Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 19
Jornada.


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Como eu disse no ultimo capítulo, eu preferi juntar tudo de triste nele, podem parar de me ameaçar a vida agora hahahaha.
Espero que goste!
Bjs



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3 meses depois...

Minha vida passou a ser uma coletânea de coisas que precisava equilibrar. Meu trabalho na QC, minha luta contra o crime no subterrâneo da Verdant e esse momento que ultimamente, dentre todos os outros é o único que me dá forças para não arrancar meus olhos com alicates. E tem isso, eu ando exageradamente dramática ultimamente.

–Oi Fel. –Connor grita correndo em minha direção assim que eu passo pela porta.

Algo interessante sobre crianças é que elas tem um super poder que ninguém ainda descobriu. O poder de não te dar tempo para pensar em sofrer, e é assim que tenho sobrevivido desde a perda do Oliver. Com Connor me ajudando a não desmoronar.

–Oi. –Eu o abraço apertado. –Fiquei com saudade.

–Você é tão dramática. –Brinca segurando em meus ombros com sua carinha linda me olhando.

–E você deveria estar fazendo o dever! –Retruco me levantando. –Sua mãe ligou?

–Duas vezes, ela é mais dramática do que você. –Ele me dá as costas correndo em direção a seu quarto. –Deve ser coisa de mãe. –Encosto no batente da porta o olhando se afastar com um sorriso bobo no rosto, desses que só o pai dele me despertava.

Um homem louro sai do quarto de Connor com um livro em mãos. Ele me olha sorrindo, um sorriso cheio de dentes por sinal. –Oi Steve. –Cumprimento com um sorriso educado.

–Srta. Smoak. –Devolve o cumprimento me entregando o livro que está segurando.

–O que é isso?

–O trabalho de literatura do Connor, para a próxima semana. –Eu olho admirada, cento e cinqüenta paginas para um garoto ler em um fim de semana.

–Contaram para eles que essas crianças só tem oito anos? –Murmuro com sarcasmo e Steve dá risada. –Ah! –Bufo cansada.

–Volto as sete Felicity. –Fala quando coloco o livro sobre a bancada.

–Tudo bem, obrigada. –Sorrio o vendo sair e vou em direção ao meu quarto.

Steve Trevor é um homem de seus vinte de oito anos, louro da altura do Dig e com um porte de soldado. Para completar ele também é um coronel da ARGUS, amigo da Lyla e a nova baba do Connor. Eu achei um tanto exagerado no principio também, até que a existência do garoto se tornou pública e o assedio da imprensa se tornou absurdo. Depois descobrimos que de alguma forma que eu desconheço, Steve conhecia Oliver e segundo ele, o devia sua vida. Não perguntei, não pesquisei, por que pensar em Oliver dói e sei que ele é um herói, ou era... Então não me espanto por ele salvar vidas, isso é o que heróis fazem.

Tomo um banho rápido pensando em tudo que mudou nesse tempo. Como quase desisti de tudo ao perceber que eu não tinha como criar uma criança. Eu só vivo fora de casa, cheia de trabalho, com o celular tocando freneticamente. Por um momento pensei que não poderia mais, era Connor ou minhas atividades noturnas. Mas o garoto passou a significar meu motivo de conseguir respirar, não conseguiria mais me afastar dele, nem gosto de pensar em como será daqui a um ano quando Sandra se estabelecer no pais e vier buscá-lo.

Então Diggle, meu herói, sugeriu que um agente da ARGUS cuidasse dele, da mesma forma que fazem com Sara. Por que eu já perdi Oliver para um “bem maior”, não faria o mesmo com Connor. Ligo para Sandra assim que saio do chuveiro e conto a ela sobre o trabalho absurdo, ela dá risada e brinca dizendo que se continuar assim vou transformar o filho dela em político.

–Como vai o dever. –Pergunto entrando em seu quarto. Ele estava sentado na escrivaninha com cadernos e livros espalhados por ela. Acrescento o livro do trabalho e ele faz careta. –Como passam uma coisa dessa para quatro dias. –Reclamo e ele me olha assustado. –Você só tem oito anos.

