The Undercover escrita por Mares on Mars
Notas iniciais do capítulo
Olá pessoas lindas
Eram exatamente 19:00 horas quando os rapazes se reuniram na sala da casa dos Coulson para sair para jantar. Estavam todos iguais. Usavam terno, gravata e sapatos bem engraxados, os cabelos penteados e não muito confortáveis, pois o calor era sufocante dentro das roupas. Conversavam enquanto bebiam uma dose de whiskey e esperavam as damas terminarem de se arrumar e e descerem na companhia de Phil.
— Vai demorar muito? – Coulson disse dando uma pancadinha na porta do closet do quarto de casal. – Os rapazes já estão esperando.
— Por que você não vai ver se Skye está pronta? – a chinesa rebateu um pouco irritada, era a terceira vez em 20 minutos que Coulson a apressava.
— Ela já tá colocando o sapato – respondeu, e no segundo seguinte a porta do closet abriu.
— Isso eu já fiz – May disse, em cima de um belo salto alto, os cabelos soltos e a maquiagem feita, porém, o vestido estava aberto – Faz o favor? – pediu virando-se e revelando as costas nuas para Coulson, que encarou a extensão do zíper por alguns segundos antes de estender as mãos trêmulas para fechar a peça.
— Pronto – declarou com a voz um pouco sufocada e ela virou-se lentamente, com um sorriso ameaçando surgir em seus lábios – Podemos ir agora?
— Ainda falta uma coisa – respondeu e voltou para o closet, onde abriu um pequeno porta joias, e de lá tirou um lindo colar com um único pingente de diamante – Lembra disso ? – perguntou em provocação e Phil sorriu.
— E como eu iria esquecer? – perguntou retoricamente e ela por fim deu uma risadinha e virou-se para que ele pudesse fechar o colar em volta de seu pescoço.
— Agora sim nós podemos ir – declarou e ambos abandonaram o quarto. Ao chegar no fim do corredor, May deu uma batida de leve na porta do quarto de Skye, que saiu um instante depois, sorrindo animada.
— Uou, May, que colar lindo – comentou e correu escada a baixo.
— Se ela soubesse a história desse colar ela acharia mais bonito ainda – Phil sussurrou ao ouvido de Melinda, que após um calafrio, sorriu em concordância.
Todos prontos? – Ward perguntou com um sorriso após ver Skye descer as escadas.
— Nós podemos ir – Coulson assentiu e todos se dirigiram à saída, onde 3 SUV’s estavam parados – Três carros? – o diretor perguntou arqueando a sobrancelha.
— Um só era pouco para 4 pessoas – Tripp respondeu brincalhão e Coulson deu de ombros. Caminhou até Lola, onde abriu a porta do passageiro para May, que o olhou interrogativamente, porém, entrou no carro sem dizer uma palavra.
— Hãm, Skye, você vem comigo ? – Ward perguntou um pouco sem jeito e logo em seguida acrescentou – Você pode aproveitar o tempo no carro para me explicar como funciona o feed.
— É Skye, parece uma boa ideia – May disse disfarçando um sorriso e foi a vez de Coulson a olhar interrogativamente.
— É, é uma boa ideia – a hacker deu de ombros e entrou no grande SUV preto de Ward. Trip entrou em seu próprio, e Mack e Idaho dividiram o último.
— O que foi isso? – Phil perguntou confuso para May, que tinha um sorriso surgindo.
— Phil, por favor não seja tão inocente – respondeu revirando os olhos.
— Eu realmente não entendi – declarou e manobrou o carro, guiando a pequena caravana.
— Eles estão totalmente transando – ela praticamente gritou o óbvio.
— Não, não – Phil gritou em negação, mas a chinesa já tinha caído na risada, e ele teve um flash do passado, onde May falava pelo o menos uma sacanagem a cada meia hora e ria sem parar.
— Eles somem juntos e aparecem horas depois com as piores desculpas do mundos. Há duas semanas ela tinha uma marca roxa no quadril e aquilo com certeza não foi um soco que eu dei – explicou e o homem sacudiu a cabeça.
— Eu não quero imaginar isso – resmungou – Não quero imaginar aquele ogro gigantesco tocando na mi... Skye.
— Você ia dizer “minha filha”?– perguntou com um sorriso de canto, apoiando a cabeça no encosto do banco – Porque seria muito bonitinho.
— Na verdade eu ia dizer “minha menininha” – respondeu e olhou-a com um sorriso.
— Você deveria ter tido filhos Coulson – comentou e desviou o olhar.
— Acontece que eu só amei três mulheres a minha vida toda: uma me amava mais do que tudo e não quis se tornar um fardo – disse referindo-se a May, que deu um sorriso triste – A outra não podia ter filhos e a última acredita que eu estou morto.
— Então é bom saber que você mentalmente adotou a Skye.
— Eu não fui o único. Confesse, você gosta dela pra valer – respondeu e ela simplesmente deu de ombros, um quarteirão antes de chegar ao restaurante.
O ambiente era muito elegante, com longas mesas, iluminação amarelada e garçons educados e prestativos, que logo se apressaram para oferecerem à grande família uma mesa adequada. Quando todos estavam bem acomodados, trataram de entregar a todos os cardápios e apenas um ficou.
