente por culpa de uma falho nos travões e os jogadores saíram feridos.- Apertei o tecido da minha saia. Que horrível- Apesar do acidente, decidiram seguir até ao estádio, ainda que tivessem que ir a andar. Mas receberam uma chamado no estádio em nome da Inazuma Eleven dizendo que renunciavam o jogo. O resultado foi que a Teikoku saiu vencedora, e desde aquele então eles ganharam sempre, durante os últimos quarenta anos.- Então era essa a história. Levantei a cabeça e olhei para a cidade- E dentro da Inazuma Eleven estava aquele que causara o problema.

—Tem a certeza disso?- como era possível as pessoas fazerem algo assim? Parecia que estava tudo voltar a no tempo depois do que o Fuyukai tentou fazer connosco.

—Sim. Não há dúvidas.- Era aterrador.

—Mas quem é que fez a chamada?- o Mamoru parecia ter-me lido os pensamentos. Se todos os jogadores, mesmo depois do acidente, pensavam ir até ao estádio, não podia ter sido nenhum deles.

—Ainda não sei. Mas aquela chamada tinha alguma coisa estranha, por isso tornei-me detetive para descobrir a verdade.- Era impressionante! Depois de tantos anos, e do tempo que deve ter demorado, ele conseguiu realizar o seu objetivo e não esqueceu o acidente- Suponho que vocês ficaram surpresos ao saber esta história.- O Mamoru riu-se.

—Sim. Fiquei um pouco surpreendido, detetive.

—E o dono do restaurante? Ele foi jogador da Inazuma Eleven?- voltaram-se ambos para mim. Precisava de uma resposta positiva. E o detetive sorriu.

—Claro que sim. Foi um aluno do Daisuke e tinha a mesma posição que tu, Mamoru, goleiro.- Voltou-se logo o meu primo que abriu de imediato um sorriso.

—Goleiro?!- isso só ajudava no meu plano. Eu e o Mamoru olhamos um para o outro e assentimos.

—Ele era fantástico.- De seguida levantamos para ir embora- Formou-se imitando o Daisuke e mais parecia uma parede de ferro que um jogador de carne e osso.

—Muito obrigado, detetive Onigawara.- Curvei-me antes de correr atrás do meu primo, já adiantado. Ouvi o detetive chamar-nos, mas continuamos a descer as escadas em direção ao restaurante.

—Tenho a certeza que foi o avô que nos enviou aquele detetive para falar connosco.- Olhei para o Mamoru enquanto ele corria à minha frente- De certeza que foi coisa dele.- Sorri. Era uma forma bonita de pensar.

—Se aquele homem foi goleiro, então assim será muito mais fácil falar com ele, não concordas?- riu-se.

—Claro que sim!

Corremos toda a cidade Inazuma até chegarmos à zona da restauração, passando por várias pessoas que nos cumprimentavam com sorrisos ou simplesmente acenavam, algumas não conhecia mas o Mamoru parecia saber de quem se tratavam. E finalmente quando chegamos ao restaurante, o meu primo abriu logo a porta, deixando-nos nos ver o dono do estabelecimento sentado a ler o jornal no fundo do local.

—Outra vez vocês?- e entramos.

—Sim, nós outra vez.- Deixei o Mamoru falar por enquanto, o resto seria comigo.

—Por muito que venham a resposta não vai mudar.

—Nesse caso, desafiamo-lo para um duelo.- Agora era a minha vez.

—Um duelo?

—Isso mesmo.

—O detetive Onigawara contou-nos que foi goleiro da Inazuma Eleven!

—Esse Onigawara é um autêntico fala-barato.- Como assim ele nem mostrava importância?- Meu Deus. O preço da farinha voltou a subir.- Ok! Aquela tinha sido a gota de água. Só quando atirei fortemente a mala para cima da mesa é que pareceu dar-me atenção.

—Ma-Malina...

—Se você é goleiro como meu avô e primo, deveria poder parar todos os remates que lhe façam, não? Já sabemos o que aconteceu. E então se há muito tempo não poderam jogar uma partida? A vida não acaba por isso, não vê?

—Não digas patetices.

—Ela tem razão.- Olhei para o meu primo- O goleiro deve cravar os pés no chão e por todas as suas forças para não se mover um centímetro, ou se não, não poderá proteger a baliza que tem o dever o de proteger.- Sorri. Bem dito!

—De que força estás a falar?- e riu-se logo de seguida como se fizesse pouco dele- Isso soa como se o tivesse inventado o mesmo Daisuke. Um goleiro defende a baliza quando a equipa lhe emprestas as suas forças para parar os ataques.

—Exato! Por isso mesmo tem de conseguir parar todos os remates num duelo!- não pensava desistir da minha ideia.

