A Força dos Desejos escrita por Jodivise


Capítulo 20
Capítulo 20 Ciúmes, Acidentes e Revelações


Notas iniciais do capítulo

Will e Elizabeth acabaram por se separar deixando Alicia radiante.
Enquanto o Black Pearl ruma até ao Vértice Temporal, Lara irá ter uma revelação que poderá mudar a sua vida.



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Capítulo 20: Ciúmes, Acidentes e Revelações

Duas semanas depois…

As tripulações navegavam para sul em direcção ao Cabo da Boa Esperança. O Black Pearl à superfície e o Holandês Voador nas profundezas do Oceano. Will tinha avisado Jack e Barbossa para o perigo de mau tempo junto deste cabo, muitas vezes chamado de Cabo das Tormentas. Como sempre, os dois capitães pouco ligaram e reafirmaram que o navio era capaz de aguentar tudo.

Alicia só se encontrava com Will durante a noite. Ambos andavam nas nuvens e curiosamente, Alicia tinha travado amizade com Elizabeth. A pirata outrora dama da corte, estava fascinada com as novidades do futuro, principalmente no que tocasse a moda. Já Lara dispensava a conversa com Elizabeth. Sentia-se esquisita quando esta se aproximava de Jack.

- Tens de parar com essa implicância! – Alertou Alicia, depois de Lara contar mais um acesso de raiva que teve.

- Olha quem fala! – Lara riu-se com ar trocista. – Tu não a podias ver antes da anulação do casamento. Ficavas cheia de ciúmes!

- Mas passou. Ela não gosta do Will, o Will não gosta dela e por isso não tenho o que temer. – Alicia encontrava-se sentada na cadeira do capitão e brincava com o jogo de dados. – Não percebo nada das regras disto!

- Pede ao Will que te ensine. – Lara andava de um lado para o outro da sala e acabou por se sentar em cima de uma arca antiga. – A Elizabeth até pode ser boa pessoa, mas enjoa vê-la a esfregar-se no Jack!

Alicia soltou uma gargalhada: - Sabes como é que se chama isso? C-i-ú-m-e-s! – Alicia soletrou a palavra e levou com o olhar mortífero de Lara.

- Eu? Ciúmes dele? – Questionou apontando para a porta. – Lá porque estás no paraíso porque namoras com o Will, não quer dizer que todos os outros tenham de ficar apaixonados.

Alicia revirou os olhos. Tinha a certeza absoluta que Lara estava de quatro por Jack. Era sempre assim. Quando Lara apontava todos os defeitos de alguém era porque estava apaixonada, mesmo que não o admitisse.

Ambas se calaram quando a porta se abriu. Era Elizabeth.

- Olá Elizabeth! – Cumprimentou Alicia. Lara apenas acenou a cabeça.

- Olá! Vim ver se aqui está mais confortável. Lá fora arrefeceu. Dizem que vem aí tempestade. – Elizabeth sentou-se numa cadeira. – Como está o Will?

- Bem. Sempre na mesma aliás. – Constatou Alicia.

- Fico feliz por ele. Já vi que encontrou a alma gémea. – Elizabeth sorriu para Alicia. Depois olhou para Lara. – Vocês sempre vão voltar para casa?

Lara e Alicia olharam-se e encolheram os ombros.

- Temos de voltar. Pelo menos para dar uma explicação. – Alicia suspirou. – Mas eu quero não quero lá ficar.

- Compreendo. Porque é que não vai a Lara e tu ficas? Assim não te separavas do Will. – Propôs Elizabeth.

- Oh, não sabia que havia tanto interesse em me ver pelas costas! – Lara fulminou Elizabeth.

- Não era a minha intenção ofender! Só acho que havias de ir porque não tens nada que te prenda aqui ao contrário da Alicia! – Exclamou Elizabeth. Foi o bastante para Lara se enervar a sério.

