How it all began escrita por Saturn


Capítulo 8
CHAPTER EIGHT - I have a date, idiot. I HAVE A DATE WITH HER.


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi pessoal!
Cheguei com o novo capítulo, esperadíssimo dessa fanfic!

Com isso, me cumpre lembrar de algumas coisinhas antes de iniciar o capítulo de terça-feira:

1 - Apesar da fanfic parecer estar andado rápido demais, lembrem-se que é uma long-fic com trinta capítulos, então tem muita coisa para acontecer ainda, sem atropelar nenhum acontecimento, então por favor, não desistam da história.

2- Durante esse final de semana eu escrevi e reescrevi o último capítulo dessa fanfic depois de um ano me dedicando para que essa história ficasse exatamente como ela era na minha cabeça, e quando terminei, quis postar ela inteirinha para que eu pudesse saber as reações de vocês ao final que eu planejei, mas aguardarei para ver as reações de vocês conforme a história vai se desenrolando. O que me leva ao último tópico do dia:

3- COMENTEM! Eu gosto muito de saber quais são seus pensamentos, teorias e afins para o decorrer da história, não se acanhem e compartilhem elas comigo!

Dito isso,

ENJOY IT!



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Sábado. Dia de visita à Hogsmeade. E eu não conseguia parar de sorrir. 

Levantei cedo, animado para sair logo do castelo e passear pelas ruas cobertas de neve da cidadezinha. Tomei banho, me troquei e desci para o salão comunal, sem acordar os outros seres que ocupavam o dormitório e roncavam alto, sem parecer preocupados com levantar e sair. 

Enquanto eu aguardava Lily descer do seu próprio dormitório, eu lia um livro trouxa que tinha pego emprestado de Remus. Era uma coleção grande de livros, contando a história de um menino arqueiro em uma época antiga. Eu ainda estava no primeiro livro da coleção e fiquei tão absorto na história que nem notei quando o sol se ergueu mais ainda e o salão comunal começou a encher de casais indo para o Hogsmeade, grupos de amigos conversando e primeiranistas e segundanistas descendo para o café da manhã, resmungando audivelmente que não poderiam ir para a vila. 

Eu apenas levanto os olhos do meu livro, quando um reflexo de cabelos vermelhos passa do meu lado, e eu vejo Lily me olhando, curiosa para saber qual era o título do que eu estava lendo. Mostro a capa para ela, fazendo-a perceber que eu tinha notado que ela estava ali. 

E ela estava linda. 

Vestindo uma calça preta, uma bota com um saltinho baixo, uma blusa grossa e justa preta e o cachecol da grifinória enrolado em seu pescoço, com o vermelho da peça misturando-se com o do seu cabelo. 

Eu me levanto da poltrona, boquiaberto e penso em algum elogio inteligente para falar, mas minha boca me trai e sai um som parecido com “buthãm” dela. 

Lily ri, jogando o cabelo para trás e corando levemente, fazendo tudo de seu pescoço para cima ficar da mesma cor. Corro para guardar o livro na minha escrivaninha e desço mais rápido ainda para me juntar à ruiva, que cruzava os braços e sorria para si mesma. 

Descemos as grandes escadarias de mármore juntos, esbarrando com alguns primeiranistas que voltavam correndo para a torre da Grifinória, com os pés sujos de lama e Madame Meaow disparando enfurecida atrás deles, com Filch logo atrás. Rimos alto da cena até que saímos do castelo. Ofereço meu braço para a garota, fazendo uma reverência, e ela dá uma risadinha e enlaça seu braço no meu, e assim seguimos até Hogsmeade, apreciando as estradas com grossas camadas de neve, brilhando fracamente sob o sol quentinho que nascia ao longe. 

Quando chegamos ao centro da cidadezinha, decidimos parar no Três Vassouras tomar uma cerveja amanteigada antes de continuarmos a rodar pelo lugar. 

Entramos no bar, fazendo um ar frio entrar conosco e vários bruxos nos olharem feio, então nos dirigimos para uma mesinha afastada, e prontamente Madame Rosmerta vem nos atender. Pedimos dois grandes canecos de cerveja amanteigada e alguns petiscos, ela pisca para Lily, como se as duas guardassem um segredo só delas, despenteia meus cabelos e volta para o balcão buscar nosso pedido, com os saltos violeta batendo estrondosamente no chão de madeira. 

