Odeio tanto não conseguir te odiar escrita por jesy lima


Capítulo 9
Convivência e descobertas


Notas iniciais do capítulo

VOOOOLTEI MINHA GENTE kkkkkk, pocha tava com tanta saudade.
Minhas lindas faz muito tempo que eu não escrevia nenhum cap, então se estiver frufru de mais relevem. E antecipando aqui o "desculpa qualquer errinho" não tenho tempo de revisar.
Agora aproveitem...Beijão



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Ele retirou as botas que o impediam de obter um maior contato com a terra, se perguntando se era possível alguém amar tanto sua profissão como ele amava a dele, seu intuito era sentir-se parte da plantação que agora ficaria sobe seus cuidados e ele cuidaria com louvor. Caminhando e vasculhando cada ponto em toda área daquela fazenda a traz de colher uma melhor amostra para a análise, o rapaz estampava um sorriso satisfeito, tinha se encontrado, estava no lugar certo e com uma parceira inesperada, a moça ao seu lado assistia a tudo atentamente, mas decidiu alerta-lo sobre os perigos de andar descalço sem a proteção das botas ou qualquer outro calçado, que sem esses o faziam vulnerável a picada de qualquer animal que ali abitasse.

— O ocê tá lelé da cuca é? pra que tirar as botas? ocê vai acabar é levando uma picada de cobra viu!

—Ó que fofo, agradeço a preocupação, mas essas terras não têm segredo eu sei bem onde pisar e esses bichos peçonhentos não me assustam. – Ele foi conciso ao falar, confiante em seu destemor.

—Hum essa é nova FRANGOTINHO! –Ela o provocou.

—Ara MENININHA. –Ele revidou

Eles riram discretamente pela menção dos apelidos.

As “implicâncias” teriam parado ali se a garota não fosse tão travessa e se seu pai não tivesse a obrigado a ter que trabalhar com aquele engenheirinho.

—Se eu fosse ocê eu não estaria bem certo disso não –Ela disse mordendo os lábios uma característica dela quando estava bolando alguma artimanha.

—É? E por que? –Ele a questionou largando o material que ele avia colhido para análise, e virando-se para ela.

Ela se sentiu acuada, ele era terrível, como ela iria se concentrar em inventar uma história, com aquelas íris azuis tirando seu foco e sua concentração.

—Po..po..-Ela gaguejou, queria prega-lhe uma peça mas quem estava caindo no jogo era ela. -Por causa de que ontem mesmo eu avistei uma cobra bem ai onde ocê tá, e parecia ser uma cascavel. –Ela disse num atropelo de palavras, ela queria testa-lo para ver até onde iria a coragem daquele rapaz.

Ele tremeu, morria de medo de cobras, só que essa informação não o deteve, ele continuou com seu trabalho, e fingiu não se importar. –Ara se aparecesse uma cobrar por aqui eu matava agora mesmo, fritava e ainda comia.

—Hum sei. –Fácil falar difícil acreditar, A garota queria ver em pratica toda aquela valentia que ele demonstrava, mas ela não iria jogar uma cobra nele, não! Ela não queria feri-lo, apenas aterroriza-lo um pouquinho, e quem sabe de quebra fazê-lo desistir da maluquice de querer trabalhar nas terras de seu pai, e desistir também do maldito...Aff ela não gostava nem de lembrar.

Ela foi saindo de fininho enquanto o rapaz mantinha-se ocupado, ela precisava pegar o objeto que rondava em sua mente, ele era crucial para a sua inofensiva brincadeirinha, o problema era saber em qual parte de seu quarto ela tinha o guardado, xiii talvez ela tivesse que demorar um tempinho. E assim ela seguiu com um sorriso cínico grudado no rosto.

O objeto em questão era nada mais nada menos que uma réplica de uma cobra cipó feito de um material sintético, no qual ela havia escolhido de presente em seu décimo aniversário, vinha ele e outros minis animais feito do mesmo material, seu Pedro estranhou, mas no entanto resolveu fazer o gosto da filha, que tinha se agradado logo de cara com os brinquedos. E como previsto sua mãe surtara quando a viu chegar das antas acompanhada de seu pai com o tal brinquedo em mãos.

Ele notou a ausência dela, e algo em seu interior o dizia que ela estava aprontando.

