Unattainable reality ~ sendo reescrita~ escrita por Sol


Capítulo 26
Arrependimento


Notas iniciais do capítulo

Oie oie oie, Acabou a sessão especial, triste eu sei, mas pensem positivo, deu pra curtir bastante nossos divos né kkk Aproveitem o cap floquinhos...



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White

Estava difícil andar, doía...

Estava difícil respirar, eu não queria que ser assim, apenas queria que tudo acabasse.

Ainda posso ouvir o som do relógio passando... A hora não para e ao mesmo tempo não passa, não tem como se atrasar, então por que sempre me preocupo tanto? Deve ser que desejo que passe...

Quero que o tempo passe, a cada ano uma nova eternidade se inicia, eu só queria que tudo acabasse.

— Por que não posso morrer? – Sussurrei pela milésima vez, Lianni calmamente me deu a mesma resposta enquanto me guiava para dentro de sua casa.

— Porque nós te amamos.

— Por quê?

— Porque você é lindo, gentil, doce, meigo, fofo.

— Não diga isso.

— Por que não diria se é a verdade? – Ela retrucou quando chegamos dentro da casa, com cuidado ela me ajudou a deitar, Johan se aproximou sorrindo, deu um beijo em minha testa e passou a mão sobre meu rosto, meus olhos se fecharam e eu dormi, pra variar tive um sonho com o passado, maldito dia em que entrei naquela embaixada, agora essas lembranças vivem me atormentando:

“Peguei a bandeja com os chás e as levei para o quintal, onde me esperavam alguns nobres falantes e Dom. Marteni, um velho nobre e gordo que foi um dos meus senhores antes, como se já não bastasse ter que servir pra esses nobres hipócritas ainda tenho que agradar um antigo senhor, ótimo.

Eu me aproximei com o melhor sorriso que tinha, não que isso significasse alguma coisa, eu não sou o Erick e não sei sorrir pra quem odeio.

— Olha só que menininho mais fofo. – Dom. idiota exclamou ao me ver.

— Boa tarde Dom. Marteni é bom revê-lo. – Disse sorrindo, pelo menos eu fui treinado para lidar com pessoas.

— Vejo que cresceu tem oque oito anos? – Ele perguntou com um sorriso que meu nojo.

— Dez, senhor, mas deseja chá? Tenho biscoitos e suco também... – Ele aceitou o suco e eu fui dar atenção a algumas damas insuportáveis que ficavam me chamando de fofo a cada 3 minutos, quando elas finalmente resolveram ir embora notei que meu amado Dom idiota e seus amigos restavam e eu teria que dar atenção a eles, eu me aproximei da mesa e nesse mesmo instante o Dom. imbecil sorriu.

— Ei Wate... Ah! Não desculpe agora é coelho seu nome... – Ele comentou e começou a rir, senti minha raiva aumentar e segurei a bandeja com mais força. — Mas é um nome bem fofo acredite, você é um amorzinho e sempre foi, por isso combina, Coelho, gostei.

— Fico feliz que gostou senhor.

— Como é doce! – Exclamou um homem que estava ao seu lado, seu tom era de ironia.

— E meigo. – Concordou o outro, passando a mão pelo meu cabelo, eu me forcei novamente a sorrir. — Me diz todos de Jadis são assim?

— Como é? – Perguntei sentindo o meu sorriso falhar.

— Ah! Aposto que sim. – Afirmou outro.

— Mas essa fofura me irrita. – Exclamou Dom. imbecil, pegando o copo de suco e jogando em mim, eu fiquei sem reação, na verdade eu quis mata-lo, mas também fui treinado para controlar as emoções.

— Senhor? – Perguntei sentindo minha mão tremer, ele socou a bandeja, eu me assustei e deixei cair.

— Olha que feio, não deve ser tão desastrado Allister Wate, tente se lembrar de quando me serviu e limpe isso. – Ele mandou e eu me abaixei no mesmo instante, quando fui pegar um pedaço de caco de vidro eu acabei cortando o dedo, Dom. idiota segurou minha mão e se ajoelhou na minha frente, ele pegou um caco quebrado e sorriu. — Oque foi Wate? Não gosta de se ferir? Você é mesmo muito meigo. – Então com o caco ele fez um pequeno corte no meu rosto e depois me chutou e ficou se revezando entre me cortar com o caco e me chutar até que decidiu ir embora, eu me levantei, sorri com certa dificuldade e o acompanhei até a saída, antes de ir ele se virou e disse simplesmente. — Você sempre será um escravo, volto amanhã coelho.

Eu entrei em casa, joguei a bandeja na mesa com força e encostei-me à parede, ao fechar os olhos senti todo o cansaço do dia me alcançar, ouvi alguém bater na porta, pela forma apressada e raivosa que batia eu nem me esforcei para tentar adivinhar.