–Eu sei! –Concorda parecendo aliviado. –Foi o que eu falei. –Dou risada de sua indignação.

–Vem meu garotinho. –Estendo minha mão para ele que aceita sorrindo. –Vamos tomar sorvete e aproveitar no mínimo uma hora, por que Deus sabe que precisamos.

Caminha com Connor pelo park por alguns minutos até encontrarmos uma barraquinha de sorvete. Ele escolhe o sabor do dele e o do meu, por que segundo ele não sou boa nisso. Não reclamo, não sentiria o gosto mesmo, então o deixo ser feliz.

–Fel, eu estava pensando em que vou trabalhar quando crescer. –Tagarela quando nos sentamos em um banco.

–Ambicioso para um moleque de oito anos. –Implico roubando uma colherada de seu sorvete.

–Eu sou filho de herói. –Quase engasgo com o sorvete que tomava, mas Connor continua naturalmente. Nada tira de sua cabeça que o pai é o Arqueiro. –Com uma cientista inovadora, isso é um legado Fel. –Explica e sinto meu coração acelerar. –Ah! –Se lembra dando pulinho de empolgação. –E tem você.

–O que tem eu? –Pronto, agora isso de consertar sistemas para o governo foi por água abaixo. Sabia que não deveria ter usado a desculpa da Angelina Jolie em Sr e Sra. Smith!

–Tem você, para acrescentar ao meu legado. –Dou risada.

–Connor, você está invertendo as coisas. –Tento explicar me levantando com ele para que voltássemos para casa. –Seus pais e eu é que temos você como legado. Não o contrario. Legado é aquilo que você deixa para o mundo.

–Não pode ser! –Murmura indignado. –Agora eu vou ter que me preocupar também com quem vou me casar?

–O que? –O olho confusa. –Quer saber, esquece. –Desisto de tentar entender sua lógica sem lógica.

Voltamos para casa e eu tento o ajudar, sem trapaças o máximo que consigo para adiantar seu trabalho “Missão impossível”, como gentilmente nomeamos. Por volta das seis e meia eu paro, mando Connor para o banho e vou me trocar, vestindo uma saia azul e blusa florida. As sete em ponto Steve chega para ficar com Connor.

–Pronto para dormir? –Questiono o vendo sentado no sofá com Steve jogando vídeo game.

–Me deixa ir dormir as oito Fel? –Pede dando pausa em seu jogo e me olhando com carinha de anjo.

Respiro fundo e Steve desvia o olhar com um sorriso contido. –Oito e meia vai ser seu novo horário, mas só se continuar se empenhando na escola mocinho. –Me inspiro naqueles discursos das mães em filmes, apontando o dedo para ele que abre um sorriso.

–Percebeu que ele pediu as oito? –Fala Steve sem conseguir se conter.

–Ou! –Fiz merda. –Connor... –Começo a pensar em um bom argumento para ter sido coagida por um lindo garotinho de olhinhos azuis. -Ele é um bom garoto, acho que merece o tempo extra. –Steve ergue as mãos em rendição e Connor vem em minha direção se despedir com um abraço. –Obedece o Steve. –Murmuro em seu ouvido antes de o soltar. –Steve, o jantar está na geladeira. Coloque ele para dormir no horário combinado, por favor.

–Pode deixar Felicity. Agora vai. –Aponta para porta a me ver olhando Connor jogar abobada a ponto de esquecer que estava de saída.

–Ah, é! Estou indo. –Ainda consigo escutar sua risada enquanto eu fecho a porta.

OLIVER

Eu estava trabalhando em um bar no momento, por que preciso voltar para casa, e acessar qualquer uma das minhas contas depois de ter sido dado como morto não era opção. Chamar a atenção de Ra’s Al Ghul mais uma vez também não era. Então tenho trabalhado em bares e oficinas mecânicas desde que descobri não estar morto. Fico em um lugar apenas tempo suficiente para fazer algum dinheiro que me permita chegar na próxima cidade de forma que não seja percebido. Agora estou em Dakota City, juntando o suficiente para chegar em Gotham.