Quando a moça voltou com o objeto, avistou o rapaz se debatendo no chão, e sem pensar em mais nada correu para ajudá-lo.

—Nando...Nando o que aconteceu fala comigo? –Gina gritava histérica apoiando a cabeça de Ferdinando em seu colo.

—Gina...ocê...estava certa...eu..devia de tela escutado quando ocê saiu...uma cobra veio e me picou...por que ocê me deixou sozinho Gina? talvez ..se ocê tivesse aqui..isso não houvesse acontecido.

—Aiii Nando ocê tem razão eu fui uma besta quadrada, se eu não tivesse saído para pegar um “negócio” pra assustar ocê...ocê não teria sido picado...desculpa. –Ela falava entre soluços.

—Não sinto meu corpo...acho que o veneno já está fazendo efeito.

—Não diz isso Nando.

—Gina...me promete que ocê...não vai mas assustar ninguém assim? -Ele disse num suspiro, em seguida fechando seus olhos na sua frase final.

—Prometo Nando mas não me deixa...eu gosto tanto de ocê seu porqueira...por favor não me deixa...eu não vou suportar viver com essa culpa...volta por favor. –Ela implorava, as palavras saindo sem pedir licença, seu peito dolorido como se houvesse sido partido ao meio, e um lado parado de funcionar comprometendo todo as suas funções, ela apenas conseguia chorar e chorar.

—Humm oçê pedindo assim não tem preço, eu volto até dos mortos se isso for lhe agradar, agora só está faltando um beijinho pra eu poder despertar, no acha não? –Ele falou a surpreendendo, e com seu velho sorriso malicioso de sempre estampado em seu rosto.

— O que! ocê tava fingindo, eu me sentindo culpada e ocê fingindo? Háaaa...Ferdinando...pois seria melhor ocê ter morrido. –Aquilo havia sido encenação pois agora ele iria sofrer as consequências, e sem nenhum perdão.

—Ara...“Doutor” pode vir que eu vou acabar com ocê –Gina levantou os punhos pronta para soca-lo.

“Meu pai do céu essa ai tá achando que é quem, lutadora de boxe?” pensava Ferdinando institivamente levantando-se e a segurando pelos punhos, logo a trazendo para mais perto de si.

—Sabe jaguatirica, eu já estou cansado de apanhar de ocê, tudo bem que em mulher não se bate nem com uma flor, mas ocê está pedindo pra apanhar é com uma roseira inteira. –Ferdinando se impôs, injuriado, ele queria o respeito dela, ser visto como homem, apenas isso.

Eles se defrontaram olhando-se fixamente, eram com toda a certeza as pessoas mais contarias e inversas do universo, mas quando as brigas cessavam, e seus olhares se encontravam a valentia evaporava, ia embora sem fazer a mínima falta.

Suas respirações ficaram fora de ritmo, arquejantes e Gina permitiu que seus pensamentos voassem, lembrando do que outrora havia ocorrido quando eles estiveram sozinhos presos naquele mesmo olhar.

flashback on

Só tinha uma palavra que os descreviam naquele momento, PANICO, eles se soltaram de imediato, revezando seus olhares neles e no homem carrancudo que tinha os interrompido.

— Uai sô, o gato comeu a língua de ocês foi? Eu não vou perguntar outra vez podem ir desembuchando! –Pedro pontuou, o que mais o incomodava era o silencio e as expressões dos dois jovens, que só faltavam levantar uma plaquinha com “Eu sou culpado e sem direito a absolvição”.

Quando Pedro Falcão deu o primeiro passo na direção deles Ferdinando ligeiramente se pronunciou.

—Calma Seu Pedro não é o que o senhor tá pensando, eu posso explicar, eu só estava tendo uma conversa muito da respeitosa aqui com a sua filha, nada mais.

—Sei tão pertinho dela? Conte-me outra rapazinho. –Ele não engoliria essa.

—É que eu estava contando aqui pra ela um segredo que eu fiquei sabendo hoje cedo, e o senhor sabe segredo não se pode contar assim a plenos pulmões, tem que ser bem baixinho, e de preferência bem pertinho. –Ele a fitou com um sorriso sapeca, fazendo Gina corar de vergonha.

—Segredo? Pois me diga que segredo é esse? –O homem interrogou.

