Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 37
Capítulo 37 - Aceite algumas oportunidades




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Tudo bem, estou realmente pasmada. Afinal eu conheço Bill e sei que ele não faz uma coisa dessas com a primeira garota que aparece na sua frente, ainda mais quando ela se trata de mim. Mas ele lembra alguma coisa, eu sei que lembra, por que se não nada teria acontecido e eu vi o interesse dele em mim.


Só que fiquei totalmente desconcertada depois do ocorrido e é claro, depois de ver Tom e Mischa quase se engolindo em um canto. Oras, que mundo louco eu estou? Claro que não perdi a oportunidade de passar meu número do celular para Bill, além de contar onde estávamos hospedadas. Ele não contou onde estava hospedado, mas eu já sabia e tinha a certa impressão de que foi por isso que ele não falou nada.


Mas eu estava feliz, realmente feliz. Tudo parecia estar nos seus devidos trilhos, eu estava em Paris com minha melhor amiga, em um hotel luxuoso, vivendo um romance e correndo atrás de meu sonho. Eu já tinha até comprado uma tela, uma aquarela e tintas para eu pintar, enquanto ficasse na varanda. Estava planejando algo muito especial para apresentar a Academia de Belas Artes, me sentia inspirada mais do que nunca.


– Então deu tudo certo, afinal? – Mischa disse olhando para mim, enquanto eu pintava calmamente – Pela sua felicidade, dá para ver que se saiu muito bem com ele.


– O mesmo digo de você, Mischa – eu disse rindo – Se atracando com o irmão de Bill.


– Ah, ele tem charme e é bonito – ela disse assoprando as unhas enquanto as pintava de rosa – Mas é muito safado, se quer saber. Só que fui meio fria com ele, não o deixei avançar muito, afinal esse é o jeito de fisgar um cara desse tipo: seja difícil.


– Nem sei como consegui fisgar Bill – eu disse pensativa – Só sei que aconteceu de repente, de maneira inesperada.


– Através daquele sonho. Sério, estou ficando com medo. Acho que agora estou começando a acreditar em você, afinal tudo está acontecendo de maneira estranha.


– Sim, mas muita coisa está ficando vaga – eu disse pensativa – Há coisas que eu não lembro direito. Mas de certa forma, eu acho que Bill também presenciou as mesmas coisas que eu, afinal ele falava comigo como se me conhecesse há tempos.


– Que incrível! Parece até coisa de filme – Mischa disse sonhadoramente enquanto seu celular começava a tocar – Alô? Ah, Tom! Como vai? Sim... claro! Entendi... obrigada! Até mais!


– O que ele quer? – eu disse continuando a pintar.


– Ele nos convidou para sair, eles alugaram um barco no Rio Sena para nós jantarmos com eles. Isso não é incrível? – ela disse saltitante pelo quarto – Será que posso viver algum romance igual a você?


– Igual ao meu eu não desejo para ninguém, pelo menos o meu antigo. Morrer não é tão divertido assim – eu disse me lembrando disso como se fosse algo distante, difícil de acontecer – Mas foi bom.


Segurei o meu colar, era isso que fazia me lembrar daquela época. Algo que eu havia trazido, quem sabe, de outra dimensão? Isso era confuso e eu não entendia nada dessas coisas divinas, mas não importava, acho que não queria entender de qualquer forma. Deixei meu quadro de lado e decidi que nesse momento eu precisava era me arrumar, queria dar uma ótima impressão a ele.


Vesti uma camiseta de gola alta branca, saia plissada preta e um casaco preto, de dois botões que ia até o joelho, meia calça preta e botas marrons que combinavam com a boina em minha cabeça. Olhei-me no espelho e quase parecia uma pessoa decente, ou pelo menos, uma pessoa mais no estilo Mischa de ser. Já ela investira em calças jeans, botas de couro marrom que combinavam com seu cinto, camiseta marrom e uma blusa de lã. Mischa sim parecia uma garota fofa.


– Eu estava pensando em usar algum vestido – ela disse se olhando no espelho também – Mas está muito frio e não quero pegar uma pneumonia.


