Family Guy escrita por Luiza Potter


Capítulo 5
Capítulo 5 - Hospital do Câncer.


Notas iniciais do capítulo

AAAAAAAAAAE!
falei que ia postar hoje, não falei?
eentão, boa leitura!
algumas explicações no fim do capítulo



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Emmett POV

 

Nossa... Cara, não faz nem quinze minutos que eu estava dando aula e a aluna já estava me irritando. E olha que para irritar Emmett Swan é preciso muito trabalho. Só Jasper consegue essa proeza com tanta facilidade.

 O nome da bendita aluna era Tia. Sim, eu também não acho que isso é nome de gente, mas a mãe dela deve achar... A garota tinha quinze anos de cabelos loiros fabricados, seus olhos eram de um verde sem graça, era pequena pra idade, e estava um pouco acima do peso, por isso ela me contratara.

 Desde a segunda aula ela me dava indiretas bem sacanas... Era eu comentar alguma coisa, e lá vinha ela com mais sacanagem pro meu lado.

 Tínhamos acabado de nos aquecer, e eu decidi que deveríamos correr um pouco. Havia um lindo parque perto da casa de Tia, um local perfeito pra correr.

 - Bom Tia, agora que já nos aquecemos...

 - Não do modo que eu gostaria de me aquecer com você. – ela me lançou o que me pareceu uma tentativa de olhar sedutor.

 - Enfim... Vamos correr naquele parque aqui perto, é um lugar legal...

 - Qualquer lugar em que você esteja é legal. – ela murmurou novamente, com o mesmo olhar estranho.

 - Hã? – sacudi a cabeça. Aquela menina era um caso perdido – A questão é, vamos dar umas cinco voltas pra começar, depois, descanso de dez minutos e mais cinco voltas. Entendeu?

 - Não sou estúpida – respondeu grosseira.

 - Às vezes parece. – murmurei.

 - Disse alguma coisa?

 - Nada. Não disse nada. Agora vamos logo pro parque.

 - Tudo bem. – ela respondeu de má vontade. Quando o assunto era dar em cima de mim, ela era perita, e a primeira a se pronunciar, mas quando era pra se exercitar ela fazia corpo mole.

 - Comece com uma corrida bem devagar, a partir da segunda volta, pode aumentar o ritmo.

 - Ok, aumento o que você quiser. – ela disse mordendo os lábios numa tentativa falha de me ‘seduzir’. Ela saiu correndo colocando o fone do mp3 no ouvido.

 Fiz o mesmo. Era bom correr com música quando não se quer pensar em nada. Quando quer ficar em dias com os pensamentos, a melhor escolha é correr sem música, sem nada. Tendo os pensamentos como seus únicos companheiros.

 

http://www.lindmidis.net/midis/entre/The%20Killers/The_Killers_-_Bones.mid

(Link confiável)

 

 Três minutos depois de termos chegado ao parque, eu já vi Tia sentada olhando pra cima com uma cara estranha. Mas isso era normal.

 - O que você está fazendo parada? – perguntei tentando impor autoridade.

 - Contando as nuvens. – respondeu irônica.

 - Meu bem, você vai morrer a míngua assim... – comentei – Estou falando sério. O que está fazendo sentada? Por que não está correndo? Eu não disse que era pra correr as cinco voltas e depois pausar por dez minutos?

 - É, professor, mas acontece que eu torci o tornozelo.

 Só então percebi que o tornozelo da garota estava inchado.

 - O que você fez?

 - Não sei eu estava correndo, e acho que tropecei em uma pedra, sei lá...

 - Então faz assim, tem um hospital aqui perto. Me espera aqui, que eu vou pegar meu carro, e te levo. Você não vai conseguir andar desse jeito.

 - Você poderia me levar em seus braços – ela sugeriu. SERÁ QUE NEM COM O TORNOZELO MACHUCADO ELA PARA DE DAR EM CIMA DE MIM? POR DEUS!

 - Não poderia. – respondi ríspido – Não sai daqui, eu volto daqui a pouco.

 Não esperei pela resposta da dissimulada. Saí correndo em direção ao lugar onde estacionara o carro.

 

Rosalie POV

 

- Rosalie eu já estou indo – gritou Carlisle do andar de baixo.

 Esme e Alice haviam saído há alguns minutos.

 - Ta bom pai. – gritei em resposta.

