República escrita por Larissa Gomes


Capítulo 30
Reconciliação - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Minhas lindaaaas, no final da leitura, explico melhor! rs s2
Boa leitura a todas, amorinhas!



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Apenas uma palavra é capaz de descrever a sensação que Gina e Ferdinando expressavam em suas faces: DESESPERO.

A cena era cruel. Quando Ferdinando conseguiu arrombar a porta, se deparou com um Cadu, completamente desesperado e faminto, tentando prender Gina (que inutilmente relutava) em seus braços e lábios sobre a cama.

Nando se lançou prontamente acima do rapaz, o agarrando pela camisa, e lançando na parede. Estava completamente tomado pela ira.

Mas antes precisou cuidar de quem mais o importava.

– Gina?! Gina, você tá bem?! Me conta o que ele te fez, por favor! Ele te machucou?! – A voz dele era de completo desespero. A maneira como ele retirava sua máscara e tocava o rosto buscando o olhar dela, úmido, também.

A ruiva estava paralisada. Nunca havia sentido tanto medo na vida. Era valentona sim, é verdade, mas nunca havia sofrido tamanha violência. Nunca imaginou ser forçada assim a uma coisa dessas... De maneira tão brutal.

– Ela queria tanto quanto eu! – Cadu gritou se apoiando na parede. Resolveu provocar ainda mais ao perceber o corte que havia sofrido, levando as mãos ao cabelo. Havia batido a cabeça com força ao ser lançado.

Gina não pôde acreditar no que o infeliz havia dito.

– Seu porqueira... Você nunca mais fale isso! – Ela levantou da cama, partindo para cima do ex-amigo.

Ferdinando também não conseguia acreditar no que o crápula havia sido capaz de dizer. Juntou toda a sua ira, e impediu Gina, para completar ele mesmo o ato.

– Deixa Gina! Deixa que esse desgraçado é meu! – Ele disse puxando a amada que ia em direção ao loiro, se colocando á frente dele. – Você é um infeliz, nojento! – Ferdinando lhe deu um feroz soco na face.
Cadu nem teve tempo de reagir.

– Você nunca mais ouse falar dela, tocar nela! Desgraçado! – Outro soco, do outro lado, foi fortemente lançado por Ferdinando.

Cadu bambeou ainda mais. Estava com o rosto agora, lavado por sangue. Sangue que provinha dos cortes que os impactos de Ferdinando lhe provocaram, em sua boca e sobrancelha. Quando o rapaz caiu mole no chão, Ferdinando não foi covarde. Apenas fez questão de fechar com um curto e grosso aviso:

– Você nunca mais, chegue perto da Gina, seu desgraçado... Porque eu não sei o que sou capaz de fazer com você se te ver olhando pra ela, Carlos! – Ele foi imponente e firme em seu comunicado. Dizia isso apontando o dedo na face avermelhada do moço.

Cadu o observava em completa submissão. Estava vencido, e saber disso o doía mais que as agressões.

Quando Ferdinando se virou, encontrou Gina estática, de pé, ao lado da cama. O rosto lavado por lágrimas acompanhava uma respiração ofegante, nervosa. O corpo dela, assim como o dele, tremia. Era possível verificar isso de longe.

Seu coração se partiu em pena e culpa.

Pena porque sabia que ela nunca havia sofrido tamanha violência. Ainda mais tendo vindo do lugar calmo e pacato que ele bem conhecia.
E culpa porque agora sabia que ela nunca havia mentido. E que, talvez, se ele tivesse acreditado nela, eles agora não estariam trocando este olhar, tão doloridos.

– Gina... Me fala por favor, o que ele te fez... – Ferdinando disse baixo, se aproximando. Tentava tocá-la para tirar de sua pele vestígio do último toque repugnante.

Ela se afastou olhando pra baixo. Sentia-se, por alguma razão, envergonhada. Com nojo de si mesma.

– Ferdinando, só me leva embora. Por favor. – Ela não foi ríspida. Apenas sucinta. Quando levantou o olhar viu que Ferdinando também deixava algumas lágrimas escaparem por vê-la assim.

Eram lágrimas de culpa.

Ele consentiu com a cabeça. E eles deixaram o infeliz recinto, com seu respectivo dono lançado sobre o chão, no qual merecia estar.

