Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 54
Amor e honra


Notas iniciais do capítulo

Heyy sei que demorei, sorry tive que reescrever esse capitulo inteiro e ele ta bem grande e me deu bastante trabalho u.u
Mas ta ai, aproveitem



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Ás

Se havia algo que eu sentia falta em Copas era o calor, pelos céus, como esse povo pode viver com esse frio quase eterno? De todo modo suspirei e joguei minhas pernas para cima do sofá onde eu estava sentado, encarando Lyh, que se encontrava sentada no tapete a minha frente, se aquecendo perto da lareira. Ela falava sobre qualquer coisa relacionada a quão bela e rara era a primavera em Neal, mas eu apenas passei a observá-la por um breve momento, eu sinceramente fazia muito isso, reparei que alguns fios rebeldes caiam sobre seus olhos de modo engraçado e em como ela parecia iluminada pela luz das chamas, por mais que eu tentasse, não podia evitar tentar enchergar qualquer vestígio da Alisson, o minimo que fosse. Desviei o olhar, a cada segundo que eu pensava em Alisson a presença de Lyh se tornava mais insuportável para mim, como sempre acontecia, por mais que ela possa ter o dom de passar uma sensação de paz a todos eu não conseguia bloquear a imagem de Alisson. Robin estava na janela, pensando na vida ou qualquer coisa assim, jamais consegui encará-lo muito tempo também, pensar em como ele é misterioso e distante e em como Lyh o admira a todo momento e em como seus olhos brilham de modo apaixonado, tudo isso, sei que não deveria, mas me sufoca.

—Ziann? – Quase cai do sofá ao ouvir a voz de Cedric, ele apenas riu de mim e voltou a ajeitar a postura. —O rei quer falar conosco.

—É sobre o nosso pedido de apoio? – Lyh questionou, animada.

—Sim, quer vir conosco?

Ela fez uma cara de desgosto e negou rapidamente, me fazendo rir. —É muito sério para uma cabeça de vento. – Zombei, recebendo seu olhar de indigada, Robin se aproximou e acenou para nós, se sentando no tapete ao lado de Lyh, ele a abraçou, a fazendo sorrir ternamente. Rapidamente desviei o olhar para o lado, encontrando o meio sorriso e o olhar compreensívo de Cedric, ele sempre foi o tipo de amigo que me compreendia sem precisar de palavras.

—Vamos então? – Propôs ao ver meu estado e já saiu me puxando para fora. —Temos uma longa conversa a tratar com o rei.

Emburrei a cara, desanimado. —Só de pensar me dá preguiça.

# # #

Na sala onde Jason nos aguardava tudo parecia extremamente calmo, parecia que todos trabalhavam para que o rei tivesse o maximo de tranquilidade possivel. Não pude deixar de notar que ao fundo, pregada em uma parede, estava uma grande bandeira branca com dois olhos de um lobo selvagem desenhados em seu centro e uma unica palavra em baixo dos olhos: “Mágia”, era a bandeira de Neal, fiquei chocado por fazer anos que não a via, na realidade, havia muito tempo que eu não via nada além do tigre de copas, o felíno conquistador, era como os nobres o chamavam, já os conquistados não o viam da mesma forma: O tigre usurpador, era assim que o viam.

Cedric me cutucou, por um instante tinha me esquecido da existencia dele, o fitei, ele parecia observar alguma coisa do lado de fora de uma das janelas e parecia preocupado.

—O que foi agora? – Indaguei e ele me lançou um olhar meio aflito.

—Um dos meus bichinhos. – Murmurou, voltando a olhar para a jaela. Os bichinhos eram seres que só ele podia ver, criaturas belíssimas que Cedric precisou desenhar para me demonstrar como são. —Está me dizendo para ir para casa. Estão com saudade.

—Logo iremos, mas agora temos algo importante a tratar. – Resmunguei o puxando para andar mais rápido, nada contra o bichinho, mas Cedric ficava muito sensível perto deles e sensíbilidade era tudo o que eu não queria no momento.