 Ouvi a porta da frente bater e logo em seguida o som do motor do carro ligando e meu pai saindo da garagem.

 Alguns dias atrás e eu teria sido a primeira a sair de casa. Mas eu estava de férias. Férias bem merecidas. Nos últimos meses eu tinha trabalhado que nem louca num caso grande. Uma empresa estava processando à outra por plágio. A outra havia copiado o nome do produto... Uma completa confusão. Mas que no final, me rendeu muito trabalho, e também muito dinheiro.

 Então, eu podia me dar o privilégio de me dar alguns dias, ou até semanas, de férias.

 O dia estava lindo. Frio, mas com o sol brilhando forte.

 Depois de tomar café da manhã, voltei pro meu quarto e deitei pra tentar voltar a dormir. Mas eu estava completamente desperta, então não obtive sucesso.

Fui assistir TV na sala. Não agüentava mais ficar no quarto.

  Passei quase meia hora assistindo um programa muito educativo, e nada divertido, no Discovery Channel. Rodei os quinhentos canais e não achei nada que realmente valesse à pena assistir.

 Decidi que daria uma volta. Sem carro. Sairia a pé, e talvez até almoçasse fora. Nem que fosse sozinha.

 Lembrei de um parque que era o palco das minhas corridas com Andy, um cachorro que era meu amigo desde os meus onze anos. Andy fora presente de Carlisle e Esme, de aniversário; era um golden retriever. Edward não gostava muito de cachorros, até eu ganhar o Andy. Alice, bem, ela gostava de subir nas costas do cachorro e brincar de ‘cavalinho’.

  Andy vivera por dez anos. Muito tempo. Mas uma decepção pra mim. Para todos nós na verdade. Até Esme que não era lá muito fã de cachorros, não resistia a passar em um Pet Shop todo dia, e trazer mais brinquedos pra ele. Carlisle comprava a casinha, a comida, e cuidava do banho quando a gente não podia. E Alice, bom, adivinhe? Era responsável por comprar roupas para ele, o que deixava Edward bravo, sempre dizendo ‘Mas assim ele vai parecer uma fêmea! Não acabe com a masculinidade do cachorro, Alice!’. Ela apenas respondia dizendo que não eram roupas que o tornariam menos macho. Eu ouvia tudo em silêncio, feliz, por poder simplesmente, correr com ele pelo parque e jogar discos e gravetos pra ele buscar.

 Era desse parque que eu me recordei. Ali era um bom lugar, não só pra correr com cachorros, ou malhar. Era gostoso simplesmente ir lá e se sentar na grama verdinha e se deliciar com um bom livro. Eu e Edward fazíamos isso o tempo todo. Ele, com seus livros de jornalismo, sempre meio alheio a tudo, e eu, com meus livros sobre direito, tentando não perder nada ao meu redor. Alice não visitava muito esses lugares. Ela era do tipo, que gostava de ler antes de dormir. Deitada em sua cama, sob a luz no abajur.

 Após esse breve momento de recordação e nostalgia, subi e vesti uma calça jeans, camisa de flanela e um tênis bem confortável. No térreo, gritei uma das empregadas e avisei que estava de saída, e sem hora pra voltar, e pedi para que ela avisasse Esme que talvez que almoçasse fora. Depois, fui até a enorme biblioteca de Carlisle e me deliciei com a tarefa de ter que escolher um livro. Fiquei em dúvida entre vários. Se papai estivesse presente diria exatamente sobre o que se tratava cada romance, poupando-me do trabalho de ler o resumo da contracapa. Acabei levando um que me pareceu promissor ‘O Guardião de Memórias, de Kim Edwards’.

 Peguei um casaco no armário perto da porta, colocando o celular no bolso de dentro, e saí. O sol brilhou como se dissesse ‘Viu o que estava perdendo até agora?!’. Sorri comigo mesma, por ter essa idéia. Apertei o casaco junto ao peito e tentei me lembrar de como chegar ao parque.

 

 

Bella POV

 

 

-Olha vem vindo uma mulher ali. – sussurrei para Edward.

 - Ótimo. Talvez ela seja simpática, e fique feliz em nos ajudar. – ele tinha comentado a pouco, que não gostava de hospitais. Disse que não gostava da grosseria de algumas enfermeiras.

 - Tenho certeza que ela será um amor! – ri.

 - Olá, posso ajudá-los em alguma coisa? – perguntou a enfermeira se aproximando.

