Pov. Narradora

Depois da noite perfeita, Karina havia acordado cedo como sempre, estava envolvida no braços de Pedro um sorriso brotou em seus lábios ao lembrar dos momentos mágicos, mas corou quando lembrou dos momentos vulgares. Nunca havia apaixonado mas ao olhar para Pedro agora tinha certeza que era isso que sentia, e era estranho, não sabia como lidar com isso, seu coração palpitava, e sua cabeça estava a mil, não aguentaria ficar alí e vê-lo abrir aquele sorriso para ela e a mesma simplesmente não esboçar nada, já que não sabia o que fazer. Se levantou com cuidado e não pode deixar de olhar o corpo desnudo do roqueiro, a fazendo suspirar, se vestiu tomou cuidado ao sair para não ser vista, e rumou para casa e agradeceu por seu pai e Bianca não terem chegado ainda, se banhou e foi procurar algo para comer, realmente suas energias haviam acabado depois de tudo. Estava pensativa e os pensamentos foram até o show de talentos, queria ir mas antes não dava por causa da chegada do pessoal da casa e agora não saberia como agir depois de se entregar para ele e no dia seguinte sair sem dar satisfações. Se lembrou de ir pegar Samuel para que ele estivesse alí quando os outros voltassem, foi na casa de Fabi e por sinal a garota havia percebido que tinha algo diferente com K, mas a lutadora negou sempre que a amiga comentava. Chegou em casa era por volta da 12:00H, sempre nesse horário ia no Perfeitão mas não seria isso que aconteceria naquele dia.

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Pedro acordada, e sem pestanejar procurou algo na cama mas achou apenas um espaço vazio, abriu os olhos e vendo a situação do quarto não pode deixar de sorrir, foi para o banheiro e não encontrou sua esquentadinha, ainda em seu quarto virá alí as cenas que o fazia se sentir diferente de quando beijava outras garotas, aquilo era real. Foi para cozinha, e teve que improvisar por que pelo visto não tinha ninguém em casa, iria para o ensaio da banda, e depois do show falaria com Karina, mais uma vez ela havia o deixado sem entender, ele pensava que depois de tudo, e das coisas que ela havia falado na noite anterior estariam bem, mas ela simplesmente o deixara sozinho. Ainda pensativo ele foi para a Ribalta, passou o caminho interior olhando para casa de Karina. Passou o ensaio com a cabeça horas nas cenas de seu quarto e horas no "abandono" de Karina.

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Karina estava em sua casa pensando que em 2 horas aconteceria o show da Ribalta e da sua casa já podia ouvir o música que eles colocaram no som enquanto o pessoal ia chegando, quem ficou de ir buscar Gael e Bianca foi Dandara.

– Oi meu amor.- Ela disse quando Samuca acordou, depois que ela se acostumou com Samuca o tratava com todo carinho. - Você deve estar com fome.- Ela disse pegando ele no colo e levando-o para cozinha, esquentou o leite e começou a dar para o pequeno.

Quando terminou abriu um sorriso banguelo, fazendo K sorrir também, a loira foi assistir TV e colocou em um canal qualquer, mas começou a passar um filme que a fez suspirar e pensar em Pedro.

– K, que saudade.- Disse Bianca entrando pela porta indo correndo até Karina.

– Bia.- Abraçou a irmã.

– Ô minha filha.- Gael abriu os braços e Karina saltou no colo do pai.

– Nossa, pensei que não voltariam mais pra casa.- Ela disse divertida.

– A viajem foi muito boa mas sentimos falta de vocês.- Gael disse pegando Samuca doa braços de Bianca.

– Como ele ta grande.- Ele disse erguendo-o.

– Se divertiu muito?- Bianca estava empolgada.

– Muito ė pouco.- Dandara disse passando as mãos no cabelo de Karina.

– A foi legal.- Ela disse simples.

– Ah K e esse presente lindo que o Pedrinho te deu.- A mulher disse sorridente.

– O Pedro te deu um presente?- Bianca abriu a boca em um O.

– Foi de natal.- Disse sem graça. - E o que ela deu também ė a coisa mais linda. - Ela disse mostrando a foto que tirará dos dois com os presentes.

– Desde quando começaram com essa intimidade toda?- Gael disse ciumento.

– Ė só um lembrancinha, por causa do Samuca.- Ela tentou desviar o assunto.

– Eu tô de olho.-Gael fez gestos com a mão.

– E essa barriguinha.- Disse K para Bianca.

– Ta crescendo, pouco mas está.- Suspirou.

