Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 25
Sessão especial 3/3- Cap Johan


Notas iniciais do capítulo

Gente leiam isso logo, eu to mttoo ansiosa pra saber se está bom..
oq ainda fazem lendo essas nootas? VÃO LER O CAP!



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Johan

Zeck andava de um lado para o outro, não que eu estivesse reclamando, ele pode, deve ser uns cinco anos mais novo que eu, ou mais, tem energia de sobra.

— Tenho certeza que eles vão receber a mensagem logo. – Tentei acalma-lo e ele sorriu.

— Obrigado Johan, eu estou realmente preocupado, não posso ir contra meu reino, por isso tenho que manter vocês por perto, mas se eu conseguir um acordo com Neal tudo fica mais fácil. – Ele respondeu um pouco ansioso.

— Tudo bem, deve ser difícil ser um rei então... Quer dizer, não parece que você gosta muito.

— Ah! Não sei, é tudo muito complicado. Ei, o que ele está fazendo? – Zeck apontou na direção atrás de mim e eu me virei para ver que se tratava de Jas.

O menino se enfiou embaixo de uma das estantes, sorte dele a prateleira estar bem no alto e claro, ele ser bem pequeno. Ele deitou no chão e ficou olhando para cima, depois de parecer analisar as possibilidades ele começou a amarrar o barbante em um prego no alto.

Até então tudo bem, mas uma pequena aranha apareceu e ele começou a se debater e se arrastar pra fora de seu esconderijo, ao sair acabou batendo a cabeça.

— Ai! - Reclamou com uma carinha de choro, então as primeiras lágrimas começaram a cair e ele começou a se dividir entre o choro e a tosse que a poeira causou, seu rosto acabou ficando sujo. Eu corri, o peguei no colo e ele me abraçou ainda chorando. Ao meu lado Zeck riu um pouco.

— Tem um banheiro ali, pode limpar ele se quiser. – Comentou apontando para uma porta branca e eu segui até lá com Jas, quando entramos o sentei sobre um balcão que estava vazio e sai a procura de alguma toalha. Quando encontrei, molhei com um pouco de água e me virei para ele, por um breve momento meu coração gelou, ao olhar rápido para Jas acabei vendo o reflexo de Erick, tive que me controlar para não chorar, não aqui, não agora e não mais, chorei por todos esses anos, agora não posso mais me dar esse luxo.

— Meu Deus seu rosto está todo sujo. – Reclamei e ele fez bico.
— Foi sem querer. – Se defendeu e eu tive uma absurda vontade de apertá-lo até não poder mais.
— Sei. – Disse enquanto começava a passar a toalha em seu rosto.
— Ta bravo?
— Não campeão. Seu pai bravo com você facilmente?
— Sim e não, não sei, ele sempre acaba quase rindo, quem fica brava é a mamãe. Ela não deixou eu ficar com a Chio.
— Quem? – Perguntei e ele sorriu.
— Uma raposa selvagem, mas tudo bem.

— Ah! Raposa é... – Me controlei para não rir.

— Tio cadê meu barbante?

— Ora, você o amarrou lá.

— Amarrei? – Ele perguntou, colocando o dedo na boca, eu sorri.

— É Jas, amarrou.

— Ah...

— B... – Completei e ele começou a rir, eu o peguei novamente no colo, quando seus braços me envolveram eu me senti cheio de vida, todo meu temor se foi, Eu sorri para Jas, Meu filho provavelmente não deve ter mais oito anos, o que significa que eu perdi seus principais momentos, então um antigo desejo se reacendeu em mim, queria ver meu filho crescer, mesmo que ele não seja mais uma criança. — Agora vem, temos um barbante a resgatar.

— De uma ananha má.

— Ananha é? Se você diz.

— O QUE FAZ AQUI? – ouvi a voz de Zeck antes mesmo de sair do banheiro, mas ela estava diferente, mais autoritária e firme, tentei imaginar quem poderia ser.

— Você tem algo que eu quero. – Resmungou uma voz controlada e arrogante.

— Mamãe? – Jas perguntou em um sussurro e pude sentir o medo em sua voz, o coloquei no chão e sinalizei para que ficasse em silencio.

— Fique aqui campeão. – Pedi e ele concordou confuso.