Ao saírem do quarto fizeram o máximo para não serem notados.
Juliana viu de longe a amiga se retirar com um rapaz desconhecido. Ficou preocupada.

– Zelão, acho que a Gina tá indo lá pra baixo com alguém. – Ela se levantou da mesa, já pesando em ir verificar.

Zelão puxou-a de volta.

– É o Nando, Juliana... Eu acho que finalmente eles se acertaram. – O amado a avisou sorridente.

– Mas o que é que o Nando veio fazer aqui?! – Ela disse voltando a se sentar, desconfiada pelo conhecimento do namorado. – Mas o que vocês dois andaram combinando, hem?! – Ela sorriu.

Zelão começou, então, a explicar o plano do amigo. Pena que o motivo da retirada, não passava nem perto do que ele imaginava.

[...]

A chuva que caía era incessante.

Ferdinando havia ido com seu carro, e agora voltava , com a ruiva ao seu lado.

O clima era pesado. Ambos calados. O coração de Ferdinando apertava a cada lágrima silenciosa que via escorrer dos olhos de Gina, que tinha sua cabeça encostada na janela.

Não demorou muito, eles chegaram.

– Gina eu acho que você devia... – Ele tentou aconselhar a ruiva a utilizar seu blazer para cobrir-se da chuva ao entrarem, quando percebeu que a mesma já havia aberto a porta, e corrido em disparada para o interior da casa.

Ele fechou o carro em desespero, e sem nem mais se lembrar da chuva, a seguiu.

A ruiva parou do jardim.
Gina agora levava as mãos ao rosto, chorando de maneira desesperada novamente. A lembrança da violência a fazia doer por dentro. Em raiva, em nojo. Ela sentou-se no balanço sob a chuva, que ela provavelmente nem sentia cair.

Ferdinando a observou chorar daquela forma, penalizado. Mais que isso. Destruído.

Ver Gina tão triste, tão ofendida, e não saber o que fazer, não ter o que fazer, arrancava-lhe o coração em dor, da maneira mais brutal possível.

Ele se ajoelhou a frente do balanço, e retirou as mãos dela que cobriam o rosto que tanto amava.

– Gina... – Ele disse suave, tentando confortá-la. – Eu lhe prometo que aquele um nunca mais vai tocar em você... Você tá me entendendo? Eu lhe prometo menininha. – Ele beijou uma de suas mãos, que agora segurava.

Gina soluçou algumas vezes, pelo choro que tentava parar. Ouvi-lo chamando-a de ‘menininha’ novamente, fazia seu coração até o momento dolorido, se confortar um pouco.

– Nando... – Ela respirou, não seria fácil confessar. – Eu senti tanto... – Respirou novamente. – Tanto medo! – Ela concluir sentindo o choro lhe embargar a voz novamente.

Ferdinando fez o olhar mais triste do mundo.

Logo ela, tão forte, lhe confessar medo... Ele sabia que era a prova mais concreta do quanto estava assustada.

Nando se levantou e sentou ao seu lado no balanço.

– Gina, eu te peço perdão... – Ele abaixou a cabeça. – Me perdoa por não ter acreditado em você... – Ele voltou a olhar em seus olhos. – Eu não sei o que faria se alguma coisa pior tivesse te acontecido. – Ele disso tomando-a em um abraço necessário.

A ruiva se deixou abraçar. Sentiu-se acolhida, acalentada. Amada.

Ferdinando se afastou lentamente do corpo molhado da ruiva.

– Gina, eu só quero agora é cuidar de você, por mais que você diga que não precise, e eu sei que é verdade... Mas me deixa ficar do seu lado, e nunca mais sair dele. Por favor, Gina... – o modo como ele a pedia, com a voz suplicante, e apertando de forma carinhosa as mãos dela, faziam Gina travar uma grande batalha interna.

Sobre perdoá-lo, ela não tinha dúvidas. Nenhuma. Também havia duvidado do amor dele, quando desconfiou eu houvesse transado com a Maia. Devia ser justa.

Mas... e sobre cuidar dela?! Gina não sabia, por mais que tivesse certa de seu amor por Nando, voltar a fazer algo assim, que não havia planejado. Tinha medo de dar tudo errado e se magoar novamente, ou pior: magoá-lo.

– Nando... – Ela disse balançando lentamente a cabeça. – Eu não sei... Eu não sei o que eu quero agora...

Ferdinando sentiu medo.

