República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 29
Reconciliação - Parte I




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Gina, após tomar seu café, deixou a mesa calada.

Sobraram lá apenas um casal apaixonado e um rapaz de pensamentos distantes, imaginando o quão a próxima noite seria valiosa.

[...]

– Gina? – Juliana abriu a porta, nem aguardou. Desfrutes da intimidade.

A ruiva estava mexendo no notebook, em cima da penteadeira, respondendo um e-mail dos pais preocupados.

– Oi Juliana, espera só um pouquinho que eu já vou terminar aqui. – Ela digitou rapidamente alguns detalhes finais e após poucos “cliques” se virou de frente para a amiga, sentada na cama.

– Hum?! – Ela questionou.

– Hum o que?! – Juliana não entendeu.

– Ara Juliana, ‘hum’ de o que é que você quer? – Gina deu um breve riso.

– Ora, e eu preciso querer alguma coisa pra vir conversar com a minha amiga? – Juliana provocou, também sorrindo.

– Olha, pra ter deixado de chamego com o Zelão e vir aqui... Provavelmente. – Ela riu ainda mais abertamente.

Juliana sorriu ainda mais ao ouvir o nome do amado. Mas logo parou, encarando Gina com o olhar sincero e carinhoso de sempre.

– Ele está conversando com o Ferdinando na sala... Gina, - Ela lhe tomou as mãos. – Eu quero saber se está realmente tudo bem com você...

Gina suspirou, e riu desanimadamente para a amiga.

– Eu to bem Juliana, não to doente nem nada... - Ela brincou – Mas ando meio arrependida. Não vou mentir.

Juliana arregalou um pouco os olhas surpresa com a confissão.

– Ora essa minha amiga, e arrependida de quê?!

Gina voltou brevemente a cadeira com rodinhas em que estava sentada até a penteadeira, pegou um antigo caderno, e voltou a se posicionar de frente para Juliana, depositando-lhe o caderno nas mãos.

– O que é isso, Gina? – A professora perguntou curiosa, já começando a folhear as páginas, cheias de rabiscos e colagens.

– Isso é um caderno meu, que eu tenho desde meninota, Juliana. Eu anoto aí meus planos, e depois que consigo concretizar, marco como ‘feito’. Quando eu era mais nova, colava coisas para lembrar do dia que acontecia.

– Como assim?!- Juliana olhava entretida para as curiosas páginas do caderno.

– Ara Juliana, assim por exemplo. – Gina tomou-lhe o caderno das mãos, procurando uma página certa. – Aqui. – Ela virou a página para a amiga. – Essa pena colada aqui, é do primeiro passarinho que eu atirei. – Ela sorriu feliz com a lembrança. – E o plano que tava escrito aqui, era de aprender a atirar com a espingarda que o pai me deu!

A animação de Gina em falar de seu feito a deixava encantada. Apesar de estar pensando, com pena do pássaro.

– Mas que interessante isso Gina! – Juliana voltou a pegar novamente o caderno e folheá-lo. Agora conseguiria interpretar suas páginas.

Gina a observava, orgulhosa.

De repente, Juliana viu-se forçada a questionar.

– Gina... Você marcou aqui seu primeiro beijo? – Ela subiu o olhar para encontrar o da amiga.

– Não...Eu não tinha planejado ele. E é por isso que eu to te dizendo que ando arrependida, Juliana... – Ela disse com a voz manhosa.

– Como assim?! De não ter marcado?!

– Não Juliana! – Gina se levantou, para explicar sua teoria recém-construída. – Eu sempre planejei minhas coisas... Tudo! – Ela se apoiou na janela aberta, deixando o vento lhe acariciar a face enquanto concluía. – E sempre as coisas davam certo... Mas agora, que eu tava fazendo as coisas assim, como esse beijo, de supetão... Começou tudo a desandar Juliana. Eu to arrependida de ter deixado de planejar as coisas assim...

Juliana não concordava, mas compreendia.

– Ora amiga... Mas eu já te disse que na maioria das vezes, as melhores coisas da vida acontecem sem que a gente tenha planejado. – Juliana se levantou, e apoiou o queixo no ombro de Gina.

Gina se virou, fazendo Juliana a encarar de frente.

– Juliana, não tá dando certo. – Ela suspirou. Estava cansada.