— Boa noite, meu nome é Leroy, e eu vou ser o garçom de vocês essa noite. Gostariam de pedir as bebidas? – apresentou-se gentilmente e perguntou com um leve sotaque do sul.
— Eu diria champagne, mas não acho decente estourarmos uma garrafa dois dias antes do resto da família chegar, então vou deduzir que os rapazes aceitamos uma dose de whiskey – Coulson respondeu e os homens a mesa sorriram em resposta.
— E para as damas? – Leroy questionou com um sorriso.
— Martini para mim – May disse levantando um dedo em sinalização, e em seguida apontou para Skye – Ela bebe suco
— Mas por que? – a hacker perguntou parecendo indignada.
— Porque você não tem idade para beber em Omaha – a chinesa respondeu simplesmente e a mais jovem revirou os olhos, um riso surgindo na mesa.
— Suco de uva por favor – Skye disse bufando, e May segurou sua mão por baixo da mesa.
— Vai na onda – sussurrou e no segundo seguinte ouviram uma exclamação vinda da entrada.
— Melinda! – uma mulher disse empolgada, e May virou-se apenas para a animada Laura Nathan andar em sua direção, com o pequeno Benjamin a tiracolo. Richard vinha logo atrás, segurando suas duas filhas pelas mãos.
— Laura, que surpresa – May disse falsamente empolgada, e mesmo assim seu tom espantou a equipe, que nunca a via alterar a emoção na voz. A chinesa levantou-se quando a “amiga” chegou até a mesa ,deu-lhe um abraço breve e sorriu para o bebê.
— Olá Laura – Coulson cumprimentou apertando a mão da mulher, e em seguida cumprimentou o marido da mesma que havia se aproximado.
— Vocês não estavam brincando quando disseram que a família era grande – o homem comentou brincalhão e cumprimentou todos na mesa com um aceno breve.
— E nem todos chegaram ainda – Skye acrescentou.
— Juntem-se a nós – Phil sugeriu, e fez um sinal para que os garçons arranjassem lugares para os Nathan.
Meia hora depois, todos estavam devidamente acomodados e servidos com suas bebidas e pratos, conversando animadamente.Os homens falavam sobre a temporada do beisebol enquanto as mulheres falavam sobre trivialidades, como o calor do dia todo, e nova coleção de verão da Stella McCartney. May deu graças a Deus por ter lido sobre o assunto quando Laura observou-a e constatou que o vestido da chinesa era um original.
— Você tem muita sorte de morar oficialmente em Nova York – a loira comentou com um sorriso e logo apagou-o – Ou não tanta.
— E por que ?– May perguntou franzindo as sobrancelhas.
— Aquela loucura que aconteceu em Nova York em 2012 – Laura respondeu como se fosse óbvio, e houve um segundo de hesitação da parte de May e Skye.
— Foi realmente horrível – May disse e um calafrio passou por sua espinha – Eu estava no Brooklyn quando começou, mas... Phil estava lá, em Manhattan – comentou e sentiu todo seu corpo se arrepiar ao lembrar dos fatídicos dias que se seguiram.
(Brooklyn, 2012)
Alienígenas em Nova York. Os Vingadores a céu aberto. O caos completo, a S.H.I.E.L.D. em estado de alerta geral. Agentes correndo de um lado para o outro para limpar a confusão no centro de Manhattan.
— Foi uma luta e tanto – comentou ao detectar a presença de agentes em seu apartamento.
— Nós precisamos conversar Melinda – era Natasha, acompanhada de Barton, Hill e – seu coração gelou por um momento – Fury.
— É um assunto muito importante Agente May – o diretor disse com um suspiro. Parecia cansado e abatido. Todos ali estavam muito abatidos, cansado, feridos, e acima de tudo, sem coragem alguma.
— Então falem logo – May pediu com a voz firme, odiava tensão.
— Você precisa ser forte Melinda, por favor – Maria disse suavemente aproximando-se.
— Hill, do que você tá falando?– perguntou com um olhar confuso, e ouviu um longo suspiro de Clint. Em momentos de silêncio, May teve um pensamento rápido, que a levou a uma dedução um pouco estrangulada – Não eram vocês que deveriam estar aqui.
— Como?– Barton perguntou franzindo a testa.
— Era o Phil, ele disse que viria assim que acabasse e ... – ela não precisou falar. Ninguém precisou falar – Ele se feriu – não era uma pergunta, era uma afirmação. Todos desviaram o olhar e uma lágrima escorreu pelo rosto de Hill e nesse instante May soube.
— Eu sinto muito Mel – Clint disse a beira do choro. Era estranho ver os agentes de maior nível da S.H.I.E.L.D. em seu apartamento, vencedores da maior batalha de suas vidas, porém devastados.
— Ele morreu – Melinda pronunciou em voz alta, mordendo o lábio inferior que insistia em tremer.
— Loki o atravessou com o cetro. Quando chegamos não havia mais nada que pudesse ser feito – Fury explicou, porém não parecia acreditar em suas próprias palavras.
