I wish escrita por liice, Isa Poke Shugo


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Aqui é a Isa!
Primeiramente preciso me desculpar pela demora, eu tive semana de provas, simulados, enfim, muitas coisas de escola juntas -.-' Felizmente já acabou (por enquanto D:), e consegui terminar o capítulo.
Apesar de tudo, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542464/chapter/8

PoV – May:

Leo me levou em uma boate, para a minha surpresa. Eu sempre o achei tímido, todo “na dele”, nunca pensei que ele frequentaria esse tipo de lugar. Ao entrar no local vi que não era uma boate qualquer. Não que eu já tenha ido a muitas, mas aquela era bem diferente das poucas em que eu já estive: era sofisticada demais e com certeza as pessoas que estavam ali faziam parte de uma classe muito alta.

Se o termo “classe muito alta” está envolvido, tenho certeza de que Drew também está. Essa deve ser a boate que ele me convidou para ir mais cedo. Falando nisso, é óbvio que eu recusei o convite, Drew está estranho demais para o meu gosto, sempre querendo falar comigo. Não posso levar isso à sério vindo de alguém como ele.

Leo me puxava para longe da pista de dança, indo em direção de uma espécie de varanda, uma área aberta do lugar. No meio de tanta gente na pista eu pude reconhecer Melody, mesmo de longe. Fingi que não a vi e Leo começou a puxar assunto.

O meu “fingi que não vi” ocorreu mais como um “fingi que não vi, depois não consegui parar de olhar”. Melody não percebeu que eu tinha passado, ela estava ocupada demais conversando com alguma pessoa que não estava conseguindo identificar daqui. Deve ser alguém aleatório.

Olhando em outra direção da parte interna da boate eu vi Robert e Stella dançando juntos. Tive vontade de suspirar, mas me contive porque Leo ia notar que eu não estava prestando atenção nele. Se é que ele já não havia notado.

– Você por acaso está procurando alguém? – Perguntou Leo.

Sim, ele já havia notado.

– Não exatamente – Eu disse – É que vi a Melody na pista de dança, só isso.

Leo não parecia surpreso, então considerei a possibilidade dele ter visto Melody também.

– Entendi – Disse ele – Quer ir lá falar com ela?

– Não – Respondi na hora – Vamos conversar um pouco.

*****

Depois de mais ou menos meia hora conversando, Leo disse estar com sede e queria ir até o open bar da parte interna da boate. Sendo assim, fomos juntos até lá, embora eu não quisesse beber nada. precisava era achar alguma comida naquele lugar, antes que eu ficasse com muita fome. Mas parece que as pessoas daqui só querem saber de beber seus drinks e degustarem comidas chiques e pequenas demais.

Eu e Leo nos sentamos lado a lado nas cadeiras do open bar. Ele pediu sua bebida e quando o barman se afastou para providenciá-la nós dois voltamos a conversar.

– Que surpresa ver vocês aqui! – Disse uma voz familiar.

Melody sentou na cadeira ao meu lado e fez um pedido ao barman, voltando sua atenção a mim e Leo logo em seguida.

– E a Solidad? – Perguntou ela.

– Quis ficar no hotel – Respondi – Acho que ela vai treinar um pouco para amanhã.

– Entendo – Disse ela – A Solidad parece ser bem dedicada aos treinos. Ou não sabe o que fazer estando sozinha no hotel. Ela anda sempre tão solitária!

E mais uma vez Melody começa o tipo de conversa em que faz afirmações para que eu continue falando sobre o assunto. O tipo de conversa do qual eu não gosto muito e que só me faz ficar mais alerta sobre ela. Mesmo sendo gente boa, quando começa a fazer perguntas (que na maioria das vezes não são exatamente perguntas) começo a pensar se ela é mesmo legal assim ou se está sendo uma espiã da Stella.

E eu tinha me esquecido de falar sobre isso para Leo. O garoto não deve ter percebido esse jeito que Melody tem às vezes. O barman chegou com os drinks de Melody e Leo. Logo em seguida eu disse:

– Na verdade, nesse momento ela deve estar com seus Pokémon, não solitária.

