Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 38
Capítulo 38 - Tudo tem um por que




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– Você se lembra, não é? – eu perguntei quando Bill se aproximou e ficou ao meu lado – De tudo que aconteceu?


– Algumas coisas, às vezes tudo fica tão vago – ele disse me olhando – Mas há coisas que marcaram, não posso simplesmente esquecê-las.


– Acha que realmente aconteceu ou que foi algum sonho louco?


– Não sei, não tenho certeza, mas acho que aconteceu. Tudo foi tão real, acho que não foi apenas um sonho, pois Tom não comentou nada comigo. Geralmente sonhamos coisas parecidas, além de que ele também parece se lembrar de você, como se já tivesse visto antes. O mesmo disse Nathalie, ela disse que você foi a garota que caiu no aeroporto e quando ela te ajudou, falou que ela tinha a sensação de que te conhecia.


– Só sei que não preciso compreender, foi a melhor coisa que me aconteceu. Quando acordei, percebi que tinha a chance de mudar tudo e recomeçar a minha vida do momento que eu tinha parado. Eu abandonei a faculdade de Diplomacia, disse a Lukas o que eu pensava e terminei com ele sem matá-lo, reatei os laços com minha família e vim aqui atrás de muitas coisas.


– Talvez tudo que aconteceu foi para mudá-la, para você evitar cometer mais erros – Bill disse pensativo – Mas fico feliz de você ter conseguido Hedvig. Eu não sabia o que fazer quando você foi embora, fiquei totalmente acabado até que consegui dormir. Depois que acordei percebi que tudo parecia não ter acontecido, havia acordado dois meses atrás pensando que eu havia tido o melhor sonho da minha vida.


– Então no começo pensou que tinha tido um sonho?


– Sim, mas eu me lembrava de muita coisa, muitas informações sobre você, por exemplo, seu nome completo e onde morava. Pesquisei sobre você e acabei parando no site da sua faculdade, onde mostrou que entrara em décimo segundo lugar. Então percebi que de fato você existia, eu não tinha inventado. Não corri atrás, por que sabia que tinha que esperar até o dia certo, mas tinha medo que chegasse essa semana e você não aparecesse.


– Eu não sabia como chegar até você, mas tudo aconteceu sem que eu percebesse. No aeroporto e também naquela loja, lembra-se do bracelete? – eu disse o fazendo ficar surpreso – Era eu.


– Então o tempo todo você estava perto de mim e eu não percebi? Acho que vou me atirar daqui – ele disse revirando os olhos.


– Não faça isso ou vou ter que pular também para te salvar – eu disse me aproximando dele.


– Mais do que você já me salvou? – ele disse me abraçando – Acho que você sempre será minha anja da guarda.


Eu ia falar para ele que na verdade eu não era, mas ele estava me calando com seus lábios. Talvez não houvesse explicação lógica para o que passamos, apenas tinha que acontecer do mesmo jeito que nosso beijo acontecia: simples, cálido e memorável.


– Lembra-se do dia que você gritou na Torre Eiffel que o mundo era nosso? Que você queria que todos ouvissem o que você tinha a dizer? – ele disse se afastando de mim.


– Sim, me lembro – eu disse piscando atônita.


– Então também tenho algo a dizer – ele disse subindo na grade de proteção, olhando para mim. Então ele encheu o pulmão de ar e gritou – Hedvig eu te amo!


Senti meus olhos ficarem molhados de repente, eu não sabia o que falar, só sorria para ele, enquanto o louco varrido igual a mim descia da grade tomando cuidado para não cair igual a certa pessoa que tem tendência a fazer isso.


– Eu também sempre! – eu disse o beijando várias vezes – Não me arrependo de ter vindo para cá, não me arrependo de nada do que fiz depois que te conheci.


Não se precisava de palavras, todas as estrelas, todas as luzes de Paris, todas as pessoas eram testemunhas do que sentíamos. Podíamos ser mais um casal apaixonado nessa cidade, mas era pelo que havíamos passado que nos diferenciava dos outros. Havíamos vencido a morte para ficarmos juntos, se isso não significava muito, o resto, perto disso, não significa nada.


 


– Aonde vamos agora? – Gustav perguntou quando saímos do navio – Daria tudo por um bom café se quer saber.


– Também quero! – Bill disse logo em seguida.