— Esta aberta Loke. – Gritei me dirigindo a sala e me jogando no sofá, Loke entrou, pisando firme e visivelmente revoltado. — Pela milésima vez entre sem bater, estou com uma maldita dor de cabeça.

— Você está péssimo. – Ele exclamou me analisando horrorizado, eu quase o matei naquele momento, mas o problema todo era que ele tinha uns quatro anos de vida e experiência a mais que eu, eu nunca teria chance contra ele que era tipo o dobro de mim.

— Obrigado por constatar o obvio. – Resmunguei, ele saiu andando pela casa e depois voltou com uma toalha molhada, eu ainda estava deitado, ele deu um tapa na minha cabeça e empurrou minhas mãos para longe do meu rosto depois da minha tentativa inútil de piorar minha imagem, eu já parecia péssimo com a blusa toda manchada por causa do suco de uva que aquele maldito jogou em mim, e estava todo cinzento por causa dos chutes dele, agora para piorar, meu rosto estava todo cheio de cortes, e aqueles ferimentos sangravam e doíam.

— Céus. – Ele exclamou quando viu o quão deplorável era a situação, oque aumentou mais minha raiva.

— Pare de me olhar assim. Não preciso de pena.

— Não sinto pena só raiva... – Ele retrucou, um tanto serio demais e notei que não estava brincando, eu baixei os olhos e fiz a melhor carinha de ‘estou arrependido agora suma’, que consegui e ele tacou a toalha no meu rosto, depois começando a limpa-lo. — Não me olhe assim seu idiota sua chantagem emocional causada por sua necessidade de ser antissocial não funciona comigo. - Ele limpou todo o meu rosto enquanto eu ainda fazia minha cara de ‘estou arrependido agora suma’. — Onde conseguiu todos esses ferimentos?

— Dom. Marteni. – Disse simplesmente.

— Ele não costuma ser agressivo perto de outros. – Loke comentou pensativo e eu sorri. — Ele não pode te ferir assim... – Ele estava começando a ficar com mais raiva. — Você deveria parar de recebe-lo!

— É minha função Loke, o que posso fazer? E não, não vou falar com Zeck.

— Você nada... – Ele resmungou baixinho e eu o encarei desconfiado, ele sorriu, ó céus quando ele sorria era porque sua mente estava trabalhando e isso não poderia ser um bom sinal. —Tem alguma ideia de quando ele vem?

— Bem... – Hesitei um pouco, mas no fim acabei falando. — Amanhã ele vira aqui com certeza.

— Entendo.

— Loke? Olha eu estou bem é sério não se envolva nisso. – Alertei, certamente em vão.

— Tudo bem! – Ele se levantou e voltou a circular pela casa, a perguntar e a reclamar. – Onde esta o biscoito? Céus você tem que se livrar desses relógios. Ah! Você poderia ter um jardim.

— Sei e não vou ter um jardim.

— Quer saber vou dormir por aqui.

— O QUE? - Eu praticamente gritei, ele apenas se virou pra mim e piscou de repente minha dor de cabeça voltou com mais força.

— Ei eu ainda não achei o biscoito. Ah! Achei.

No outro dia eu me levantei cedo, limpei a bagunça e me preparei para uma tarde longa, Loke acordou um pouco depois, ele estava tão determinado que senti medo, a tarde chegou rápida demais, e o Dom. idiota voltou, dessa vez só com dois amigos, Loke jurou ficar dentro de casa, sim ele ainda estava na minha casa, quando eu recebi o Dom ele não perdeu tempo.

— Sabe hoje eu tive um dia péssimo. – Ele afirmou.

— Mas oque houve de tão péssimo senhor? – Perguntei e ele me segurou pela blusa e me jogou longe. — Desculpe senhor. – Respondi automaticamente e notei que estava agindo como um escravo novamente, ele me chutou e ia me dar um soco quando alguém segurou sua mão. — Loke?

Loke tinha fúria nos olhos e empurrou o Dom pra longe, o homem com raiva deu um tapa nele e o chutou.

— Quer apanhar também? – Ele perguntou e Loke sorriu, me empurrando pra longe.

— Bata em mim, não nele! Ele só tem dez anos seu covarde, não quer que eu espalhe por ai que você bate em crianças quer? – Loke ameaçou e o Dom ameaçou chuta-lo. — Sua esposa vai adorar saber. – O Dom desistiu do que ia fazer, mas chutou areia em cima de Loke e depois ele e seus amigos saíram da minha casa.

— Você esta louco? – Gritei e o abracei.

— Amigos protegem uns aos outros. – Ele disse sorrindo. — Agora vamos comer biscoitos antes que mais gente chata chegue.

— Tá! ”

Abri os olhos um pouco tonto, me sentei e olhei para meus braços, estavam com curativos, o que só piorou me estado de espirito, se ao menos eu já estivesse morto.

