Use Somebody II escrita por Thaís Romes


Capítulo 18
Funeral


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!
Eu quero agradecer os comentários de todos, vocês me matam rsrs, mas por essa razão o capítulo está maior, eu queria acoplar a maior quantidade possível de sofrimento... Okay, sem spoiler, só saibam que eu estou tentando kkkk.
Espero que gostem...



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THEA

Entro em meu apartamento me sentindo quebrada, Felicity parecia ter perdido o... Oliver. A dor que ela passava era a mesma de alguém que perdeu seu grande amor. Mas meu irmão está bem, na Rússia e bem. Então me lembro daquela conversa estranha dele a ultima vez que nos vimos. De repente tudo à minha volta está rodando, meu coração se aperta em meu peito. Mas é insano, pois nada disso faz sentido. Pego meu celular e tento falar com ele, precisava mais do que nunca ouvir sua voz.

“Oi, aqui é o Oliver. Sabe o que fazer.”

–Direto para caixa postal? Como? –Murmuro olhando pela janela, a mesma que foi quebrada a dias atrás pelo vigilante. –Meu pai! –Era isso!

Ligo para ele agora que atende no primeiro toque. –Oi pai. –Forço a animação em minha voz, torcendo para que meu instinto estivesse errado.

‘Filha, tudo bem?’

–Pode vir aqui em casa, agora? Preciso ver você. –Sussurro sentindo o bolo em minha garganta se apertar. Devo estar ficando louca, ou estou apenas impressionada com a dor da Felicity.

‘Chego em dez minutos.’ –Sua voz aparenta preocupação.

–Obrigada pai. –Respondo antes de desligar.

Me sento na poltrona e fico encarando a porta, apenas esperando o tempo passar. E várias coisas começam a surgir em minha mente. Como o fato do vigilante ter salvo Roy depois do Ollie prometer que ele ficaria bem, meu irmão ter desaparecido depois do empreendimento e o Arrow também. O que me Leva a pensar que o Arrow deu as caras em Starlling junto da descoberta que meu big brother não estava morto... Mas a policia cogitou isso e falhou...

Mas existe o desaparecimento dele sempre que algo grande na cidade está acontecendo, e todas as vezes que o vi jogar a bebida fora em algum vaso de plantas e mesmo assim parecer bêbado no fim da festa, ou desaparecer enquanto ela acontece. Roy e sua obsessão pelo vigilante também desapareceu assim que um segundo arqueiro surgiu na cidade, combatendo o crime com o Arrow. Claro que depois de ver o arco vermelho debaixo de sua cama ajudou muito em meu julgamento. E seus movimentos no dia em que fui seqüestrada... Então do nada, Ollie e Roy são melhores amigos para sempre?

–Tudo bem Thea, acho que você anda assistindo a muitos filmes de ação. –Falo sozinha e a porta se abre.

Corro para os braços do meu pai, pois precisava me sentir segura, e me arrependo por demonstrar tanta fraqueza assim para meu mestre. Mas ele parece não se importar, pois me segura firme tirando meus pés do chão e me abraçando com carinho.

–Pai, eu preciso de um favor. –Digo quando nos afastamos o puxando para o sofá comigo.

–Qualquer coisa. –Responde me observando atentamente.

–Oliver, ele não está na Rússia, e acho que ele não é exatamente só o que aparenta. –Desabafo minhas loucuras esperando que ele ria ou me recrimine, mas nada disso acontece. Merlin se levanta e seu rosto demonstra tristeza.

–Sinto muito minha filha, mas existem coisas sobre seu irmão que precisa saber.

–O que quer dizer com isso? –E o nó volta a se apertar em minha garganta.

–O avião em que Oliver estava caiu. –Conta e eu não entendo o que ele está dizendo.

–Como caiu? –Questiono atordoada. –Não faz sentido... –As lágrimas escorrem livremente por meu rosto, que se dane isso de fraqueza, é meu irmão que...

–Oliver está morto. –Conclui jogando a ultima pá de terra em minhas esperanças. –Prometo que farei o possível para que achem os restos mortais dele. –Ele segura em meus ombros e me sinto entorpecida, preferia acreditar na minha teoria anterior sobre o vigilante... –Vou fazer o possível para que seu irmão tenha um verdadeiro enterro dessa vez.

Então essas palavras desencadeiam um choro frenético, Ollie era tudo o que tinha e agora ele também se foi. Sinto os braços de meu pai me envolverem, escuto sua voz dizer algo que sou incapaz de processar, e me permito sofrer, por meu irmão, por Connor e Felicity. Ele merecia mais do que teve.