– Bem pensado – Concordou Melody – Mas e então, já sabem em qual área vocês vão amanhã?

Eu já imaginava que ela ia perguntar aquilo.

– Eu vou na de Hoenn – respondeu Leo.

– E eu na de Sinnoh – Disse.

O celular de Leo tocou, mas dessa vez me dei conta de que não era uma ligação e sim uma mensagem. Vi Leo desbloqueando a tela para ler, depois desviei o olhar para que Melody não vesse a minha intromissão. Mesmo não vendo quem havia mandado a mensagem, suponho que seja a amiguinha do Leo.

– Você viu o Drew em algum lugar? – Perguntou Melody de repente – Agora me lembrei de que ele estava aqui também! Mas não o vi desde que começou a conversar com uma garota, já faz tempo...

– Não o vi – Respondi rapidamente.

Tenho a impressão de que Melody disse aquilo para me provocar de alguma maneira. Drew devia estar com a tal menina mesmo e ela deve ser uma das mais ricas, do jeito que ele gosta. Soltei um suspiro sem perceber, o que eu acho que deveria ser o motivo de Melody ter rido baixinho logo depois.

– May – Disse Leo – Eu estava pensando, vamos para outro lugar quando eu terminar minha bebida? – Ele apontou para sua taça – Acho melhor irmos para um lugar mais sossegado.

– Por mim tudo bem – Eu disse – Estou morrendo de fome, a gente podia ir jantar. Aqui não tem nenhuma comida normal.

Leo deu uma risada e guardou o celular no bolso. Deu um longo gole de seu drink cor azul. Depois, mas outro. Era impressão minha ou ele estava apressado a sair da boate?

Quando terminou sua bebida tratou de ir pagar logo, o que confirmou a minha suspeita. Jáestava tudo certo e eu e Leo nos despedimos rápido de Melody, Leo me puxando apressado para a saída do local.

– Algum problema, Leo? – Perguntei – Você ficou estranho de repente – Comentei.

– Não é nada – Disse ele – É que a Melody estava incomodando. E eu também estou com fome e não quero comidas não normais.

Apesar de Melody ter mesmo incomodado a gente, eu sabia que aquele não era o motivo de Leo. Como ele não parece que vai me contar o real motivo, deixando isso de lado sugeri que fossemos ao restaurante italiano do outro lado da rua.

*****

A noite tinha sido ótima. Eu e Leo fizemos uma ótima escolha ao ir naquele restaurante italiano, ele era aconchegante e a comida era maravilhosa. Leo disse que alguém o recomendou o estabelecimento. Acho que também o recomendarei para Solidad, estou pensando em chamá-la para vir aqui conosco amanhã. Quem sabe eu não chamo Harley e Enrico também?

Chegando ao hotel do resort, Leo iniciou uma conversa sobre o treino de amanhã.

– Não sei se estou preparado - Disse ele - Não conheço nada sobre Unova.

– Mas essa é a graça! - Exclamei - Você escolher um andar do local de treinamento sem saber o que vai encontrar lá! Eu sei muitas coisas sobre Sinnoh, mas não faço ideia do que vou encontrar no andar que eu escolher. Esse suspense deixa tudo melhor.

Paramos perto do elevador para esperá-lo descer e aproveitei para olhar em volta do saguão em busca de Solidad. Não a vi por ali, então suponho que ela já deve ter treinado o bastante e agora deve estar em seu quarto.

– Até que você tem razão, May - Leo voltou a falar - É melhor se for uma surpresa. Mal posso esperar por amanhã.

– Esse é o espírito! – Exclamei.

O elevador chegou e ao mesmo tempo, um vulto veio rápido até eu e Leo, pedindo para a gente esperar. Reconheci Solidad.

– Esteve treinando até essa hora? – Perguntei.

– Não, já parei de treinar faz tempo – Respondeu a garota.