Em minha opinião estávamos ótimas para jantar em um barco no Rio Sena, nem acreditava que nesse mesmo instante – em algum lugar do passado ou presente – eu estaria indo com Bill fazer a mesma coisa só que apenas em um barco de passeio. Dessa vez estaríamos em um barco luxuoso e eu estava tão empolgada, afinal parecia que tudo estava dando certo, eu até me sentia uma pessoa diferente. Talvez eu tenha amadurecido. Ou não.


 


Lá estava o barco, enorme e imponente, com luzes a sua volta lembrando que o Natal estava mais próximo do que se pensava. Talvez eu esteja sendo Mischa demais, mas era como estar em um filme, afinal tudo estava acontecendo de um modo mágico e bizarro.


Mischa e eu entramos no barco, a mulher loira que estava vistoriando as pessoas nos deixou passar sem perguntar se nossos nomes estavam na lista, eu tinha quase certeza que já a tinha visto em algum lugar, mas não me recordo. Não dei muita atenção, ainda mais quando vi como era o barco por dentro, ele era imenso, com várias mesas de madeira lustrosas de frente para um palco onde uma mulher cantava e outros caras tocavam.


– Vocês vieram! – Tom exclamou, saindo de uma mesa aonde se sentavam ele, Bill, Georg e Gustav – Fico feliz em vê-las, venham se sentar.


– Você acha que iríamos perder essa? – Mischa disse indo até a mesa e se sentando, logo fiz o mesmo.


Meus olhos encontraram os de Bill e ele sorriu para mim, senti a euforia invadir o meu peito, me sentia tão feliz! Eu precisava falar com ele, queria saber se ele se recordava do que aconteceu, talvez ele sentisse o mesmo medo que eu, de que na verdade tudo não passou de um sonho louco. Mas se nós nos encontramos, isso não é a prova viva de que tudo realmente aconteceu?


Conversamos animadamente enquanto jantávamos, Mischa era uma das que mais falava, ela literalmente não tinha papas na língua, principalmente quando Tom sugeria algo fora dos padrões dela se é que me entende. Georg também adorava zoá-lo, tentando dizer a Mischa que o melhor que ela tinha a fazer era fugir dele. Bill, Gustav e eu fomos os que mais ficaram na sua, apenas rindo de algumas coisas e soltando alguns comentários.


– Hedvig – Bill disse me chamando e sussurrando para mim – Venha comigo por um instante.


Levantei-me enquanto todos continuavam a conversar, eles pararam quando viram que Bill e eu íamos dar uma saída.


– Aonde vocês vão? – Gustav perguntou antes que qualquer um dos outros fizesse a pergunta.


– Tomar um pouco de ar – Bill disse simplesmente.


– Ah, sei! Eu também usava essa desculpa antigamente – Tom disse lançando um olhar para Bill – Acho que finalmente decidiu seguir os meus ensinamentos!


– Quando algumas pessoas falam que vão tomar ar, quer dizer que elas vão conversar ao ar livre. Espero que seja isso que insinua – Bill disse levantando a sobrancelha.


– Claro, você sabe do que eu falo – Tom disse rindo – Por enquanto nós vamos continuar a beber um pouco e conversar. Mais tarde nos vemos!


Bill apenas riu e me guiou para longe das mesas, para uma das portas no fim do barco onde dava para uma escada. Nós subimos alguns lances e abrimos uma porta branca como o resto do barco que dava para o ar livre parisiense no empavesado do navio (n. da a. -> vou tentar explicar, é aquela proteção que coloca no navio, igual a uma sacada sabe? Onde a Rose do Titanic abriu os braços com o Jack. Só que eles estavam na frente do navio, neste caso é na parte superior do navio, em cima. Espero que entendam).  


Estava um frio enorme, mas era incrível ficar acima do navio, passando abaixo das pontes, olhando o céu, vendo as águas passarem abaixo de nós e ver as pessoas que passavam em cada lado do rio. Da última vez que estive em um barco no Rio Sena eu me sentia triste e feliz ao mesmo tempo, querendo recomeçar a minha vida. E agora eu estava aqui novamente, com um pouco da minha vida resolvida e totalmente feliz ao perceber que tudo estava acontecendo da forma que eu queria.


Talvez seja a hora de agradecer a alguém lá em cima.


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