No Need to Say GoodBye escrita por Céu Costa, Raio de Luz


Capítulo 32
Alguns mistérios misteriosos


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Voltei! Saudades?



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Pov Aurora

Bom, vamos começar logo esse resumo, para podermos nos concentrar nas coisas mais importantes. Tipo: eu.

Todos voltamos a festejar, mas agora tínhamos um motivo a mais. As músicas, os risos, a alegria, tudo voltou, e foi ainda melhor do que antes. Cristal comemorava ao ver Rilian e Lúcia bem e salvos, e os abraçava, enchendo a ambos de muitos beijos carinhosos. Lilliandil e Zahra estavam do meu lado, e conversamos milhares de coisas. Elas estavam lindas e radiantes, e Zahra nem parecia que tinha acabado de sair de uma batalha. Aliás, nem eu tinha mais o corte nas costelas, onde a espada de Vera me atravessou. Acho que eu nunca estive tão feliz em toda a minha existência.

— Aurora! - ouvi aquela voz encantadora gritar.

Caspian me viu, e correu alegremente ao meu encontro. Mas, de repente, ele empalideceu e parou, assustado. Eu não entendi logo de cara, mas aí a Lilliandil começou a rir do meu lado, e tudo fez sentido. Ele não sabia como agir diante daquela que foi sua esposa por mais de 20 anos! Talvez eu mesma morresse de vergonha.

— Então... - Lilliandil passou seu braço ao redor do meu pescoço, séria - Esta é a famosa Aurora...

— Lilly... - Caspian caminhou até nós, corado - Eu ia te contar... Eu ia, eu juro...

Lilliandil começou a rir do meu lado, e Caspian parou de falar, ainda corado.

— Caspian, já esqueceu? - ela riu, reconfortante - Sou uma estrela! Eu vejo tudo lá de cima. Continua atirado e assanhado, como sempre...

Caspian nos encarou, ainda confuso. Aquilo era um pouquinho doido, mas eu entendo a Lilliandil. Ela está aceitando isso numa boa, acho...

— Tem a minha benção. - ela disse, por fim.

— Verdade? - os olhos dele brilharam.

— Claro! Onde mais você encontraria uma garota como ela? - ela me abraçou - Cuide bem dessa ninfa, ouviu? Eu tenho certeza de que ela também vai cuidar muito bem de você.

Caspian a abraçou, e depois me ergueu em seus braços, me fazendo girar. Eu nunca o havia visto tão feliz.

— Mamãe! - outra voz cortou nossa alegria.

Rilian largou a Cristal, e veio correndo na nossa direção. Lilliandil mal teve tempo de abrir os braços, e o rapaz já havia se atirado ao seu colo, enterrando o rosto em seus cabelos brilhantes.

— Meu filho... - Lilly suspirou, penteando os cabelos dele com os dedos.

— Ah, mãe!... - ele sussurrou - Eu senti tanto a sua falta...

— Mas meu amor, - ela o afastou, fazendo ele olhar em seus olhos - eu já não lhe disse que eu estaria sempre com você? Bastava olhar para cima, e você me veria, te olhando devolta. Eu nunca vou te abandonar...

— Eu sei... - ele sussurrou.

— E você, deve desculpas ao seu pai. - Lilliandil o recriminou - Eu sei que ele não é a pessoa mais fácil de se lidar, mas você também não ficou revoltado quando se apaixonou?

Rilian riu, corado.

— Não recrimine ele por querer ser feliz... - ela continuou, terna e doce. - E a moça que ele escolheu com certeza vai endireitá-lo. Não precisa se preocupar com isto!

— Tá bem, mãe... - Rilian riu.

Todos rimos com isso. Rilian ia responder, quando Rei Pedro e Rei Edmundo passaram por nós, arrastando Valentine pelos braços. Mais tarde ficamos sabendo que ela foi presa nas masmorras de Cair Paravel. Isso deve ser bem assustador.

— Hey... - Caspian chamou minha atenção para si - Agora que estamos aqui, que acha de nos casarmos finalmente?

— Casar? - eu ri.

— Sim. - ele prosseguiu.

— Não agora. - eu respondi - Mas podemos fazer esta semana.

— Eu ajudo a planejar! - Lilliandil se prontificou.

— Quero ser madrinha! - Zahra falou.

— Cristal já é minha madrinha. - eu retruquei.

