I wish escrita por liice, Isa Poke Shugo


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Cheguei, galera! Com um capítulo fresquinho pra vocês! Apertem os cintos pois esse terá muitas revelações!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/542464/chapter/7

Drew’s POV

O primeiro dia de treinamento foi satisfatório. Excedeu minhas expectativas e eu fui muito bem. Infelizmente tenho que admitir que aquela garota maluca contribuiu para isso. Mas é claro que se não fosse por mim ela não teria conseguido. Essa é a nossa diferença. Eu consigo sozinho, ela não.

O segundo dia de treinamento não foi tão agitado quanto eu pensei que seria. Acordei um pouco mais tarde que o usual e tomei café da manhã sozinho. Comi pouco porque estava meio tarde. O hotel estava vazio desde quando eu acordei e ficou assim por praticamente toda manhã. O pessoal devia estar treinando de última hora.

Fiquei mais algum tempo no hotel. Aproveitei para ligar para o meu irmão. Não tinha falado com ele ainda sobre o casamento. Acabei descobrindo que a Daisy não estava brincando quando disse que eu seria o padrinho. Josh me disse que as coisas estavam bem lá e o tio Ed respondeu de uma forma bastante positiva quando soube que eles iriam se casar.

Passei o resto do tempo escolhendo os pokémons que eu iria levar para a área e algumas horas depois saí para almoçar. Fui no restaurante mais caro da cidade, é claro; para evitar o povão. Por fim, saí pela cidade, indo em direção ao centro de treinamento.

Depois de muito pensar sobre em que área eu iria hoje, finalmente decidi por Kanto/Johto. Já tinha ido em Johto, participar de um Grande Festival, mas infelizmente quase nenhum nativo de lá participou. Era mais pessoal das outras regiões mesmo. Lá eles não tinham muito essa tradição de festivais de coordenação.

Logo quando cheguei lá, Marina, a responsável pela área já tocou nesse assunto. Que ela já está fazendo muitas coisas para tornar a coordenação popular por aquela região. Até que tinha muita gente na área, mas ninguém que eu conhecia. Se não me engano, ouvi o Robert dizer que iria para a área de Unova hoje. Solidad também. Me pergunto se a área vai estar vazia o bastante para eles poderem pelo menos se interagir um pouco.

Depois das palavras iniciais da Marina, fomos liberados para o treino. Novamente tinha um elevador que nos levava para vários andares, cada um com uma paisagem diferente e pokémons típicos da região, para treinarmos.

Fui para o terceiro andar. Entrei em uma das portas e me deparei com uma região montanhosa. Cavernas, vales e picos se estendiam por toda a sala. Andei um pouco e encontrei o primeiro pokémon. Um Dugtrio. Tirei meu Masquerade da pokébola e acabei com o pokémon tipo ground bem rápido.

O resto do treino foi nesse estilo. Onix, Geodude, Graveler; até apareceu um Golem e um Tyranitar uma vez. Foram os mais difíceis de derrotar mas no geral eu fui muito bem. Conversei com outros coordenadores no final do treino e muitos deles foram parar em ambientes de florestas, algo que tinha muito em Johto e Kanto. Todos se saíram bem.

Depois daquela manhã de treino, decidi treinar mais ainda. Primeiro usei a sauna do resort, porque sou chic e depois de relaxar um pouco lá, finalmente fui em um lugar mais afastado da cidade para treinar um pouco.

Fiquei muito cansado por ter treinado mais um pouco depois daquilo e decidi ir para o meu quarto descançar. Encontrei o hotel quase vazio quando cheguei e me dirigi ao meu quarto.

Peguei o elevador e fui para o 5º andar. Ao entrar no corredor pude ver duas pessoas familiares paradas, conversando baixo em frente ao meu quarto. Stella e Melody. Demorou alguns segundos para elas me notarem.

— Finalmente! — Melody exclamou. — Você não precisa ficar treinando toda hora, Drew. É o melhor daqui. Ninguém vai te passar.

Ignorei o comentário dela. Isso não era novidade para mim.

— O que vocês duas estão fazendo ai? — perguntei.

— Estávamos te esperando. — Stella se aproximou de mim. — Vai ter uma festa na boate mais famosa de Sootopolis. Estávamos querendo ir e decidimos esperar você chegar para irmos juntos.