Leo “segurou” a porta do elevador para eu e Solidad (estendeu o braço perto de um sensor para que a porta não fechasse) e nós duas entramos primeiro. Leo esperou a gente entrar e foi em seguida, apertando os botões 3 e 4.

– Onde você estava? – Perguntei a Solidad.

– Por aí – Respondeu ela dando de ombros.

E o assunto acabou rápido, assim como começou. Chegamos ao terceiro andar e Solidad se despediu com um boa noite, depois saiu apressada do elevador.

Quando a porta fechou e o elevador subiu novamente, Leo quebrou o silêncio:

– Ela está estranha.

– Verdade – Concordei – Aconteceu algo enquanto não estávamos aqui. E vou tentar descobrir.

Quarto andar. Saímos do elevador e fomos pela direita do corredor, onde logo se encontrava a porta do meu quarto. O quarto de Leo era em frente ao meu, mas ele não foi ao dele e me acompanhou até a porta. Peguei a chave do quarto e o abri.

– Boa noite, Leo - Eu disse já entrando no quarto e me virando para olhar o garoto.

Leo ficou quieto e eu o observava, esperando que fizesse algo. Ele me encarava, sem nem responder ao meu "boa noite".

Eu não esperava pelo o que Leo fez em seguida. Quando ele se inclinou em minha direção já era tarde demais e nossos lábios se tocaram. Mesmo tendo sido uma coisa que durou rápido, o beijo de Leo me deixou sem reação e um pouco assustada por ter sido tão do nada.

Leo disse "boa noite" e se afastou em direção da porta do outro lado do corredor. Entrei no meu quarto e me joguei na cama, ainda incrédula.

*****

PoV – Normal:

A área de treinamento da região de Sinnoh estava com pouca gente, diferente dos outros dias. Como no começo do evento muita gente queria ir para lá, por causa da Cynthia, agora que todas já tinham ido a área não estava recebendo tantos coordenadores. Drew achava isso ótimo. Não queria se misturar com o “povão” e neste dia em que finalmente estava indo à área de Sinnoh, isso não aconteceria.

Antes de seguir caminho até o treinamento, esperou alguém. Quando a garota de cabelos castanhos e olhos azuis começou a seguir um dos trajetos de pedrinhas do resort, até sumir da vista de Drew, ele começou a andar.

Ao chegar ao local onde o prédio do treinamento estava Drew parou novamente. Esperou May entrar na área de Sinnoh e dois segundos depois fez o mesmo, sem muita pressa para disfarçar a perseguição que “sem querer” fazia.

Dentro da sala de entrada do treinamento não havia ninguém e Drew viu as portas do elevador do outro lado da sala fecharem. Correu até ali logo depois e só então percebeu que havia um painel que indicava o andar em que o elevador estava. Sem se dar conta, ficou aliviado por isso.

Sendo assim, o garoto entrou no elevador e apertou o botão 1. O andar escolhido por May.

*****

PoV – May:

Aquele andar trouxe memórias para mim. Ele representava as áreas geladas de Sinnoh, e foi em uma delas que a minha Eevee evoluiu para Glaceon, ao tocar uma Ice Rock. Havia várias daquelas ali, o andar todo era coberto por neve e em alguns pontos nevava um pouco. Não consigo imaginar em como essa “estrutura” toda foi feita, mas ficou muito realista.

Logo na entrada havia ganchos onde casacos grossos estavam pendurados e agradeci muito por aquilo estar ali. Seria impossível treinar no frio que fazia nessa área. Escolhi um casaco preto e muito confortável, o vesti e dei partida ao treinamento.

Não demorou muito para um Pokémon mamute aparecer. Acho que o nome é Mamoswine ou algo assim. Ele vinha em minha direção e escolhi uma pokebola:

– Blaziken! – Chamei.

*****

Depois de derrotar Mamoswine, ouvi passos e me olhei para trás na mesma hora, pensando que fosse outro Pokémon se aproximando. Quando vi que não era, confesso que preferia que fosse.

– Você precisa saber sobre algo – Drew parou de andar bem a minha frente.