—Ara Seu Pedro segredo já está dizendo “SEGREDO” o que não se pode contar se não...

—Já chega Ferdinando –Gina não o deixou terminar sua lorota, explodiu, estava na hora de acabar com aquela farsa –Que segredo que nada Pai esse um tentou me beijar a força.

Ferdinando a fitou com um olhar mortífero, mas que garota linguaruda, acabou de entregá-lo de bandeja para o leão, leão esse que estava vermelho de raiva, agora não tinha mas jeito danou-se geral.

—Ferdinando Napoleão ocê vem aqui na minha casa, me diz que não vai casar com a minha fia, e agora eu descubro o que? Que você tentou se aproveitar da minha menina...é só que agora ocê vai ver com quantos paus se faz uma canoa, fia vai pegar minha arma, a lei aqui é essa beijou tem que casar. – Pedro cuspiu letra por letra, juntando um esforço enorme para não estrangular o rapaz a sua frente.

Gina nem se moveu ela sabia que se fosse buscar a arma de seu pai Ferdinando estaria em maus lenções, pior do que já estava, apesar do acontecido ela não queria que Ferdinando partisse dessa pra melhor, e nem que seu pai sujasse as mãos de sangue, e muito menos com o saguem daquele moço de expressões tão marcantes, sorriso debochado e olhos tão impactantes, aí que confusão era seu coração.

—Meu querido Pedro falcão –Ele fez um semblante choroso –Perdão eu nunca buliria com sua filha, se eu quis beija-la? Quis sim! Mas foi apenas impulso eu não sei o que me deu.

—Pois eu sei seu patife, ocê tentou se aproveitar de mim – Gina replicou, tá que ela não permitiria que seu pai destroçasse ele mas também ele não ficaria como o coitadinho da história, aquele atrevido a devia desculpas, isso sim.

—Caaalada –Ele murmurou para ela, só que ele sabia que não tinha outro meio de sair daquela enrascada, como dizem por ai “Ajoelhou tem que reza” (no caso beijou tem que casar), então que fosse...e até que essa ideia agora não soava tão ruim como antes, o que será que estava acontecendo com ele? ele tinha até medo de descobrir.

—É meu amor ocê está certa –Ferdinando apertou a bochecha da ruiva sem maneirar na força, era tão bom provoca-la –Mas pelo o que eu sei duas bocas não se beijam sozinhas.

—Ah então ocê admite que beijou minha filha? – Pedro o questionou.

—Sim –Ele disse cínico –no entanto ela também me beijou –Pronto Gina atingiu o ponto alfa do constrangimento – A vista disso eu lhe peço em casamento –Ele se ajoelhou e pegou a mão direita da moça –Gina falcão quer casar comigo? –Era uma sensação esquisita mas ele queria ouvir um sim sair da boca dela e ressoar pela aquela sala, no entanto a única reação dela foi paralisar com os olhos arregalados espantada pelo pedido.

—Eita nóis vai ter casamento mãe corre aqui – Comemorava Pedro Falcão abraçando Gina e Ferdinando eufórico de tanta alegria.

flashback off

—Oie...Gina ocê ainda está nesse planeta?

Ela despertou num susto, não fazia ideia por quanto tempo permaneceu ali, somente o olhando, ela se desligara completamente tinha partido para o seu universo de lembranças, agora ela se sentia tão ridícula.

Ferdinando soltou as mãos da moça, que com elas libertas passou-as pelos seus cabelos cacheados colocando umas mechas por de traz da orelha, estava envergonhada pela sua vulnerabilidade que se evidenciava quando ficava a sós com ele, e esse movimento de cabelo a entregava.

—Ginaaaaa vem me ajudar com almoço fia –Chamou Dona T.

—É melhor eu ir a mãe tá chamando –Ela disse apressada para sair de lá.

Ele assentiu, mas por dentro se perguntando o que a fizera ter entrado num estado tão profundo de devaneio, será que tinha sido ele? Será que ela estava pensando nele? Ou será que ela estava pensando em outra pessoa? Hum...essa terceira possibilidade fez seu estomago embrulhar, ciúmes? NUNCA. É! Ele estava preocupado com ela, mas e daí isso não significava nada, né?

