Elemento escrita por Grind


Capítulo 5
Capítulo 5 - Bêbada




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Elemento / Capítulo 5 – Bêbada

Gabrielle é dona de olhos verdes profundos banhados em diferentes tons que constratam com seus fios castanhos quase dourados, acabando-se pouco abaixo da linha dos ombros. Tem o rosto sutil, as maçãs do rosto são delicadamente pintadas por um rosa sofisticado responsável por atribuir-lhe aparência de dama, o nariz arrebitado e fino como o de uma garota da alta sociedade. As curvas de seu corpo seguem com naturalidade, o busto em tamanho considerável, assim como o quadril e uma cintura fina.

Vestia um vestido verde tomara que caia cuja saia parecia varias camadas de um tecido fino e leve, uma fivela no canto esquerdo da cintura, linhas sem uma direção especifica ligavam-se formando um desenho sem muito sentido do busto até a barriga, e acabava por fim pouco antes dos joelhos.

Eu havia me afastado da Irritadinha e estava sentado no pé da escada que dava para o andar de cima, com um copo de cerveja não mão, pensando o que faria quando chegasse em casa. Meus olhos vagaram pela sala estudando cada pessoa que passava por mim rindo, bebendo e conversando. Enquanto eu estava encalhado.

Acho que algumas horas se passaram, perdi a noção tempo, e eu realmente devo ter ficado muito tempo li para que a Irritadinha aparecesse fora do seu juízo perfeito e sentasse – com um pouco de dificuldade – ao meu lado.

– O que está fazendo? – Perguntei quando ela suspirou e verificou o caminho da qual tinha vindo.

– Bebendo, é isso que as pessoas fazem nas festas não é? – Virou o rosto pra mim e eu pude sentir perfeitamente o cheiro do álcool – Você tem algum problema com isso? Porque se tem, é melhor falar porque eu já passei do meu limite hoje.

– Está bêbada? - Franzi o cenho, aparentemente, um habito dela, um péssimo habito.

– Estou, não encontro Marco desde o meu encontro infeliz com você, ele provavelmente deve estar se agarrando com alguma por ai ao invés de me fazer companhia, já que eu to mais pra convidada do convidado e isso não é legal.

Aquilo me fez rir.

–Eu também sou convidado da convidada e ai? Mesmo assim eu não estou procurando por ela por ai...

– Engatou na ofensa? – Disse esticando as pernas, a mão livre se erguendo ao lado da cabeça como se rendesse.

Pernas longas, fortes e bem desenhadas. Suas coxas largas eram mais brancas se comparadas às panturrilhas um pouco bronzeadas devido a exposição ao sol. Era lisa, não havia disposição de pelos. Voltei minha atenção ao seu rosto que permanecia com as sobrancelhas erguidas.

– Não – Respondi dando de ombros. – Só comentei.

– Hum – Ela fez cara feia voltando sua atenção para frente sem levar muito a serio o que eu acabara de dizer, ou talvez ela não tivesse entendido – Um cara me cantou agora pouco – Sussurrou, como se fossemos confidentes – E eu to tentando fugir dele, mas parece que todo o lugar que eu encontro pra me esconder e beber sozinha ele aparece!

Aquilo me fez rir, a ideia de ver Gabrielle tentando fugir de alguém era hilária.

–Então foi por isso que se sentou aqui? Se ele aparecer você vai me usar pra ele ir embora?

–Não sou tão previsível assim. - Balançou a cabeça em negativo, negando o óbvio. - Eu me sentei porque não consigo ficar em pé por muito tempo e essa seria a oportunidade perfeita pra ele.

–Claro que não – Eu ri outra vez e ela socou o meu braço.

–Isso não é engraçado tá? Não estou raciocinando direito, eu acho que bebi demais! Se ele começar com gracinhas não sei se sou capaz de reagir.

–Não diga! – Respondi irônico – Mal dá pra sentir o cheiro do álcool enquanto você fala.

Ela socou meu ombro outra vez.

–Mas que droga Elemento! Você consegue ser insuportavelmente irritável a qualquer segundo, eu estou tentando ser gentil! Preciso recobrar a consciência antes que ele resolva aparecer e dizer " Ei gatinha - Ela mudou o tom de voz pra inita-lo - Não quer ir dar uma volta pra espairecer? Tomar um ar quem sabe? Você parece que precisa!" O que deixa bem claro que quando eu tomar ar fresco eu vou vomitar e ele vai me levar pra casa dele.

–Muito bonito da sua parte querer ser gentil comigo só porque precisa da minha ajuda.

Ela revirou os olhos e tentou se colocar de pé, mas voltou com tudo. A mão apoiada na parede, os olhos arregalados.

–O mundo está girando D, faz ele parar. - Soou mais como uma ordem do que um pedido.

–Claro, só um segundo – Tirei o copo de sua mão e coloquei do meu outro lado, ela me observou incrédula.

–O que pensa que está fazendo? – Franziu o cenho, completamente perplexa.

–Tentando deixar você mais consciente.

–Devolve o meu copo – Estendeu o braço exigente. O jeito mandão me fez sorrir.

Balancei a cabeça em negativo.

