Atração Perigosa escrita por BTrancafiada


Capítulo 24
Capítulo XXIII - ALISON E TOM - MISTO


Notas iniciais do capítulo

Meninas só vou responder todos os comentários na segunda, porque só estou entrando pra postar os capítulos mesmo e fingir que vou estudar porque eu sou cara de pau e não peguei no livro até agora.

BOOA LEITURA :))



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“O primeiro amor deixa marcas para a vida inteira.”

Nicholas Sparks

– Ali, volte! – Ray me chama meio desesperada. – Mamãe irá pedir desculpas. Ela...

– Não vai. – Viro para ela chorando e sei que minha maquiagem está borrada. Meu vestido preto me atrapalha a correr e os saltos-altos também.

Rachel corre um pouco atrás de mim, mas quando percebe que não vou voltar atrás, desiste. Aperto meus olhos quando vejo um ônibus vindo e não é o meu.

Sento no banco soluçando chorando e molhando todo meu vestido.

– Ela percebeu, ela percebeu. – murmuro chorando mais uma vez e soltando meus cabelos que estavam presos em um coque formal. – Idiota, idiota! – Dou tapas em minha cara e depois esfrego as mãos em meu rosto com força.

Um carro branco para no ponto e abre o vidro. Como se não me bastasse ser chamada de vadia indiretamente, ainda levarei cantada de... Brad.

É ele.

– Alison? O que houve com você? – Ele sai do carro e agarra meus ombros, me abraçando. – Entra no carro. – Eu o faço e coloco o cinto deitando a cabeça no banco e colocando minha pequena mochila em meu colo.

– Brad, você não precisa fazer isso. – Seco minhas lágrimas e olho minha mão borrada do rímel.

– Para onde você quer ir? – Ele para o carro no semáforo mesmo a rua estando vazia.

– Eu sei que você me odeia. Eu vou sozinha, eu juro. Sua casa é tão...

– Cale a boca, Alison! – Seu tom se altera e fica mais alto, eu olho pra ele assustada e ele suspira alisando meus ombros. – Antes de ser seu namorado, eu era seu amigo. E ainda sou seu amigo. – Ele baixa os olhos e vejo que olha para meus peitos.

– Que amizade. – zombo rindo e voltando a encostar no banco.

– Desculpe. – Ele suspira mais uma vez e passa a marcha. – Vamos para o pátio da escola.

Fecho os olhos enquanto ele dirige e eu balanço no carro. Penso em tudo que Tom e eu vivemos e percebo que a ficha só caiu agora.

***

A dor dentro do meu peito passa para minha cabeça quando nos sentamos em um banco da escola. Brad fica em silêncio enquanto eu fico soluçando.

– Ele nem falou nada, sabe? – respondo a sua pergunta. – Ele nem me defendeu direito. Me senti uma puta!

– Quando você terminou comigo, eu me senti o cara mais lixo da Terra, fiquei dois dias sem comer pensando no que eu podia ter errado e no que podia não ter feito. Pensei em todas as suas mudanças de cabelo e que sempre elogiei. Pensei nas nossas brigas e que sempre te dei razão no fim, mesmo que Milk-shake seja melhor que Sundae. – Dou uma risadinha fraca e encaro minhas mãos sujas de maquiagem. Apesar dele estar falando do nosso término, a voz dele me deixa mais relaxada e lembro do qual bom e certo era ficar com ele.

Deito a cabeça em seu ombro e agarro seu braço, ele suspira e continua desabafando:

– Eu pensei que seus pais tivessem mandado você terminar comigo, ma eles me adoravam. Eu fiquei puto com você. Tudo que fiz por você, tudo que passamos juntos e... Você terminou comigo daquele jeito. Eu me senti um idiota. – Ele fungou e percebi que ela estava chorando. Não, não posso ver isso de novo. Não posso ser causadora de mais dor!

– Jamais diga isso, seu louro idiota. Eu amei você, tudo bem? E amo como amigo agora.

– É ele, não é? Tom?

Dei de ombros. – Mais ou menos. É tudo, entende? É ser a perfeita, é ser a melhor amiga, é ser popular, é ser boa na comida, é acordar cedo pra trabalhar, é não ver o pai em casa, é a mãe triste, é o irmão chorando e é esse amor... Essa coisa... Pelo pai da minha melhor amiga! – falo, quase rosnando no fim. – E você chorando, aquilo acabou comigo, Brad. Você sempre foi tão forte e me senti a pessoa mais canalha do mundo por acabar, em partes, com essa força. Gosto de Tom, gosto. Mas não terminei com você por isso. Foi porque, como eu disse, foi tão fácil te trair.