—Não seja malvado Ziann. – Ele implorou, tentando esconder um sorriso debochado que fiz questão de ignorar.

—Só anda Cedric, só anda.

Chegamos até Jason, que sorriu ao nos receber, ele estava sentado em uma poltrona no centro da sala e nos indicou um sofá a frente, rapidamente nos sentamos. —Parecem determinados. – Ele notou, pegando um copo de água das mãos de um servo sorridente e tomando um breve gole.

—Sem duvidas, está na hora dessa guerra acabar. – Cedric comentou de modo confiante, indo direto ao assunto, seu olhar assumiu um brilho determinado, quando queria ele até sabia ter foco.

—Precisamos nos unir... – Comecei, também determinado. —Todos os países sofrem por causa dessa guerra.

—Sim, e é o que tentaremos fazer. – O rei mantinha um olhar amistoso. —Por isso tentarei reunir apoio a vocês, admito minha parcela de culpa, cedi a guerra, indo contra Woderland, foi um erro, agora vejo, o acordo de paz deve ser renovado, pode demorar um pouco porque meu reino ainda está retornando a normalidade como devem ter notado, mas tentarei de todo modo.

—Sim, e agradecemos muito por todo apoio. – Cedric se adiantou novamente. Todos nós sorrimos em concordancia mútua, nos ajudando dessa forma certamente ambos os paises iriam se reeguer unidos.

—Temo apenas que os Lordes mais poderosos não tenham tanta determinação pela luta. – Jason admitiu, em um suspiro. —Alguns deles pareceram ter perdido a fé, vai ser difícil convecê-los, sorte de vós é que estes são jurados ao meu reino, o que torna um pouco mais fácil a situação... Pois entendam, meu país se mantém unido por causa de nobres honrados que protegem as grandes cidades, mantendo exércitos não tão numerosos, mas que possuem um grande poder destrutivo. Esses exercitos médios só podem ser controlados por eles, mesmo que eu peça eles podem não aceitar e a ultima coisa que quero no momento é uma revolta. Desde a juventude, nós que nascemos carregando o destino da nação da magia, aprendemos que precisamos do apoio do nosso povo acima de tudo, eles são fortes o suficiênte para decidir o próprio futuro, por isso não posso obriga-los a nada que não queiram, apenas convecê-los a me apoiar.

—O que é um medo reconhecível. –Cedric afirmou com convicção. —Sabemos que todos os nobres ou civís comuns de todos os países temem por suas vidas, a paz que pensam ter parece não passar de ilusão, alguns realmente parecem ter perdido a fé nela. Bem exceto Naish talvez, mas o mundo azul se isolou a séculos.

—Naish? – Murmurei emburrado, torcendo o nariz. —São uns arrogantes e metidos que não se misturam.

Cedric sorriu e o rei também. —Mesmo que de modo rude, sua fala tem um pouco de razão. – Jason comentou, ainda sorrindo. —Naish se tornou um país racionalista ao ponto de perder a fé na magia, não os culpo, porém não posso esquecer que eles foram os primeiros a romper com Wonderland, foram os que iniciaram a guerra com meu país e, por consequência, com o resto. Hoje são extremamente intolerântes quanto a magia, o que é uma grande contradição a nós, o chamamos de mundo azul como se nele houvesse alguma pureza, mas sempre será Naish, o país desertor.

—Afinal Neal é a nação da mágia. – Cedric concluiu, assentindo como se fosse uma verdade absoluta. —Mesmo que se não fosse por eles não teríamos os portais e as misturas culturais que temos hoje. Chega a ser irônico termos expandido nossa econômia graças a eles, considerando que o que produzimos para os mundos é a magia e o que eles nos proporcionam é o que denominam ciência, evoluímos tato nesse tempo, quando éramos Wonderland tinhamos equilibrio e tudo era perfeito. É um pena a situação atual.

—Senhor? – Fomos interrompido por um soldado forte e carrancudo que nos encarava da porta, ele tinha belos olhos azuis e os fios de seu cabelo eram de um tom azul tão claro que chegavam a parecer prateados, por mais diferente que fosse a olhos normais, a aparência dele me lembrava a de outra pessoa, o que estranhei.