— Como eu não fiquei sabendo disso? — perguntei, indignado.

— Calma. Ainda está cedo. — dessa vez foi Melody quem falou. — Você tem tempo de sobra para se arrumar. Vamos te esperar lá em baixo.

— Eu vou com o Robert. — Stella disse. — Nos encontramos lá.

Ela disse tchau e se despediu de mim e da Melody com um abraço e um beijo no rosto antes de se dirigir ao elevador. Assim que as portas do mesmo se fecharam, Melody não perdeu a chance de iniciar uma conversa comigo.

— Como foi o treino? — os olhos dela brilhavam, como se soubesse de uma coisa que eu não queria que ela soubesse.

— Foi bom. — peguei a chave no meu bolso e comecei a destrancar o quarto.

— Sim, mas me conte os detalhes.

— Eu fui para a área de Kanto e Johto e...

— Não, não. Estou falando do treino de ontem. Você não me contou sobre o treino de ontem.

— Eu me saí bem. Treinei em uma área com pokémons de fogo. Estava bastante quente lá; era para simular uma área com vulcões. — entrei no quarto, seguido por Melody.

— A May me disse que estava lá com você. Vocês ficaram na mesma área de treinamento.

— A May te disse? — olhei para ela, desconfiado. — Desde quando fala com ela?

— Isso é o menos importante agora. Olha, hoje eu estava tomando café com ela e o resto da turma e o Leo, aquele garoto que vive junto com ela o tempo todo, parou para atender o celular e adivinha quem era?

Não respondi. Só fiquei olhando para ela, incrédulo. Melody estava ficando doida. Primeiro pede para eu ir dançar com a maluca, depois fica amiga dela e por último fala sobre algo que aconteceu quando ela estava tomando café hoje, algo que pareceia não ter relação nenhuma com a nossa conversa até agora.

Tentei perguntar para ela o que estava acontecendo, mas ela me interrompeu assim que eu comecei a falar a primeira palavra da pergunta.

— Uma amiga dele! Sabe o que isso quer dizer? Que já era! Ele vai desistir da May, sem dúvida, por causa dessa amiga. E é aí que você entra!

— Tchau, Melody. — empurrei ela para fora do meu quarto e fechei a porta.

O que mais eu poderia ter feito? Ela não iria parar de falar. Bateu na porta por algum tempo, pedindo para eu abrir. Não demorou muito para ela desistir e eu finalmente pude ir tomar banho em paz.

POV Normal

Melody entrou no elevador, derrotada. Para ficar mais otimista, botou na cabeça que teria tempo de sobra para conversar com o Drew na festa.

O elevador atingiu o andar da recepção do hotel e a primeira coisa que a garota viu quando saiu dele foi Stella, sentada no sofá.

— Achei que estivesse indo se arrumar — Melody comentou.

— Eu vou... — ela se levantou. — Você ainda não respondeu a pergunta que eu te fiz mais cedo. Por que está conversando com aquele pessoalzinho?

Melody deu um risinho sarcástico, que fez surgir uma expressão confusa no rosto de Stella.

— Consegui descobrir algumas coisinhas. Como, por exemplo, que a Solidad gosta do Robert. Acho mehor você ficar de olho.

— Espera aí! Quer dizer que você está... espionando eles?

— Bingo! Demorou um pouco para perceber. O recado tá dado, amiga. Fica de olho no seu boy.

— Agora mais que nunca! — a loira sorriu. — E eu achando que você tinha virado mesmo amiguinha dela. Bom saber que não, Mel. Vou pro meu quarto me arrumar. Te encontro na festa.

Melody não pôde disfarçar um risinho vitorioso quando Stella saiu.

Drew’s POV

Já eram 20:30 da noite. A festa começaria às 21h. Como já havia me arrumado, decidi descer para a recepção logo e esperar a Melody.

O corredor estava vazio, assim como o elevador. Apertei o botão que levava ao andar da recepção e ao chegar lá, percebi que estava igualmente vazia a não ser por algumas pessoas. Melody ainda não tinha chegado.

Decidi me sentar no sofá da recepção enquanto esperava pela Melody, que podia demorar bastate. Poucos segundos se passaram antes de um rosto familiar aparecer no recinto.