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Passado uma semana desde que tinha começado a trabalhar nas terras de Seu Pedro Falcão, as coisas pareciam estar indo às mil maravilhas, é...mais o menos, ele ainda tinha Gina como companheira de trabalho, sua relação com ela parecia ter progredido, estavam conversando mais, e ela contava tantas histórias e crenças que ele desconfiava haver uma enciclopédia debaixo daquele emaranhado de cabelos ruivos, ele estava maravilhado com a Gina que estava conhecendo, (a definiu como uma moça simples mas ao mesmo tempo fantástica, ela era como uma cebola, repleta de camadas, mas a cada camada ele ia a descobrindo e conhecendo seus segredos, e uma das grandes semelhanças é que assim como a cebola ela era capaz de fazê-lo chorar, ó se era). Apenas o que dificultava seu conviveu era o gênio forte dela, eles ainda brigavam bastante, e por qualquer motivo, mas isso parecia estar diminuindo, vai ver que era seu otimismo crescendo.

—Sabe Nando, eu ainda não entendi o porquê que ocê colocou aquele punhado de terra naqueles vidrinhos que ocê trouce. –Eles descansavam no feno, após um longo dia de trabalho.

—As amostras?

Ela confirmou com a cabeça

—Bem essas amostras são necessárias para se fazer um estudo mais detalhado e aprofundado dos componentes que são postos nessas terras, pois só assim vamos saber se esse solo está recebendo os nutrientes que precisa para um melhor plantio.

—Hum? –Gina franziu a testa

—Ara Gina vamos investigar se a quantidade de adubo que seu pai está colocando aqui, tá deixando o solo fértil ou não, entendeu? –Ele explicou impaciente.

—Eu entendi da primeira vez, o que eu não entendi é pra que tudo isso? as terras de meu pai não carecem disso não, sempre cuidamos do nosso jeito, e sempre deu certo. –Ela disse de cara fechada.

Ele se virou para ela

—Gina essas terras têm que ser analisadas, tem coisas que não podem ser deduzidas ao aleatório, e nem a olho nu!

—A olho nu? E existe olho vestido? –Ela o perguntou

Ele riu pela falta de conhecimento da moça, ela o divertia com os seus questionamentos.

—Toda essa pesquisa vai fazer um grande diferencial minha cara, ocê vai ver futuramente. –Ele voltou a posição anterior para observar o pôr do sol, ele se sentia tão feliz, Gina pode ver um brilho naquele olhar um brilho tão resplandecente que a fez sorrir, um de seus sorrisos mais verdadeiros.

—Eu também fico boba, boba com essa imensidão, muitos me recriminam e me apelidam de mulher homem, somente porque eu prefiro está na lida do que na cozinha, ou bordando, enfim essas coisas de menina, mas diz ai se estou errada? Olha essa paisagem, sente essa brisa, esse cheiro de mato misturado com o aroma das flores, o som desses pássaros, que parecem catar em nossa homenagem, aquele ali é uma andorinha –Ela apontou -Isso não tem preço, eu pertenço a esse lugar, e não importa o que digam.

Ferdinando teve a sensação de já ter vivido aquele momento antes, um déjà vu passou pelos seus pensamentos, quando ele se virou para olha-la, ela estava com um sorriso no qual ele não estava familiarizado, um sorriso tão singelo tão suntuoso. Então se lembrou “Ele então fechou os olhos e se deixou levar pelos seus sonhos, em seu sonho ele se sentia praticamente em outro mundo, ele estava trabalhando como agrônomo, mas só que aquelas terras não eram as de seu pai, ele parou e ficou observando o pôr do sol, aquilo lhe dava uma paz uma plenitude que ele nunca tinha conseguido alcançar em toda sua vida. Alguém falava ao seu lado lhe contava sobre a vida no campo, sobre os animais que ali viviam e sobre muitas outras coisas, e nossa aquela voz lhe era familiar”. Claro que era familiar, era ela! a mulher em seu sonho, ele havia tido uma premonição com aquele momento, e ao lado dela, mas como? E por que? O destino é mesmo surpreendente.


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Notas finais do capítulo

E ai? o que vocês tem a dizer sobre isso?

Bem meu cronograma vai ser o seguinte:
Postarei nos fins de semana, talvez ums sim e outros não. Blz?
Ate a próxima galera...beijos!!!



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