 - Oi, sou Edward Cullen, e essa é minha... parceira, Bella Swan. Somos do The Daily Mirror.

 - Ah, sim. Vocês vão fazer uma matéria sobre o câncer infantil né? – até que ela era simpática.

 - Isso. – Edward respondeu dando um sorriso fofo.

 - Bom, sou Caroline. Já volto. Vou chamar minha superior.

 - Obrigado.

 - Sentem-se. – ela apontou para sofás perolados encostados perto da porta. – Fiquem a vontade, volto em um minuto.

 - Ok.

  Nos sentamos e ela saiu.

 - Que papo foi aquele de ‘parceira’? – perguntei depois de ela ter saído.

 - Desculpe... Da próxima vez, você mesma se apresenta, eu não soube o que falar.

 - Não, por mim tudo bem. É que me pareceu meio... Bobo.

 - Bobo? – ele sorriu. – Definitivamente você se apresenta da próxima vez.

 - Tudo bem.

 - Sr Cullen? Srta. Swan? – perguntou uma mulher se aproximando.

 Ela era alta, mas poderia ser por causa do salto enorme que ela usava. Vestia um conjunto de saia e blazer vermelhos, que contrastavam lindamente com seu cabelo negro. Seu rosto aparentava seriedade e inteligência, temporariamente substituídas por um sorriso bondoso – Sou Norah Henry, diretora do hospital. – apresentou-se estendendo a mão.

 - Prazer. – respondemos, apertando, um de cada vez, é claro, sua mão.

 - Caroline me falou que são do jornal. Eu estou a par da situação. Falei com o seu chefe ainda mais cedo, e ele me disse para confiar que o senhor faria elogios ao hospital, se assim fosse necessário. Ele estava correto?

 - Vou apenas retratar aquilo que eu ver, senhora. – Edward respondeu de forma séria.

 - Isso mesmo. – ela sorriu – Venham, me sigam. Vou lhes mostrar onde ficam nossos pacientes, de acordo com a idade.

 Ela nos levou por algumas escadas. A cada lance, era possível ver pessoas, em poltronas e sofás, por toda parte. Percebi que eram familiares. Me perguntei como seria ter um filho tão pequeno com câncer.

  - Aqui, podem começar por aqui. Não há pais e familiares nesse quarto. Eu só peço cuidado com as perguntas, Sr Cullen. As crianças são pequenas, não as assustem, por favor.

 - Claro. Só vou conversar com elas.

 - Tudo bem. Ah, Srta. Swan? – ela se dirigiu a mim.

 - Sim?

 - Fique a vontade para tirar fotos do prédio. Mas tenha o cuidado de pedir permissão para as crianças, para tirar fotos, sim? Ou peça aos pais, se eles estiverem presentes.

  - Ok.

 Ela saiu nos deixando de frente para uma porta branca com uma placa branca escrito três nomes:

            Anna Johnson

            Benjamin Richie

            Fred Thomas.

 - Edward, eu vou tirar umas fotos. Volto depois. Fique bem amigo das crianças, se você for querer fotos delas é claro.

 - Ah Bella, sei lá... Você acha uma boa ideia expor elas assim? – ele pareceu seriamente em dúvida.

 - Eu não sei Edward. Converse com elas. Depois, perguntamos se elas querem tirar fotos. Se eles disserem que não se importam, eu bato algumas fotografias. Do contrário, acho que fotos do local serão o bastante.

 - Tudo bem. Não demore muito, por favor! Eu não sei agir com crianças. – ele confessou.

 - E você acha que eu sei? As únicas crianças com as quais já tive contato foram às filhas de um ex patrão. E as pirralhas me chutavam o tempo todo! Não serei mãe nem em trezentos anos!

 - Ótimo, sua pouca experiência é de muita ajuda. – ele ironizou.

 - Respira fundo, e vai logo Edward. São apenas crianças no fim das contas, né?

 - É. Isso. Só crianças... – ele respondeu entrando pela porta.

 Eu segui pelo corredor, fotografando tudo o que eu achava relativamente importante. O primeiro rolo da câmera acabou enquanto eu ainda estava no andar do quarto das crianças com que Edward conversava.

 Embora parecesse meio antigo e mal tratado por fora, por dentro o hospital estava em ótimo estado. Os quartos, pelo pouco que vi através de portas semi-abertas, eram bem equipados, e as camas pareciam fofas e confortáveis; as enfermeiras e enfermeiros eram ágeis e responsáveis.