Era May. Ela estava “arrumada”, então provavelmente iria sair também. Arrumada entre aspas porque sabe como é né; não sabe se vestir.

Ela andou um pouquinho em círculos pela sala antes de me ver e começar a andar em minha direção. Fiquei confuso no começo. Olhei para o lado; devia ter algum conhecido dela sentado do meu lado e ela estava indo até ele, mas não tinha. May estava vindo em minha direção mesmo.

— Oi, Drew. — ela disse, meio desconcertada assim que chegou perto de mim. — Eu só vim aqui porque queria te falar uma coisa...

— Sente-se. — indiquei um lugar no sofá ao lado do meu e ela se sentou rapidamente. — O que é? — tentei parecer o mais neutro possível. Escondi minha curiosidade.

— Só queria te agradecer por ontem. Você me ajudou no treino. E bom, no treino de hoje eu segui alguns dos conselhos que você me deu e... funcionaram. Obrigada mesmo. — ela deu um sorrisinho. — É só isso.

— Não tem de quê. — Fingi ser modesto, mas por dentro meu ego inflou.

Ela ficou mais uns segundos sentada. Pensei em dizer alguma coisa mas não soube o que. Só quando ela finalmente se levantou e estava prestes a se despedir é que eu tive uma ideia maluca que provavelmente faria a Stella pirar.

— Então. — May se levantou, com uma expressão meio desanimada. — Tenho que ir.

— Hã... May. — me levantei do sofá.

Ela se virou em minha direção, ficando de frente para mim, esperando eu falar alguma coisa.

— Eu estou indo pra uma boate daqui a pouco e eu só queria saber se você gostaria de ir comigo... talvez. — Me arrependi de ter proposto aquilo assim que terminei de falar.

— Hum. — ela pareceu meio sem saber o que dizer na hora. — Obrigada pelo convite, mas eu vou sair com o Leo agora. Quem sabe outro dia. — Deu um sorrisinho sem graça.

— Claro. — Coloquei um sorriso fingido no rosto.

Ela se virou e andou em direção à porta do hotel, saindo para a cidade.

Fiquei em pé, parado, olhando para a porta. Ainda não conseguia acreditar no que acabara de fazer. Era a terceira vez que eu perguntava algo para ela e recebia “não” como resposta. Eu só não queria ficar sozinho lá. E ela é uma pessoa legal...

Despertei dos meus devaneios quando vi Melody “escondida” atrás da parede do corredor que levava à recepção. Ela percebeu que eu já havia notado e se escondeu de novo. Segundos depois ela saiu de lá e veio andando até mim, com uma expressão de derrota no rosto.

— Você... — comecei. — Você viu? Você viu o-

— Vi. — ela respondeu prontamente.

— Nenhuma palavra disso pra Stella, entendeu?

— É claro que eu não vou contar pra ela, Drew. Fica tranquilo. Mas sobre o que você e a May estavam conversando?

— Não é da sua conta. — Sim, fui grosso. Mas ela não tinha nada que se meter na minha vida.

— Tudo bem então. Não vou insistir se você não quer me contar. Acho melhor irmos para a festa logo.

— Vamos. — concordei, apático.

Saímos do hotel e começamos a andar pela cidade, em direção à famosa boate de Sootopolis.

A noite estava fresca e bem viva. Luzes para todo lado e bastante gente na rua. Várias ruas com bares e restaurantes exibiam luzes multicoloridas para atrair a atenção das pessoas. Vi muitos coordenadores conhecidos aproveitando tudo que a vida noturna de Sootopolis podia oferecer.

Chegamos lá em pouco tempo e já estava bem cheio. Compramos nossos ingressos (pra área do camarote, é claro) e entramos para curtir a noite! Já chegamos com a música tocando a toda altura.

É claro que eu era o ser mais rico e bem arrumado do local. Vestindo minhas roupas de grife e segurando uma garrafa de champagne que peguei assim que cheguei lá, eu era o verdadeiro rei do camarote.

Não demorou muito para encontrarmos Stella e Robert. Eles estavam em uma mesinha no canto da boate, conversando e bebendo uns drinks. Fomos até eles.

— E aí. — Melody já chegou falando. — Como está o casalzinho da noite?