FELICITY

Não sinto vontade de acordar, não tenho vontade de estar nessa casa ou nessa cama. Maldita hora em que Oliver me convenceu a não manter meu apartamento, agora sinto vontade de arrancar meus olhos inchados de tanto chorar, para que não precise ver mais nada do que existe aqui, não precisar olhar nenhuma das fotos que penduramos a cada centímetro da casa, que nesse momento mais parece um mausoléu. Eu só consigo pensar que ele merecia um funeral descente, merecia ter seu corpo enterrado ao lado de seus pais e Thommy. Merecia ter mais anos, ter se casado, participar mais da vida do filho... Tantas coisas que eu queria ter feito, ou dito...

Escuto minha campainha, nove da manhã, inacreditável. Suspiro tentando me lembrar de como se usa as pernas. Não me importo com o pijama, graças a Thea que me fez trocar de roupa, ou estaria com o vestido pink até agora. Caminho com dificuldade em direção a porta e vejo Thea parada do outro lado, com os olhos inchados e um pouco descabelada.

–Tudo bem com você? –Pergunto preocupada, minha voz sai estranha e distorcida.

–Não. –Responde com a voz fraquinha me abraçando.

Afago suas costas por instinto, tentando acalmá-la. Só então percebo o que está errado em tudo aquilo. –Ou! –Exclamo me afastando e segurando seus ombros. –Você sabe? –Questiono com lágrimas nos olhos a vendo desmoronar em minha frente. –Quem? Como? O que você sabe? –Tento em vão formular alguma pergunta descente.

–Que o avião de Oliver caiu. –Diz brincando com um fio solto de sua blusa, eu a arrasto comigo para o sofá. –Eu sinto tanto... –Então ela não consegue segurar o choro mais.

–Desculpa não ter te falado ontem, eu simplesmente não...

–Conseguiu. –Completa se afastando para me olhar. –Eu sei Felicity, eu estava aqui com você.

–Obrigada. –Respondo com um sorriso fraco antes de abraçá-la.

Nesse momento eu não sei o quanto ela sabe, nem como ela descobriu ou como surgiu essa história louca de avião, mas isso não importa. Eu estava em divida por seu silencio da noite anterior, ela respeitou minha dor, e faria o mesmo por ela. A abraço e choramos juntas sem parar até que meu telefone começa a tocar. Sandra, vejo no identificador, e não sei o que fazer. Preciso ir a Central City buscar Connor, mas como conseguiria fazer isso?

Limpo a garganta antes de atender, tentando melhorar minha voz. –Sandra, oi! –Horrível, é como se uma batata inteira estivesse em minha boca. Thea se senta ereta me olhando interessada.

‘Oi querida, tudo bem com você?’

–Claro.

‘Só quero confirmar a hora que você chega, Connor só fala no quanto quer ver você.’ –Conta e é como se meu coração, ou o que restou do que um dia foi ele se partisse ainda mais.

–Felicity! –Thea chama.

–Sandra, só um minuto. –Falo com os olhos em minha cunhada que parecia determinada sacando as lágrimas da face com a blusa.

–Não podemos falar isso por telefone. –Diz.

–Eu não ia... –Tento justificar.

–Ótimo, vamos a Central, eu vou com você. –Interrompe, mas ela parecia se agarrar desesperadamente na ultima corda e não negaria isso a ela.

–Sandra saímos em uma hora. –Informo. –Ah, vou levar Thea!

‘Que ótimo Felicity, Connor só sabe falar de vocês duas.’ –Aquilo faz a sombra de um sorriso passar por meu rosto. Era tudo o que me restava.

–Diz para ele que estamos com saudades! –Falo tentando esconder minha tristeza antes de desligar após nos despedirmos.

–Não consigo contar isso. –Falo a olhando desesperada. –Connor adora o pai, e só o conhece a alguns meses, como eu vou falar... –Minha voz começa a soar embargada pelo choro.

Escutamos a campainha novamente e quando abro a porta vejo John do outro lado, não espero que ele entre e me lanço em seus braços que me acolhem com carinho, sinto suas mãos em minhas costas tentando me consolar, mas seu corpo tremia como se também estivesse chorando. Thea se levanta e fica nos olhando a distancia.

–Vim buscar você, para ir a Central. –Conta quando nos afastamos. Eu o olho agradecida. –Não a deixaria sozinha querida. –Diggle afasta meu cabelo do rosto e percebo que estava errada quando disse não ter irmãos, eu tenho dois.