– Ė porque você ė magra de mais.- Karina deu de ombros.

– E ai vamos?- Disse Gael.

–Pra onde?-A lutadora arqueou a sobrancelha.

– Uė pro show da Galera da Ribalta.- Dandara respondeu.

– Mas você acabara de chegar e não temos ingressos.- A loira tentou fugir, não queria encontrar Pedro! Não agora.

– Eu pedi para Dandara reservar uns para nós, já que voltaria-mos no dia e na hora do show.- Gael solucionou o "problema".

– Vamos?- Bianca estava animada.

– Ė né...- passou a mão no cabelo.- Vamos.- Disse um pouco receosa.

No caminho para Ribalta Karina tremia sobre as pernas, não sabia o que aconteceria quando visse Pedro, nem se aguentaria ficar no mesmo local e não poder agarra-lo. Já na porta ela parou e esperou suspirando e contando alguns números, quando entrou o palco ainda estava vazio ela se sentiu aliviada eles se sentaram no meio e por isso estavam quase imperceptíveis. Mas todo aquele alívio que Karina sentira quando entrou foi embora assim que a banda subiu no palco. "Ah! E como Pedro estava lindo" isso rondava os pensamentos da loira.

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Depois do fim dos ensaios Pedro voltara para casa e logo se arrumou, como ainda faltava um tempo antes de ir montar os instrumentos ficou em sua cama refletindo, segurava a corrente que Karina Havia dado, e seus pensamento sempre se direcionava para ela, mas seus pensamentos foram interrompidos pelo relógio que o fez se levantar depressa foi para Ribalta e percebeu uma movimentação na casa dos Duarte. Quando já estavam terminando de arrumar tudo o pessoal começou a chegar, Pedro ficou de trás da cortina tendo um ultima esperança que Karina viesse, mas foi em vão, já estava quase na hora de se apresentarem então ele teve que entrar para as salas da escola.

– III que cara ė essa?- Disse Sol.

– Alguns problemas ai.- Ele abaixou a cabeça.

– Pode tratar de mudar essa cara, porque a gente vai entrar agora vêm.- Sol foi o empurrando.

Dandara anunciou a entrada da banda fazendo o coração de Karina disparar, quando a banda entrou ela não pode evitar sorrir, mas seu sorriso se transformou em um olhar sereno para Pedro que tocava sua guitarra do jeito que ela adorava. As duas primeiras músicas eram famosas e a plateia cantava junto, mas quando Pedro vira os cabelos que ele conhecia como ninguém não deixou de demonstrar que havia a visto.

– gente vamos tocar aquela seleção que ensaiamos.- Pedro sussurrou para o resto da banda.

– Ela ta aqui né?- Nando não deixou de perceber.

– Tá- Ele sorriu.

E assim começou a tocar.

" A próxima vez que a gente se encontrar

Eu vou te dar um beijo, sem pensar, calado

A próxima vez que a gente se beijar

Eu vou querer o mundo com você, do lado"

Sol cantava enquanto Pedro dedilhava as notas no violão e olhava fixamente para a direção de Karina.

" Por que não tentar comigo?

Por que querer ser seu... Amigo...

Amigo não...

Não há abrigo, não"

Karina segurava Samuca e olhava para Pedro, sabia que a música teria sido escolhida especialmente para ela.

" A próxima vez que a gente se encontrar

Eu vou te dar um beijo, sem pensar, calado

A próxima vez que a gente se beijar

Eu vou querer o mundo com você, do lado

Por que não tentar comigo?

Por que querer ser seu...

Amigo não...

Não há abrigo, não"

recitaram os mesmo versos, e então Pedro teve uma idéia, e a colocaria em prática desviou seu olhar de Karina e foi andando disfarçadamente para o fundo do palco.

" A próxima vez que a gente se encontrar

Eu vou te abraçar

Vou chorar, vou morrer

Só pra te fazer sorrir (sofrer)...

Só pra te fazer sorrir..."

Sol cantou os últimos versos e se preparava para cantar a próxima música, mas Pedro veio até a ponta do palco, com o microfone nas mãos e já sem violão.