Foi assim, por montes de vezes, que consegui obrigar vários rapazes dos países por onde a jogar futebol quando diziam que por ser rapariga, teria de ficar de fora. Houve muitos que perdi e foram poucos os que ganhei, mas em ambos acabei a jogar e ganhei os respeito dos meus adversário que perceberam a minha força e a minha vontade de continuar a lutar mesmo depois de cair cem vezes.

—Num duelo?

—Sim. Assim poderá ver o quão bom é o nosso goleiro.- Apontei para o Mamoru que sorriu de imediato. De seguida virei-me para o homem e levantei três dedos- Você poderá rematar três vezes à baliza e se o meu primo conseguir para-los, você será nosso treinador.

—Oh. Com que então três remates. Mas que duelo mais absurdo.- se ele pensava que eu estava a brincar, enganava-se.

—Então? Joga ou não?

—Que confiança tens, menina.- Olhei para o meu parente a sorrir.

—Não tenho razões para não confiar.

Acabamos por combinar com o dono do restaurante que nos encontraríamos junto ao campo da ribeira com o Mamoru que entretanto teve que ir à escola vestir o equipamento e ir buscar uma bola para pudermos fazer o duelo. Eu fui para o campo com homem e não precisamos de esperar muito para que o meu primo chegasse a correr e a gritar que estava pronto e assim que chegou ao campo, passou a bola para o dono do Rai Rai enquanto ia para a baliza colocar as luvas e preparar-se.

—Ei, chefe! Há quanto tempo não rematava uma bola?- olhei para o homem e fiquei surpreendida a vê-lo dar toques na bola como se o fizesse todos os dias.

—Bastava-me apenas com olhar.- Esperava que tudo corresse bem para o nosso lado.

—Muito bem! Vamos começar!

O homem voltou a dar mais um toque na bola antes de chutar com imensa força para um dos lados da baliza. Felizmente o Mamoru conseguiu saltar a tempo e para-la com uma mão. Não pude conter a alegria. Acabei por dar um salto com a minha felicidade antes de correr para junto do meu melhor amigo.

—Estás bem?

—Mas que força. Nota-se que era da Inazuma Eleven.- Estiquei-lhe a mão para o ajudar, pondo-o de pé, antes de me virar para o homem.

—Primeiro remate - defendido.- Chutei a bola para ele, a qual agarrou com uma das mãos.

—Nada mal.

Saí rapidamente da frente e fui para o local onde estava anteriormente, vendo o dono recuar uns quantos passos antes de atirar a bola ao ar e rematar com uma força ainda mais tremenda que a primeira. O Mamoru percebeu que este lance era bem pior que o outro e foi obrigado a usar a sua técnica Fireball Knuclek indo parar a bola novamente à mão do homem.

—Com que então a Fireball Knuclek.

—E que tal?!

—É isso mesmo!- não consegui evitar saltar de alegria.

—Não se emocionem tanto. Se o próximo entrar acabou-se essa maluquice de ser vosso treinador.- Entrelacei os dedos, rezando para que isso não acontecesse. O Mamoru ia conseguir.

O senhor colocou calmamente a bola no chão antes de erguer a perna bem alto para chutar. O seu remate foi tão forte que fui obrigada a colocar as mãos à frente da face com o vento que se levantou. Aquele era sem dúvida o mais poderoso de todos, tanto que o meu primo foi obrigado a fazer a God Hand para a deter, conseguindo na perfeição!

—Sim!- corri até ele e abracei pelo pescoço. Ele era sem dúvida alguma incrível. Assim que ouvi o senhor rir-se, soltei o meu familiar e ficamos a vê-lo aproximar-se.

—Isto sim foi uma surpresa. É como se o mesmo Daisuke tivesse voltado. Tanto um como o outro parecem-se mesmo com ele, mas de formas diferentes.- Não entendi bem o que queria dizer, mas agradecia o elogio- Como é que vocês se chamam exatamente?

—Eu chamo-me Endou Malina.

—E eu sou Endou Mamoru.

—Com que então Malina e Mamoru. São primos, não?- assentimos, antes de o vermos rir- Vocês não são nada parecidos um com o outro.- Voltamos a entreolhar-nos. Ele estava a dizer coisas muito estranhas.

*

—Rapazes, este é o nosso novo treinador!- baixei as mãos após a apresentação teatral, sorrindo de tão feliz que estava. Era difícil conter a minha felicidade. E ao vê-los a todos, dentro da sede, de sorriso no rosto, a minha alegria só aumentava.

—Chamo-me Hibiki Seigou. É um prazer rapazes. E agora vamos lá, que a final está quase aí. É hora de ir treinar.- Olhei o Mamoru por trás das costas do treinador, e ele fez o mesmo, antes de ambos dar-nos os nossos maiores sorrisos.

—Sim!


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Notas finais do capítulo

Reviews?!
Kissus!



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