- Lá porque sou a mais racional no meio disto tudo, não quer dizer que não goste de cá estar! – Lara levantou-se exaltada. – E não é preciso nada para me prender aqui…

- Lara acalma-te! – Alicia já se preparava para saltar da cadeira, quando Elizabeth desatou a rir.

- Qual é a piada? – Perguntou Lara mal-humorada e sentindo-se gozada.

- Desculpa. – Elizabeth tentou abafar o riso. – Eu não consegui me controlar. Já percebi tudo! – a mulher pirata continuou a rir.

- Percebeu o quê? Que sou uma palhaça? – Lara estava disposta a oferecer um estalo a Elizabeth.

- Tu gosta dele. – Elizabeth olhou para Lara com ar divertido. – Do Jack!

Lara não respondeu e sentiu as suas faces queimarem de tão vermelhas que estavam. Saiu disparada da sala, batendo a porta atrás de si.

- Isso passa-lhe. – Explicou Alicia.

- Nada que um pouco de rum não cure! – Elizabeth riu.


Lara percorreu o convés até à proa resmungando consigo própria. Não podia estar apaixonada por Jack. Quer dizer, aquele pirata era apetecível em todos os aspectos e o seu beijo fazia com que a sua mente se esvaziasse. Agora daí a estar apaixonada, o caminho era longo.

Suspirou e olhou para o horizonte. O tempo estava horrendo e negras nuvens se aproximavam. Podia-se ver o clarão dos raios que atravessavam as nuvens.

- A menina não devia se debruçar tanto no parapeito. O mar está a começar a ficar bravo e qualquer solavanco pode atirá-la. – Alertou Gibbs.

Lara sorriu e recuou. Olhou para o mar. A tonalidade da água era escura e concentrava cada vez mais espuma.

- Mr. Gibbs, posso lhe fazer uma pergunta? – Disse timidamente.

- Claro. Sou um livro aberto para qualquer assunto! – Exclamou.

Lara olhou horrorizada tentando não pensar na expressão "livro aberto" e engoliu em seco.

- O Jack… alguma vez se apaixonou? – Perguntou com voz sumida.

Gibbs coçou a cabeça e respondeu prontamente: - Já. Aliás estamos com os pés assentes nos seus dois amores: o mar e o Black Pearl.

Lara sorriu e pensou a quantidade de vezes que ouviu aquela explicação.

- Eu estava a referir-me à paixão por alguém. – Lara olhou ansiosamente para o pirata.

- Bem, que eu saiba não. Mas se alguma vez o Jack se apaixonou por uma mulher, nunca o vai dizer. – Gibbs sussurrou. – Ele acha que o amor é um sentimento dos fracos.

Lara ficou a pensar no assunto. Tinha cada vez mais a certeza de que Will ou era um pirata diferente, ou não tinha mesmo vocação para pirata. Começava a invejar Alicia. Tinha sempre facilidade em arranjar namorados e a prova disso era ter encontrado o seu amor impossível.

- Lara? – O chamamento de Alicia assustou-a.

- Credo Alicia, assustaste-me! – Lara voltou a fixar o mar.

- Quero te mostrar uma coisa. – Alicia retirou de dentro da blusa um fio dourado com um pingente. – Foi o Will que me deu.

Lara analisou o colar. Era de ouro. Tinha uma figura pendurada: uma sereia. A cauda era cravejada por brilhantes verdes, salientando o efeito de escamas.

- É bastante bonito! – Lara sorriu e devolveu o colar à amiga que o pendurou ao pescoço.

- Ele diz que sou a sua sereia. - Alicia suspirou.

- Alicia, eu estou felicíssima de te ver com o Will. Mas tens de pensar que se calhar nunca mais o verás quando voltarmos. – Avisou Lara.

- Eu sei. – Alicia baixou a voz e fixou o chão. Começavam a cair as primeiras gotas de água. – Mas se houver uma hipótese de voltar para aqui eu não hesitarei!


