Era só mais um dia comum. O cheiro das panquecas do Sr.Curtney — Um tanto torradas — invadia as narinas de Haven. Ah! Ela amava as panquecas do pai.

Ela morava numa casa simples, de um único andar e com 7 cômodos. A casa era aconchegante e cheia de móveis passados de geração em geração. A garota morava com seus pais, Joseph e Amora. Ahh, eles eram muito feliz.

Haven, era uma menina de enormes olhos verdes, cabelos castanhos e pele oleosa — o que fazia com que algumas espinhas aparecesse no seu rosto — era uma das filhas de Joseph e Amora, a outra, Wendy, era loira e com enormes olhos castanhos, era a mais velha. As irmãs se davam muito bem, apesar das brigas, eram a melhor amiga uma da outra.

Naquele dia, Wendy tinha ido para um acampamento de férias, que graças as suas ótimas notas na escola, não tinha custado muito dinheiro para a família. Haven ainda dormia, era a típica adolescente de 14 anos que dormia até meio dia e comia o dia todo. Não era de se espantar que a mesma estivesse alguns quilinhos acima do peso ideal. Mas ela nem se importava. Até mesmo ela sabia que comia igual um elefante.

A garota correu até a cozinha com a mochila da escola nos ombros. Era o último dia de aula e estava ansiosa para a pequena festa que teria na sua sala. Ela tinha passado a noite preparando algo para vestir. Até que chegara a conclusão de que usaria um jeans — Não era algo inovador — e uma blusa com letras brilhantes dizendo "I Love NYC” — Eu amo Nova York —

— Ei, pequena. — Joseph, era um homem alto, postura correta e tinha enormes olhos verdes que se destacavam entre os cabelos negros bagunçado. Tinha aparência de 32 anos, apesar de ter 40. Era professor de Italiano na cidade vizinha, a renda era baixa mas conseguiam viver bem.

— Pai, a mamãe preparou um bolo pra mim levar para a festa, né? — Disse Haven, enquanto mordia os lábios e tamborilava os dedos na mesa de madeira

— Fiz de chocolate — Uma mulher sorridente e muito bonita apareceu na porta da cozinha. Diferente de Joseph, tinha olhos castanhos e cabelos loiros brilhantes. Amora, era cozinheira e fazia encomendas de bolos de aniversários. Era uma mulher jovem de 37 anos.

— Pode ser… — Haven sorriu e correu para a geladeira, de onde tirou um bolo de aparência muito boa.

***

Ao sair de casa, Haven notou um movimento estranho na rua. As árvores pararam e um vento gélido soprou seus cabelos para o lado. Mas a menina nem notou, e começou a cantarolar uma canção sem muito sentido enquanto caminhava até a escola.

— Não acho que seja ela, aquela Wendy parece ser mais provável — Comentou um homem loiro, de olhos azuis vibrantes, enquanto observava a garota correr ao ouvir o sino da escola — Ela parece ser tão ingênua

— Não estou mais entendendo os seus planos — comentou um outro homem, seus olhos estavam focados em Haven, seus lábios se curvavam num sorriso torto

— Meu Tio ira pagar por ter ficado ao lado de Kera. Enquanto a você, jovem gafanhoto, irá arrumar um jeito dessa garota entrar na EPS

***

3 anos depois...

— Pai! PAI! — Gritou Haven, enquanto corria segurando uma carta

— Haven, faça menos bagunça! — Repreendeu Joseph, enquanto caminhava até a filha que balançava uma carta freneticamente. Seus olhos se arregalaram ao ver que vinha da EPS

— Joseph, o que foi? — Amora caminhou até o marido e pegou a carta de suas mãos. — Ah, Haven! Parabéns, você se matriculou no sorteio? — Disse Amora, enquanto se lembrava do anúncio de uma única vaga na melhor escola do país.

— Sim, e eu ganhei — Os olhos da menina brilharam

— E você não vai — Disse Joseph, arrancando a carta da mão de Amora enquanto caminhava de um lado para o outro — Vá para o seu quarto, e não saia até receber uma segunda ordem — pela primeira vez na vida, Haven via seu pai realmente nervoso. Então obedeceu e correu até seu quarto.

Amora olhava sem entender para o marido que continuava a andar de um lado para o outro.

— Ela quer ir, Joseph. Vai ser ótimo pra ela — Amora caminhou até o marido o fazendo parar de andar. — É a melhor escola do país, nunca teríamos dinheiro para pagar uma a altura

— Essa escola não é para as nossas filhas. Não é! — Ele se sentou ofegante

— Ela vai, e está decidido. As vezes parece que você não se importa nem um pouco com nossas filhas. Fracamente! — Aquilo parecia o fim da conversa, a decisão estava tomada.

— Que Kera te proteja, minha filha — Sussurrou ele, enquanto apertava a carta sobre o peito.