— Phil Coulson. Morto – May disse mecanicamente – Se vocês não se importarem, eu quero ficar sozinha – pediu educadamente, em voz baixa, porém Natasha e Maria começaram a protestar – Saiam, agora – gritou em resposta e uma única lágrima escapou de seu olho esquerdo. Os agentes nada disseram, apenas retiraram-se o mais rápido que puderam. May foi até a porta, trancando-a assim que eles saíram, e no segundo seguinte estava sentada no chão, segurando os joelhos, respirando com força. Não sentia nada.
Não sentiu nada por quase uma semana. Não ligou a televisão por uma semana, não comeu por quase três dias inteiros,não dormiu por mais tempo que isso, manteve-se sentada no sofá por horas a fio, em estado semi catatônico. Nada passava por sua mente, apenas a frase que repetia incansavelmente:
— Phil Coulson, morto.
A dor veio apenas após o funeral, quando finalmente conseguiu dormir. Foi quando o primeiro pesadelo apareceu, fazendo-a acordar aos gritos durante a madrugada.Ao abrir os olhos e encarar os móveis, constatou pela primeira vez que tudo ali havia sido tocado por Phil Coulson. E que ele estava morto. Foram horas agonizando, com lágrimas infinitas escorrendo, soluços reprimidos no travesseiro e o peso do mundo de suas costas. Ela sentiu como se fosse explodir a qualquer momento caso não gritasse com toda a força de seus pulmões. Desesperada, vestiu um casaco e correu para fora do apartamento. O ar gelado da madrugada atingiu-a com força e logo iniciou sua corrida novamente. Correu como se não houvesse nada mais importante. Deu-se conta do que fazia quando chegou na Ponte, vazia devido a hora. Milhões de pensamentos controversos a atingiam, e um dos mais plausíveis era a ideia insistente de pular da ponte direto no Rio East. O segundo melhor pensamento era gritar, o que ela fez até perder a força. Nas horas seguintes, perdeu a noção do tempo. Estava descalça, usando apenas um casaco de couro por cima de seu moletom de dormir, parada no meio da Ponte do Brooklyn.
— Melinda, entra no carro – alguém gritou de algum lugar e a chinesa procurou no escuro. Era sua mãe,parada ao lado de seu blindado da CIA, não parecendo muito feliz.
— Mamãe – disse entre um soluço e caminhou até o carro. Estava totalmente devastada, e esperava que sua mãe a espancasse. Doeria menos do que sentia pela morte de Coulson. Porém a chinesa de apenas um metro e meio de altura a abraçou, e isso fez com que ela se desfizesse completamente.
Os cincos dias seguintes se passaram em acontecimentos que foram apagados da memória de Melinda devido ao trauma. A única coisa que se lembrava era de sua mãe, sempre ao seu lado. A ligação de Fury veio três semanas após a morte de Phil.
— Nós o trouxemos de volta Melinda – foi o que o diretor disse, e isso fez com que ela entrasse em seu carro e dirigisse o mais rápido que podia em direção à Baía de Manhattan, onde o Hellicarrier a aguardava.
— Mãe – a voz de Skye tirou-a de seu devaneio.
— Oi – disse respirando fundo.
— Você me assustou, ficou calada do nada – explicou e May forçou um sorriso.
— Eu acho que eu estou começando a ter uma enxaqueca – declarou e virou-se para Phil – Nós podemos ir ?– perguntou dando um aperto leve no braço do homem.
— Se você não está bem, é claro que sim – ele respondeu com um sorriso compreensivo e disse a todos que se retiraria, mas que eles poderiam continuar.
— Vejo vocês mais tarde – Skye disse – Os rapazes vão para uma boate e ...
— Está bem, pode ir com eles – May autorizou e recebeu um sorriso da jovem.
— Fica com o meu cartão, pague a conta quando forem embora – Phil disse entregando o objeto para a garota, que assentiu, e em seguida, despediu-se de todos à mesa. A mão de May estava firmemente pressionada à sua, e ao chegarem ao lado de fora do restaurante, ela enfiou-se dentro do carro, e por todo o caminho até a casa, não disse uma palavra. Porém a situação mudou ao chegarem na residência, mais precisamente ao quarto do casal, onde May puxou-o pela gravata para um abraço apertado – Mel, o que aconteceu?– questionou preocupado, segurando-a com força.
— Laura mencionou a batalha de Nova York... e eu lembrei de como fiquei quando soube que você... – ela respondeu, porém a última palavra simplesmente não saiu.
— Eu estou vivo Mel – Phil disse com sorriso, e ela empurrou para fora dos ombros do homem o paletó, e desfez alguns botões da camisa branca, apenas para pressionar sua mão sobre o coração palpitante de Phil.
— Eu sei Phil, eu só preciso ter certeza disso todos os dias – declarou e manteve-se abraçada ao amigo.
— O que você acha de melhorar o seu humor e assistirmos algum filme – sugeriu e complementou – Eu trouxe os seus favoritos.
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Me desculpe se eu fiz alguém chorar :)
O que acharam?? Algum palpite sobre quais são os filmes favoritos da chinesa mais amada desse mundo??