Mais tarde nesse mesmo dia…

O tempo tinha piorado bastante. A chuva era agora forte e as grandes ondas sacudiam o navio. Os raios e trovões faziam estremecer até o mais corajoso capitão.

- Vão lá para dentro. O timão não é lugar para senhoritas num tempo como este. – Alertou Barbossa. Alicia e Lara encontravam-se ao seu lado.

- Mas o que havemos de fazer? A tripulação está toda aqui e nem sequer podemos comer! – Exclamou Lara, tentando falar mais alto que a trovoada.

- Tomem. – Barbossa retirou um molhe de chaves que trazia à cintura e deu-lhes. – Uma dessas chaves abre a dispensa dos mantimentos que fica no porão.

Alicia e Lara agradeceram e desceram as escadas até ao porão. Uma onda mais forte quase as fez tropeçarem escada abaixo.

- Por Neptuno, esta tempestade é muito mais forte do que aquela vez em que fui apanhada pelo capitão Carlo! – Observou Alicia.

Passaram pela área onde dormia a tripulação e desceram até chegarem ao compartimento dos alimentos. Seguiram por um corredor estreito até que Lara parou subitamente.

- O que é que se passa? – Perguntou Alicia.

- Ouço vozes. – Sussurrou Lara.

- É normal. Pode estar alguém aí. – Alicia tentou ultrapassar Lara mas esta impediu-a.

- É a voz da Elizabeth. O que estará aqui a fazer? – Questionou Lara. Pé ante pé as duas raparigas caminharam até chegarem à porta que dava acesso aos mantimentos. Estava aberta. Entraram sorrateiramente e esconderam-se atrás de uns caixotes. Vislumbraram Elizabeth que encostava alguém à parede.

- Jack. – Sussurrou Lara ao ver que o homem encostado na parede era o capitão.

Jack segurava uma garrafa de rum na mão e Elizabeth outra.

- Bem me parecia que as minhas chaves não tinham pernas para desaparecerem sozinhas! – Exclamou Jack, com ar maroto. – Parece que ex-mrs. eunuco anda atrás de uma garrafa de rum clandestinamente.

- Todos têm direito a beber um gole Jack! – Elizabeth segurava também uma garrafa de rum e deu um gole.

- Na verdade, só o capitão é que tem direito a vir aqui. Como o emplastro do Barbossa só come maçãs, o rum fica todo para mim! – Jack voltou-se para a saída, mas Elizabeth travou-o.

- A verdade Jack, é que tenho saudades das nossas conversas sem nexo e da bebedeira que tomamos juntos, lembras-te? – Elizabeth aproximou-se mais de Jack, mas este continuava impávido e sereno.

- Honestamente, na maioria dos momentos que passamos juntos alguma coisa dava para o torto, por isso o melhor é afastarmo-nos antes que alguma praga me atinja! – Jack empurrou Elizabeth gentilmente com a ponta dos dedos.

- Eu sou uma mulher livre, Jack. Não tenho marido, não tenho namorado, sou livre como um pássaro. – Elizabeth passou um dedo pelo peito de Jack. – Bem que nos podíamos divertir. Afinal sempre sonhei em ter como companheiro um pirata como você!

- Lizzie, piratas aventureiros não faltam e prova disso foi o teu romance com o Peter Mc não sei quantos. Além do mais… - Jack aproximou o seu rosto ao de Elizabeth. - … não costumo deixar que o mesmo erro aconteça duas vezes!

- Quer dizer que o nosso beijo foi um erro? – Elizabeth recuou e permitiu que Jack se encaminhasse para a porta. No entanto, a pergunta fez Jack parar.

- Primeiro, foi você que me beijou o que faz com que o beijo seja só seu. – Jack deu meia volta e encarou Elizabeth. – Segundo, aquele seu beijo enviou-me para o cofre do viscoso homem-tentáculo Davy Jones, o que faz com que seja um erro e uma recordação nada agradável.