– Eu queria um minutinho da atenção de vocês, ou apenas de uma pessoas, mas que queria começar com uma pergunta, Quando vocês querem muito uma coisa e não conseguem ficam bravos ou chateados não ė mesmo?- Recebeu respostas positivas.- E quando finalmente conseguem tratam aquilo como se fosse de gesso que você tem que ter cuidado para não quebrar, como se você dependesse daquilo e se um dia qualquer coisa acontecer com isso, ė como se seu mundo estivesse desmoronando, ou então quando acontece algo e você começa a refletir se aquilo vale mesmo apena, isso aconteceu comigo mas ao invés de ser alguma coisa material foi o coração de uma garota.- Ele suspirou e recebia olhares atentos de todos, e Karina estava com vontade de sair correndo mas suas pernas estavam tremendo tanto que se levantasse dali cairia. Ele continuou. - No começo essa garota me deixava irado sempre que a via não conseguia controlar minha raiva, mas com um tempo percebi que não era bem isso que eu sentia, e eu passei a querer tanto essa menina a ponto de querer me afastar, mas era impossível, e quando finalmente a tive ou pelo menos acho que a tive, comecei a pensar se isso valeria mesmo a pena e eu tenho a minha resposta.- Fechou os olhos e suspirou, Karina agora Karina tinha certeza que era dela que ele falava, mas temeu quando ele disse sobre "valer apena", seus olhos já se marejavam. - Sim! Por essa menina vale a pena, já não posso mais ficar sem ela, e tudo isso aconteceu por uma simples criaturinha que tornou tudo grandioso, e agora eu quero cuidar dessa menina como se fosse uma peça de gesso que não precisa ser lapidada, porque ela ė perfeita do jeitinho que ela ė, mesmo eu sempre me ferrando no final.- Ele foi descendo do palco e andando.- Ela gosta de bater e eu gosto de apanha.- Ele sorriu olhou para trás e piscou para Sol, e então uma melodia começou a trocar.

E Karina sabia exatamente que música era aquela, Pedro chegou perto dela e entregou o microfone para a mesma que se levantou e ficou de frente para ele, pela primeira vez cantaria na frente de tanta gente e no meio do corredor de cadeiras eles permaneceram olhando- se fixamente.

" Tenho andado distraído

Impaciente e indeciso

Ainda estou confuso só que agora é diferente

Tô tão tranquilo e tão contente"

Algumas pessoas sorriam e outras se surpreenderam por Pedro estar menos desafinado, e Karina cantar tão bem, já que não era dessa coisas.

" Quantas chances desperdicei

Quando o que eu mais queria

Era provar pra todo mundo

Que eu não precisava provar nada pra ninguém"

Memórias vieram na mente de ambos, que sorriram e passavam os mesmo sentimentos pelo olhar.

" Me fiz em mil pedaços pra você juntar

E queria sempre achar explicação pra o que eu sentia

Como um anjo caído fiz questão de esquecer

Que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira"

Realmente estava relatando o que viveram durante tanto tempo, sem demonstrarem.

" Mas não sou mais tão criança

A ponto de saber tudo

Já não me preocupo se eu não sei por que

Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê

Eu sei que você sabe quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você"

Pedro passou sua mão nos cabelos curtos da garota que apenas se aconchegou com aquele carinho.

" Tão correto e tão bonito

O infinito é realmente um dos Deuses mais lindos

Sei que às vezes uso palavras repetidas

Mas quais são as palavras que nunca são ditas?

Me disseram que você

Estava chorando

E foi então que eu percebi

Como te quero tanto"

Eles passavam as verdades dos versos apenas em toques e olhares e Samuel apenas olhava a cena deitado em um dos braços de Karina.

" Já não me preocupo se eu não sei por que

Às vezes o que eu vejo quase ninguém vê

Eu sei que você sabe quase sem querer

Que eu vejo o mesmo que você"

Encerraram a música causando suspiros nos presentes.

– Você quer tentar?- Ele disse com o microfone ainda em mãos.

– Não há nada que eu mais queira se não tentar com você.- Ela disse depois de tempo, e assim veio o Beijão que deixaram todos boquiabertos.

Transmitiam tudo que sentiam em apenas um ato e sabiam que era aquilo que queriam para vida deles. Quando o beijo cessou Gael veio logo ao encontro dos dois.

– O que foi isso moleque?- Chegou perto de Pedro.

– Olha seu Gael minhas intenções são as melhores possíveis.- Ele disse assustado.

– Eu sei, só quero que a faça feliz.- abraçou o roqueiro.

– Farei.- Olhou para Karina sorrindo.

– E esse meninão?- Ele disse se referindo a Samuca.

– Ele fez tudo isso acontecer, ele ė um anjo, o nosso...- Ela pensou.

– Bebê de Outubro.- Pedro e Karina disseram juntos, sorriram e apertaram Samuel em seus braços, não pensavam em nada melhor que aquilo, seriam sempre

" O Roqueiro, a Esquentadinha e o Bebê de Outubro"...