– Você estava bêbada. – Ele me interrompe.

– Argh! – resmungo e bufei em seguida. – Eu estava bêbada, sim. Mas eu podia ter bebido 50 litros de cerveja e deveria lembrar de você. Deveria sentir você dentro de mim, como senti por tantos anos. Como senti quando estava certa de que você seria meu primeiro. – Jogo os cabelos para trás. – Eu esqueci de você, Brad. Eu esqueci de te amar e de reconsiderar tudo que vivemos. Eu te traí e você é um idiota por estar aqui sentado comigo ainda. – Soco seu braço de leve. – Você é a melhor pessoa que conheci, eu queria te conhecer mais o suficiente para saber como acabar com a sua dor. Eu fui uma farsa.

– Alison, não se magoe tanto. Vá descansar. Vá dormir. Quer dormir lá em casa? – Eu olho pra ele. – No quarto de hóspedes, porta trancada. – Rimos baixinho. – Eu ligo para seus pais. Só não chore de novo e se chame de idiota, por favor.

– Não sei, Brad, pare de ser tão bom comigo.

– Cale a boca, você me estressa. – Ele levanta e percebo que parou de chover, ele se ajoelha na minha frente colocando as mãos em meus joelhos ralados pelo tombo que levei. – Falando sério, eu fiquei muito tempo no quarto, sozinho, apenas comigo mesmo e com nossas lembranças. Eu lembrei de tudo que fiz por você e comecei a lembrar de tudo que você fez por mim. E você não foi uma farsa, O.K.? Você foi a menina que entrou no meio do campo e rebolou deixando o goleiro do outro campo distraído e fazendo meu time ganhar. Você foi a menina que eu ensinei a andar de bicicleta. Você foi a menina que concertou meu chuveiro. Você foi a menina que cortou o cabelo, quando meu time raspou a cabeça por que nossa amigo estava com câncer. Você foi a menina que ficou de recuperação em Artes só pra me dar cola no fim do ano porque eu me ferrei. – Eu ri e ele esfregou sua boca na minha de leve depois se afastou. – Agora vamos as coisas ruins.

– Ah!

– Sim! Você me fez comprar dois quadros pra minha nova casa onde eu mal sei colocar, comprei porque você adora arte. Você me fez assistir uma temporada inteira de 90210. Você fez ler A Culpa é das Estrelas, só pra jogar na minha cara que se eu morresse de câncer, aquilo seria o tamanho da dor que sentiria. Você me fez perder 4 horas da minha vida, te ensinando a jogar futebol e você ainda fez gol contra! Você fez minha mãe descobrir que eu bebia aos 14 anos de idade.

– Era errado, O.K.? – interrompi.

– Você é a melhor pessoa do mundo, Alison. Você foi meu primeiro amor. – Ele me ajudou a levantar e caminhamos abraçados em direção ao carro. – E sempre vai ser meu maior amor.

– Quando estamos juntos, eu mudo completamente. Você me coloca em paz. Eu me sinto em casa. – sussurro quando ele me abraça no carro. – Eu vou pra sua casa.

– Você esqueceu de uma coisa. – eu disse pulando do carro depois de falar com minha mãe ao telefone. – Eu fui a primeira pessoa com quem você visitou o Discovery Cove.

***

Nós entramos na pequena casa, de apenas dois andares rindo e abraçados. A sala era espaçosa, com dois sofás, uma mesa de centro no meio sobre um tapete felpudo e branco. Uma TV de plasma presa na parede e uma estante embaixo com livros, DVDs, Xbox e porta-retratos.

A cozinha era no estilo americano, dividida da sala por uma bancada com bancos e é azul-turquesa, há uma geladeira da mesma cor e um fogão que é preso em uma parte de mármore e fica ao lado da pia que fica de frente para a bancada. Há uma fruteira que os divide e há armários sobre a geladeira e um ao lado da mesma com um microondas.

Caminhei até o banheiro que era pequeno, um armário com coisas masculinas, um Box e um vaso branco.

Ele voltou com uma camisa de manga e uma calça de moletom e me entregou.

– O seu quarto é o primeiro à direita. – Apontou para o corredor. – Vou fazer o chá.

