Everything Has Changed escrita por yourcoffeehot


Capítulo 3
Dont fuck with my love


Notas iniciais do capítulo

(Não foda com meu amor)
Bem, mesmo sem muitos comentários, resolvi voltar e postar mais um - até mesmo porque tenho que terminar isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/554443/chapter/3

Narrador Personagem: Leonard

Por incrível que pareça, dormi são na noite de sábado. Digo, na madrugada. Se eu bebesse talvez esquecesse a presença de Chlöe; não queria esquecer. E quando eu bebo, bebo para esquecer coisas sobre mim, e naquela noite não tive o que esquecer. Foi uma ótima apresentação, as pessoas no bar gostaram, lucrei 200 dólares e ainda conversei com a Garota do Corredor.

Acordei por volta do meio dia, naquele Domingo. Só acordei porque Adam conseguiu derrubar um vaso vazio que tinha lá dentro.

– Que merda foi essa? – Sentei assustado na cama.

– Foi mal, cara. Eu quebrei um vaso. Por que tem um vaso de flor no quarto?

Tava pouco me fodendo pro motivo de ter um vaso no quarto, só queria dormir mais um pouco. Deitei de volta na cama, mas a claridade não de me deixou dormir. Então levantei, vesti uma camisa e me arrastei até o banheiro coletivo – em Jacksonville pelo menos tínhamos banheiros nos quartos, não precisava caminhar para uma porra de um banho. Abri o chuveiro e a água veio direto na minha cara, me fazendo acordar de vez.

Narrador Neutro

Lembrou-se da noite anterior, quando olhou para a porta e viu Chlöe deixando o local. Já era de se esperar, pensou na hora. Quando acabou o show, por volta de 3h da madrugada, foi até sua mesa, pegou a garrafa e viu o pedaço de guardanapo. Sorriu. Talvez tenha acontecido algo pra ela ir embora, pensou. Enfiou o papel no bolso da calça e foi embora, exausto.

Teria outro show naquela noite, mas este seria especial. Seria no Gastropub, onde os pais dele se conheceram, anos atrás. Havia toda uma motivação para o show daquela noite. Pretendia, então, passar o dia ensaiando, compondo também. Porque no banho começou a lhe surgir outra melodia, e só saiu debaixo do chuveiro quando conseguiu terminá-la - seis exatos minutos após começar. Quando chegou no quarto começou a enxergar a letra em sua cabeça.

Narrador Personagem: Leonard

Compor, pra mim, era tão simples como respirar e as letras vinham tão claras como água.

Quando cheguei ao quarto, agradeci por estar sozinho - Adam sumia e aparecia como fumaça de circo - e fui direto a minha mochila, puxando um velho e amassado caderno de capa rabiscada de caneta. Vasculhei o quarto atrás de um lápis, caneta algo... Aquilo era uma bagunça muito organizada, gosto de bagunças bagunçadas! Peguei a primeira caneta que achei, me sentei no chão, ao lado da cama, puxando o violão debaixo dela.

I met this girl late last year

She said don't you worry if a disappear

I told her I'm not really looking for more one another mistake

I called an on friend thinking that the trouble would that

But the I jump right in...

Uma hora depois de começar eu já tinha terminado. Cantaria a música aquela noite. Tinha ficado boa, muito boa, e don't funk with my love era a minha frase favorita! Mas preferi chamar apenas de Don't.

Peguei o caderno e o violão e decidi ir para um área aberta, onde e pudesse realmente ouvir minha voz de uma forma mais ampla e também ficar sozinho - Adam apareceu e sumiu três vezes em uma hora, sempre batendo aquela porta. Caminhei sem muita pressa pelos corredores da Marshall, pensando se devia convidar Chlöe mais uma vez. Ela foi embora no meio da noite, mas disse que queria me ver cantar de novo. Preciso de fãs!

E de uma amiga como ela também preciso.

Fui então ao outro prédio, puxando em minha cabeça onde ficava o quarto dela - dois depois do de Christine. Demorei para lembrar com certeza, mas quando o encontrei, não havia ninguém lá. Bati algumas vezes e nem sinal de resposta. Bufei contra a porta e dei meia volta. A quadra de esportes foi o único lugar que me veio à cabeça, provavelmente estivesse vazia. E graças a Deus estava. Resolvi ensaiar a playlist toda: The A Team, Spark, Patience (Guns N' Roses), She, Stay With Me (Sam Smith), Heart Shaped Box (Nirvana), Don't, Drunk in Love (Beyonce), Cold Coffee e terminaria com Even My Dad Does Sometimes. Bom, essa última música fora escrita dias depois da morte dos meus pais. Seria a primeira vez que eu a cantaria para mais pessoas, e tinha que ser ali, no lugar onde eles se conheceram - mesmo a música não falando exatamente sobre eles.

