Everything Has Changed escrita por yourcoffeehot


Capítulo 4
All I know since yesterday is everything has changed


Notas iniciais do capítulo

(Tudo que eu sei desde ontem é que tudo mudou)



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Narrador Personagem: Leonard Styles

Isso só pode ser brincadeira.

Foi só o que pensei depois que ela falou seu nome. Ela ia foder com tudo de novo. Eu ia foder com tudo, se ela disse um "eu sinto muito, fui uma boba, ainda te amo". Eu ia foder com a possibilidade de ter uma boa vida na Marshall, de conviver com minha irmã por um tempo... Eu foderia com tudo que fosse possível! Rasgaria até a música incrível que compus à tarde.

– Oi, Stacy - passei a mão pelo cabelo.

21h46. O show começava às 22h. Se atrasar não é legal quando você nem é famoso ainda, cara.

– Eu soube que você se mudou. Marshall né.

– É - concordei. - Por que ligou? Já não esfregou toda merda que fez na mi...

– Eu quero voltar.

PUTA-QUE-PARIU.

– Você... o quê? - Me sentei na cama.

– Sinto sua falta. Sinto falta até suas manias, das suas tatuagens sem sentido, da sua paixão desenfreada pela música...

– Não, só sente falta de alguém pra esquentar você durante a noite. Porque nenhum cara dorme com você após o sexo. - Levantei da cama. - Pra você são só manias, ou só rabiscos pela minha pele, e o violão é só um hobby. - Parei na frente da janela, olhando a escuridão da noite, onde apenas as lâmpadas do pátio da Marshall se mostravam luminosas.

– Leo, eu... gosto de você. Sabe disso!

– Então por que disse que achava outro melhor, que eu nem sequer te levava ao orgasmo, que eu era carente? Por que disse tudo aquilo?

– Porque eu fui uma boba!

Controle-se, Leonard. Não foda com tudo. Não.foda.com.tudo.

– Não, eu fui um bom bobo. Um idiota - olhei para a cômoda ao lado da cama e vi o papel amassado de Chlöe. Tirei a mão do bolso da calça e o peguei, o olhando sem ler. - Precisei de dois dias longe de você, Stacy, pra perceber o quão idiota eu me torno quando estou apaixonado.

– Leonard, nós fizemos planos, lembra? Você não sabe o que está dizendo.

– Só o que eu sei é que desde ontem... muita coisa mudou, Stacy - fechei o papel no punho. - Tchau.

– Leonard, se desligar... - tu-tu-tu.

Não esperei para ouvir porque não fazia diferença.


21h58. Tá, eu já estava fodidamente atrasado. Levaria mais uns quinze minutos para chegar até o bar, mas uns cinco para arrumar o violão, o microfone e a porra toda. Mas foda-se. Quando cheguei lá, subi direto ao palco - depois de ouvir uma breve reclamação do gerente - e comecei a tocar.

Daí em diante foi tranquilo. Cada vez que eu pensava em Stacy era como um lembrete da leveza que eu sentia agora. Ela finalmente se tornou um assunto terminado. Passei a noite catando numa boa para as mais de trinta pessoas - bares aos domingos são mais movimentados. Numa boa até Chlöe Montgomery aparecer. Aí eu fiquei inquieto, querendo largar o violão para ir falar com ela.

Nada me faz querer largar o violão.

Narrador Neutro

Leonard acabara de cantar Don't e muitos aplaudiram com veemência. Até mesmo com um palavrão no refrão da música, ele jurou ter visto Chlöe cantarolando. Depois, iniciou mais um cover. Drunk in Love. Sim, ele cantaria Beyoncé.

– I've been drinking, I've been drinking. I get filthy when that liquor gets into me. I've been thinking, I've been thinking. Why can't I keep my fingers off yoou, baby? I want you, na na...

Chlöe achou aquilo muito inusitado. Cantar Sam Smith? Tudo bem, normal. Agora, cantar Beyonce? E o pior é que ele fez a música ficar boa de ouvir. Tinha um sotaque intrigante, ao ver da Montgomery: lembrava muito o sotaque britânico e não parecia estar forçando isso, porque cantava muito naturalmente.

– We woke up in the kitchen, saying: "how in the hell did this shit happen?". Oh, baby, drunk in love we be all night. – Ele olhou para Chlöe que balançava a cabeça lentamente no ritmo da música, de pé, perto do palco, mas não na frente. Ela sorriu - Las thing I remember is our beautiful bodies grinding off in that Club. Drunk in love... We be all night, love. We be all night, love...

Mesmo com o encontro maravilho que tivera com Nathan, ainda havia espaço na cabeça para pensar no show do seu mais novo possível amigo. Ela nem sequer trocou de roupa: antes que o táxi chegasse ao seu destino - a casa dela -, Chlöe pediu que o motorista parasse no Gastropub.