–Na verdade Thea também vai. –Conto me afastando para que ele possa entrar em minha casa. Seus olhos encontram Thea.

–Meus sentimentos Srta. Queen.

–Obrigada. –Sussurra olhando para os pés. –Por favor, Diggle me chame de Thea. –Ele balança a cabeça concordando.

–Eu reservei o jatinho Felicity, partimos em uma hora. –Informa em seu tom profissional e eu precisava arrumar alguma forma de perguntar a ele como aquela história de avião surgiu. –Thea, precisa pegar algo em seu apartamento? –Questiona.

–Sim. –Confirma parecendo só ter se dado conta disso agora.

–Quer que eu vá com você? –Pergunto e ela me olha sem entender. –Não queria que ficasse sozinha. –Confesso fazendo um sorriso meigo surgir em seu rosto.

–Vou ficar bem. –Ela me abraça em despedida. –Volto em meia hora. –Então sai me deixando com Diggle.

–Como isso de avião começou? –Sussurro indo em direção a meu quarto para arrumar minhas malas com John me seguindo.

–Merlin. –Ele fala e eu sinto uma fúria súbita percorrer minhas veias, para abruptamente me virando para olhá-lo.

–Falou com ele? –Rosno.

–Eu o mataria se o visse. –Respira fundo tão revoltado quanto eu.

–Ele encurralou Roy na noite passada e depois dos dois se espancarem ele contou que forjou uma desculpa para a morte de Oliver. Diz que foi por Thea. –Ele revira os olhos e eu sinto meu estomago se embrulhar.

–Desgraçado. –Praguejo pegando a mala e começando a colocar meus objetos pessoais dentro dela. –Acho que precisamos mostrar a Thea quem o pai dela é, eu estou tão... Cansada! –Sinto a mão de John em meu ombro.

–Cada coisa em seu devido tempo Felicity. –Fala com sabedoria. –Vamos primeiro cuidar do seu enteado, depois resolvemos isso de desmascarar Merlin. –Concordo voltando ao trabalho. –Vou a cozinha te fazer algo para comer, e nem adianta protestar! –Sai sem me dar tempo de resposta.

Tomo um banho rápido, deixando que a água lavasse as lágrimas do meu rosto. Visto uma calça social preta com uma blusa azul, prendo meus cabelos em um rabo de cavalo apertado, não queria assustar Connor e sua família com minha cara de quem perdeu o grande amor de toda vida, então tentei disfarçar da melhor forma os sinais de choro, mas meu rosto estava inchado e os olhos vermelhos, quanto a isso eu não poderia fazer nada. Chego a cozinha com minha mala já pronta a colocando no chão próxima a porta e vejo Diggle e Thea já sentados a mesa. Ela também havia se trocado e revirava os ovos em seu prato sob o olhar de reprovador de Diggle.

Eu me sento a seu lado e imediatamente um prato surge a minha frente, como mecanicamente assim como Thea, sem nem mesmo sentir o gosto da refeição. Só conseguia pensar em Connor e em como ele se sentiria. Acabamos de comer e nos juntamos para acabar com as louças sujas, saindo em seguida. A viagem foi silenciosa, com cada um imerso na própria dor. Chegamos mais rápido do que eu gostaria. Chegamos a casa de Sandra em poucos minutos.

–Felicity! –Cumprimenta com um sorriso genuíno quando me vê me dando um abraço apertado.

–Sandra. –Nem tento mais sorrir, era em vão. –Esses são Thea Queen e John Diggle. –Apresento meus amigos e ela os estende a mão em cumprimento.

–É bom associar o rosto a pessoa, meu filho só fala de vocês. –Diz simpática nos dando passagem. –Por favor, se sintam em casa.

–Preciso falar com você. –Digo em voz baixa quando todos nos sentamos, mas então um foguetinho vestido com bermudas e camisa amarela passa correndo pela porta e se lança no meu colo.

Eu o abraço com carinho acariciando seus cabelinhos louros em corte surfista que só o fazia estar ainda mais lindo. Não chora Felicity, não chora... Tento repetir isso em minha mente quando Connor se afasta para me ver com o maior sorriso que já vi em toda a minha vida. Retribuo seu sorriso com facilidade e consigo respirar melhor com ele por perto, seu rostinho tão parecido com o do pai me enche de felicidade.

–Você está triste. –Fala do nada e prendo o ar surpresa assim como Thea e Diggle.

–Eu estava com saudades. –Respondo, mas o choro que continha aparece em minha voz e o abraço mais uma vez. –Muitas saudades querido.