Enquanto aguardamos, Lily me encara e, com a voz interessada, fala:

— Não sabia que você gostava de livros trouxas. 

Me lembro do livro que estava lendo quando ela me encontrou, dou de ombros e falo:

— Acho bem interessante, apesar de não entender porque eles usam arcos invés de simplesmente sacarem as varinhas. Ia ser tão mais fácil. E porque eles cozinham no castelo? Não tem elfos domésticos lá?

Ela ri gostosamente e então fala:

— Trouxas não sabem que a magia realmente existe. Claro, existem livros e vários filmes sobre magia, mas nenhum deles chega perto da realidade. - Eu me debruço na mesa, interessado nas palavras dela. E Lily, percebendo meu interesse, desanda a falar, empolgada - Tem vários livros trouxas sobre vampiros e lobisomens. Mas nenhum é parecido com o que é de verdade. Por exemplo, tem um livro bem famoso entre os trouxas, onde os vampiros brilham no sol. 

Arregalo os olhos, incrédulo, antes de estourar em uma gargalhada escandalosa que assustou todos no bar e falo, entre puxadas de ar e risadas:

— Brilham… No sol? Você está brincando. 

Os seus cabelos vermelhos voam enquanto ela balança a cabeça, rindo e fazendo que não com a cabeça e ri mais alto ainda quando eu comento:

— Isso me parece com o Diggory jogando quadribol. 

Amus Diggory era o capitão do time de quadribol da Lufa-Lufa e toda vez que ele entrava em campo, usava uma grande corrente brilhante no pescoço, que segundo ele, era para dar sorte, embora Lufa-Lufa não tivesse vencido um único jogo na temporada. 

Conversamos por mais algum tempo, com ela me contando sobre alguns livros e filmes e a forma como eles retratavam alguns seres do nosso mundo além de vampiros e lobisomens, como sereias, centauros, gigantes e bruxas. Eu escutava espantado cada frase que saía daqueles lábios falantes com batom claro. Os trouxas eram muito criativos. 

Depois de terminar de beber o caneco de cerveja e comer os docinhos, eu jogo alguns sicles em cima da mesa, aceno para Madame Rosmerta que parecia bem entretida em limpar um copo até ele brilhar com um pano colorido que ela tinha pendurado no ombro e abro a porta barulhenta de madeira do bar, deixando Lily sair antes e um vento gelado varrer o estabelecimento. Caminhamos na neve por um tempo, chutando as pilhas grandes, brancas e geladas que encontrávamos pelo caminho. Andamos por um bom tempo e eu não sabia para onde estávamos indo, até que Lily para na frente de uma pequena lojinha que eu nunca havia percebido em Hogsmeade. Ela era pequena, com uma fachada simples e algumas palavras cobertas pela neve, que me impediam de saber o que havia lá dentro. 

Lily empurra a pesada porta de madeira e entra no estabelecimento, sorrindo. Eu a sigo, um pouco confuso e fico surpreso com o que encontro. Esperava que fosse um lugar pequeno e mal-iluminado, pelo que podíamos ver de fora, nas janelas quase encobertas pela neve fofa que caía incessantemente. 

Era uma cafeteria que parecia ter sido montada em uma grande sala de estar. Havia mesinhas espalhadas pelo local e alguns sofás um pouco mais no fundo, rodeando uma pequena mesa que poderia muito bem estar na sala de uma casa. Lily senta em um dos sofás que rodeavam a mesa, de uma cor laranja vivo que se confundia um pouco com seus cabelos. 

Logo, surge um moço de trás do balcão e nos pede o que vamos querer, Lily pede um cappuccino e eu peço apenas um café preto, forte. Ficamos conversando por um tempo, até que eu lhe pergunto:

— Que lugar é esse? E como eu não sabia da existência dele?