 Olhei pela janela e vi algumas crianças, entre seis e oito anos, presumi, estavam sentadas e no jardim, brincando do que me pareceu um jogo de cartas.

 Sem pensar duas vezes, desci pelas escadas e fui na direção deles. Aquele jardim verdinho, o sol brilhante, e aquelas lindas crianças, dariam uma foto perfeita.

 

 

Edward POV

 

 

 No quarto, como dizia a placa na porta, havia três crianças, dois meninos e uma menininha. Um dos meninos estava dormindo. A menina penteava calmamente os cabelos de sua boneca. E o outro garoto, me olhava com a carinha intrigada.

 - Quem é você? – ele perguntou tombando a cabecinha de lado. Sua voz me lembrou de Alice quando pequena. Uma voz doce. Ele devia ter uns quatro ou cinco anos.

 - Edward Cullen – sorri nervoso. Eu não tinha jeito com crianças. Isso era um fato comprovado.

 - Hum... – ele respondeu apenas isso.

 - Qual o seu nome?

 - Benjamin.

 - Oi Benjamin. Posso me sentar do seu lado? – apontei para uma cadeira vazia ao seu lado.

 Ele apenas deu de ombros.

 - E então Benjamin, tudo bem com você? – tentei puxar assunto.

 - Eu to num hospital... Mas to bem.

 - É isso deve ser ruim, não é?

 - Já to acostumado... – ele entortou a boquinha. Ele parecia entediado.

 - Está entediado?

 - Aham. Não ‘quelo’ mais ficar deitado.

 - Mas tem que ficar. Está na hora dos remédios. – disse uma enfermeira entrando no quarto. Era alta de cabelos vermelhos presos em um coque.

 - Ah não... – Benjamin fez manha. – De novo não.

 - Meu querido, eu sei que é difícil mas tem que tomar. Você não quer ficar nesse quarto pra sempre, quer?

 - Não, mas...

 - E o Dr. Caius, disse que você só pode sair depois de tomar o medicamento.

 - Ta bom!

 - E eu? Vo te que toma o ‘médio’ também? – perguntou a menina que brincava com a boneca, Anna, presumi, já que era a única garota no quarto.

 - Vai sim, meu amor. – sorriu gentilmente a enfermeira.

 - E o ‘Fed’? – Benjamin perguntou inseguro apontando pro menino de cabelos cor de fogo que dormia tranquilamente em sua cama.

 - Acorde-o pra mim, sim Anna? – pediu a enfermeira.

 - Ta bom! – Anna sorriu descendo de sua cama. Ela pareceu ficar mais feliz apenas com o fato de acordar Fred.

 Eles eram crianças lindas. Anna com seus cabelos loiros e lisos, ondulando as pontas, tão pequena que uma vontade de confortá-la e protegê-la me dominavam, apenas de olhá-la.  Seus olhos, de um verde profundo, transmitiam a inocência que nunca vi em uma criança antes. Não que eu tivesse muito contato com pessoas menores de 15 anos.

 Fred, pelo o que pude observar enquanto Carmen (como a enfermeira me disse que se chamava), era uma criança muito animada. Mal acordou e já queria ir para o jardim brincar. Parecia que a energia dele saia daquele cabelo laranja fogo. Mas mesmo assim era uma criança cativante. Era muito amigo dos outros, deu pra notar. Enquanto ele me enchia de perguntas, Carmen espetou Anna com uma agulha de um remédio intravenoso. Anna quis chorar, e Fred se levantou de sua cama, e com todo o cuidado, afagou de leve os seus cabelos loiros. Eles trocaram um breve olhar de companheirismo, e muito corajosamente, Anna engoliu o choro, e sorriu.

 Benjamin, embora tivesse reclamado da hora da medicação, não chorou quando levou a agulhada. Apenas fez uma careta. E, no entanto, a careta foi substituída por uma cara de preocupação. Ele passava as mãos pelos cabelos pretos impacientemente, dando assim pra ver, o quanto seu cabelo estava ralo.

 - Bom meninos, eu já terminei aqui. O Dr. House vai passar aqui daqui a pouco, ai vocês podem perguntar pra ele se vão poder descer pra brincar no jardim. – disse Carmen depois de terminar com Fred.

 - Eba! – comemorou Fred antes da hora.

