POV Sam:

Juro por Deus que nunca me senti tão perdido como agora. O plano era o mesmo, e teríamos o mesmo resultado de sempre. Mas claro, tinha que dar tudo errado, e a culpa é de quem? Dean, é obvio!

Depois que Felicity Smoak, a mulher que iríamos interrogar, quase gritou com meu irmão enquanto nos olhava com um fogo assassino, percebi que a mesma era a mulher com que Dean tinha feito “aquilo” com ela a ultima vez que estivemos na cidade, e o idiota com certeza disse seu nome verdadeiro!

– Eu posso explicar... – Dean deu um passo à frente e a mulher lançou um olhar incrédulo a ele que voltou a dar dois passos atrás. Covarde! A mulher reprimiu um suspiro, como se estivesse tentando se acalmar – Nós podemos explicar! – olhei pra ele, o que?

Você que nos meteu nessa meu amigo, agora se vira!

– Explicar? Explicar o que, Dean? Ou devo dizer, John MacCarty? – ela bufa e vejo que seu corpo esta tremulo. Meu deus, essa mulher esta estressada!

Não sei o que dizer, eu vi o histórico dela, se ela resolver dar uma pesquisada sobre nós pode acabar encontrando nossos “crimes” e nos denunciando. Pense em algo Sam... Suspirei e coloquei uma mão no ombro de Dean o virando, comecei a falar baixinho.

– Talvez devêssemos dizer a verdade a ela... – ele me lança um olhar do tipo “você esta louco?” – Cara, não tem outro jeito. Se ela pesquisar pode interpretar tudo errado...

– Que verdade? – pergunta se aproximando – Eu não sou surda, o que vocês querem comigo, agentes?

– Este não é um local seguro para conversar sobre isto – me viro a ela e dou um passo a frente, posso sentir Dean me fuzilando pelas costas – A senhorita pode nos acompanhar?

Ela parece pensar a respeito, suspira e então assente – Eu preciso pegar minhas coisas, podem me esperar, certo?

– Claro. – olho para Dean que esta imóvel parecendo se controlar ao máximo, isso não é bom – Esperamos aqui fora.

– Ok! – ela olha para Dean, fecha os olhos por uns segundos e se vira caminhando em direção à empresa.

Me viro devagar e vejo Dean com um olhar assassino sobre mim, suspiro e bufo instintivamente, lá vem outra discussão!

– O que você esta pensando? – ele se aproxima reprimindo a ira – Dizer a verdade? “Oi gatinha, somos caçadores de monstros e precisamos da sua ajuda para pegar um!” – diz com um entusiasmo irônico.

– Você tem ideia melhor? – ele abre a boca e depois fecha novamente parecendo pensar... – é o que pensei. Olha, essa mulher é uma das melhores hackers do mundo. Você acha que se ela decidir pesquisar sobre nós ela não vai achar as manchetes dizendo “assassinos a solta, serial killer, mortos, estáfadores”? – ele fica em silencio, sei que esta pensando em outro jeito, mas não há outro! – Ela pode nos entregar e então perdemos a chance de descobrir qual o plano desses malditos. E sem ajuda dela não vamos conseguir. Então, pare de ser um babaca e vamos tentar resolver esta bagunça em que você nos meteu. – sei que ele esta com uma vontade imensa de me dar um soco, e mesmo eu sendo bem maior que ele, me encolho.

– Certo! – ele bufa e arruma seu terno – Se Charlie acreditou, talvez possamos convencê-la. E talvez tomar uns drink depois! – ele sorri de lado, e lá esta o velho Dean de sempre, lancei um olhar acusador – Que foi? Ela esta mais gata do que nunca, não vou perder essa chance!

Reviro meus olhos e caminhamos até o carro.

Felicity:

Eles se afastaram e começaram a murmurar, fiquei prestando atenção já que trabalhando com o team acabei meio que aprendendo certas coisas, do tipo treinar meu ouvido para situações como estas.

– Talvez devêssemos dizer a verdade a ela... – os dois parecem trocas olhares divergentes – Cara, não tem outro jeito. Se ela pesquisar pode interpretar tudo errado...

– Que verdade? – pergunto me aproximando, que eles não são do FBI? Isso eu já sei, eles não fazem o tipo e eu conheço muito bem o tipo... – Eu não sou surda, o que vocês querem comigo, agentes? – perguntei com certo tom de deboche mais acho que eles não notaram, quero ver no que isso vai dar!

– Este não é um local seguro para conversar sobre isto – o grandão se vira e da um passo em minha direção, o mentiroso ai esta com cara de que tomou leite azedo – A senhorita pode nos acompanhar?

Penso a respeito, só espero que não sejam seriais killers que sequestram garotas desempregadas e ferradas sentimentalmente, suspiro, a curiosidade é maior que eu, então assenti. Que seja o que Deus quiser! – Eu preciso pegar minhas coisas, podem me esperar, certo?

– Claro. – o maior fala se virando para Dean, ou seja lá quem ele for, que permanece imóvel sem reação – Esperamos aqui fora.

– Ok! – murmuro tentando não me apavorar agora, olho pro cara com quem dormi há quatro anos atrás, tento não lembrar daquela noite, que foi WOW! Para Felicity! Porque sempre me interesso pelos caras errados? Fecho meus olhos por um momento e minha respiração volta ao normal, me viro caminhando em direção à empresa. Isso é loucura!

(...)