–Patrick. –Alguém me chama do outro lado do balcão.

–Julia. –Sorrio educado. Julia é uma mulher bonita de pouco mais que seus vinte anos, pele morena, olhos escuros e cabelos rebeldes. Cheia de hormônios, dos quais eu me esquivo desde que cheguei. –O que vai querer?

–Duas cervejas. –Responde se inclinando sobre o balcão para dar destaque ao decote.

–Duas saindo. –Encho as canecas e a entrego.

–O que vai fazer quando sair daqui hoje? –Pergunta pela milionésima vez.

–Sabe como são as coisa, preciso vestir minha mascara e sair por ai combatendo o crime, sou um cara ocupado. –Respondo com sarcasmo voltando ao trabalho.

–Vai morrer sozinho se continuar assim. –Diz antes de sair rebolando.

Mais tarde Mark chega com meu pagamento. Adeus Julia, e adeus Dakota City. Gotham, ai vou eu. Quem sabe lá eu não consiga chegar em Central talvez? Assim um cara de vermelho pode ser minha carona para casa, já que homens mortos não pegam trens.

Gotham uma semana depois...

Essa cidade consegue ser pior que Starlling, isso antes do Arqueiro. Deveriam existir pencas de vigilantes por aqui. Ando pelas ruas na volta do trabalho. Meu nome agora é Rusty Howard e moro em um quarto na periferia da cidade, e por minhas contas em uma semana já tentaram em assaltar umas quinze vezes. De todas as cidades por onde passei, essa definitivamente era minha preferida.

–Qual é cara? –Um homem com um pé de cabra nas mãos me chama.

Ele era gordo, tipo muito gordo e grande. Deus abençoe que seja forte também. Rezo baixinho com um sorriso brincando em meus lábios. Juro que quando voltar vou fazer o possível para convencer Felicity que Gotham é o melhor lugar para uma lua de mel.

–Posso ajudar? –Pergunto em voz baixa apertando a mochila em minhas costas.

–Eu quero o dinheiro! –Grita ameaçadoramente e eu preciso segurar o riso.

–Sabe amigo, eu também quero.

–Acha que eu estou brincando? –Vejo seu rosto ficar vermelho de raiva, quase no ponto. –Passa logo a mochila!

–Essa aqui? –Pergunto tirando ela das minhas costas, me aproximo de vagar o vendo baixar a guarda aos poucos e quando estou perto o suficiente acerto a mochila com minhas ferramentas em sua cara o chutando em seguida. –Precisava mesmo de uma pé de cabra. –Pego a ferramenta de seu corpo inconsciente no chão e a junto a coleção na minha mochila. –Estou economizando muito nessa cidade, vou juntar isso a lista de prós para passar minha lua de mel aqui!

FELICITY

Entro desanimada na caverna e já são quase nove horas da noite. Tenho tentado chegar sempre depois de colocar Connor para dormir, mas as coisas tem complicado já que a mãe dele só consegue falar com o garoto depois das seis da tarde, que seria o horário que ela estaria acordando, e eu preciso estar presente a essas ligações.

–Desculpa o atraso. –Murmuro evitando olhar para John com as roupas de Oliver e me sentando em minha cadeira.

–Tudo bem. –Roy responde pegando seu arco. –Nada aconteceu até agora. –Ele parece incrivelmente entediado, me fazendo esboçar um pequeno sorriso.

–Deixa eu ver se consigo ajudar. –Respondo procurando pela freqüência da policia e câmeras de trânsito com algum tipo de alerta. –Consegui! –Grito para os dois que imediatamente estão ao meu lado.

–Roubo de uma carga de medicamentos em andamento, mas eles já estão quase saindo da cidade...

–Felicity você é a melhor. –Exclama Roy antes de sair correndo.

–Vou guiar vocês. –Falo a John que toca meu ombro antes de seguir Roy.


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Notas finais do capítulo

Comentem, me deixe saber o que acharam!
Bjs