 - Ainda não comemore meu querido. Pode se decepcionar se o doutor não deixar vocês saírem.

 - Ah, ele vai ‘dexa’ sim. O ‘Douto’ é bonzinho com a gente. – ele revirou os olhos, como se isso fosse um caso encerrado.

- É ‘vedade’- concordou Anna sorrindo.

 - Tudo bem então. Vou avisá-lo que terminei por aqui.

 Antes de sair, Carmen deu um beijo em cada uma das crianças.

 - Quem é você? – perguntou Fred notando minha presença só agora.

 - Edward Cullen.

 - Que nome difícil... – ele comentou.

 - É??

 - Ahamm – ele balançou a cabeça afirmativamente.

 - Nunca pensei sobre isso.. Talvez quando eu tinha a sua idade, mas não tenho certeza...

 - Ah, acho que o Ben e a Anna, já devem te falado meu nome, mas, eu sou ‘Fed’ Thomas. – ele estendeu a mão. – ‘Pazer’

 - Prazer. – não consegui conter uma risada.

 - Como estão meus pacientes preferidos?

 Me virei e vi o médico entrando. Presumi que fosse o tal Dr. House. Aparentava ter em torno dos cinqüenta anos, cabelos grisalhos e ralos.

 - ‘Doutooooo!’ – Anna praticamente gritou ao vê-lo.

 - Olá minha princesa. Oi Fred. E ai, Ben? – ele os cumprimentou.

 - Oi. – os dois responderam juntos.

 - E você quem é? – agora ele estava se referindo a mim.

 - Edward Cullen.

 - Cullen? Conheço esse nome... – ele ficou pensativo – Seu pai é Carlisle Cullen?

 - Isso mesmo.

 - Oh, sim. Grande médico Carlisle. Trabalhei alguns anos com ele.    

 Apenas sorri. Era comum encontrar médicos que haviam trabalhado com Carlisle. Ele era um dos melhores, se não O melhor, cirurgião de Londres.

 - Bem, vamos ver se vão poder ir brincar com as outras crianças... – disse House, olhando a prancheta de cada um. – Vejamos...  Anna... Fred... Benjamin... Sim estão todos bons.

 Olhei para as crianças, e notei que Fred tinha os dedos em figas.

 - Sim. Vocês podem ir brincar sim. – House sorriu.

 - Valeu, ‘douto’ – disse Anna.

 - Não há de quê, meu bem. – sorriu o médico beijando seus cabelos loiros. – Só peço para que vocês descessem em cadeiras de rodas. Estão limpando o corredor e não queremos que vocês escorreguem, não é mesmo?

 - Ok.

 - Você, pode se ocupar com isso Edward? Se não for um incômodo, claro.

 - Imagine, não há problema nenhum. 

 - Então chame mais duas enfermeiras, elas vão ajudá-lo a levá-los.

 - Tudo bem.

 - Até mais, crianças. Nos vemos por ai, Edward. Mande lembranças a Carlisle.

 - Claro, pode deixar.

 Mal o Dr. House saiu do quarto, Fred olhou pra mim e disse:

 - Eu não falei que ele ‘ela’ bonzinho?

 Chamei por Carmen e pedi que trouxesse mais uma enfermeira. Elas me ajudaram a levar os três lá pro jardim. Carmen empurrando a cadeira de Fred, eu a de Anna e a outra enfermeira a de Benjamin.

 Assim que saímos do prédio do hospital, Fred se levantou e quase correu para juntos dos outros garotos. Anna se levantou e foi se sentar com uma menina de cabelos castanhos que brincava, sentada na grama. Benjamin, por outro lado, continuou onde estava.  

 - Edward! – ouvi alguém me chamar.

 Olhei a minha volta, e avistei Bella sentada com algumas crianças. A câmera estava largada ao seu lado. Ela sorriu acenando para eu me aproximar.

 - Meninas, esse é o Edward, do qual eu falei. – ela me apresentou as garotas.

 - Ele é mesmo bonito – uma delas comentou.

 - Como assim? – fiquei confuso.

 - Bem, Bella disse que...

 - Não. Eu não disse nada! Sério! – Bella riu ficando vermelha.

 - Tudo bem. – acalmei-a rindo.

 As meninas riram.

 - Posso falar com você? – pedi.

 - Claro – ela respondeu se levantando.

 Sentamos em um dos bancos dispostos no jardim.