Fiquei lá sentado, na arquibancada vazia da Marshall, tocando e tentando acertar todas as notas, sem dissipar minha mente de Stacy ou... de Chlöe. O sol estava se pondo, olhei no relógio em meu pulso e já estava perto das seis da tarde. Peguei minhas coisas e voltei ao quarto morrendo de fome - só então percebi que não tinha comido nada o dia todo.

Estava descendo para a cantina, quando vi Chlöe voltando dela. Nos encontramos no corredor. Mais uma vez num corredor.

– Então eu canto mal - falei, parando ao mesmo tempo que ela.

– Quê? Não - respondeu com um sorriso confuso.

– Você disse que ficaria até o final se o cantor não fosse ruim.

Ela riu fraco, fechando rapidamente os olhos depois abrindo-os.

– Eu tive que ir, meu pai me ligou perguntando onde eu estava, saí sem avisar ele.

– Achei que tivesse idade pra sair de casa à noite.

– Se quer saber quantos anos eu tenho, pode perguntar diretamente - falou ela, meio sério, meio divertida. - Tenho 17.

Uau.

Narrador Personagem: Chlöe

Leonard ergueu as sobrancelhas e ficou me encarando.

– Que foi? - perguntei.

– Pensei que você tivesse mais, tipo, uns 20.

– E você, quando anos tem? - Cruzei os braços.

– 20, mas logo faço 21.

– Pensei que você fosse mais novo.

– Por que? - Sorriu.

Seu cabelo bagunçado, essas tatuagens, sua roupa larga, essas calças quase sempre caindo, essa barba por fazer, a cerveja, o porre de sábado de manhã, a forma como canta...

– Não sei - respondi, apenas.

– Bom, você disse que gostaria de me ver tocar mais uma vez, e eu vim te convidar. De novo - parecia uma criança contanto aos pais o que aprendera na escola. - Vou tocar no Gastropub, hoje.

– Ahn... - fiquei sem jeito de dizer não, mas era preciso. - Eu já tenho compromisso pra hoje à noite.

– Um encontro? - Perguntou, logo em seguida.

– Como sabe?

– Não sabia, você acabou de contar - sorriu e deu de ombros. - Está nervosa ou é impressão minha? - Ele tinha que ser tão perceptivo?

– Meu primeiro encontro - falei, entrelaçando meus dedos uns nos outros.

– Segundo, se contar o de ontem - ele sorriu, baixou os olhos e me olhou de volta, sem me dar tempo de resposta. - Se arrumar um tempinho, começa às dez o show. Eu ia gostar de te ver por lá.

Ele passou por mim, me deixando sozinha e sem direito à respostas. Bom, eu nem sabia o que iria responder mesmo. Aquilo, na noite anterior, não tinha sido um encontro... tinha?

Oh, céus. Tinha, sim.

Ele me convidou, eu aceitei. Passamos a noite conversando, eu vi ele cantar. Foi um encontro. Meu primeiro encontro e nem percebi isso. Mas, mesmo assim, o encontro com Nathan seria diferente. Seria arriscado, perigoso, intenso e bom, muito bom. Nathan era um homem elegante, conhecia muita cosia do mundo, era eloquente, lindo, com um corpo de dar inveja à muito menino de 20 anos por aí.

Seria mágico!

E a única diferença real entre os dois encontros, era que eu estava apaixonada por Nathan, e com Leonard foi um acaso termos nos aproximado.


Narrador Neutro

Leonard se arrumou da forma como sempre se arrumava para tocar - e para tudo: calça jeans larga, caindo um pouco, tênis, camiseta preta do Ramones e uma camisa xadrez por cima - e ficava incrível de xadrez e preto. Não arrumava o cabelo; tomava banho, passava os dedos pra desembaraçar um pouco e saía assim. Não tinha frescuras.

Já Chlöe estava em dúvida com o que usar. Queria parecer adulta, mas não queria mostrar que tinha se vestido só para agradar Nathan. Também não queria parecer atirada ou desesperada por atenção. Optou, então, por um vestido verde escuro, que ia um pouco acima dos joelhos, o cabelo preso em um elegante e bem feito coque, um casaquinho em cor vinho, combinando com o sapato da mesma cor. A maquiagem era leve, um tom rosa quase imperceptível, mas que destacava seus lindos olhos castanhos.

Antes de sair do quarto, Leonard recebeu um ligação. Não reconheceu o número, mas mesmo assim atendeu.

– Alô? - Falou.

– Leonard? Sou eu. Stacy.

E num estalar de dedos, um trecho da música composta naquela tarde veio a cabeça.

Não foda com o meu amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, eu gostei desse capítulo. Gosto da fic toda ~minha amiga está me observando postar isso e é estranho entrar no nyah num pc em local público~.

Comentem POR FAVOR. Beijos.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Everything Has Changed" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.