– Você não me ama, Gina? – Ele perguntou quase como afirmando.

– Eu te amo, Nando, e isso eu nunca mais quero esconder. – Ela disse sincera, olhando nos olhos azuis do engenheiro. – Mas eu não sei o que quero...

As lágrimas de felicidade dele, pela declaração, voltaram a se misturar com os pingos de chuva.

Nando percebeu o que estava acontecendo. Gina ainda estava abalada. Precisava pensar.

Ele olhou para baixo, formulando algo para dizer a ela sobre isso, quando observou o vestido branco, agora transparente, que lhe denunciava uma parte nunca vista da ruiva.

– Menininha... – Ele tentou iniciar alguma frase para avisá-la, mas estava em transe com a visão;

Gina acompanhou o olhar perdido dele, e entendeu. Ficou estática. Estava exposta e não havia o que fazer.

No mais íntimo de seus pensamentos, entretanto,ela apenas queria na verdade que a visão, ainda que falha, de seus seios o tivessem agradado.

Ferdinando logo se recompôs. Cobriu-lhe a parte denunciada com seu blazer.

Gina sorriu. Ele a amava e a respeitava de forma evidente.

Ela o queria. Tão bem e tanto quanto ele.

– Eu acho melhor a gente entrar, Gina... Antes que fiquemos doentes por essa chuva... – Ele abaixou o rosto. Ainda não possuía uma posição sobre o querer dela. Isso o deixava chateado, apesar de entender.

Gina o observou, e decidiu responder com um singelo ato, ao invés de palavras.

Levantou o queixo dele com suas mãos, e o beijou casta, mas desejosamente, os lábios.

Ferdinando foi aos céus. Ela havia aceitado ficar ao lado dele novamente.

Claro que ele sabia que um pedido de namoro precisaria ser oficializado, mas não queria pensar nisso (que faria de bom grado) o momento.

Queria apenas senti-la.

Ele desgrudou os lábios do dela, permanecendo com as testas coladas.

– Menininha, melhora gente entrar... – Ferdinando estava sendo esperto e sensato.

– Tá certo frangotinho... – Ela consentiu, se levantando a sua frente no banco. Soltou lentamente a mão que prendia o blazer de Nando ao seu corpo, e o jogou de volta.

Gina estava decidida em refazer as memórias daquela noite.

Ferdinando a observava caminhar a sua frente de maneira não propositalmente sedutora. Mas o vestido molhado, colado em seu corpo o fazia sentir a boca salivar. Ele sentia saudade e vontade do gosto dela.

A seguiu, e quando entrou, percebeu que ela não estava na sala. Nem havia acendido a luz da mesma. Apenas subia a escada. Sem proferir nenhuma palavra.

Ele a seguiu enfeitiçado.

Sentiu seu coração parar quando ao entrar no corredor escuro, iluminado apenas pela luz de fora, que entrava pelos vitrais, ela passou reto pelo próprio quarto.

Ela queria o quarto dele. Ela queria ele. Ele queria ela.

Gina parou na frente da porta do quarto, ao perceber que Nando já havia entrado no corredor. Conseguiam enxergar apenas os perfis um do outro, dada falta de iluminação.

Ciente disto e do que desejava, Gina tirou virada de lado para Ferdinando, lentamente as asas de sua fantasia, lançando-as no chão. Tirou as sandálias também. A auréola de flores ela nem sabia onde, mas já havia perdido.

Virou-se de frente para Ferdinando, agradecendo por não poder enxergar sua expressão. Caso contrário, não teria coragem de fazer o que veio a seguir.

O engenheiro observava obcecado cada movimento que a ruiva fazia nas sombras. Suas formas, eram incríveis.

Mas ele perdeu o fôlego, mais precisamente no próximo.

Gina levou as mãos cruzadas à frente das pernas e agarrou a barra do vestido. Passou a levantá-lo lentamente, até se despir por completo da peça. Soltou um riso gostoso de quem sabia o que estava aprontando. e caminhou, lentamente, quarto a dentro.


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Notas finais do capítulo

Eu sei, parece maldade... Mas juro que não é! rs
Ou eu dividia, ou postava depois da aula... desculpem amoras! Mas fico feliz em dizer, que o Parte III muito provavelmente saia hoje! s2
Espero que gostem menininhas, desculpem qualquer coisa!!
Beeeeeijos!



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