Stella corou um pouco e Robert pareceu meio desconcertado. Achei a reação dele muito estranha. Tinha algo por trás daquilo, eu podia sentir.

— Vocês demoraram. — A loira replicou.

— Bom, já estamos aqui.

— O Elliot não veio?

— Ele foi embora ontem, Stella. Você não ficou sabendo?

— Não. Poxa, Mel. Não acredito que você vai ficar sozinha aqui. Seria muito melhor se ele ainda estivesse aqui para curtir com você.

— Fazer o que? Vou me divertir sozinha.

— Tô de olho em você!

Melody deu uma risadinha e se afastou, me deixando sozinho com o casalzinho problema.

— Então, Drew. — Stella começou — Vai compartilhar um pouquinho desse champagne com a gente? Você não vai sair por aí com isso na mão né? Acho melhor arranjar uma taça.

— Claro. — coloquei a garrafa em cima da mesa. — Vou beber outra coisa. Tchau pra vocês.

Antes de virar as costas e sair dali, pude perceber Stella olhando feio para mim. Talvez ela tenha percebido minha inquietação. Ela é mestre para perceber mudanças de humor nas outras pessoas.

Peguei uma bebida e fui para a parte ao ar livre da boate. Era tipo uma varanda ou algo assim. A música estava bem silenciosa por lá e tinha pouquíssima gente, principalmente uns casaizinhos se pegando. Pensei em sair dali por causa disso mas resolvi ficar por lá mesmo. Estava quieto e relaxante.

Apoiei os cotovelos no parapeito da varanda e fiquei olhando a paisagem. Pude ver a praia dali. Tinha algumas pessoas andando pela areia ou sentadas. Principalmente alguns casais. Na hora lembrei de May e daquele retardado. Será que eles estavam lá? Afastei aqueles pensamentos. Não era da minha conta, e porque eu estava me preocupando com isso? Talvez Melody estivesse certa sobre... não. De jeito nenhum.

Falando nela, a paz foi interrompida quando ouvi uma voz muito familiar atrás de mim dizendo “E aí, Drew”. Melody, a própria. Me virei e dei de cara com ela me olhando com um sorrisinho.

— Oi. — respondi, sorrindo de volta.

— Você vai ficar aí sozinho? Está muito desanimado. O que aconteceu com você? Tem umas meninas lindas lá dentro. Vai lá se divertir! Elas não vão recusar um cara que nem você.

— Não estou muito a fim. Vou ficar por aqui mesmo.

— Tá de brincadeira né? Anda logo! Você veio aqui pra se divertir... Ah! Já saquei! — ela apontou para o copo que eu estava segurando — Você não bebeu nada ainda! Engole esse negócio logo enquanto eu busco outro pra você.

Apenas dei uma risadinha e voltei a observar a vista enquanto Melody saía dali. Não demorou muito para eu começar a pensar mais um pouco sobre o que ela tinha me dito. Eu realmente estava parado hoje e pensando as coisas mais loucas e absurdas. Ela tinha razão. Bebi metade do meu drink de uma vez só e voltei lá para dentro.

Assim que cheguei lá, perscrutei o salão. Eu ia chegar em alguma garota, mas não podia ser qualquer uma. Não, tinha que ser a mais linda da pista! Não a segunda melhor nem uma mais ou menos; tinha que ser uma à minha altura. E se fosse mais, melhor ainda.

Demorou um pouco até eu achar alguém que prendeu a minha atenção. Ela tinha cabelos pretos, olhos claros que não consegui distinguir a cor na hora e tinha um sorriso lindo no rosto. Estava parada no canto da pista conversando com outras garotas. Fiquei apenas esperando o momento oportunuo para eu chegar lá. Tinha que ser quando ela estivesse sozinha.

Acho que passou uns 5 minutos antes de ela se afastar das amigas e andar em direção ao open bar. Fui atrás dela, ainda escondido. Alguns garotos mexeram com ela enquanto ela estava andando. Ela simplesmente os ignorou. Não ia acontecer comigo; eu não sou um idiota que já chega com tudo. Vou com calma. Ela sentou em um dos banquinhos altos e eu resolvi ir até lá, sentar do lado dela.