–Connor meu amor, pode dar licença enquanto eu converso com Felicity? –Sandra pede então percebendo que havia algo de errado.

Connor se dá conta da presença de Thea e John e os abraça com carinho antes de sair obediente da sala. –Desculpe Sandra. –Murmuro enxugando as lágrimas.

–Tudo bem querida. –Ela se aproxima se sentando ao meu lado e segura a minha mão. –O que aconteceu?

Eu tento falar, mas a voz não saia. Olho para Thea em busca de ajuda, mas ela estava como eu. Então Diggle se levanta e se aproxima pousando a mão em meu ombro olhando para Sandra em sua postura militar. Ele contaria.

–Sinto muito Sandra, mas o avião em que Oliver voltava da Rússia caiu. Oliver faleceu. –Vejo o seu rosto perder a cor e seus lábios formarem um “o” de surpresa. –Estão resgatando os restos mortais nesse momento.

–Oh meu Deus! –Exclama com seus olhos repletos de lágrimas. –Sinto muito Felicity. –Ela me abraça e em seguida repete o gesto com Thea. –Preciso contar a ele. –Olha em direção a porta por onde o garotinho saiu. –Podem esperar aqui um pouco?

–Claro. –Thea responde.

Sandra sai da sala e ficamos em silencio, todos incapazes de dizer qualquer coisa. Após alguns minutos Milo chega, eu o apresento aos outros e Diggle o acompanha a cozinha para o contar em um lugar onde Thea e eu não precisássemos ouvir aquelas palavras mais uma vez. Sandra volta com o semblante desolado e eu me levanto no momento em que ela passa pela porta.

–Como ele está? –Pergunto rapidamente.

–Desolado. –Responde secando uma lágrima que escorre teimosa por sua face.

–Eu... Eu posso ver ele? –Ela balança a cabeça e eu saio apressada em direção ao quarto do garoto.

Quando eu entro o vejo deitado em sua cama com algo prateado em sua mão que não consigo identificar o que é. Ele percebe minha presença e se senta olhando para o lugar a seu lado para que eu me sente lá. Faço isso e Connor deita sua cabecinha em meu colo e me entrega o objeto que estava em suas mãos. Era a ponta de uma das flechas do Arrow.

–Fel. –Ele chama com a voz fraquinha.

–Oi.

–Isso de ter pai é um saco. –Reclama chorando. –E não ter pai é um saco maior ainda.

Respiro fundo acariciando seu cabelo. –Sabe meu pequeno gênio, não tem nada com que eu concorde mais!

[...]

Funerais são todos uma merda. Pessoas chorando, outras olhando as pessoas chorar, a família que sempre aparenta estar precisando de algo em que possa escorar para conseguir se manter em pé e os amigos que tentam contar histórias, relembrar momentos, mas a verdade que eu não me importo com esse caixão pronto para ser enterrado com o corpo de algum indigente. Não quero dividir minhas histórias com ninguém e definitivamente preciso de algo que me mantenha em pé.

–Já está acabando. –Roy murmura para mim e coloca meu braço no seu.

–Obrigada. –Agradeço por que realmente não sentia mais minhas pernas.

–John me disse que Oliver esteve em Central. –Sussurra e eu balanço a cabeça concordando.

–Agora nada e nem ninguém tira da cabeça do Connor que o pai dele era o Arqueiro. –Respiro fundo cansada olhando para o garotinho ao lado de Thea e Sandra que parecia ignorar o caixão a sua frente como se soubesse que o pai não estava nele. –Oliver deu a ele a ponta de uma flecha, e ele afirma com toda certeza que o Arqueiro que está na cidade agora é um impostor.

–Garoto esperto. –Respondo com um sorriso triste. –O que disse a ele?

–Nada. –Sussurro. –Não consigo mentir para o garoto. –Olhamos para Connor que balança a saia da mãe e aponta em nossa direção pedindo permissão, Sandra me olha e eu balaço a cabeça para ela, então o garoto vem andando de cabeça baixa para nós. –Oi amor. –Beijo seu rosto e ele me abraça. Afinal acho que posso agüentar o resto dessa tortura afinal.

[...]

Sandra e Milo estavam se preparando para voltar a Central City, Thea chegou a oferecer o jatinho para eles assim poderiam ficar por mais tempo, mas Connor teve seu primeiro ataque (o primeiro que eu presenciei), gritando que nunca entrariam em um avião na vida, que odeia aviões e mais algumas coisas antes de chorar descontroladamente e correr para os braços da mãe. Ele ainda está tentando descobrir como lidar com isso, na verdade todos estamos.