- Mas agora é diferente. Não morres se me beijares… - Elizabeth voltou a encostar-se a Jack.

- Aquela… - sussurrou Lara. Tinha os pulsos cerrados de tal maneira que não se admiraria que fizesse sangue.

- Elizabeth, vou dar-lhe um conselho: procure noutro porto! – Jack virou costas, fazendo Lara e Alicia se recolherem mais para não serem vistas.

- Estás diferente, Jack. – Observou Elizabeth. – Como se tivesses medo do que fosse acontecer. Como se beijar-me fosse provocar um grande estrago.

- Sou um homem sem compromissos, darling! – Exclamou.

- Mas alguma coisa te mudou. Podes não ser de compromissos mas não recusas uma mulher, Jack. A não ser… - Elizabeth arregalou os olhos com o pensamento que lhe atravessou a mente.

- Não tentes sequer dizer o que pensas. – Ordenou Jack com ar sério.

- Eu espero! – Exclamou Elizabeth, deixando Jack confuso. – Se te recusas comigo por ainda não teres arrastado a Lara para a cama eu espero e depois de te cansares é a minha vez!

Jack sacou da espada e não hesitou em apontá-la à garganta de miss Swan: - Seja a última vez que fales assim da Lara ou juro que verás o lado negro da pirataria.

- Jack, Jack. – Disse abanando a cabeça e desviando a espada com um dedo. –Eu não tenho medo de ti. E tu nunca me farias mal. E a minha desconfiança estava certa. Tu não queres conquistar a Lara. Tu amas a Lara. Aposto que é isso que essa bússola aponta.

Jack guardou a espada e saiu porta fora. Elizabeth ficou parada no meio do compartimento, bebeu um gole de rum e retirou-se também. O balouçar forte e o ruído das ondas eram a únicas coisas que se ouviam.

- Lara. - Alicia falou num tom ansioso. – Ele…

- Não digas nada. – Lara perdeu a fome. Era demasiada informação para o mesmo dia.

- Ele não reagiu ao que a Elizabeth afirmou. Tudo indica que ele… - mas mais uma vez Alicia foi interrompida por Lara.

- Simplesmente é inconcebível eu gostar dele e ele de mim. E não se fala mais nisso. – Lara saiu repentinamente seguida por Alicia.

Subiram as escadas de volta ao tombadilho. Tiveram de se segurar para não caírem já que a ondulação era fortíssima. O ambiente era pejado de sons misturados: o barulho das ondas, o som do vento, o rugido dos trovões e as ordens seguidas de insultos de Barbossa.

Lara atravessou o convés aos tropeções. Apoiou-se no mastro principal numa tentativa de se equilibrar. O que aconteceu a seguir foi muito rápido. Lara viu um clarão, um rugido ensurdecedor, gritos e sentiu algo a empurrá-la com força.

Deu consigo espalhada no chão do tombadilho. Alicia correu até si e ajudou-a a levantar-se.

- O que é que aconteceu? – Perguntou baralhada.

- Um raio atingiu o mastro. A parte de cima caiu e tu quase foste atingida. – Alicia segurava em Lara que não compreendendo porquê, tremia sem parar. Olhou melhor e viu que a parte superior do mastro principal, acima do cesto de vigia, tinha se partido e atravessava agora o exacto sítio onde estava antes.

- Como é que eu estava ali e vim parar aqui? – Perguntou olhando em volta.

- O Jack apareceu e tirou-te dali. – Explicou Alicia.

Lara ficou olhando a amiga e viu que alguém se aproximava.

- Estás bem? – Jack apareceu agarrado ao braço esquerdo.

- Eu… está bem. Acho eu. – Lara continuava em choque e só acordou quando viu o braço de Jack. – Estás a sangrar.