Ela sorri, levando a xícara enorme de cappuccino aos lábios, sorve o líquido, estala os lábios uma vez, apreciando o gosto, então se vira para mim, ainda sorrindo e responde:

— Esse é o Hipogrifo da Alvorada. É uma cafeteria escondidinha, inspirada nas cafeterias trouxas, embora - ela olha um pouco ao redor - eles tenham exagerado um pouco na decoração. Essa, em especial, é inspirada em um seriado trouxa bem famoso. Quase ninguém vem aqui por ela ser quase trouxa e outras pessoas nem sabem que ela existe, por ficar quase fora da cidade. Não tem muitos estabelecimentos aqui perto, então é raro que alguém caminhe até aqui e descubra o Hipogrifo. 

Eu assinto com a cabeça, tomando um gole do café encorpado que definitivamente, era o melhor que eu já provara. Ficamos por um tempo lá, até que começa a tocar uma música baixinho na cafeteria, toda instrumental, e no exato momento que ela deu seu último acorde, todos na cafeteria, exceto eu, bateram suas canecas de café nas mesas, fazendo uma batida sincronizada que finalizou a música. E mais uma vez, eu olho extremamente confuso para Lily, que estava rindo, e responde a pergunta que eu fiz com o olhar:

— É uma música tema de uma trilogia de filmes trouxas, chamada Star Wars. É praticamente impossível encontrar algum trouxa que não goste dos filmes. E como a cafeteria é inspirada nos trouxas, nada melhor do que usar uma música que todos eles adoram. 

Terminamos de tomar nosso café, pagamos o moço atrás do balcão e saímos mais uma vez para o vento congelante, e eu deixo Lily me arrastar de novo para algum lugar que eu provavelmente não conhecia - e não estava errado. Ela para à frente de um beco entre o correio coruja e a Zonko’s, entra no local apertado e abre uma minúscula porta, deixando uma fresta de luz sair e alguns flocos de neve caírem dentro do lugar. 

Entramos e fomos recebidos por uma agradável lufada de ar quente, e então eu começo a reparar no local. Era uma livraria bem iluminada quase do tamanho da Floreios e Borrões, onde havia livros e mais livros atochados nas paredes, no chão e até equilibrados precariamente em banquinhos de madeira. Ela me puxa para um corredor um pouco menos iluminado que o restante da livraria. E eu me vejo rodeado de livros trouxas. 

Ela levanta na ponta dos pés e puxa um livro de uma prateleira alta, se desequilibrando um pouco e me fazendo segurá-la pela cintura. Nosso olhares se encontram e o seu rosto avermelha, provavelmente refletindo o meu também. 

— Ér… O que você queria pegar?

Ela empurra um livro para as minhas mãos, sorrindo e ainda corada, eu baixo os olhos para o exemplar que está na minha mão e meu queixo cai, incrédulo:

— Mas… Remus disse que esses livros só eram encontrados em uma tal de intranet  trouxa. 

— Primeiro, se chama Internet. E essa livraria tem de tudo, especialmente esses livros mais difíceis de se encontrar em livrarias trouxas. Leve. Não vai encontrá-lo tão cedo em algum lugar. 

O livro era a continuação daquele que eu estava lendo no Salão Comunal quando Lily me encontrou, tinha uma capa alaranjada, porquanto o primeiro da coleção era verde. Animado, peguei o livro e levei para o caixa, saltando por cima de livros empilhados no chão lustroso. Vejo a ruiva chegando com alguns livros nos braços, sorrindo feliz e eu abro um sorriso também ao vê-la tão empolgada com algo. 

Saímos do lugarzinho com as bolsas de dinheiro bem mais leves do que quando tínhamos chegado. Em compensação, carregávamos algumas sacolas cheias de livros que, em sua maioria, Lily tinha comprado. 

No exato instante que pisamos fora do beco e paramos na frente da Zonko’s, um Sirius muito esbaforido chega correndo e gritando:

— Ainda bem que eu encontrei vocês! Remus… Lá atrás… Casa dos Gritos… Venham!

E sai correndo de novo, sem nem ao menos dar-nos a chance de perguntar o que diabos estava acontecendo. Dou de ombros e olho para Lily, que está com a mesma expressão confusa que a minha, agarro sua mão e desando a correr atrás de Sirius, carregando as sacolas lotadas de livros na mão esquerda, enquanto puxo a ruiva com a mão direita. 