– É minha amiga, eu fiquei sabendo que hoje você e o Nando andaram se desentendendo de vez. – Juliana disse voltando a se sentar.

–Ele foi falar com você?! – Gina não queria, mas havia um pouco de ânimo em sua voz.

– Não minha amiga, é que eu fiz uma brincadeira na mesa quando ele chegou... Pensei que vocês tinham voltado... Aí ele me disse que não tinha muita graça, que haviam se desentendido novamente.

Gina ficou curiosa.

– Porque você pensou que nós tivéssemos voltado Juliana?!

– Ora Gina... Pelos sons que eu ouvi sair do quarto hoje de manhã... – Juliana riu, Gina enrubesceu.

– Que sons?! – Gina, apesar de vermelha, tentou se fazer de desentendida.

– Quer mesmo que eu diga?! – Juliana riu ainda mais.

– NÃO! Eu acho que entendi... – Ela fechou o caderno aberto em cima da cama, e o depositou de volta onde estava. Permaneceu de costas. Por um instante a lembrança do beijo a pegou.

– Ai minha amiga eu não consigo entender! – Gina despertou do leve transe, com a fala de Juliana. – Se vocês deram beijos, ou fizeram sei lá o que, tão apaixonados... Porque não se acertaram de vez?! – Juliana realmente não sabia como os amigos complicavam tanto.

–Ara Juliana, hoje a manhã já começou errada. Por isso to te dizendo, não quero mais esse negócio de surpresa! – Ela apontou o dedo para a amiga. – Ah, e você, por favor, avise o Cadu que eu não vou em festa nenhuma não. Nem sei por que aceitei esse convite besta!

– Ah não Gina! Eu e o Zelão já nos comprometemos, e o amigo é seu! Você vai sim conosco! Nem que fiquemos apenas uma hora! – Juliana foi firme.

– Ara Juliana... – Ela bufou. – Eu vou então. Mas só porque você tá me pedindo. – Gina franziu as sombra celhas, e decidiu já avisar. – Mas se aquele um tentar alguma graça comigo... Juliana do céu, eu te prometo que nem você nem Zelão vão me segurar!

– Eu prometo que nem vamos tentar... Mas sinceramente não acho que ele seria capaz. – Juliana se posicionou.

– Tá certo... Assim espero! – Gina colocou as mãos na cintura, a lembrança de tal atrevimento a deixava nervosa. Ter ‘deixado barato’, mais ainda.

– Bom, mas então acho que você vai comigo e com o Zelão escolher a fantasia! – Juliana disse empolgada.

– Ai, ainda tem essa!

– Tem sim! E eu quero que no caminho você me explique ainda esse negócio de hoje a manhã ter começado errada... – Juliana ainda não entendia o motivo do rompimento “definitivo” após um beijo daqueles.

– Tá certo Juliana... - Gina apenas concordou.

[...]

– Mas eu acho um absurdo você vir me pedir uma coisa dessas Zelão! – Nando olhava incrédulo para o colega.

– Ah dotorzinho... Eu só acho que seria bom o senhor ir e tirar logo essa história toda a limpo... – Zelão tentava insistir.

– Zelão, eu não vou! – Nando pontuou claro, mas resolveu explicar. – Você já imaginou, se eu vou lá, pra fazer o que você disse, atestar que a Gina e Cadu não tem nada... E de repente, os dois começam a se beijar?! Na casa dele ainda Zelão?! Com que cara eu fico?! De trouxa?!

Zelão não acreditava muito na possibilidade pessimista de Nando existir... Mas como convencê-lo disso... Tão cabeça dura. Foi então, que teve uma ideia majestosa.

– Ara Nando! Já sei! – O sorriso de Zelão chegou a assustar Ferdinando. – É uma festa a fantasia! Você coloca uma máscara e pronto! Ninguém vai saber que você vai estar lá!

Ferdinando gostou da ideia. Teria ainda mais chances de descobrir a verdade se ninguém o reconhecesse observando.

– Mas onde eu vou arranjar uma máscara?! – Ele já havia topado.

– Eu vou com a Juliana hoje a tarde escolher nossa fantasia... Vou dar um jeito de trazer uma escondida pra você.

– Ara que você é um baita amigo Zelão! – Ferdinando se levantou do sofá e o abraçou.

– O senhor que é doutor!

[...]