 - E então, como foi com as crianças?

 - Ah, bem. Anna é muito fofa, mas quietinha. Fred é mais falante e animado. É aquele ruivo brincando com os outros meninos.

 - Ele é lindo – ela comentou.

 - E esperto... Já Benjamin, me pareceu meio caladão, e desanimado. – indiquei Benjamin ainda sentado na cadeira de rodas, ele olhava os outros garotos brincando.

 - Edward, ele não deve ter nem cinco anos e está com câncer. Queria que ele estivesse pulando por ai?

 - Não é isso... Quando eu perguntei se ele estava bem, ele disse que embora estivesse em um hospital, ele estava bem. Mas depois, ficou meio desanimado, sei lá... – tentei explicar.

 - Por que você não conversa com ele? Talvez ele te conte o que aconteceu.

 - Mas ele nem me conhece, Bella!

 - Sinceramente. Olhe para a carinha dele. Ele precisa conversar com alguém.

 - Pensei que não entendesse de crianças.

 - E não entendo. Mas qualquer um pode ver que ele precisa desabafar.

 - Ele é uma criança. Crianças são eternamente felizes. Não precisam ‘desabafar’! – debochei.

 - Também penso assim. Mas não custa tentar, né?

 - Tudo bem. Eu vou falar com ele. Feliz?

 - Muito! – ela sorriu

 - haha! – agora, o que eu diria ao garoto... Bom, isso era outros quinhentos.

 - Vai logo!

 - Ta...

 Me levantei e fui até Benjamin. Quando me sentei ao seu lado, ele virou pra me olhar, mas logo voltou sua atenção, para o que quer que estivesse olhando.

 - Benjamin... – comecei. Ele me olhou com cara de quem estava realmente triste. – Olha... Eu não sei o que dizer então... Não ligue pra minha falta de jeito... Mas... O que você tem? Por que não está com os outros garotos?

 -Porque eu não quero. – ele deu de ombros.

 Antes que eu tivesse tempo de perguntar a verdadeira razão, ele sussurrou.

 - Porque eu estou esperando uma pessoa. – ele disse abaixando a cabeça.

 - Quem?

 - Meus pais.

 - Eles estão atrasados? – deviam estar. Afinal, eu já estava ali a um bom tempo, e não vira ninguém entrar no quarto.

 - Eles não vem aqui faz tempo...

 - O que aconteceu?

 - Num sei. Eu ‘pegunto’ ‘pa’ todo mundo, mas ninguém fala nada.

 - Eu posso perguntar.

 - Mesmo?

 - Aham, se você quiser, é claro.

 - ISSO! Eu... To com saudade. – ele baixou a cabeça e pude ver lágrimas em seus olhos.

 - Bom... - o que a gente tem que falar em horas assim?- prometo que te trago alguma informação na próxima vez que eu vier tudo bem?

 - Tudo bem.

 - Então, já que eu vou te ajudar, você pode ficar mais relaxado... Então, por que não vai brincar com os outros meninos? – sugeri tentando ser legal.

 - Ah, legal.

Benjamin se levantou e foi se juntar as outras crianças. Voltei para o banco onde Bella estava.

 - E ai? Como foi? Assustou ele, e por isso o coitadinho fugiu de você? – ela arriscou irônica.

 - Hahaha! Não!

 - Então?

 - Bom, ele disse que está com saudades dos pais, porque eles não o visitam há um bom tempo. E ele não sabe por quê.

 - E o que você disse?

 - Disse que ia tentar descobrir porque eles estão sumidos. – dei de ombros.

 - Nossa... – ela me olhou com cara de espanto.

 - Que foi?

 - Você se importa com ele!

 - Não é isso é que...

 - Edward, eu sei que te conheço, há o que? Três dias? Mas mesmo assim, deu pra perceber que você realmente está tentando ajudar esse garotinho!

 - Não... Quer dizer, não que eu não me importe, é que...

 - Tudo bem. Eu acho isso legal. E bonito! Sério... Esse garoto, Benjamin, né? Com certeza merece o melhor. Já deve ter passado por tanta coisa, mesmo sendo tão pequeno... Uma pessoa pra ele conversar, é algo que ele realmente precisa. E que mal há se você for essa pessoa?

 - É... E pensar que eu só vim aqui pra ter idéias do que escrever na matéria...