No começo ela não percebeu, pois estava olhando para o lado oposto, mas não demorou muito para ela voltar o olhar para quem havia acabado de sentar no banquinho ao lado.

Olhando mais de perto agora, pude perceber que os olhos dela eram azuis. Um azul bem claro. Quase cinza. Apenas fiquei encarando ela com um sorrisinho sedutor, infalível, esperando ela falar alguma coisa.

— Andrew Crawford? — não me impressionei pelo fato de ela ter me reconhecido, afinal, eu era famoso. Por um momento pareceu que ela ia falar alguma coisa, mas se limitou a olhar para mim, incrédula.

— A seu dispor. — respondi, intensificando meu sorriso. — E a senhorita? Como se chama?

Fisguei. Fácil de mais. Percebi ela corando um pouco com a minha pergunta, mas respondeu na hora.

— Meu nome é Lindsay. Lindsay Covington.

Reconheci o sobrenome na mesma hora. Eu tinha escolhido certo, pelo jeito. A garota não só era bonita como também pertencia à família mais famosa de Sootopolis. Os proprietários do resort da cidade! O tio Ed iria adorar.

— Mil perdões, senhorita Covington, por ter chegado assim do nada perguntando o seu nome. — continuei com meu método infalível de impressionar uma garota.

— Não tente me impressionar, Crawford. — ela fingiu que não estava se derretendo por mim. — Você pode ser lindo, o melhor coordenador do mundo e pertencer à família mais poderosa de Hoenn, mas não faz o meu tipo.

— Como pode dizer isso quando acaba de me conhecer? — cheguei um pouco mais perto. — Está com medo dos paparazzi? Não se preocupe, linda. Os seguranças não vão deixar eles chegarem nem a 1 quilômetro de distância daqui.

Ela virou o rosto e tentou disfarçar um sorriso mordendo o lábio inferior, o que a fez parecer mais sexy do que já era. Bebi o resto do meu drink enquanto mantinha o olhar em Lindsay, esperando ela virar o rosto de volta na minha direção, mas pelo jeito ela parecia acanhada demais para isso.

Pedi mais uma bebida para o bartender, quando ele trouxe a dela. No começo fiquei com medo de ela levantar dali e ir embora, já que só tinha vindo aqui para pegar mais um drink, mas eu havia causado impressão o bastante para ela querer ficar perto de mim por pelo menos a noite toda.

— Está gostando da cidade, Andrew? — ela quebrou o silêncio.

— Por favor, me chame de Drew. Tomou coragem de me conhecer melhor? — voltei no assunto anterior, o que a fez dar outro sorrisinho tímido e abaixar o olhar por um momento. — Ótima escolha, Lindsay. Prometo que não vai se arrepender. — Vi que minha bebida tinha chegado e tomei um longo gole antes de continuar. — Quanto à cidade, já vim aqui umas vezes e não tenho nada a reclamar, como sempre. Ah, e estou adorando o resort.

— É ótimo saber disso... Drew. — dessa vez foi ela que chegou o banquinho para mais perto de mim, disfarçadamente.

Percebendo essa aproximação, decidi partir para o ataque. Também cheguei perto dela, perto o suficiente para sussurrar em seu ouvido.

— Que tal a gente ir pra um lugar mais reservado, ein?

Senti ela estremecer um pouco. Funcionou. Na verdade nunca falhou. Fica bem mais fácil quando você é lindo e gostoso. Me levantei, seguido por ela.

— Se importa? — perguntei enquanto passava minha mão por sua cintura. Só pros outros caras perceberem que ela estava comigo e ficarem quietinhos na deles.

— Não. — ele sorriu, aceitando facilmente.

Felizmente não vi Stella nem Melody no meu caminho até a varanda. Elas não conseguiriam ser discretas se me vissem com uma menina tão linda daquelas, principalmente se a reconhecessem.

Quando chegamos lá percebi que estava bem vazio. Melhor assim. Lindsay parecia meio tímida e com certeza se sentiria melhor “conversando” em um lugar mais vazio.

Sentamos em um dos bancos que ficavam no cantinho da varanda. A música estava mais baixa ainda por lá. Lugar perfeito. Cheguei bem perto dela e voltei a segurar sua cintura.

— Aqui está melhor? — perguntei.