—O que deseja, senhor Austyn? – Jason indagou, recebendo um sorriso como resposta, ao ouvir aquele sobrenome ser mencionado meu coração desacelerou por um momento e tive que respirar fundo para manter o controle, o homem começou a abrir a porta sem nada dizer, apenas sorrindo.

Papa. – Em seus curtos e tortos passinhos, Let foi entrando como se alguém o houvesse chamado, ele carregava um travesseiro e um vestia pijama, mesmo que ainda fosse de dia, mas Let nunca teve horário para dormir, Let nuca respeitou horário para nada, seus pequenos olhos passaram de Jason para o chapeleiro e depois para mim. —Quak! Quak! - Ele ergueu as mãos e começou a gesticular algum tipo de bico de qualquer bicho, que deveria ser um pato, e eu fiz o mesmo, mostrando a lingua no final.

—Oi patinho. – O cumprimentei durante a gesticulação.

—Oi patino. – Ele retrucou, corredo para os braços do pai, que me encarava em dúvidas.

—A primeira coisa que ele disse foi Quak. – Expliquei, me lembrando do dia em que o patinho começou a falar quak e não mais parou o dia todo, foi um desastre. Jason apenas riu baixinho e o acolheu nos braços, era incrivel como os dois pareciam ligados, mesmo que estivessem convivendo a tão pouco tempo.

Papa, to com sono, me coloca pla dumi? – Ele pediu jeitoso e o homem apenas riu e nos encarou com um pouco de súplica.

—Sem problemas. – Assegurei, pois sabia o que ele estava sentindo, assim como eu Jason parecia querer recuperar o tempo perdido. Let se desvencilou dos braços do pai por um segundo e correu para Cedric, o abraçando e sussurando algo em seu ouvido, depois voltou ao colo de Jason que começou a se distanciar.

Ao meu lado o chapeleiro sorriu e suspirou.

—O que foi que o patinho disse que te abalou assim?

Cedric me encarou e algumas lagrimas brilharam em seus olhos. —Ele disse que me ama.

—E você duvidava?

—Não... Nunca duvidei, Let foi minha salvação... Você sabe. – Eu assenti, me lembrando de alguns tempos difíceis do qual juramos tentar superar. —Eu fico feliz por vê-lo enfim tendo uma familia.

—Ele sempre teve uma familia. – Retruquei, me levantando. —Você foi sua familia. Quem sabe agora o destino não te recompense?

Ele também se levantou, sorrindo de canto e me acompanhando para a saída da sala. —A felicidade dele é minha recompensa, quero vê-lo brilhar como um rei desse lindo país. Isso é o melhor que eu posso desejar.

—Cedric, sempre tão sentimental. – Resmunguei, acelerando o passo. —Deixe essas frescuras de lado um pouco e venha, tenho um assunto sério a tratar.

# # # #

O mesmo homem que havia aparecido antes para anunciar a entrada de Let permanecia parado em frente a uma das portas principais, vigiando cada passo de quem entrava ou saía com olhos bastante atentos. Eu poderia até não conhecer tantas familias de Neal, mas tinha quase certeza que estava certo quanto a minha teoria, então me aproximei.

—Olá senhor! – Cumprimentei, o surpreendendo, Cedric se manteve a distância sorrindo para um quadro na parede, um belo quadro que retratava um grande lobo cinzento sendo envolvido pelos braços de uma pequena criança entristescida que parecia caminhar com a ajuda do animal, esse era sem dúvidas a representação mais viva e sincera de Neal após as guerras, uma criança derrotada, mas ainda livre, que se agarra a toda esperança possível de se reestituir enquanto chora pelos homens e mulheres que perdeu, Neal é entre todos o país mais perseverante e eu sempre os admirei por isso.

—No que posso ajudar Lorde Kayne? – A menção ao meu antigo título vinda daquele homem me fez gelar por um momento, havia anos que não me chamavam assim, de certo que muitos nobres eram conhecidos por seus títulos, mas eu sempre fui tão chamado de Ás de copas que havia me esquecido por um momento de minha identidade.