Eu recuei, espantada com a aproximação e o quão sério Drew estava.

– Esse não é o melhor momento para você me contar alguma coisa – Disse – Acho melhor a gente se falar depois.

– Não, quanto antes melhor – Interrompeu – É sobre o Leo.

Ao ouvir isso perdi toda a vontade que nem sei mesmo se tinha de continuar aquela conversa. Afastei-me, olhando ao meu redor em busca de outro Pokémon para derrotar.

Pude ouvir passos atrás de mim mais uma vez, ou seja, Drew não ia desistir de falar comigo. Se é sobre o Leo deve ser alguma mentira que ele inventou para atingir a mim de alguma maneira. Por que é que o Drew tem que ser tão implicante com ele e comigo? Devia se preocupar com si mesmo, como faz normalmente.

– May, me escuta, por favor! – Ouvi ele pedir.

Passei a correr, apesar de saber que Drew me alcançaria. Logo na hora do treinamento que ele vem me incomodar, talvez essa seja uma de suas estratégias para fazer com que eu não vá mal treino. Se fosse em outra ocasião (sem contar com as refeições, é claro) eu acho que o escutaria.

– Já que você não vai parar de fugir, eu vou falar mesmo assim – Drew disse em voz alta.

Eu sentia que ele estava se aproximando, então tampei os ouvidos para irritá-lo. O som dos passos de Drew ficaram mais baixos, continuei correndo com os ouvidos tapados por minhas mãos, a esperança de que ele desistisse.

– O Leo está noivo!

Não tenho certeza se foi isso mesmo que eu ouvi, mas, era o suficiente para me distrair e me fazer finalmente escorregar na neve. Caí de lado, mas graças ao casaco grosso e aconchegante que eu vestia não senti muita dor com o impacto. Blaziken, que só agora lembrei que estava fora da pokebola, me ajudou a levantar.

Vi Drew se aproximando, mas dessa vez não fugi. Nem faria sentido fazer isso agora que ele já havia me contado o que queria.

– Você não acha estranho ele ter uma noiva e ao mesmo tempo estar com você? - Drew perguntou.

– O que você quer dizer com "estar"? - Perguntei - Eu e o Leo não somos nada além de amigos.

– Ele fica tentando te conquistar! - Drew interrompeu - Até aí tudo bem. Mas o Leo é tão idiota que faz isso, mas tem outro compromisso!

Virei o rosto com raiva. Não acredite nisso, May! Drew está inventando tudo.

– Eu conheci a noiva dele - Drew voltou a falar - Ela se chama Lindsay e é da família dos donos desse resort.

Fiquei calada fitando uma ice rock. Via o meu reflexo ali e me dei conta de que eu estava com mais raiva do que deveria: de braços cruzados e rosto vermelho. Simplesmente não queria acreditar no que Drew dizia. Aquela história me incomodou muito e não parava a cada vez que Drew parecia inventar mais.

– O compromisso da Lindsay e do Leo está oficialmente decidido, não há dúvidas sobre isso - Disse Drew - E pensar que ele está te iludindo e você caindo...

– Já chega, Drew! - Esbravejei - Por que você se importa com isso? Por que se importa de eu estar sendo iludida ou não, do Leo estar noivo, por quê? E se for verdade, não existe motivo nenhum para você, justo você me contar e argumentar algo assim.

Minha voz também transbordava de raiva. Eu podia pular no pescoço de Drew a qualquer momento, mas me segurava muito para não agir tão agressiva. Acabo de me lembrar que estamos no treino e tem jurados assistindo à isso. Não devem estar gostando nada dessa briga idiota.

– Só estou te alertando, acalme-se - Retrucou Drew - Não posso ser legal com você pelo menos uma vez na vida?

– Mas isso não é legal! Ainda mais na hora do treino com você aparecendo pra me contar isso enquanto eu podia estar me concentrando em batalhas! - Reclamei.

Drew fez uma expressão de surpresa, como se só agora tivesse lembrado que estava em uma área de treinamento. Ficou em silêncio por um minuto, até que conseguiu encontrar o que dizer.