— Alli? – Loke me chamou, ele estava sentado no chão, olhando para fora, onde Tolke limpava o portão. — Não preciso nem dizer que me magoou muito não é? E me preocupou...

— Não queria te magoar.

— Pensasse antes. – Ele olhou em meus olhos. — O que estava fazendo Alli? Sequer pensou nas pessoas que estava deixando, sequer pensou nas pessoas que esperam te reencontrar? Seu pai? Seu tio? Alice? Em mim? Somos amigos ainda não é mesmo?

— É claro que somos, me perdoa, eu não queria... Eu só... Por favor Loke, você é o único que sabe tudo o que eu passei, não me abandone, você é meu único amigo aqui. – Implorei entre lágrimas e ele me abraçou.

— Então nunca mais pense em descumprir sua promessa.

— Eu não vou. – Confirmei e ele me entregou meu relógio. — Obrigado, estava com saudade da minha magia.

— Eu disse que seria perigoso usar um objeto como canalizador. Mas enfim, você tinha que cumprir regras.

— Para de reclamar, eu estou muito feliz assim.

— Sei. Quer biscoito?

— Viciado. 19 anos nas costas e ainda come essa porcaria, isso é um veneno, depois eu sou o único que tento me matar aqui.

— Quer ou não praguinha?

— Sim coisa insuportável. – Respondi e ele se levantou sorrindo.

—Já volto.

— Não diga.

Ele saiu andando até a cozinha e eu me forcei a andar até a porta, Tolke me viu, sorriu e acenou, retribui com um simples sorriso, que diminuiu quando vi Jas, sentado num canto, engoli seco e comecei a caminhar até ele, Tolke saiu rapidamente de perto e eu me sentei na frente do meu irmãozinho, que permanecia de cabeça baixa.

— Não pensou em mim... Se você morresse, com quem eu ficaria? Papai não está aqui, eu só tenho você. – Ele levantou a cabeça e vi suas lágrimas, mas eu vi mais do que isso, eu vi a mim. — Por que nós...

— Somos irmãos, e irmãos não devem abandonar uns aos outros. – Completei, lembrando minha própria dor, será que foi isso que Carime sentiu quando olhou pra mim antes de tirar a própria vida? Jas me olhou nos olhos e sem poder me controlar recomecei a chorar. — Me perdoa Jas. – Implorei, o destino finalmente havia me dado uma segunda chance e eu quase a joguei no lixo, eu quase fiz com ele o que Carime fez comigo, eu nunca a perdoei, por que não a entendia, mas agora... — Me perdoa, eu te amo, eu juro que nunca mais penso em te deixar. – Agora eu era como ela, como Carime.

Jas me abraçou sorrindo.

— Não chora, eu te amo, eu te perdoo. – Eu me levantei e o peguei no colo o enchendo de beijos. — O baih também te perdoa.

— Quem? – Perguntei e ele levantou o barbante. — Ah sim, Baih! Faz sentido. Que bom que o Bah me perdoa.

— Ele te ama.

— Eu também amo ele, e vou proteger pra sempre.

— O Bah?

— Sim e o Jas, vou proteger os dois. Quer biscoito? Loke tem um monte.

— Sim. – Ele concordou e o levei para dentro, quando Loke surgiu Jas se jogou em seus braços, nós três nos sentamos no chão, opa, quero dizer quatro, não posso esquecer o Baih.

— Por quanto tempo eu dormi?

— Um dia todo eu acho...

— O que?

— Verdade. – Jas confirmou enquanto mordiscava um biscoito.

— Tudo bem Alli, a rainha esta louca atrás de vocês e isso é fato, mas enquanto estiverem aqui estão seguros, ela não pode entrar.

— Eu sei Loke.

— Ah! Vejo que já estão todos bem recuperados por aqui. – Ouvi a voz de Johan e sorri ao ver ele.

— Sim tio. – O abracei sorrindo.

— Isso é bom rapazinho, não me assuste mais desse jeito.

— Tudo bem.

— Alli me ajude a arrumar essa bagunça. – Loke pediu/mandou e eu o ajudei a recolher as coisas e levar até a cozinha, quando estávamos voltando Cinne apareceu todo sujo de terra, mas sorridente como nunca.

— Temos visitas. – Ele anunciou e eu vi o chapeleiro entrar pelo portão, mas ele não estava sozinho, meu coração acelerou tanto que quase morri de verdade no momento em que ela entrou, encostei na parede e tentei não dar tanta bandeira, Jas por outro lado, saiu correndo de onde estava, com um sorriso de ponta a ponta.

— Alice! – Ele gritou e pulou no colo dela, que sorriu docemente e olhou para nós, mais necessariamente, pra mim.


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Notas finais do capítulo

Hey Acho que o Alli finalmente entendeu o recado em! Bem espero que tenham gostado.. Bjusss kk



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