Ziann Kayne.

—Eu.. Bem. – Respirei fundo tentando achar novamente o foco, tinha que convencê-lo a lutar ao nosso lado. —O senhor por acaso seria Lorde Austyn? -Ele me fitou por um momento e assentiu em silencio. —E o senhor teria dois filhos de idades ainda juvenís... – O homem imediatamente ajeitou a postura e assumiu uma expressão quase sombria. —Que foram levados por soldados da nação do tigre usurpador em tempos passados?

—Como sabe disto?

—O senhor deve saber que fui servo do tigre por muito tempo, agora vejo que foi um verdadeiro erro, antes eu era somente alguém com os motivos errados para lutar. – Tomei cuidado para não citar o nome de Copas, o povo de Neal tem repúdio a simples mensão desse nome. —Mas agora desejo com toda a alma lutar ao lado de homens honrados e conquistar a tão desejada paz e nada me seria de maior agrado do que a ajuda de nobres tão poderosos como o senhor e seus aliados. – Admiti, mantendo o contato visual e um sorriso convincente, porém ele se mantinha firme em sua decisão.

—Sei o que o rei deseja que façamos, mas não vou lutar por mais uma guerra em vão, perdi meus filhos para a rainha vermelha, não tenho mais pelo que lutar. – Ele sorriu de lado. —Não sou mais jovem como o senhor, sim, sei que foi servo e comandante do tigre usurpador, só não sei por que luta, já perdeu sua honra e sua paz, nunca mais poderá ser de novo cidadão de Copas, por que se arruínar mais?

—Só luto por quem amo... – Admiti sentindo a fúria crescer em mim, me odiando por falar de amor depois de ter feito tanto mal para manter minha honra, mas tudo na vida pode ser convertido em aprendizado, certo? —Amo meu pequeno filho e amo meus antigos alunos, admito, nobre Lorde, que não fui de todo honrado, mas aprendi que acima de honra está o amor.

—Aqueles que amo estão perdidos. No dia em que meus filhos foram levados, minha mulher foi esfaqueada e quase foi morta, por causa desse dia ela não mais sorri, e eu fui gravemete ferido e incapacitado de resistir e salva-los das mãos dos sequestradores. Só me restava a honra, mas ela se perdeu ao ver os inimigos tomarem minhas terras e as devastarem.

—E é exatamente por isso que aqui estou, meu Lorde. – Peguei em meu bolso uma fotografia que havia guardado entra as muitas outras de meus alunos, eu as tinha como um tesouro. —Lhe darei um motivo para lutar. – Entreguei a foto e dei um passo a trás, o homem a fitou por alguns segundos, e novamente as fitou, e assim fez por muitas vezes mais, como se seus olhos o traíssem.

—Isso é... Impossível!

A foto foi tirada por Zeck, no dia da iniciação de alguns dos meus alunos no exercito, nela eu estava com dois deles ao meu lado, o mais novo, na época com nove anos, Micth Austyn e o mais velho, Eiri Austyn, na época com doze. Naquele dia era Eiri quem estava iniciando a vida militar, ele foi designado a entrar na guarda real e proteger um dos filhos da rainha, era um dos meus melhores alunos e poucos foram os que eu considerei os melhores.

—Lorde Austyn! – Chamei-lhe a atenção e lentamente me prostei diante dele, com a cabeça baixa e a culpa a me consumir novamente. —Primeiro lhe peço perdão, não pude manter o mais jovem com vida, infelizmente ele se foi por minhas mãos. - O homem pareceu gelar,estagnado em seu lugar, sem saber como se respirava. Eu ergui os olhos para encontrar com os dele, que ardiam de um ódio incontrolável. —Mas eu os amei, e por eles e tantos outros eu luto. Antes, meu objetivo era somente me vingar por causa das pessoas que amei e perdi, porém, como já disse antes, aprendi que o amor está acima da honra.

Por um momento o silencio pareceu reinar, causando uma tensão quase sufocante, meus olhos estavam um pouco marejados, mas eu precisava disso, precisava me dar um pouco de paz.