— Sim. — ela parecia estar bem mais relaxada agora. Não vi motivos para continuar na conversa.

Fui chegando mais perto, devagar e sem desviar o meu olhar dela. Ela parecia estar receptiva então continuei me aproximando. Sempre me certificava de que a garota ia aceitar o beijo de primeira.

Mais uns segundinhos me aproximando e uns carinhos no cabelo e finalmente meus lábios encontram os dela. Fiquei surpreso. Ela beijava muito bem. Decidi esquentar um pouco as coisas e passei minha mão esquerda em sua cintura enquanto acariciava suas coxas com minha mão direita. Ela pareceu gostar. Me pegou de jeito pelo pescoço e intensificou o beijo.

Ficamos assim por muitos minutos, até ela perder o fôlego e se afastar um pouquinho mas com nossos lábios ainda se enconstando. Comecei com o level 2. Beijei seu pescoço sensualmente enquanto ela me abraçava. As coisas estavam esquentando cada vez mais e eu comecei a ficar feliz demais. Estava prestes a perguntar se ela gostaria de ir para o meu quarto no hotel quando ela se afastou de mim bruscamente e me puxou para atrás de uma parede.

— O quê- — Tentei protestar.

Ela tapou minha boca com uma das mãos e fez sinal de silêncio com o indicador. Ouvi algumas vozes ali perto. Talvez alguma pessoa conhecida dela estava ali? Decidi perguntar.

— O que está acontecendo? — sussurrei.

— Nada. — ela parecia nervosa. Estava ofegante e pude sentir seu coração palpitar quando segurei seu pulso.

— É alguém que você conhece? — perguntei, mas não recebi resposta.

Foi aí que reconheci uma voz familiar. Ou melhor, duas. Duvidei de mim mesmo no começo mas logo percebi que não estava errado. Tinha uma voz feminina, que pertencia à May. Sem dúvida. A outra era do Leo. Fiquei confuso. Essa era a boate mais cara de Sootopolis. Como eles entraram aqui? Estavam assaltando o local? Lembrei da pergunta que ficou sem resposta e uma possibilidade surgiu em minha cabeça.

— Lindsay. O que está acontecendo? — sussurrei de novo. — Eu acho que reconheci a voz do garoto. Ele é coordenador também. Está participando do encontro. É algum conhecido seu?

Ela balançou a cabeça, afirmativamente. Estava começando a se recuperar do susto e parecia que iria começar a me contar tudo agora.

— Sim, eu conheço o Leo. — ela sussurrou também.

— É algum parente seu? — foi a primeira coisa que eu pensei. Era uma possibilidade visto que ele estava na boate mais cara da cidade.

— Não. Ele é meu noivo.

Fiquei de boca aberta. Não sabia o que dizer. Aquela situação já estava estranha demais e estava prestes a ficar mais estranha ainda.

— O que? — quase gritei. — Quantos anos você tem?

— 17. — ela respondeu enquanto fazia um gesto com a mão para eu falar mais baixo.

— Mas isso é um absurdo! — tentei abaixar meu tom de voz.

— Fale isso pro meus pais e pros pais do Leo!

— Mas... ele está com aquela garota!

— Eu percebi. — ela suspirou, resignada e me abraçou.

— Não entendo...

— Eu gosto dele. — ela estava prestes a chorar. — Bastante, mas esses dias, sempre quando eu ligava para ele, ele falava de uma certa garota que conheceu e eu logo percebi o que estava acontecendo. Nós dois sempre fomos contra esse casamento que nossos pais arranjaram. Só não foi tão ruim assim porque nós sempre fomos amigos e podíamos facilmente nos acostumar com essa ideia. Mas desde quando eu soube dessa garota decidi que não iria mais me importar com isso.

Percebi que estava diante de uma situação muito complicada e comecei a pensar em alguma maneira de nos tirar dali sem ninguém ver e conversar um pouco com Lindsay, a fim de acalmá-la. Decidi também que iria contar aquilo tudo para a May na primeira oportunidade que eu tivesse. Ela tinha que saber. E eu faria questão de que ela soubesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

♪This is the rhythm of the night
The night
Oh, yeah!♪
E ai? O que acharam do capítulo? Não se esqueçam de deixar suas opiniões! Elas são muito importante para nós!