– Então faremos o seguinte - Disse ele - Eu e você vamos treinar agora e fingir que nada disso aconteceu. Ou melhor - Drew fez uma breve pausa - Vamos treinar juntos, conversar como pessoas normais. E esquecer o resto.

E desde quando ele queria isso? Nem parece o Drew que conheço! Até que era uma boa ideia, já que os jurados do treinamento devem estar insatisfeitos com essa briga.

Pensando melhor, entendi o que Drew queria: fingir que nada aconteceu porque já perdemos alguns pontos com os jurados. E agora temos que recuperá-los.

– Tudo bem, tudo bem - Sorri, mesmo ainda com raiva estampada no rosto - Vamos treinar então. Porque não pensamos nisso antes?

*****

Depois de treinar a tarde inteira (com o Drew), voltei para o meu quarto no hotel, tomei um banho e me arrumei. Leo quer sair de novo hoje e Solidad vai com a gente, então pedi para ela começar a se arrumar também, apesar de ainda serem 17h.

E por mais que eu tentasse, não conseguia deixar de estar inquieta com o que o Drew me contou. Deve ser mentira, mas e se não for? E se Leo estiver mesmo noivo da tal Lindsay? Ele me beijou ontem à noite e pelo que eu conheço de Leo, ele não faria isso se estivesse noivo. Ele é uma pessoa leal. Do mesmo jeito, o que Drew me contou permanecia em minha mente.

Andava para um lado e para o outro pensando sobre o assunto. Eu devia ter conseguido fugir de Drew hoje no treino, mas ele insistiu tanto! Isso tudo só pra prejudicar minha relação com o Leo. Nós não temos nada sério, mas estamos saindo e ele me beijou ontem, então talvez esteja a fim de mim. Mas e se ele estiver noivo mesmo? Drew definitivamente conseguiu me atingir com essa história.

Mais tarde, recebi uma mensagem de Leo, pedindo para que eu e Solidad o encontrássemos no saguão do hotel, pois iríamos sair daqui a pouco. Tentei não pensar mais no outro assunto e saí do meu quarto.

Quando cheguei ao saguão e dei de cara com Leo, que disse que precisava subir para pegar algo que havia esquecido. Saí do elevador e Leo entrou e foi embora. Não sei se é só impressão minha, mas acho que depois de ontem ele está com um pouco de vergonha ao falar comigo. Acho que estou assim também...

Procurei Solidad no saguão e a achei sentada em uma área onde havia poltronas.

– Como foi o seu treino? - Perguntei assim que me aproximei dela.

Solidad me cumprimentou e eu me sentei na poltrona ao seu lado.

– Eu que te pergunto! - Exclamou ela - Que história é essa que o Leo está noivo? - Ela fez a pergunta em um tom de voz baixo.

Assim que saí da área de treinamento de Sinnoh, troquei mensagens com Solidad contando sobre o que aconteceu hoje. Olhei em volta para me certificar de que não tinha ninguém conhecido por perto.

– Eu não sei o que pensar! - Disse - Pode ser uma brincadeira de mal gosto de Drew pra me atingir ou...

– Ou pode ser verdade - Completou Solidad.

Suspirei sem saber mais o que dizer e olhei casualmente em volta. Meu olhar parou na poltrona do outro lado de Solidad.

– Esse não é o...

Me levantei e fui até lá. Não tinha certeza se era mesmo o que eu estava pensado, então peguei o pequeno aparelho escuro e fino que estava jogado na poltrona.

– O celular do Leo? - Completei a pergunta.

Olhei para Solidad com um sorriso divertido. A garota cruzou os braços, me olhando com reprovação.

– No que você está pensando? - Solidad perguntou.

– Em descobrir a verdade! - Respondi.

E como eu já sabia a senha do telefone, o desbloqueei com facilidade. Fui direto para os contatos e procurei certo nome na seção da letra L.