– Mas nunca Juliana! – Gina dizia na cabine de provas da loja, revoltada com a escolha da amiga para sua fantasia.

– Para com isso Gina, ficou perfeita em você. Seus cabelos se acenderam ainda mais! Tem que ser essa!

–Mas esse negócio é muito delicado pra mim Juliana! Anjinha?! Logo eu, ara?! – Gina riu, apesar de estar falando sério.

– é Gina?! Bom, se você quiser uma de diabinha tem ali... Quer?! – Juliana sabia como jogar com a ruiva.

– Nada disso. Eu já cansei de ver essas coisas... – Ela suspirou vencida – Tá certo Juliana, tá certo! Eu vou de anja! – Ao final, Gina fez uma cara de deboche, que arrancou risos da amiga.

– Ótimo! – Juliana conferiu as fantasias escolhidas. – Bom então você será a anjinha, eu a Julieta e Zelão o Romeu! – “Como é entusiasmada!” Gina pensava em ver a amiga perambular escolhendo os acessórios pela loja.

[...]

A noite já havia caído. Ferdinando estava escutando música em seu quarto quando uma leve chuva começou a cair. Ele percebeu quando as cortinas começaram a balançar persistentemente com a janela aberta e a ventania que fazia lá fora.

Correu para fechar.

Ao chegar na janela, ele observou atentamente um grande chumaço de caxos rubros, logo adiante, pareciam desejar a carícia do vento e das singelas gotas que caiam. A dona deles, apesar da garoa, permanecia alí, imóvel, apenas observando os pinheiros balançarem.

Ela estava naquele balanço. Aquele feito para dois.

Ferdinando sentiu a falta de poder estar ali, junto dela, embalando o ritmo de suas saudosas carícias.

"Gina, se você não fizer nenhuma bobagem amanhã, eu juro pra mim mesmo, nunca mais te deixar sozinha aí..."

Ferdinando estava ansioso. Precisava ter certeza de poder confiar novamente em Gina. E teria esta certeza na noite seguinte. Seria definitiva.

[...]

O sábado chegou não muito demorado.

Logo pelo café da manhã, Cado dirigiu-se a mesa apenas para se despedir dos colegas, e mais uma vez agradecer. Em seguida rumou para seu suntuoso apartamento. Tinha muito a organizar. Muito a planejar.
Afinal, não era só Ferdinando que tinha planos com Gina naquela noite.

Gina não estava nenhum pouco ansiosa. Na verdade sentia-se triste naquela manhã, pois já voltava a completar um dia que ela não falava com Ferdinando, não tocava nele. Aquilo a entristecia de uma maneira cruel.
Preferiria milhares de vezes ficar ali, com Ferdinando no dia chuvoso, se perdendo em seus desejos e afagos, ao ir para a festa de um que agora nem possuía mais sua amizade.

"Maldito orgulho!" Ela pensava admitindo ser este o único verdadeiro motivo de ter aceitado ir a tal festa. Se ela tivesse recusado desde o início, Juliana certamente não insistiria, e ela não ficaria duplamente comprometida com sua palavra.

[...]

– Juliana, eu não sei não... Gina dizia arrumando a fantasia no lugar.Tem certeza que não precisa?! - Ela questionava sobre a afirmação da amiga, que havia lhe dito não precisar usar a parte de cima da roupa íntima.

– Gina, esse vestido é assim que se usa! Agora se aquiete por favor, e me deixe terminar sua maquiagem... - Juliana deu os últimos retoques. - Só mais um pouquinho de brilho aqui... E pronto!

A professora se afastou, e observou orgulhosa sua criação.

Gina estava, de fato, angelical.

O leve e razoavelmente curto vestido branco que ela vestia, evidenciava as belas curvas de sua cintura, valorizava seu alvo e delicado colo, bem como suas torneadas pernas. As singelas asas e a pequena auréola de flores brancas (ideia de Juliana, claro) eram os únicos adereços de sua produção. Estava leve. Tanto quanto a maquiagem que apenas lhe iluminavam os olhos com os tons branco e prata. Os lábios também estavam claros, como pedia a fantasia, com um batom nude, levemente rosado. O ponto forte havia ficado por conta dos longos cílios. Eram os únicos pontos negros em todo o conjunto. O olhar de Gina estava ainda mais marcante. Nos pés, as únicas sandálias que ela possía. Mas que caíram de acordo, perfeitamente harmoniosas.