—Preciso pensar! – Ele anunciou antes de virar as costas e sair, outro soldado ocupou seu lugar a vigia do portão, engoli em seco, sentindo minhas lagrimas pontarem.

—Ziann? – Cedric me chamou, me puxando para mais longe dos outros soldados que haviam chegado. —Sei quanto é dificil para você falar sobre isso, então você foi bem. - Tentei sorrir, mas mal conseguia me concentrar em respirar. —Certo... – Ele parecia tentar raciocinar alguma coisa, por mais que o chamassem de louco ele sempre foi uma das pessoas mais inteligentes que já conheci, entendam, ele jamais foi realmente louco, apenas se cansou de viver dependente da lucidez. —Ele te ouviu e isso é um avanço, não acha?

—Tudo bem... – Murmurei, meio sem força. —Não precisa tentar me animar.

—Como é teimoso, no dia que você nasceu sua mãe deve ter sofrido para te convencer que que tinha que nascer. – Ele zombou, emburrado.

—Fica quieto, cabeça de cartola, não quero ouvir opiniões de um chapél ambulânte. – Retruquei revoltado.

Não quero ouvir opiniões de um chapel ambulânte, disse o cara que tem nome de carta de baralho e cabelo de palito de fórforo. – Ele fez uma voz de desdém tão absurda que não teve como não sorrir.

—Você me cansa. – Murmurei, ainda sorrindo.

—E você não vive sem mim. – Ele mostrou a língua. —Só não digo o mesmo porque sabe... Não vivo sem minha duquesa.

—Claro que não, mas não pense que vai se livrar de mim só por isso. – Eu o puxei e comecei a fingir que o enforcava, Cedric apenas ria e tentava se livrar de mim. Eu ainda sentia que as lagrimas queriam cair, mas nada como tentar bater em meu melhor amigo não resolvesse.

# # #

Lyh parecia determinada a não parar de falar nunca e com o tempo eu já havia desligado por completo do assunto. Um dos gemeos estava abraçado a mim, acho que era o azulzinho, digo, Dee, isso porque o outro teve que sair por meia hora para pegar uma blusa que tinha esquecido no quarto, foi o que bastou para Dee grudar em mim e não mais largar.

—Ele logo volta. – Murmurei, mas ele só emburrou mais a cara. —Céus, que difícil.

—Então é isso certo? – Cedric indagou, se aproximando e afagando os fios do cabelo de Dee, que o fitou com olhinhos de piedade. —Lyh e Robin ficam para negociar apoio e nós vamos ao encontro dos outros.

—Sim e precisamos que Lyh ajude Lorem a melhorar.

—Lorem vai ficar bem? – Dee quis saber, me abraçando mais forte. —Ela vai ficar, não é?

—Vai sim, tudo vai ficar bem.

—Então? Vocês vão ou não? - Lyh praticamente gritou, fazendo com que Robin suspirasse ao seu lado, mesmo sem dizer nada eu imaginei o que ele pensou “Como aturo essa coisa escandalosa?”. —É para ontem. – Ela completou a indignação com um bico torto.

—Para de pressa menina. – Resmunguei, já começando a me aproximar dela, ainda com o azulzinho grudado em mim, claro.

—Senhor Kayne? – Ouvi alguém me chamar e parei imediatamente, ao olhar para trás me deparei com uma dama que se aproximou rapidamente. —Realmente sabe onde meu menino está? – Ela indagou, ansiosa e angustiada. —Disse ao meu marido que meu menino está vivo, pode trazê-lo para nós?

—A senhora seria...

—Sou Sarah Austyn. –Ela me interrompeu. —Se meu marido o apoiar nessa luta, poderei ter meu filho de volta?

—Farei o que for preciso, minha senhora. – Garanti, sorrindo da melhor forma possível, ela assentiu calmamente e me entregou uma carta.

—É uma garantia do meu marido de que o ajudará com o que restou de nossa força. Ajudarei seus amigos a convencerem os outros Lordes a ajudar.

—Senhora, eu nem sei como começar a agradecer...