– Você odeia chá. Por que tem coisas para prepará-lo?

– Qual é, um dia você viria aqui. E você não dorme sem tomá-lo. – Entrou na cozinha e se abaixou.

– Acho que precisarei de mais que uma xícara. – comentei e ele revirou os olhos divertido. Entrei no quarto que tinha apenas uma cama e um criado mudo, enquanto resto era apenas um espaço com tapete enorme.

Tirei minha roupa e preparei meu celular para despertar. Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo e coloquei as roupas. A calça ficou bem apertada na cintura, mas a blusa enorme e eu voltei para a sala.

– De quem é a calça? Está apertada. – Levantei o moletom e puxei a calça, ele olhou minha barriga e desviou o olhar.

– É uma velha da minha mãe. – Deu de ombros e eu sentei puxei um banquinho para a bancada, colocando minha xícara sobre ela e me sentando.

– Seu presente sumiu.

– Eu fui pegar de volta.

– Ele está aqui? – perguntei interessada.

– Vou pegar. – Saiu da cozinha mexendo nos cabelos. Enquanto ele procurava observei o local e lembrei-me que poderia ter ajudado a decorar e ter feito muito mais, mas não fiz. E nunca poderei.

– Achei. – Ele me entrega um quadro coberto por papelão e eu coloco no colo, rasgando em seguida.

É uma pintura minha, estou sentada em uma varanda e há um mar atrás, o mar, a varanda e meu rosto e mãos estão em preto e branco, enquanto uma camisa minha bem antiga – presente dele de aniversário – que é toda vermelha com um coração rosa no meio escrito “Forever” e uma xícara – primeiro presente dele de nossos dias dos namorados – que era lilás com uma nuvem branca, meu cabelo louro com mexas verdes (minha primeira loucura no cabelo), estavam em suas cores reais.

– É lindo. – eu disse em meio às lágrimas. – Preciso conhecer o pintor. – Alisei a pintura admirada e cheirando a arte em seguida, já até sabia onde colocaria no meu quarto.

– Você já conhece, bobinha. Eu fiz.

– Sério? – exclamo incrédula. – Difícil vai ser levar para casa. Mas espera... Você disse que tinha mais dois quadros e que comprou, é verdade?

– Na verdade, um sim, outro eu pintei quando estava na fossa e outro eu comprei, é um retrato da minha mãe. – Ele tira a xícara da minha mão e a coloca na pia. – Vem ver. – Pego sua mão e ele me guia até seu quarto que é bem maior do que o de hóspede. Há uma cama de casal, uma mesa com o notbook dele em cima, um guarda-roupa branco e alguns CDs presos na parede.

– É bem bonito aqui. A sua cara.

– Obrigada. – agradeceu abrindo o guarda-roupa - e afastou os cabelos, que agora estavam nos ombros, colocando os fios atrás da orelha - e tirando de lá um quadro e o colocou na cama com cuidado, depois tirou outro e fechou as portas. – Este aqui é o meu. – Ele rasga o papel. – Guardei assim porque não queria que qualquer um visse. – Enquanto ele vai rasgando o papel, a onda do sono vai chegando e eu fico um pouco mole. Ele me mostra o quadro. É lindo.

Brad sempre amou o mar e nessa pintura, ele está se afogando nele. Está de moletom e calças do mesmo pano azuis escuras, está de olhos fechados e uma luz ilumina seu rosto, continuo examinando o quadro e vejo cabelos louros no fundo do mar, é isso que está o iluminando.

– É lindo, apaixonado e ao mesmo tempo solitário.

– Obrigada. – Rasga o outro e me mostra. É a mãe dele de lado encostada numa janela molhada pela chuva, sua mão direita está encostada na parede e não há a aliança. – Ela e papai se divorciaram, ela colocou ele pra fora de casa.

– Nossa! Nunca pensei isso fosse acontecer. – murmuro incrédula. – Qual foi o motivo?

– Traição. – Ele coloca o quadro da mãe na parede e não olha pra mim depois disso. Força um bocejo. – Estou morrendo de sono. Podemos ir dormir?

– Ah, tudo bem. – respondo encarando o chão e girando a maçaneta.

Chego ao quarto e me jogo na cama tapando o rosto com as mãos em seguida. Estou to envergonhada do que fiz com Brad e do que fiz com Rachel, a dor nos olhos dele é a dor que verei nos olhos de minha melhor amiga.