Depois que sai da empresa levando uma caixa não tão grande caminhei até os falsos agentes e soltei um sorriso fraco, eles estavam escorados no capo de carro, não posso deixar de notar o modelo.

– Chevrolet Impala 67 com motor V8 327 4 e barrellpotência 275bhp. Transmissão automático, 3-SPDCorpo, Sedan, Seat 5 principalmente e 6Rodas. Carga 330, super esporte pneus radial BFGoodrich – Murmuro para mim mesma, não vejo um desses há anos. Dou dois passos ao lado admirando-o. Como eu sei de tudo isso? Sou apaixonada por esse carro desde meus treze anos, eu quero um desses. Os dois olham para mim parecendo surpresos – O que foi?

– Você entende de carros? – O de cara azeda, e linda, perguntou com interesse, é, não sou boa com apelidos!

– Não, só este. – reprimo um sorriso – É meu preferido. E você?

– É. – ele sorri parecendo nostálgico – Meu pai me ensinou tudo o que eu sei. – vejo seus olhos brilharem, deve ter tido um bom pai, diferente de mim. Sorri apreensiva.

– Então... – reprimo meus lábios voltando a olhar para eles – Vou no meu carro e sigo vocês ate o local seguro... – eles assentem e vagueio rapidamente meus olhos no corpo do bonitão, claro que os dois são bonitos, mas o dois/nomes é mais. Ele estava de terno e estava lindo, sexy, mas eu preferia o seu estilo bad-boy. Não, não, não... Foco Felicity! Inspiro um pouco de ar e sinto minhas bochechas formigarem, os dois olhavam para mim confusos – Esta bem!

Caminho ate meu carro e abro a porta do passageiro, colocando a caixa em cima do assento, fecho a porta e caminho para o lado do motorista desviando meu olhar onde os dois estavam e os vi dentro do carro, ok! Você pode fazer isso. Suspirei e entrei, liguei meu carro que parecia tão simples perto do carro dos meus sonhos.

Comecei a dirigir seguindo-os, graças a Deus o transito de Starling estava ameno hoje, então a viagem foi calma. Olhei de relance pra caixa e aquele livro me encarava. Senti uma ponta de culpa, desde que conheci Oliver eu nunca mais abri o livro, eu sempre lia todas as noites me lembrando do primeiro amor que perdi. E então eu o deixei de lado, como uma forma de esquecer-me do passado. Mas não dá, porque esta sempre presente comigo, e agora eu estou sentindo tudo isso de novo, mais intenso, e nem posso contar a ninguém como minha vida amorosa é uma merda! Se é que eu posso dizer que tenho uma agora.

Chegamos ao... Não posso acreditar! Não esse motel, não, por favor!

Eles desceram e senti meu corpo fraquejar. Não tenho coragem de entrar ai, meu deus, que vergonha! Estava com vontade de sair correndo, mas droga. Me obriguei a descer do carro e podia sentir a vermelhidão cobrir-me dos pés a cabeça, suspirei, estou suspirando demais. Caminhei ate eles, evitando olhar nos olhos de qualquer um dos dois.

– É este o local seguro? Um motel, ótimo... – digo antes mesmo de pensar olhando pelos lados e sinto os dois me olhando fixamente – Tem um bar aqui perto, só pra avisar.

– O que precisamos mostrar não esta num bar... – O “Dean” diz e sinto meu estomago embrulhando. Será que são seriais killers mesmo? Droga! Acho melhor eu ligar pro Dig me socorrer, mesmo que eu quisesse que fosse o...

– Os documentos e informações que temos. Você não vai acreditar em nós sem provas. – explica o outro, volto a respirar novamente. É, isso parece racional.

– Uhum... – assinto e ambos entramos juntos.

O cara do balcão, estilo bad-boy das antigas, olha pra nós quase sorrindo e entrega a chave, deve estar pensando coisas absurdas e sinto o medo voltar.

Caminho hesitante atrás deles, ate pararem em um quarto e abrirem a porta. Entrei depois deles, depois de guerrear mentalmente comigo. Mas não sei o porquê, sinto que posso confiar nele. Do mesmo jeito que senti que podia confiar em Oliver há dois anos atrás. Droga. Esqueça-o pelo menos por um momento Felicity.

– Por onde começamos? – O mentiroso, não sei mais do que chama-lo, pergunta se sentando na cama.

– Que tal pelos nomes? – Olho pros dois – Os de verdade.

– Sam Winchester... – o alto falou enquanto tirava o casco e juntava-se ao outro na cama – e este é...

– Dean Winchester! – ele sorri de lado, isso é totalmente sexy e eu me esforço para não ficar totalmente perdida admirando esse sorriso, pelo menos tinha dito seu nome verdadeiro. Retribui o sorriso.

– Vocês são irmãos? – disse apontando de um a outro. – É claro que são. – sorri envergonhada levando uma mão ao topo da minha cabeça. Os dois sorriram. – Então, o que querem de mim? – Dean sorri de lado, droga, não pensei que fosse maliciar isso.

– Então... Srt. Smoak, precisamos da sua ajuda. – Sam olha diretamente para mim com a feição seria – Mas antes você precisa acreditar em nós.

– Ok... Sou toda ouvidos. – assinto mordendo meus lábios – podem começar com...

– A verdade. – Dean me interrompe e posso ver sinceridade em seu olhar.

– A verdade! – repito com um sorriso aprovador.