- Não é nada. Raspei o braço contra uma das farpas da madeira. Limpa-se a ferida e passa. – Jack continuou tapando a ferida e olhando para Lara. – Eu vou lá para dentro. Digam ao Barbossa que venho já e que ponha o navio à capa enquanto a tempestade não passar. Não vale a pena atravessá-la ou ainda ficamos sem navio.

Jack entrou deixando Lara e Alicia no mesmo sítio. Ambas foram avisar Barbossa que concordou com Jack.


- O que é que o Jack foi fazer? Dormir? – Barbossa tinha ordenado que Cotton ficasse no leme. – Aquele Sparrow é mesmo um imprestável. Intitula-se capitão, mas quando é preciso desaparece.

Jack estava há mais de uma hora dentro do quarto. Ninguém ousava entrar. Barbossa prontificou-se a arrombar a porta, mas Lara impediu e quis ser ela a entrar.

- Jack? – Perguntou quando entrou no quarto. Jack encontrava-se deitado na cama e já tinha deitado uma garrafa de rum abaixo. – O Barbossa está com vontade de te matar. O navio precisa de ti…

Lara calou-se quando Jack se levantou e viu o ferimento. Tinha atingido o antebraço e sangrava abundantemente.

- Já pus água e até rum. Continua na mesma. – Jack fez um esgar de dor. Lara analisou a ferida de perto.

- Tens algumas farpas lá espetadas. Tem que se tirar antes que infeccione. – Lara começou a tirá-las. À falte de pinça, as farpas tinham de ser retiradas à mão.

- O que é que fazes lá no teu tempo? Qual a tua profissão? – Perguntou o capitão.

- Estudo. Ando na Universidade. – Lara riu ao ver a expressão de horror na cara de Jack.

- Deves estudar medicina. – Afirmou Jack.

- Porque dizes isso? – Perguntou Lara, depois de tirar a última farpa.

- Porque outro no teu lugar tinha enterrado ainda mais isso! – Jack apontou para o braço.

Lara sorriu e limpou a ferida com uma toalha embebida em rum. À falta de desinfectante…

- Tenho de suturar a ferida. Preciso de fio e de uma agulha. – Pediu a jovem.

- Ah não. A ferida está limpa, não precisa de mais nada! – Disse prontamente.

Lara ficou séria mas depois riu-se.

- O grande capitão Jack Sparrow com medo de agulhas? – Lara riu, deixando Jack envergonhado.

Lara saiu e só voltou com o fio e a agulha. Tentou dar o melhor aspecto possível para que não ficasse uma cicatriz horrenda.

- Ai! – Jack queixou-se.

- Desculpa. Está quase a acabar. – Lara deu mais um ponto. – Jack…

- Sim.

- Posso fazer uma pergunta?

- Quantas quiserdes, love. – Jack bebeu mais um gole de rum.

- Tu e a Elizabeth… existe alguma coisa entre vocês? – Lara sentiu-se uma verdadeira idiota ao perguntar.

Jack olhou Lara pelo canto do olho e sorriu.

- Depende do que esteja a falar. – Jack olhou Lara nos olhos, fazendo esta dar um ponto errado. No entanto, desta vez o pirata não se queixou. – Se fala de uma possível relação amorosa, esqueça. A Elizabeth que trate de arranjar alguém que pense como ela.

- Tu pensas como ela. São ambos piratas, cafagestes e não têm problema nenhum em trair! – Lara cortou o contacto visual.

- Nunca pensou em ser pirata? – Desafiou Jack.

- Não sei se tenho jeito. Sou demasiado misericordiosa. – Lara acertou o último ponto e cortou a linha com os dentes. – Tenha a certeza que esta será a cicatriz mais bonita que terá!

- Disparas muito bem, sabias? – Jack continuou o desafio. – E tens umas belas mãos! – Exclamou olhando para o ferimento.

- É verdade? – Perguntou Lara. – O que Elizabeth disse no porão?

Jack fitou Lara e pela primeira vez na vida não soube responder a uma pergunta.