— E com muito orgulho! - ela respondeu, se aproximando da gente.

E rimos muito.

***

Pov Cristal

O julgamento da Valentiny foi duas horas depois da Festa da Colheita. Poucos participaram, mas Pedro depois me contou a sentença dela. Ela deveria passar dois meses no calabouço, para que refletisse sobre seus erros. Lembro-me de chegar a perguntar a ele por que não a puniram mais severamente, mas ele não me respondeu mais nada.

A cela dela era pequena, mas consideravelmente confortável. Tinha uma cama, um banheiro, uma cadeira e uma mesa. As grades de sua cela eram grossas e pesadas, mas eu sabia que de alguma forma, ela não tentaria fugir.

— O que veio fazer aqui? - ela perguntou, sentada em sua cadeira - Você é a última pessoa que eu esperava vez.

— Vim te trazer um presente. - respondi, segurando com força meu livro - Eu achei que você fosse querer alguma distração.

Ela se levantou da cadeira, e aproximou-se lentamente. Passei o livro por entre as grades, e ela o pegou, desconfiada.

— Da Terra à Lua, Júlio Verne. - ela leu a capa.

— É o meu favorito. - eu respondi - Espero que goste.

Ela caminhou lentamente de um lado para o outro na sua cela, lendo a capa e a contra-capa.

— Isto não muda nada. Ainda não gosto de você. - ela me olhou.

— Tudo bem. Eu também não gosto de você! - eu respondi.

Ela sorriu, e pela primeira vez, vi luz dentro dela.

Caminhei pelos corredores do castelo, ansiosa para contar aos outros sobre o que tinha acontecido, mas o lugar parecia vazio. Onde estão todos?

"Hey Susan,
Eu lembrei do seu aniversário
As pessoas aqui não me deixam
Dizer seu nome"

Era a voz do Edmundo. E som de piano ao fundo. Estranho, não sabia que ele cantava. E canta bem.

"Eu sei que faria tudo
Diferente
Se eu tivesse a chance"

Parei em frente a um grande salão, com muitas cadeiras entalhadas, e varandas que davam para o jardim lindo com a fonte que eu gostava tanto. Edmundo estava no meio do salão, sentado junto a um enorme piano de cauda. Pedro se aproximou do irmão, e tocou seu ombro. E cantou também.

"Mas tudo que tenho são essas rosas para dar
E elas não podem me ajudar a fazer as pazes

Agora que tudo acabou
Eu só quero abraçá-la
Trocaria todo o mundo para ver aquele pedacinho do céu

Olhando de volta para mim
Agora que tudo acabou
Só quero abraçá-la
Tenho que viver com as escolhas que eu fiz
E eu não posso viver comigo hoje"

Eu não conseguia dizer nada. Tudo o que eu conseguia pensar era quem é essa Susana a quem eles parecem amar tanto, e o que ela fez para que eles não quisessem nem ao menos dizer seu nome?

Edmundo parou de tocar. Lágrimas cristalinas molhavam seu rosto. Lúcia, que durante todo esse tempo estivera sentada em uma das cadeiras entalhadas, correu e abraçou o irmão, soluçando também.

— Não posso mais, Pedro. - Edmundo soluçou, aos prantos - Eu sei que você queria que a gente esquecesse ela, mas não gosto posso. Eu a amo. E eu sei que você também ama. Não posso mais fingir que ela nunca existiu, porque ela existiu! Mesmo depois de tudo o que ela fez eu sei que ela nos amava!

Edmundo abraçou a Lúcia, enterrando seu rosto nos cabelos castanhos da irmã. Pedro ajoelhou-se ao lado do irmão. Seu rosto também estava molhado.

— Eu sei, Pedro... - Lúcia tocou os cabelos dourados do irmão - Eu sei tudo o que ela disse... Sei como ela nos magoou... Sei que talvez você nunca a perdoe...

— Lúcia... - ele ergueu o rosto, encarando os irmãos - Ela nos mandou esquecer Nárnia e crescer. E olhe para nós! Ainda assim, depois de tudo, choramos por ela!

— Nós já a perdoamos, meu irmão... - Edmundo soluçou - Por que você não?

Eu me afastei da porta devagar. E corri para o meu quarto. Perdoar... Então foi isso o que Susana fez. Ela os humilhou.


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Notas finais do capítulo

Rewiews!



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