Então eu saí e me deparei com a cena de Maira segurando Alli pela gola da blusa e Zeck a sua frente, segurando meu sobrinho pelo braço.

— Não saia por pegando o que é meu. – O rei disse com um sorriso tosco no rosto, eu devo admitir que ele finge bem. — Meu escravo.

— Meu filho. Qual será que é o mais eterno. – Maira debochou e vi Alli segurar o braço de Zeck, lançando um olhar aflito, que passou dos olhos do mestre aos meus, aquele olhar era o que faltava, eu andei rapidamente até eles com determinação.

— Mãe só se for na sua cabeça. – Rosnei e os dois me encararam, Maira me encarou com um misto de choque e desprezo.

— Ah! Pelo menos não dessa coisinha detestável aqui. – Ela largou Alli, que abraçou Zeck. — Sabe Allister se você morresse tudo ficaria mais fácil, mas não, nem pra isso você serve seu projeto de coelho, se acolha ai com seu mestre, escravo.

Eu estava pronto para lutar quando Zeck fez sinal para que eu parasse, notei então um grupo de soldados surgirem e nos observarem a distancia. Andei até Alli e o puxei para meu lado.

— Maira saia daqui, o que faço com meus escravos não é de sua conta. – Zeck aumentou mais o tom de voz e a postura.

— Eu só quero essa coisa ai, vai ele não faz falta para ninguém, eu também queria o projeto loiro de gato. – Ela me lançou um olhar desafiador e senti um arrepio passar por mim, Alli sussurrou ao meu lado, “Erick”, o que fez meu coração parar de bater por um segundo.

— Maira isso é uma ordem saia daqui! - Zeck ficava cada vez mais sério

— Eu quero meu filho... Devolvam ele e tudo vai se resolver.

— Guardas, tirem ela daqui. – Com a ordem de Zeck os homens agiram o mais rápido possível, mas Maira não estava a fim de desistir, ela os encarou e iniciou uma luta deveras voraz. Zeck se pôs a nossa frente com um movimento protetor e Alli saiu correndo.

Ele se abaixou e se escondeu atrás da mesa, notei uma pequena faca em sua mão.

— Por que se importa tanto vossa majestade? Pelos céus é só mais um escravo, posso te arrumar outra criança facilmente, não vai nem notar a diferença. - Maira tinha bons movimentos, ela lutava com classe ao mesmo tempo em que falava, mas os soldados eram bons, tão bons que até davam medo.

Zeck permaneceu em silencio, eu até o entendia, não podia cair no truque dela. Maira desferiu um golpe no ombro de um dos soldados e sorriu satisfeita, mas, céus, os homens do rei eram mesmo bem treinados, eles se reorganizaram rapidamente, um deles segurou o companheiro ferido e os dois desapareceram, os que restaram investiram com mais força. Maira acabou perdendo o equilíbrio e foi desarmada, os homens a seguraram.

— Pode me derrotar, mas eu vou matar esse maldito, por culpa dele minha filha está morta, por culpa dele eu perdi minha vida, eu vou mata-lo.

— Levem a para a minha esposa, deixem essas loucas trancadas por pelo menos umas duas horas. – Zeck estava a ponto de matar Maira, mas se controlou de algum modo.

— Mas senhor... – Um dos soldados começou meio receioso. — Sua esposa-

— NÃO INTERESSA, EU AINDA SOU SEU REI.

— Sim senhor.

Finalmente Maira foi levada embora, eu respirei novamente e andei até a reta da mesa.

— Vou atrás de Jas. – Zeck murmurou e eu concordei, ele correu e rapidamente socorreu Jas, que estava assustado, suspirei aliviado, mas não durou, ouvi um soluço e fui até Alli, quando cheguei o encontrei deitado, entre lágrimas os braços sangrando, senti um arrepio, aquela cena eu não gostaria de ver nem em meus piores pesadelos, corri até meu sobrinho, seus braços estavam todos cortados, ele estava com a faca em cima do pulso, se Maira ficasse naquela sala por mais um segundo...

— Céus! – Ouvi Zeck exclamar. — Jas! Traga algum pano.

— Alli, tudo bem estou aqui. – Sussurrei tirando a faca de sua mão bem devagar, ele apenas olhava pra cima e deixava as lágrimas caírem. — Zeck precisamos de um médico.