–Felicity posso falar com você por um momento? –Sandra parando na porta do meu quarto.

–Ou, claro! –Respondo me sentando e ela caminha até a poltrona ao lado da cama e se senta me olhando com preocupação. –Como se sente?

Dou uma risada sem humor tentando ponderar uma resposta. –Bom, algo entre acabada e completamente devastada. –Tento usar um pouquinho de humor na entonação para que aquilo não pareça tão deprimente quanto realmente é.

–Eu sinto muito querida. –Repete a mesma frase que todos vêem me dizendo.

–Sabe, eu nem me casei com ele e sou a viúva do Oliver. –Sorrio com tristeza olhando para a pedra verde em minha mão. –Acho que perdi a melhor parte do pacote.

–Isso é um saco. –Concorda com pesar. –Mas eu sei que ele te amava muito, e que você o amava de volta. –Ela me olha. –Às vezes não temos o pacote completo, mas a parte dele que recebemos é a melhor. Sei disso por que tenho um garotinho lindo. –Ela sorri apaixonada. –Eu também não tive todo o pacote Felicity, mas fiquei com a melhor parte.

–Connor é maravilhoso. –Concordo.

–E você também teve a melhor parte do seu. –Me surpreendo a olhando sem entender. –Tem noção de quantas pessoas matariam para viver um amor como o de vocês? –Eu permaneço em silencio sentindo as lágrimas escorrerem por minha face. –Oliver se movia em sua volta como se você fosse o centro do mundo dele Felicity. E você o amou tanto que recebeu o filho dele com o mesmo amor. E sempre vai ter isso, sempre vai existir o que vocês viveram, e sempre vai ter o Connor. –Não consigo me conter, me sento na beirada da cama para a abraçar.

–Obrigada. –Sussurro quando nos afastamos. –Essa é a primeira vez que realmente me sinto confortada em uma dessas conversas que todo mundo anda tendo comigo. –Tagarelo e Sandra sorri.

–Mas tem mais uma coisa. –Seu rosto fica sério e eu limpo as lágrimas da minha face para escutar. –Milo recebeu uma excelente proposta de emprego.

–Isso é fantástico.

–E ofereceram um espaço só para mim em uma faculdade próxima, onde vou poder concluir minhas pesquisas. –São ótimas noticias, não consigo entender seu semblante fechado.

–Okay. –Cantarolo pensativa. –Pode mandar a bomba, por que tudo está perfeito demais.

–O programa é no Japão. –Conclui e acho que minha cabeça começa a rodar. –Você está bem?

–Claro. –Minto tentando não ser egoísta no momento. Ela é a mãe dele e eu não sou nada, nem tenho direito de reclamar.

–Lembra da ultima vez que nos falamos e disse que precisávamos conversar.

–Lembro. –Não lembrava, mas não queria mais devaneios.

–Eu preciso de um ano no mínimo para me estabelecer lá, antes de levar Connor. Minha primeira opção era Oliver, cheguei a pensar que isso seria o melhor para os dois, mas agora com tudo isso eu decidi que Connor vai ficar com a mãe de Milo na Califórnia.

–Califórnia, Ohio? –Pergunto esperançosa.

–Não. Califórnia, Califórnia. –Eu respiro fundo com dificuldade.

–Mas isso... –Tento encontrar uma saída. Eu me levanto e começo andar de um lado a outro no quarto. –Por que ele não pode ficar com Thea? –Cogito desesperada. Essa mulher nem é avó dele de verdade!

–Olha Fel, eu sei que é difícil para você e que esse definitivamente não é o melhor momento, mas eu mal a conheço e por mais que ela seja tia dele, Connor é meu filho, se coloque em meu lugar.

–Deixa ele comigo então! –Solto a fazendo me olhar surpresa. –Desculpe Sandra, mas eu amo seu filho, e ele me ama também. Passei mais tempo com ele e vocês do que o próprio Oliver e posso entrar no sistema da policia agora se quiser ver minha ficha criminal. –Okay, esse final meio que saiu sem pensar, mas ela apenas sorri. Ainda bem que ela pensou que era uma piada. –Por favor, só pense a respeito. –Imploro. –Eu sei que pode soar egoísta, mas não posso perder os dois ao mesmo tempo. Por favor...

–Vou pensar, prometo. E vou perguntar a Connor o que ele quer.

–É só o que eu te peço.


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Notas finais do capítulo

Galera, prometo que vou melhorar as coisas a partir do próximo! Nem eu suporto mais tanto sofrimento... Comentem!!!
Bjs