Brad foi bem legal em não complementar a frase, provavelmente o pai estava traindo sua mãe com uma garota mais nova. Durmo rapidamente aquela noite, mais rápido do que imaginaria que iria conseguir dormir, mas acabo caindo no sono depois de repassar esta noite com meu ex-namorado.

***

Acordo com o meu celular tocando Party In The USA, Miley Cyrus e atendo relutante.

– Formatura hoje. Uhul! – ela grita do outro lado do telefone.

– É, eu sei. Aquela escola é um inferno, podia ter deixado a formatura pro nosso último dia de aula. Além disso, nem tenho vestido. – murmurei sentando na cama e saindo do quarto, tonta.

– Vamos sair para comprar, então. Estou passando na sua casa agora.

– Na verdade, estou na nova casa de Brad. – aviso chegando ao corredor e vendo Brad sem camisa, apenas de bermuda fritando ovos.

– Vocês não terminaram?

– Ainda somos amigos. – Dou de ombros e aliso as costas de Brad, abrindo a geladeira e começo a preparar um suco prendendo o celular entre a cabeça e o ombro.

– Duas horas estarei te esperando na sua casa, tudo bem?

– O.K. – Aceito e desligo o telefone. – Bom dia, Brad.

– Bom dia, Ali. – Ele coloca um ovo em um prato pequeno e depois faz o mesmo com o outro. – Só sei fazer isso.

– Está tudo bem. Eu fritaria uma lingüiça, mas esqueci que você é todo saudável. – Quando digo isso, ele passa ao meu lado e sai da cozinha, sentando no banco que está de frente para a bancada.

– Estou indo para a praia. Quer vir comigo? – Ele bebe um pouco do suco e brinca com o ovo.

– Não dá, mesmo. Eu tenho que ir pra casa, hoje tem a formatura, lembra? – Levo uma garfada de ovo à boca. – Que tal, amanhã?

– Por mim tudo bem. – Ele dá de ombros e termina. – Vou deixar as chaves com você, tudo bem? Não quero perder as ondas. – Ele sobe as escadas e desce com uma prancha.

– O que há lá em cima? – pergunto curiosa limpando a boca com as mãos.

– Dois quartos vazios, uma sala de jogos, um banheiro e um porta-treco que é onde eu coloco coisas como minha prancha. – Ele joga as chaves para mim e eu agarro com precisão. – Tchau, Ali. Ah, há uma carta dentro do quadro.

– Tchau. Obrigada por tudo. – Ele assenti e bate a porta.

Vou para o banheiro e tomo um banho rápido me lavando com um sabonete líquido, depois coloco minha roupa do dia anterior e as roupas sujas no cesto.

Pego meu quadro e vou para casa a pé.

Chego em casa e conto como foi minha noite anterior para mãe – sem contar o problema na casa dos Parrish – e ela me deixa continuar a subir as escadas.

Troco de roupa e coloco uma blusa curta azul-marinho com bolinhas brancas que deixa um pouco de minha barriga para fora, um short de pano preto, calço um All-Star vermelho e pego uma bolsa tira-colo azul-marinho, coloco nela meu celular, documentos, um enfeite para cabelo e fones de ouvido.

LOOK DA ALISON

Almoço com mamãe e Silver – hoje é dia de Sam ficar na casa de papai -, depois deixo Silver na casa de Phill e volto para casa.

***

Ray chega alguns minutos depois, usando um vestido verde-musgo e uma sapatilha creme.

– Está parecendo a Taylor Swift. – Ela me olha de cima a baixo quando desce o carro.

– Obrigada. – brinco e nos abraçamos. Entramos no carro juntas, vamos conversando sobre sua viagem, sobre o pessoal da escola e...

– Desculpe por ontem à noite. Mamãe surtou. – Ela balança a cabeça.

– Eu fui amante de um homem casado, acho que ela descobriu. – Jogo os cabelos para o lado e fico olhando o Pet Shop em que eu e Tom visitamos pela janela.

– Como assim? Quem?

– Não vou dizer. Sinto que sou uma vadia. – Respiro fundo para não chorar.

– Você não é. – Ela toca minha mão e aperta. – Acredite em mim, você é uma garota muito respeitável.

– Qual é! – Dou uma risada amarga. – Eu traí Brad, eu sou uma vadia.

– Você estava bêbada! – Ela argumenta.

– Parem com isso, ok? – Eu meio que grito. – Estou cansada disso, eu posso errar, tudo bem? Eu posso errar. Não precisam ficar sempre do meu lado. Mas que merda!