– Você está linda Gina! - Juliana elogiou.

Gina lhe sorriu sem graça. Já havia elogiado a amiga, qual a muito estava pronta em seu elaborado vestido de época. A verdade, era que Gina ao se arrumar daquele jeito, gostaria de ouvir o elogio de uma certa pessoa. Pessoa esta, que provavelmente não a veria naquela noite.

– Vamos?! - Juliana a pegou pela mão puxando do quarto. - Eu já desço Juliana, vou só procurar meu celular no meio destas roupas! - Ela se desvencilhou das mãos de Juliana.

– Tá certo, vamos te esperar na sala! - Juliana saiu e desceu.

Quando chegou no cômodo em que seu amado conversava com certo engenheiro, ficou lisonjeada com a quantidade de elogios que ouviu de ambos.

– A sua amiga não vai descer, Juliana? - Ferdinando disse fingindo desdenho. Na verdade, estava a beira de enlouquecer de curiosidade, sobre qual fantasia a ruiva havia escolhido.

– Vai sim Nando...- Ela sorriu maliciosamente. - E eu acho melhor você se preparar... - Ela disse já percebendo a chegada de Gina.

Quando Ferdinando se virou, acompanhando o olhar de Juliana, se sentiu perdido.

A imagem a sua frente, se resumia em uma coisa: PERFEIÇÃO.
O coração dele doía em vê-la daquele jeito e não poder se quer tocar, acariciar os cabelos, estrategicamente lançados sobre o ombro direito da ruiva.
Não pôde deixar de elogiar. Não queria deixar de elogiar.

– Você tá linda Gina. - Ele disse suavemente, nem sabia o porque de estar dizendo. Mas seu coração o obrigava a dizer.

Gina se sentiu seu coração também doer. Depois de quase dois dias sem sequer falar com ele, agora Ferdinando a tinha elogiado, dito seu nome e com aquela voz que tanto a encantava. Ela se sentiu feliz pelo elogio. Triste por não poder agradecer como gostaria.

– Obrigada... - Ela agradeceu sem graça, abaixando a cabeça. As bochechas avermelhadas a deixavam ainda mais angelical. - Vamos então?! - Ela seguiu na direção de Juliana e Zelão, que já estavam na frente da porta. Não queria permanecer de frente à aquele que a desgovernava.

– Vamos sim...- Juliana respondeu suave, ainda penalizada pela sofrida e bela cena assistida a pouco. - Tem certeza que não vem, Nando?!
Ferdinando abaixou a cabeça, e respondeu com negação, em um movimento silencioso.

– Está certo então...

Os três partiram.

O apartamento de Cadu não era tão distante, apenas 7 quadras. Mas, pelo clima duvidoso, eles preferiram ir de táxi.

Quando Ferdinando percebeu que o carro já havia partido, colocou em ação seu plano.

[...]

Quando se tratava de Cadu, nada era singelo. Ferdinando o conhecia.

Ao se vestir e abrir o pacote que Zelão lhe havia entregue, percebeu que a máscara preta não lhe cobriria o rosto por completo. Mas sabia que ao ser singelo na máscara e nas vestes (uma alinhada calça social, camisa e blazer pretos), dificilmente seria notado. Provavelmente haveriam muitas pessoas. Seu plano de ser "invisível" se tornaria mais possível assim...

Quando chegou na tal festa, aproximadamente 30 minutos depois de seus amigos, Ferdinando logo percebeu tudo que já havia imaginado. O apartamento era espaçoso e suntuoso, bem como o buffet que servia os convidados. O local inteiro possuía a luz ambiente adequada ao evento.

Cadu queria impressionar. Infelizmente, Ferdinando bem sabia a quem.

Nando conseguiu encontrar após alguns segundos, Juliana e Zelão conversando enamorados sentados em uma mesa. Sentiu seu coração gelar ao perceber que Gina não estava junto.

"Ela só pode estar com ele" Ele começou a se sentir zonzo com tal pensamento.

Enfureceu-se, aprofundando com a constatação, ainda mais do que desconfiava. Gina havia mentido.

Ele provaria não ser enganado. Rumou incerto para os demais cômodos. Precisava encontrá-la e esfregar-lhe a mentira descoberta!

[...]

– Cadu, eu já disse, pare de me enrolar e me mostre logo onde é o banheiro! - Gina dizia já irritada com a conversa desnecessária do rapaz.