Meu coração parou quando o achei: Lindsay. Tenho certeza de que não enxerguei errado. Por pouco tempo imaginei que fosse conhecidência, mas logo decidi checar as últimas chamadas do celular. Estava indo bem rápido para evitar que Leo retornasse e me visse mexendo em seu telefone.

Nas últimas chamadas encontrei, no mesmo horário da última vez que vi Leo conversando com a amiga de sempre, novamente o nome Lindsay. Meus nervos estavam a flor da pele com aquilo tudo.

– Arceus do céu! - Ouvi Solidad exclamar ao meu lado.

Peguei o meu celular da bolsa que carregava comigo, as mãos tremendo um pouco, e fui para o teclado. Sem pensar duas vezes salvei o número de Lindsay e em seguida, fui no menu do celular de Leo e o bloqueei, como se nada tivesse acontecido.

– Por que você salvou o número dela? - Perguntou Solidad - O que pensa que vai fazer?

Eu não respondi. Deixei o celular de Leo do mesmo jeito que estava antes e fui andando devagar para longe dali.

– Quando o Leo voltar diga que fui fazer uma ligação.

*****

Cheguei a uma área vazia do resort e disquei o número de Lindsay (com uns símbolos na frente para a ligação ser privada). Aconteceu que tive uma ideia genial e infalível que vai me ajudar a resolver os mistérios que precisam ser resolvidos.

A cada segundo eu ficava mais ansiosa. Lindsay devia atender ao telefone mais rápido! Ela demorou bastante e a tentativa de ligação acabou, tive que discar novamente.

Nessa segunda tentativa, ela atendeu e uma imensa vontade de rir me invadiu, de tão nervosa que eu estava com a situação.

– Alô - Disse uma voz feminina do outro lado da linha.

– Boa noite, senhorita - Eu disse com o dedo apertando o nariz para modificar minha voz - Eu sou a Kenia, do I.G.E.H, Instituto Geográfico e Estatístico de Hoenn. Com quem eu falo?

Não fazia ideia se aquilo existia ou não, o que importa é ter fé no plano.

– Boa noite - A voz respondeu gentilmente - Aqui é a Lindsay Covington.

Estremeci. Eu tinha me esquecido do sobrenome de Lindsay que o Drew me falou, mas esse soou um pouco familiar. O resort em que eu e os outros coordenadores estamos tem esse nome. E que eu me lembre, Drew mencionou algo sobre Lindsay ser da família dona do resort.

– Senhorita Covington, você se importaria em responder algumas perguntas para a nossa pesquisa? - Perguntei.

– Sem problemas! - Disse Lindsay.

Ela foi uma presa fácil. Iniciei as perguntas que vieram a minha mente.

– Nome completo?

– Lindsay Anne Caitlin Covington.

Um nome composto e com sobrenomes chiques, típico de gente rica.

– Idade?

– 17 anos.

Um ano a menos que Leo e a mesma idade que a minha. Se ela estiver noiva mesmo, nessa idade ainda é cedo. Se fosse 18 tudo bem, porque é idade da maioridade. Se bem que ela pode fazer 18 ainda esse ano. Enfim:

– Você se considera de qual classe social?

– Alta - Ela não demorou nada a responder.

"Não que eu já não imaginasse", tive vontade de dizer. Decidi chegar logo ao ponto.

– Estado Civil? - Perguntei.

Ela demorou a responder, o que achei estranho, mas preferi não ligar.

– Noivado se encaixa na categoria relacionamento sério, certo? - Perguntou ela.

– Se encaixa - Respondi.

Depois disso fiz mais outras perguntas pessoais que deviam se encaixar em termos de geografia estatística. Lindsay nem parecia desconfiar que aquela ligação fosse uma farça e que não fazia parte de pesquisa nenhuma. Ela respondeu a todas as perguntas com tamanha facilidade.

Mas eu nem prestei atenção em tudo, afinal, tudo o que eu queria já havia sido descoberto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem a fanfic até aqui ;D As opiniões de vocês são de extrema importância, então peço por gentileza que deixem um comentário na história. Desde já, agradecemos ^^
Até mais!