– Never tired, never tired. I been spin. That's only thing keeping me on fire, me on fire. Didn't mean to spill that liquor all my attire. Girl*, I've been drinking watermelon. I want your body right here, lady**, I want you right now. Can't leep ya eyes off my fatty. – Leonard sorriu enquanto cantava isso e Chlöe riu também. - Lady, I want you...

Quando ele terminou a música, agradeceu as palmas e deu início a última canção da noite. Chlöe achou a letra de Even my dad does sometimes muito bonita, e ficou de braços cruzados apreciando mais uma vez a voz do ruivo do corredor.

– Deu um bolo no seu segundo encontro e veio me ver tocar? Será que consegui uma fã? - Falou ele após descer do palco, com o violão numa mão e a garrafa de água na outra.

Chlöe revirou os olhos e riu pelas narinas.

– Eu não diria que foi bem assim.

– E aí, como foi o encontro? - Bebeu um pouco de água. Um gole grande, na verdade.

– Quer mesmo saber? - Ele acenou que sim com a cabeça. - Foi incrível! Andamos a cavalo, fizemos um piquenique, ele tem um carro legal e bem antigo e... - Chlöe começou a perceber que Leonard começava a rir fraquinho e a desviar o rosto para fazer isso. - Que foi?

– Você deveria ter uma amiga para contar essas coisas.

– Eu tenho uma amiga, a Sophia, mas ela...

– Sophia? - Leonard a olhou sério. - Sophia Styles?

– É, você conhece ela?

Leonard começou a sorri largo, depois deu uma risada curta.

– Ela é a pentelha da minha irmã mais nova.

Chlöe ficou parada, com a boca levemente aberta, espantada.

– Mas vocês não se parecem, tirando o cabelo ruivo.

– Na verdade, meu cabelo ruivo é mais bonito que o dela. Ela e o namorado, ou seja, lá o que forem, estavam aqui há pouco tempo. Saíram antes de você chegar - deu de ombros. - Vou lá arrumar minhas coisas e pegar o pagamento. Se puder esperar, te acompanho até em casa.

– Na verdade, eu vou pra Marshall - ela sorriu.

– Pensei que não dava pra voltar pra Marshall depois das nove, nos finais de semana.

– Há vantagens em ser a filha do diretor - deu de ombros. - Digamos que tenho a chave da porta dos fundos.

Já passava da meia noite e Chlöe estava realmente numa boa de estar na rua a uma hora dessas, sem avisar seu pai - que pensava que ela havia passado a tarde em seu quarto no campus, estudando. Estava feliz. Era um dia feliz. O encontro com Nathan realmente rendera.

– Então, com quem foi o seu encontro, afinal? - Perguntou Leonard, enquanto caminhavam lado a lado, ele com o violão nas costas.

– Nathan...

– O professor de História? - Ele a interrompe, ela cora e concorda.

– Tem que jurar que não vai contar isso a ninguém, nem mesmo ao seu reflexo no espelho - falou ela desesperada, segurando no braço de Leonard, à sua frente.

– Fica tranquila. Afinal, meu reflexo e eu estamos meio brigados - deu de ombros e sorriu.

Ela sorriu também e voltaram a caminhar. Aí ficaram em silêncio e a falta de palavras não se fez incômoda. Cada um observando um detalhe diferente na mesma rua.

– Não sei se o professor disse isso, mas você está bonita - Falou ele, virando o rosto lentamente para ela.

– Obrigada - mais uma vez ela corou. - E você cantou muito bem de novo. É bom nisso, devia seguir em frente.

– É, eu pretendo. Tirando a música, sou um inútil em qualquer outra profissão, mesmo.

Outra vez silêncio. Dessa vez Leonard a notou suspirando sozinha, olhando para o nada.

– Desculpa ser grosso ou tão direto, mas acho que não devia criar tanta expectativa quanto ao professor bonitão.

Chlöe olhou rispidamente para ele.

– Por que diz isso?

– Ele é bem mais velho que você, trabalha para o seu pai, não parece o cara que se apaixona por alunas e acho que ele pode te machucar, sentimentalmente falando.

– Um cara mais ve...

– Sim, caras mais velhos se apaixonam por meninas mais novas e é normal que alunas tenham fetiches com seus professores - ele sorriu safado para ela.

– Leonard! - Ela deu um tapa no braço dele, corando fortemente e rindo depois.

– Não, é sério, Chlöe. Ele não é o cara pra você. É o que eu acho, pelo menos.

– Você me conhece há dois dias e acha que pode opinar sobre meus sentimentos e meu futuro?

Leonard a olhou.

– É, eu acho - deu de ombros e eles riram fraco.

Eles chegaram à Marshall e Chlöe tirou da bolsa uma chave mestra, ela abriu e Leonard empurrou a porta para ela passar. Eles trancaram a porta de novo e ele fez questão de acompanhá-la até seu quarto.