– Eu to mandando você devolver o meu copo!

– Mas você acabou de-

– Não quero saber! – Esbravejou irritada e recebemos alguns olhares.

Bufei devolvendo-lhe o copo. Não estava a fim de estragar a festa de alguém tão logo.

–Obrigada.

–Nossa quem diria, você sabe agradecer – Ironizei e ela não se deu ao trabalho de olhar para mim.

–Ai está você – Um desconhecido parou a nossa frente sorridente.

Com um porte atlético bem desenvolvido e traços masculinos, possuía lábios finos, mas isso não diminuía a eficiência de seu sorriso, barba e bigode ralos, ambos por fazer. Sobrancelhas espessas e cabelos naturalmente bagunçados.

E por um segundo os olhos de Gabrielle brilharam, e aquilo não foi nem um pouco agradável. Eu a escutei suspirar de forma encantada.

Ele estava usando um jeans branco, com um sapa tênis cinza que se escondia facilmente e uma camisa social azul marinho, acho que por conta do cansaço, ele usara as mangas até os cotovelos, ele tinha a respiração ofegante e aquilo me pareceu suspeito.

Ele exalava masculinidade, e eu senti um enjoo momentâneo.

–Por que eu tenho a impressão de que está fugindo de mim? – Sorriu de forma sugestiva, o duplo sentido quase palpável.

Ela franziu o cenho e ficou calada antes de responder, provavelmente processando o que acabara de ouvir.

–Talvez eu esteja. - Respondeu com naturalidade.

Ele riu e se dirigiu a mim.

–Ela é uma comédia fala a verdade?

Cruzei os braços.

–Quase sempre. - Eu soara incrivelmente seco, mais frio do que realmente pretendia.

Ele se voltou a ela.

–Anda, o pessoal tirou os moveis do caminho na sala e na sala de jantar está tudo livre e o pessoal está dançando, você disse que gosta de dançar.

Ela olhou pra mim e sorriu.

–Eu gosto de dançar! - Exclamou animada. Como se esperasse que eu fizesse algo.

– Que bom. - Dei de ombros.

Ela olhou pra ele.

–Eu gosto de dançar, como sabia? - Seu tom era curioso, ela realmente não se lembrava de ter comentado.

–Você falou – Ele franziu o cenho, estranhando o fato de que ele tinha acabado de falar aquilo.

Ela franziu o cenho perdida.

– Eu não me lembro...

–Tá legal – Fiquei de pé suspirando, aquela enrolação toda me cansava – Ela está bêbada, você está bêbado e bêbados fazem loucuras, se manda. - Eu joguei a cabeça na direção do corredor, onde as pessoas se juntavam em rodas, bebiam e riam.

–Quem é você? – Ele colocou as mãos na cintura ficando sério, o ar de carinha gente boa se esvaindo – É o Ser humano arrogante e irônico que anda a perseguindo?

Ótimo. Agora eu também a estou perseguindo, porque ela achava que eu era sempre algum assassino? Ah que bom saber que Irritadinha já havia falado de mim para esse Zé Ninguém.

–É, pode ser que sim. - Sorri falsamente - Mas isso de qualquer forma não é da sua conta mesmo né Dr. Sabe Tudo?

–Por favor – Ela colocou a mão sobre a testa, se erguendo com dificuldade – Vocês não vão discutir né? Por que isso seria muito clichê, tipo assim absurdamente, e eu não estou nem um pouco a fim de pagar da namorada horrorizada quando vocês começarem a se bater, por que veja bem – Ela se apoiou na parede com um ar pensativo – De repente deu uma vontade louca de dançar, então fiquem vocês dois ai trocando farpas ou um de vocês podem me levar para a pista improvisada.

Seus olhos piscaram enquanto revezava olhares entre nós dois.

O Zé deu um passo para trás se afastando e Gabrielle sorriu, eu estava completamente perdido. Por que ele se afastara? Não tinha acabado de convida-la?

–Legal – Ela falou e deu o copo para o Zé, o sorriso sugestivo lhe acompanhando os olhos. – Vamos lá então – Puxou meu braço e eu segui ainda sem entender muito bem o que havia acontecido.

– O meu lado bêbado foi mais sensível com você Elemento – Disse, a mão me guiando entre as pessoas - Acho que me precipitei quando nos esbarramos.

– Você acha - Eu tive que revirar os olhos e ela riu como se eu contasse uma piada.

– Por isso eu tive que pagar o carinha la trás pra convencer a você vir comigo.- O quê ela disse? - Não foi fácil, mas eu consegui. Qual é? Somos dois deslocados aqui, achei que não teria problema se nos divertíssemos um pouco.

– O que quer dizer?

Nós chegamos a tão espaçosa sala, onde já tinha alguns casais, e poucos grupos de garotas. Ela me soltou pra girar uma ou duas vezes com um sorriso de pura satisfação no rosto. A musica poderia estar gritante aos nossos ouvidos mas eu ainda conseguia escuta-la.

– É um fato que eu tinha que estar bêbada pra te envolver nisso - Em um momento ela estava de costas e no outro de frente, um sorriso encantador nos lábios. - Vamos fazer dessa, nossa noite.


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