 - Pois é... – ela olhava para frente, para todos aquelas pessoas sentadas no chão, algumas correndo, outras simplesmente em pé conversando. Era uma cena bonita.

 - Falando em matéria, posso ver as fotos que você tirou?

 - Claro! Seria ótimo ter uma opinião!

  As fotos tinham ficado lindas, Bella havia enquadrado bem as pessoas e lugares em ângulos perfeitos. Tive certeza, que o editor, teria dificuldades em selecionar apenas algumas.

 - E aí? O que achou? – ela perguntou insegura, pois eu não tinha dito nada.

 - Bom... – olhei pra ela franzindo o cenho. Vi seus olhos arregalarem-se ligeiramente. – Ficaram ótimas! É claro que ficaram!

 - Não faça isso de novo! Achei que não tinha gostado!

 - Como poderia não gostar? Estão perfeitas!

 - Obrigado – ela agradeceu ficando meio envergonhada. - E você? Já pensou no que vai escrever?

 - Bom, pensar eu pensei. E acho que vai ficar legal.

 - Vai citar Benjamin, Fred e Anna?

 - Não. Eu não tenho permissão dos pais deles, e não acho legal expô-los assim.

 - É tem razão...

 - Bem, vamos? Já é quase na hora do almoço, e as crianças têm que ir almoçar também.

 - Vamos. – ela respondeu se levantando. – Vou dizer tchau pras meninas que ficaram conversando comigo, ok?

  Fui em direção ao prédio. Estava quase na porta quando senti alguém puxando minha camisa. Virei, e vi Anna, segurando a mão de Benjamin e de Fred.

 - Já ta indo? – ela perguntou largando as mãos de ambos.

 - Estou sim. – arqueei uma sobrancelha.

 - E ‘po que’ não deu tchau ‘pa’ gente? – Fred levantou as sobrancelhas, com cara de frustrado.

 - Hã? – fiquei confuso.

 - Eles tão ‘bavos’, ‘poque’ você não deu tchau ‘pa’ gente. É isso. – disse Benjamin sacudindo a cabeça.

 - Oh... Me desculpe, crianças... Mas é que vocês estavam brincando e eu não quis me intrometer.

 - Hum... Mas a gente ta aqui. Então, tchau! – disse Fred.

 - Tchau.

  Anna me puxou para que eu me abaixasse, até estar na altura dela. Quando o fiz, ela me abraçou e deu um beijo em meu rosto.

 - Tchau – ela sorriu, e voltou correndo para onde estavam as outras garotas. 

 - Tchau... Bem, depois eu te dou um apelido. – disse Fred me dando um aperto de mão, que depois se transformou em um abraço um tanto rápido.

 - Tchau Fred. – sorri.

 - Tchau... Edw... Ard. – Benjamin se embolou pra falar meu nome me fazendo rir. Ele riu também, me abraçou levemente, meio envergonhado, e foi atrás de Fred.

 - Tchau Benjamin. – respondi, mesmo sabendo que ele não podia ouvir.

 - Isso foi L-i-n-d-o! – ouvi a voz de Bella separando as sílabas distintamente.

 - O que?

 - A despedida de vocês. Foi... Emocionante! – ela tirou uma com a minha cara.

 - Ok, chega. Vamos logo almoçar, pelo amor de deus!


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Notas finais do capítulo

ooi, mais uma vez, desculpa pela demora..
mas é que anda meio dificil, a coisa, viiu..
mas então...
esse capítulo fiocu muito xoxo, né?
vou tentar fazer o outro o mais WOW que eu puder, ok? X
aah, eu mudei tanta coisa, nele!
logo no começo, originalmente, o Emmett, estaria ouvindo Wishlist do Pear Jam,
mas como essa semana, eu estou toda trabalhada no The Killers, resolvi mudar, e coloquei a música que eu estava ouvindo enquanto finalizava o capítulo.
Nossa, eu tinha duas cópias do cap aqui no pc, e misturei as duas, não sabia qual era a certa, porque uma já estava prontinha pra ser publicada, e a outra tava com alguns erros..
afs, foi um rolo! ¬¬
mas aainda bem que eu consegui resolver
bom, enfim, é isso..
espero que entendam.
vou tentar postar o capítulo 6 mais rápido que esse, e tentar fazer ele ser maior, prometo! X
beeeijos, e
NÃO ESQUEÇAM DE COMENTAR, heein?
xoxo