— A esposa do jardineiro. – O rei disse, pegando uns panos da mão de Jas, que tentava ver o que acontecia, mas era impedido por Zeck. — Tudo bem Jas, ele apenas se machucou um pouco, vá lá resgatar seu barbante que logo vão sair daqui. – O menino ainda relutante obedeceu e o outro rapaz se ajoelhou ao meu lado. — Vamos tentar limpar um pouco, vou pedir a um dos meus soldados para leva-los a casa da médica.

— Tudo bem... Obrigado.

— Johan, quero que saiba... Não é a primeira vez que ele tenta algo assim.

— O que? – Já se sentiu sem chão, sem ar e sem vida? Pois é, isso define bem.

— Ele já tentou se jogar no rio e afundar, já tentou cortar os pulsos e já tentou se jogar de um penhasco, além das vezes que se queimou ou se cortou, tudo isso com nove anos, depois eu meio que coloquei Erick e Loke para vigiá-lo, e creio que ainda não saiba, mas Carime também tentou, só que não deu tempo de impedirem. Ele viu a cena, acho que é por isso que está voltando as mesma atitudes de antes. – Se eu estava sem chão antes, agora estava sem vida.

— Oh! Ela... Eu nem imaginava.

— Você tem que ser forte, ele precisa de ajuda agora, de muito apoio, senão vai tentar de novo.

— Tudo bem. – Respondi e ajudei Alli a se sentar. Zeck se levantou e foi atrás de algum soldado. — Ei, calma, está tudo bem, ela já foi. – Sussurrei e o abracei, enrolando os panos maiores em seus ferimentos, depois amarrei uns menores em volta de seus pulsos. — Eu estou aqui, nós logo vamos ter ajuda. Estou com você, sempre estive lembra, quando a mamãe brigava com você por não querer lavar o quintal ou por jogar detergente nas bonecas da sua irmã? Eu sempre te ajudava não é? – Perguntei com tom calmo e ele concordou.

— Quero morrer. – Ele sussurrou e eu me arrepiei, Zeck voltou com Jas e um soldado, ele me entregou um relógio.

— Pertence ao Alli. Então prontos?

— Sim.

— Então boa sorte, amigo.

O soldado então nos puxou rapidamente e estávamos em um jardim.

— Eis a minha deixa. – O homem desapareceu novamente e eu ajudei Alli a ficar de pé.

— White? – Ouvi alguém perguntar, Alli se virou e seus olhos se encheram de lágrimas, o rapaz de olhos e cabelos azuis largou o que estava fazendo e correu até nós. — Alli? O que houve? Quem?

— Quero morrer... – Alli disse e o rapaz se assustou.

— Alli! – Tentei acalma-lo, mas ele se debateu e começou a arrancar o pano que amarrava os pulsos.

— Quero morrer... MORRER! MORRER! – Ele dava mais passos para trás a cada segundo e ia desamarrando.

— Alli! Chega. – O rapaz pediu tentando andar até ele. — Por favor, você prometeu.

Meu sobrinho olhou nos olhos do rapaz, notei que além dos braços o rosto sangrava.

— Quero morrer. Me deixa por favor.

— Não.

— Me deixa Loke.

— Não.

— Por favor.

— Ele já disse não doçura. – Uma mulher surgiu, loira, de olhos claros e um sorriso encantador. Alli a encarou com olhar de suplica.

— Deixa? – Ele pediu e ela se ajoelhou a sua frente.

— Não pode.

— Mas...

— Não pode.

— Mas... – Ela o abraçou e incrivelmente ele retribuiu.

— Não pode.

Alli não disse mais nada. A moça me encarou e sorriu.

— Olá, sou a doutora, me chamam de Lianni, sou mãe desse meninão ai do seu lado, acho que precisam de ajuda certo? Venham.


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Notas finais do capítulo

Tavam com saudade do Loke que eu sei! ahuah Espero que tenham gostado e please não julguem o Alli, lembrem-se que cada um reage as coisas de um modo, e que, mesmo alguém inicialmente tão frio como ele têm algo chamado sentimento e merece ser respeitado! Mamai ama vcs floquinhos!



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