Ela apenas sorriu levemente e fitou Dee por um momento, o menino abriu um largo sorriso, que pareceu encanta-la.

—Eu apenas quero meu filho... Agora vejo que o senhor tem que ir, mas prometo que minha familia o ajudará... E meu marido pediu para dizer que te perdoa, agora é o tempo de manter a paz. – Ela terminou de falar e já se afastou um pouco, enquanto Robin abria um portal, eu não pude parar de sorrir por momento algum, até mesmo quando Dum voltou e saiu puxando o irmão para o portal sem ao menos dizer nada eu me incomodei em reclamar, apenas fui sorrindo até o portal e o atravessei.

# # #

—Estamos na sua casa? – Perguntei a Cedric quando vi a casa, os jardins e a grande mesa de chá. —Pensei que iamos para a cidade fronteira.

—Os outros foram... - Ele sorriu desajeitado. —Mas pedi para virem pra cá assim que chegassem na cidade. É mais seguro.

—Entendo.

—Ei! Vocês! – Cedrick e eu sorrimos ao ouvir a voz de Erick, que corria até nós com um sorriso abestalhado. —Demoraram bastante. – Ele praticamente se jogou em cima de nós ao nos abraçar. —Senti saudade.

Retribui o abraço com força e depois baguncei os fios loiros dele. —Já estamos aqui pentelho, não precisa mais chorar. – Ele riu e se afastou, me lançando um olhar de falsa indignação. -

—Ás! – Alli brotou, digo saiu da casa também, e correu até nós. —Nos fez esperar. – Ele reclamou emburrado.

—Como se você fosse pontual, seu projetinho de coelho. – Retruquei com falso desdém e ele riu, me abraçando em seguida. —Cuidou bem do meu menino?

—Muito melhor que você, pode apostar. – Ele assumiu sua típica postura de arrogante, mas tudo que eu fiz foi rir do modo mais falso possivel e dá-lhe um, nada gentil, tapa na cabeça.

—Muito engraçadinho você... – Comentei, dando outro tapa, ele se afastou rapidamente e se escondeu atrás de Cedric, que só observava tudo e ria descaradamente.—Menino prendado da comédia.

—Tio Ás por que bateu nele? – Dee perguntou, brotando ao meu lado.

—Que feio bater nos outros. – Dum provocou. —Mas bateu tão fraquinho.

—Porque assim que criança malcriada aprende a ficar quieta. Quer testar se funciona pirralho?

Os dois gritaram e sairam correndo, ao meu lado Erick riu, me fazendo sorrir também. —Ei. – Ele chamou minha atenção e apontou para a porta.

Eu segui seu olhar e encontrei Jás passando por ela e correndo em minha direção, com os bracinhos esticados. Eu rapidamente caminhei até ele, o pegando no colo rapidamente.

—Papai voltou! – Ele comemorou, me abraçando com força.

—Papai não prometeu que ia voltar? – Indaguei, apertando a bochecha dele e o fazendo rir.

—Prometeu. – Ele adimitiu, ainda rindo.

—Ei! – Ouvi a voz de Alice, que chamou a atenção de todos. Ela e Sinara estavam paradas um pouco mais distante, ao lado delas Loke estava ajoelhado, segurando a mão de um menino loirinho.

—Quem é esse? – Alli indagou, eu coloquei Jás no chão, vendo os gemeos também correrem.

—Também não sabemos. – Sinara murmurou, fitando o menininho que sorria para Loke. — Mas p-

De repente uma forte luz nos assustou, um novo portal se abriu e dele sairam duas pessoas emcapuzadas, levei certo tempo para reconhecer os rostos de cada um deles, iria dizer alguma coisa, mas Alice se adiantou ao correr até eles enquanto ambos retiravam seus capuzes.

—O que faz aqui Renne? – Ela perguntou indignada e recebeu como resposta um sorriso torto de príncipe.

—Viemos resgatar o fujão. – Ele murmurou, apontando para o menininho loiro. —Espero não estar incomodando.


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Notas finais do capítulo

:3 Sorry qualquer erro besta



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