Quando chegamos perto da Casa dos Gritos, demos um encontrão com Padfoot, que tinha parado do nada e estava observando algo, meio escondido entre os arbustos cobertos de neve. Ele nos puxa para o chão cheio de neve, fazendo-nos molhar os joelhos das roupas antes que pudéssemos protestar indignados e aponta para um banco semi escondido por algumas árvores com galhos pesados de neve, onde Remus e a amiga de Lily, Dorcas, estavam aos beijos. 

Lily solta uma exclamação indignada, enquanto Padfoot e eu estamos segurando a risada.

— Ela é uma das minhas melhores amigas, se agarrando com um dos meus melhores amigos. E nenhum deles tem a DECÊNCIA de me contar? Ah, isso não vai ficar assim. 

E mais rápido que um raio, a mão dela voa até a varinha, mira para as montanhas de neve precariamente equilibradas nas árvores e faíscas voam da ponta da varinha, acertando a árvore e fazendo toda a neve cair em cima dos dois. 

Eu estava estagnado no lugar, olhando chocado para ela com a boca aberta, assim como Sirius. Ela levanta do chão, guarda a varinha novamente, olha para nós dois e grita:

— CORRAM. 

Então é a vez dela de me puxar pela mão, enquanto corria desembestado, ainda sem acreditar no que tinha acontecido. Nós três paramos no Três Vassouras, nos sentamos o mais rápido que podíamos em uma mesa e pegamos algumas bebidas. Ficamos um tempo em silêncio até que Padfoot o quebra:

— Ora, ora, ora, jamais esperaria algo assim vindo de você, Ginger. 

Ela dá de ombros, ainda ofegante pela corrida e fala:

— Eu também tenho um lado maroto, vocês que não o conhecem. 

Sirius me encara com grandes olhos pidões e diz:

— Prongs, se ela te chutar, eu posso ficar com ela?

E essa é a deixa para todos nós estourarmos em gargalhadas, chamando a atenção do pub inteiro e fazendo Madame Rosmerta olhar para nós com um olhar reprovador, apenas para rir baixinho alguns segundos depois. 

Conversamos até anoitecer, e saímos do pub com a promessa de ensinar Lily a jogar quadribol, a ter um jantar feito por Sirius quando saíssemos de Hogwarts e que passaríamos as férias de Natal na minha casa. 

No caminho de volta para o castelo, Lily ia de mãos dadas comigo, provavelmente sem nem perceber que fazia carinho na minha mão com um dos dedos, eu andava carregando os livros e uma felicidade crescente no meu peito, sem poder acreditar no dia que tinha tido. Quando o portão do castelo com seus javalis alados apareceu diante de nós, a ruiva percebeu que eu estava com seus livros e insistiu veementemente em carregá-los, soltando a minha mão, mas me deixando abraçá-la pelos ombros. 

Jantamos todos juntos, eu, Lily, Padfoot, Remus (ainda com uma expressão de descontentamento no rosto, provavelmente por ter sido soterrado em uma grande pilha de neve), Lene, Peter, Mary e Dorcas. E conversamos bastante sobre o passeio, tentando ficar sérios toda vez que Moony comentava sobre o “incidente’ que acontecera com ele e nos olhava acusadoramente. 

Aquele tinha sido o melhor passeio a Hogsmeade que eu já fizera. A cidadezinha, tão conhecida para mim, tinha se tornado uma cidade desconhecida, repleta de oportunidades, lugares novos e de Lily. 

Agora, eu só queria ir para todos os passeios com ela, descobrir coisas novas, lugares novos e culturas novas. Eu só queria ficar com Lily, independente do que acontecesse. 













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Notas finais do capítulo

E então, gostaram?

Para esse capítulo, eu proponho um pequeno desafio à vocês: O capítulo está RECHEADO de referências, alguém consegue citar todas elas?

Aguardo ansiosa os comentários de vocês!

Comentem, favoritem, recomendem e acompanhem para não perder um capítulo sequer dessa novela.

Um beijo e até a próxima! :*



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