– Bom, chegamos - disse ela, suspirando.

– Esse corredor parece diferente quando se está sóbrio... - analisou ele, olhando para os lados, dando uma volta sem sair do lugar - Fiquei feliz que tenha ido me ver cantar hoje - colocou as mãos nos bolsos da calça.

– Fiquei feliz de ter ido - ela respondeu. - Boa noite, Leonard. Nos vemos no refeitório, no campus, não sei...

– Em algum corredor, provavelmente, Garota do Corredor. - Ele se inclinou e ela jurou de pé junto que ele beijaria seus lábios, mas não. Havia um cavalheiro por trás da cerveja e do cabelo ruivo.

Leonard queria fortemente beijar aqueles lábios naturalmente rosados, mas se conteve. Seria inadequado, apressado e correria ela. Então apenas beijou a bochecha esquerda dela, bem próximo ao canto de sua boca. Chlöe tremeu na base por segundos e não pode deixar de olhar para os lábios de Leonard enquanto ele se afastava. Um simples beijo no rosto acontecendo em câmera lenta.

– Boa noite, Chlöe. Tente não sonhar com seu professor nu numa sala de aula. Molhar os lençóis não é legal - Um cavalheiro que falava besteiras nas entrelinhas e fazia-a corar profundamente de vergonha.


Chlöe Montgomery entrou em seu quarto sabendo que muita coisa havia mudado. Embora pensasse muito em Nathan ainda, agora usava as palavras de alerta de Leonard como filtro. Ele podia mesmo magoá-la e... E Leonard quase me beijou, meu Deus. Acho que eu queria que... Não, Chlöe. Não. Ele é seu amigo e irmão da sua amiga. Você nem o conhece! Ela começou a balançar a cabeça em negativa e então começou a tirar os brincos e a limpar a maquiagem, se preparando para o banho, onde ficou quase uma hora, analisando que boa parte dela havia mudado. Seus sentimentos, principalmente. E estavam confusos. Não mais confusos do que ela ficaria em tempos, ao descobrir que é possível se apaixonar por um cara completamente oposto a ela. Ah, se ela soubesse o que a aguardava...


Para Leonard Styles, tudo mudou. A universidade, a cidade, as companhias - mais tarde mudaria o número do telefone, também. As músicas mudariam. Tudo começou a mudar mesmo quando derramou cerveja no pijama de uma pobre garota num corredor onde não deveria estar - mas graças a Deus estava! Não tirava mais aquele par de olhos castanhos e inocentes da cabeça. Não conseguia. E por mais que a conhecesse há tão pouco tempo e que nem sequer conhecesse Nathan, o professor bonitão, soube desde o início que não daria certo. Mas estava disposto a lutar por um canto na vida de Chlöe mesmo que fosse só o ombro amigo quando ela precisasse chorar. Ele também não sabia o que lhe aguardava, mas sabia que havia algo por vir. Algo nem bom, nem ruim. Intenso.


Mas tudo que sabiam de verdade era que tudo tinha mudado.


*Na versão da Beyonce é usado "boy".

**Na versão da Beyonce é usado "daddy".


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Notas finais do capítulo

CABOOOOOU - QUE TAL UMA RECOMENDAÇÃO PRA LACRAR COM CHAVE DE OURO, HÃ?

Não chorem. Onde tem mais Stylery? Em Desastre Iminente, oras! Leiam a fic da MissBieber e COMENTEM pq é muita sacanagem ler e deixar por isso mesmo. Façam a mesma coisa aqui, hein. Quero comentários lindos sobre esse último momento.

Sei que foi curta, sei que ficou até meio confusa, mas quem entendeu, entendeu.

Dedico essa fanfic de coração à melhor amiga mais chata do mundo que me atormenta noites e noites via Whats App - acho que vou te bloquear, Thalita. De boa. Não fosse por ela, saibam que EHC nunca teria sido criada, postada e confesso que, mesmo sendo minúscula, pensei que largar essa fic na época das provas e caralho a quatro. Mas eu continuei, porque sou... como fala mesmo? Ah, sim. A melhor amiga do mundo. ME AME - mais do que já ama.

Eu não sei vocês, mas eu gostei do resultado. Gostei de Everything Has Changed. Sou madrinha de Chlöe e Leonard, pra quem não sabe. Esse canal não aconteceria se eu não fosse tão obcecada por Ed Sheeran, se eu não colocasse na cabeça da Bieber que Leo precisava de um par e que Nathan e Chlöe não renderiam muito - se alguém aqui shippa Nalöe, sinto muito. Stylery diva, samba no salto 15.

Agora fui-me. Quem gostou de mim pode ler minhas outras fics u.u eu ficaria honrada.

QUEM TIVER FANFICS COM ED SHEERAN aqui como personagem original pq né, ou no Spirit PODE ME MANDAR POR MP.

Beijos. Fui.



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