- Tu estavas lá? – Perguntou engolindo em seco.

- Eu e a Alicia. E ambas ouvimos quando a Elizabeth afirmou que gostavas… - Lara não queria dizer a última palavra, mas como Alicia dizia, chegara o momento "do vai ou racha". - … de mim.

- Parece-te que eu gosto de ti? – Jack já não estava com ar divertido, no entanto aproximou tanto o rosto ao de Lara, que os seus narizes se tocaram.

- Se isso é uma adivinha esqueça. Tentar adivinhar os sentimentos de Jack Sparrow é o mesmo que procurar uma agulha num palheiro. – Afirmou Lara.

Jack sorriu sedutoramente e beijou os lábios da jovem ao de leve.

- Neste momento, eu não tenho certeza de muita coisa, mas de uma tenho. – Jack beijou Lara mais uma vez e esta deixou-se levar por um beijo mais ardente.

Enquanto se beijavam Jack deitou Lara na cama e prolongou o beijo pelo pescoço da jovem.

- Jack… - Lara tentava pensar, mas naquele momento o seu raciocínio tinha ido de férias. - … Eu não sei se devemos…

- Love. – Jack parou e olhou a jovem nos olhos. Não estava sol, as nuvens que se avistavam das janelas eram negras, embora a tempestade amainasse, e os olhos da jovem estavam mais verdes que nunca. – Os momentos não se discutem. Acontecem e pronto.

- Não é isso. Eu vou embora Jack. – Lara media todas as possibilidades, mas interiormente o seu desejo era mandar passear essa possibilidade e entregar-se de corpo e alma.

Jack olhou Lara e fez uma careta: - Bem se isso é irreversível, o melhor é aproveitar o tempo que nos resta!

Lara sorriu e ambos se beijaram apaixonadamente. Lara começou a retirar a camisa de Jack e este deliciou-se com a pressa da jovem. Desapertou-lhe demoradamente o colete/espartilho enquanto se beijavam. E foi quando Jack chegou ao momento de retirar a blusa de Lara que esta o avisou de um pormenor.

- Jack, desculpa a minha pressa. – Disse, enquanto este já retirava a própria camisa deixando à vista as várias cicatrizes e tatuagens espalhadas pelo tronco. – Há uma coisa que tens de saber.

- Não me digas que me vais matar no fim? – Jack riu de maneira animada enquanto subia a blusa de Lara beijando o umbigo desta e deixando-a à beira de um ataque cardíaco.

- Eu sou virgem. – Atirou, olhando a reacção de Jack.

- O quê? – Jack parou subitamente. Se Lara estava receosa, muito mais ficou Jack. Todas as mulheres que tinha tido nos braços, ou eram prostitutas ou então viúvas, separadas ou já com uma vivência digna de um pergaminho de metro e meio. Olhou para Lara e teve um medo terrível que esta se partisse ao mínimo toque.

- Mas não há problema. Afinal se a tiver que perder que seja agora com alguém que amo e que para mais é o pirata mais sexy do Mundo! – Lara apressou-se a dizer ao ver a iminência de Jack sair porta fora.

- Love, não é isso. – Jack acariciou o rosto de Lara e fez os possíveis para que esta não sentisse o peso do seu corpo em cima de si. – É que eu tenho medo de te magoar.

- Não me vais magoar e tu sabes isso. – Lara ergueu-se um bocado e tirou a camisa deixando os seios à mostra. – Ainda estás com vontade de dar meia volta?

- Oh bugger! – Jack sorriu e ambos se entregaram a uma paixão que incendiava os seus corpos há muito tempo.

Continua…


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Notas finais do capítulo

Oi! Aqui vai mais um capítulo. Quero agradecer à JaneR e à palomatisuk pelas reviews1 =D

Aviso também que a fic está a entrar na sua recta final.

Espero que gostem!!! Saudações Piratas!!!

JODIVISE



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