– Tá certo Gina, vem aqui... - Ele a guiou através do corredor que possuía 4 portas. - Pronto. - Ele parou em frente a uma.

– Tá certo. - Gina abriu a porta e se deparou com um grande quarto. - Ficou furiosa. - Eu disse um banheiro seu porqueira! - Ela agarrou o loiro pelo colarinho.

– Calma Gina, por favor! - Ele levantou as mãos. - É uma suite. Minha suite. O banheiro da casa está ocupado, eu vi gente entrando a pouco.

– Então, eu espero esvaziar... - Ela não queria de maneira alguma entrar no quarto do rapaz. Soutou-lhe a roupa e cruzou os braços. Estava impaciente.

– Eu não faria isso se fosse você Gina, foi um casal que acabou de entrar...- Ele disse sorrindo maliciosamente para ela.

– Ara, mas o que que um casal vai fa...- Ela compreendeu.

Festas de faculdade. "Blergh" Ela pensou.

Respirou fundo.

– Tá certo Cadu, eu vou usar esse banheiro do seu quarto, mas você fica aqui fora. Nem no quarto você entra! - Ela disse rispidamente, abrindo a porta e fechando-a em seguida...

– Mas fácil do que eu pensava! - O loiro pensou alto.

[...]

– Só podem estar aqui! - Ferdinando entrava agora em um estreito corredor, rumado pela raiva.

Também pouco consciente pela mesma, resolveu abrir uma por uma as portas. Abriu as portas de um banheiro e dois quartos. Quando se aproximou da quarta porta, não conseguia acreditar na voz que ouvia provindo de lá.

[...]

Gina havia saído do banheiro, e se deparado com Cadu a sua frente, sentado na cama.

– Mas eu não posso mesmo confiar em você não é?! - Ela ficou novamente incrédula com a petulância dele.

Rumou para a porta afim de sair não só do quarto, mas daquela casa, daquela festa, que em nada lhe agradavam. Pegou a maçaneta, e não pode acreditar no que aconteceu ao girá-la... A porta não abriu.

– Cadu, você abre agora essa porta ou eu grito! - Ela se virou completamente enfurecida, ameaçando o rapaz.

– Calma Gina, eu sou quero conversar com você. - Ele disse se aproximando perigosamente. Agarrou-a pelos braços.

– Me solta, e me deixa sair daqui seu porqueira! - Ela lhe virou um sonoro tapa no rosto. Há muito queria ter feito isso, mas agora havia sido movida mais pelo medo que por qualquer outra coisa.

– Você não devia ter feito isso Gina... - Ele a ameaçou com um olhar inflamado. Não era homem de aceitar ser negado, e muito menos agredido. - Ela a puxou fortemente pelo braço, e a jogou na cama.

Apesar de forte e valente, Gina não conseguiu se soltar. Se desesperou ainda mais quando o viu avançando para cima dela na cama. As mãos que ela inutilmente tentava afastar de seu corpo. Ela estava em desespero.

– Cadu me solta! - Ele pouco se importava, queria satisfazer suas vontades, apenas.

Um crápula.

Foi neste momento que Ferdinando chegou na frente da porta.

Ele sentiu-se desesperado ao tentar abrir em vão. Bateu fortemente com a mão espalmada .

– Gina?! - Ele gritava. - Gina?! O que tá acontecendo aí?! - Ele era puro desespero, na voz, no coração, em tudo.

A alta música não permitia que ninguém o escutasse, para ajudá-lo.

– Nós estamos ocupados Ferdinando! - Cadu gritou, decidido em tentar beijar a ruiva relutante em sua cama.

– Nando! - Gina gritava, tentando implorar por socorro. O medo a consumia por completo.

– Seu desgraçado, solta ela agora, ou eu te mato! - Ferdinando chorava de nervoso ao ouvir o desespero na voz de Gina.

A situação era plenamente desesperadora.

Ferdinando não sabia se daria certo, mas em um ato de completo desespero tentou livrar a amada chutando forte e estrondosamente a porta.
Ele sentia que o desespero era tanto que havia empregado uma força extra-humana.

A fechadura arrebentou.


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Notas finais do capítulo

Saiiiiiiu! rs
To atrasada pra facul, mas amo vocês! hahahahaha Beeeijos! s2



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