– Tem muitos cafés por Paris, vamos achar algum bom – Mischa disse nos guiando pela Champs Elysées.


Bill estava do meu lado, com o braço em volta de mim me aquecendo enquanto andávamos. Quem diria que finalmente Hedvig Nondenberg tinha uma relação estável! Claro que não estávamos namorando ainda, mas isso não era questão de tempo. Logo eu passaria na Academia de Belas Artes, começaria a estudar, conseguiria montar uma galeria e estaria na companhia de Bill. Era tudo que eu sempre quis!


– Vamos aqui! – Mischa exclamou apontando para a Starbucks – Tem os melhores cafés.


Tudo bem, eu congelei. Não queria ir lá, por que havia a tal garota, Charlotte, com quem Bill teve um caso rápido quando eu estava morta. É claro que fui eu que praticamente o obriguei a fazer isso, mas agora eu não estava a fim que ela o ficasse paparicando. Apesar de que agora eu posso muito bem proteger o que é meu, então não tenho com o que me preocupar.


Entramos na Starbucks, acompanhados de uns seis seguranças atrás de nós, olhando para todos os cantos para que nenhuma fã nos atacasse. Lá dentro estava bem cheio, algumas pessoas olharam para nós com certo interesse, mas ninguém se atreveu a passar pelos seguranças. Claro que logo percebi que uma das garçonetes se tratava nada mais e nada menos de Charlotte.


Tentei fazer com que Bill não a notasse, então o puxei para uma mesa no canto inverso onde havíamos nos sentado na última vez. Os outros nos seguiram até a mesa que eu havia escolhido, bem longe de Charlotte. Claro que isso fez com que demorassem a nos atender, mas eu não me importava muito.


– O que vão querer? – perguntou alguém em francês que eu já conhecia. Era Charlotte, acho que tem coisas que não dão para se fugir.


– Todos vão querer um Caffè Mocha – eu disse em francês – São seis, um para Tom, Georg, Gustav, Bill, Mischa e Hedvig.


Ela anotou calmamente, principalmente quando precisei soletrar alguns nomes. Mas ela não olhou para Bill nenhum momento sequer, na verdade ela nem ligou para a existência dele, mas parecia ter se encantado com outra pessoa. Meus olhos piscaram atônitos quando eu a vi com olhos brilhantes para Gustav. Então era isso! Claro! Da outra vez ela havia se encantado por Bill por que simplesmente ela precisava encontrar Gustav, uma hora ela teria que conhecê-lo, mas eu havia mandado Bill para atrapalhar tudo.


– Ela gostou de você! – eu exclamei quando ela foi embora. Gustav deu um sobressalto – A garçonete, a tal de Charlotte, você não viu como ela te olhou?


– Hedvig, já conheço essa história – Bill sussurrou ao meu lado – Não tente bancar a cupido.


– Não, você não entendeu! Ela realmente gosta de Gustav, tenho certeza absoluta – eu disse para todos ouvirem e depois me virei para Gustav – Vai falar com ela! Você sabe inglês e ela também!


– Como você sabe que ela fala inglês? – Gustav perguntou atônito.


– Ah... é... a maioria das garçonetes de Starbucks falam inglês, já vim com Mischa aqui uma vez – eu disse lançando um olhar para Mischa, ela assentiu com a cabeça, mesmo não entendendo o que eu estava tentando dizer.


– Eu não sei o que dizer a ela – Gustav disse corando. Ele estava interessado nela também! Por isso ele havia ficado vermelho quando ela chegara!


– Apenas se conheçam – eu disse rapidamente quando a vi chegando com nossos pedidos – Hey, Charlotte! Por que não conversa com nosso amigo Gustav?


– O que? – ela exclamou totalmente vermelha quando ela viu de quem se tratava – Meu chefe não iria deixar.


– Ele nem vai ligar, esse lugar está cheio de pessoas! Não deixe oportunidades como essa passar, falo por experiência própria! – eu disse sorrindo para ela, de verdade.


Nem acreditei quando vi Gustav e Charlotte em uma mesa conversando e rindo animadamente. Era diferente do modo como ela conversava com Bill, dessa vez havia sentimento de verdade de ambas as partes. Quem diria que por minha causa, não só Bill achou seu amor, como Tom e Gustav! Se isso não é destino, não sei o que é.


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