TOM

Horas antes

Desde que Alison foi embora eu não estou falando com minha esposa. No almoço não é muito diferente, como o mais devagar que posso para evitar abrir a boca e olho apenas para o prato.

– Estou morrendo. – diz Isabel e eu dou uma risada amarga com seu teatrinho ridículo. – Estou com câncer. – Rachel e eu olhamos para ela assustados e mudos.

– Como assim? – Ray pergunta abalada.

– Eu já sabia há tempos, pensei que podia superar, mas não podia. – Ela começa a chorar e eu aperto a mão de Ray, sem saber o que fazer porque a mulher a minha frente parecia tão forte há minutos atrás e agora está desmoronando. – Eu viajei para aproveitar os últimos dias com você, filha.

– Últimos? – Ray levanta da mesa estressada e já chorando. – Já pensou se eu acordasse e você estivesse morta?! Seria um choque, eu não acredito que fez isso.

– Ei, não a culpe! – intervi levantando também.

– Cale a boca! – Rachel grita. – Estou cansada dessas mentiras, tudo entre vocês é uma farsa? Você surta do nada e me faz ter ódio de você, agora anuncia um câncer, quer que eu fique com pena?

– Não fale assim com sua mãe.

– Ah, vão se fuder! – Rachel xinga e sai da sala me deixando louco de raiva e eu vou abraçar minha esposa que está soluçando na cadeira.

Enquanto minha esposa se agarra em meus ombros e soluça molhando minha camisa, só consigo pensar em Alison e sei que isso pode parecer egoísta, mas só consigo pensar nela. E se... Minha esposa vier a falecer podemos ficar juntos sem tanta culpa assim, podemos esperar... três meses e ficarmos juntos.

ALISON

Rachel e eu chegamos ao salão da formatura e começamos a cumprimentar o pessoal novamente já que já havíamos nos vistos na entrega de diplomas.

Meu vestido era azul-marinho bem escuro, curto dos lados com uma calda pequena no resto do vestido, meus sapatos eram pretos e de saltos, escolhi uma carteira azul rendada de preto e pequena.

LOOK DA ALISON

Ficamos dançando juntas e olhando os garçons que eram muito bonitos por sinal, depois cumprimentamos professores e finalmente ficamos na parte de fora da festa no jardim do salão.

– Preciso te contar uma coisa. – ela disse depois que ficamos um bom tempo em silêncio.

– Eu também. Você primeiro. – Peguei sua mão sorrindo e ela respirou fundo.

– Minha mãe está com câncer. – contou. Meu corpo inteiro gelou e depois ficou apenas minha cabeça quente, como se apenas aquela parte estivesse viva e todo resto não se moveria mais.

Ela ficou me olhando e eu fiquei fazendo o mesmo, apenas segurando sua mão enquanto ela começava a chorar e chorar sem parar.

Fiquei sem falar nada, a culpa triplicou dentro de mim e comecei a pensar que agora tudo entre mim e Tom estava realmente acabado e não teria mais volta.

Troy apareceu no meio do jardim e correu até a gente.

– Ei, Ray, por que está chorando? – Ele se ajoelhou na frente dela e segurou o rosto dela com as duas mãos. Soltei a mão dela e meu celular vibrou dentro da bolsa.

Conseguimos o apartamento. Mas só me mudarei no mês que vem, você pode ir logo. ~Pai

– Nada. – ouvi Rachel repetir pela terceira vez para Troy que ficou apenas a olhando nos olhos e percebi que fazia tempo que eu não fazia aquilo porque... Não sei. – Mas e aí, o que houve?

– Ah, pensei que gostaria de saber que a Carina está bêbada e brigando com o namorado lá dentro. – Ele levantou a sobrancelha brincando e ela riu.

– Vai indo. Eu já vou. – Soltou a mão dele e ele correu para dentro do salão. – Mas e aí, o que queria me contar?

Engoli em seco, não poderia falar agora para ele que fui amante do pai dela e nunca poderia falar. Dei uma risadinha e mostrei o celular.

– Conseguimos o apartamento. – Dei de ombros.

Sequei suas lágrimas como costumava fazer quando éramos mais novas e só conseguia pensar que, talvez, um dia eu seja o motivo delas.


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Notas finais do capítulo

E aí, meninas? Que bomba essa da Isabel?

Posto o próximo com 1 comentário!



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