Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 36
Capítulo 36 - Ame descontroladamente




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/53704/chapter/36

– Acho que Mischa foi fisgada – eu disse picando várias vezes enquanto eu a via se afastando com Tom para uma mesa – Eu não estou acreditando.


– Bem, ele é o Tom. Às vezes também não sei como ele consegue – Bill disse olhando para a mesma direção que eu e depois se virando para mim – Ah, eu sou Bill Kaulitz, esqueci de me apresentar.


– Ah, eu sei quem você é – eu disse mais perdida do que nunca – O vocalista da banda Tokio Hotel e tudo mais.


– Então você é fã da minha banda?


– Naquelas, quero dizer, ela é muito boa, mas descobri recentemente – eu disse tentando me explicar – Mas você é muito talentoso e tem uma ótima voz.


– Obrigado – ele disse corando levemente, então ele olhou para o meu colar fixamente – Pelo visto, gosta mesmo da França.


– É, mas isso foi um presente muito especial. Acho que foi isso que me impulsionou a vir para cá, correr atrás de um sonho antigo.


– E qual é?


– Ser artista plástica, quer dizer, não é grande coisa pintar quadros, não parece algo muito importante. Mas eu realmente gosto, é uma espécie de hobby que eu gostaria de levar a sério.


– Na verdade eu acho incrível pintar quadros, eu aprecio qualquer tipo de coisa artística. Por exemplo, sou cantor e componho letras, acho que é um modo de expressar o que eu penso e sinto. É a mesma coisa com você, só que se expressa através de imagens e acho isso importante.


– Mas tenho medo de não dar certo – eu não sei como a conversa fluía com ele, simplesmente ele parecia a pessoa com quem eu gostaria de contar tudo sobre mim, mesmo as coisas mais secretas – Queria tentar entrar para as Belas Artes, mas não tenho certeza se sou boa o suficiente.


– Você tem que tentar mesmo assim, não desista só por que se sente insegura, sei que você é capaz de ser aceita, Hedvig.


O modo que ele falava é como se ele me conhecesse há tempos, não era o jeito de se falar com alguém que mal encontrara. Será que ele se lembrava de mim? Ou apenas sentia que me conhecia de algum lugar? Queria realmente dizer tudo a ele, mas tinha medo de assustá-lo, ou de ele me achar totalmente maluca.


– Ah... você quer se sentar? – Bill perguntou para mim indicando uma mesa perto de onde nós estávamos. Eu assenti e nós fomos até lá – Acho que o melhor de uma festa é poder conversar com pessoas que se identificamos.


– Você se identifica comigo? – eu perguntei rindo – Não temos nada a ver! Você é todo romântico e eu toda insensível.


Tudo bem, falei demais. Como posso saber que ele é romântico, em Hedvig? Tente explicar isso a ele, vamos lá!


– Não é verdade – ele disse sem ao menos perguntar nada – Acho que só faltou uma pitada de romance na sua vida. Nada que não seja resolvido com o tempo.


– E para você faltou um pouco de realidade, nem tudo é tão bonito quanto parece. Nada que um tapa da vida não resolva.


– Eu já levei muitos tapas da vida, espero não levar mais – ele disse pegando mais uma taça de champanhe e eu também fiz o mesmo.


– E já recebi também umas pitadas de romance, no começo parece bom, mas depois que se percebe o quão é amargo.


Falando em amargo, o garçom que acabara de nos servir com champanhe, tropeçou em uma mesa e derrubou todos aqueles copos bem em cima de mim. Todo aquele líquido alcoólico que eu apreciava estava nesse momento destruindo meu vestido caro, não como Dior, mas era caro. Levantei-me estupefata, louca para enfiar a cabeça daquele garçom na mesa.


– Meu vestido! – eu exclamei tentando analisar o estrago – Mas que merda!


– Calma, melhor irmos ao banheiro e ver se tentamos concertar um pouco do estrago – Bill disse pegando alguns guardanapos e tentando secar onde molhara, quando ele sem querer passou perto do meu busto, ele corou e se afastou de mim.


Eu também fiquei bastante sem-graça, mas para disfarçar o ocorrido ele me levou até o banheiro que tinha na casa ao lado do jardim, que era enorme, diga-se de passagem. Mas na verdade não era banheiro, era apenas uma espécie de lavabo, com pia, uma latrina e graças aos céus um daqueles secadores de paredes! Nós entramos e fechamos a porta, enquanto tentávamos tirar a macha enorme que aparecia na pobre estampa Pied-de-poule. É claro que nada parecia fazer efeito.


– Tudo bem, nada vai dar certo, perdi o vestido! – eu disse inconformada, desistindo de tentar e indo abrir a porta.


O problema é que a porta não abriu. Tentei ver se ela estava trancada, mas não estava. Tentei empurrá-la ou puxá-la com toda força, mas acho que estava emperrada ou algo do tipo.


– Ela não quer abrir! – eu disse desesperada – Ela não abre!


– Calma, deixe-me tentar – Bill disse virando a maçaneta e puxando, mas ela não cedeu. Ele fez força e novamente nada aconteceu – É, estamos trancados.


– Não podemos estar trancados, não podemos! – eu disse socando a porta – Eu tenho claustrofobia! Meu Deus do Céu, eu vou morrer!


– Hedvig, acalme-se – Bill disse me segurando, vendo que eu estava histérica – Vamos tentar chamar alguém e ver se conseguem abrir a porta para nós.


– Tudo bem – eu disse suspirando e virando para a porta – SOCORRO! ALGUÉM ABRE A MERDA DESSA PORTA! EU ESTOU PRESA AQUI! AJUDEM, PUTA QUE PARIU!


Mas ninguém ouvia! Eu estava gritando igual a uma louca sendo morta e ninguém se quer apareceu. Lembro-me claramente de como começou esse meu medo compulsivo por ficar presa em lugares pequenos. Foi quando eu me tranquei no porta-malas do carro do meu pai e não consegui sair. Chorei e gritei e só foram me encontrar meia hora depois. Fiquei traumatizada.


– Ninguém está vindo – eu disse quase a ponto de chorar – Eu estou com falta de ar, acho que o oxigênio está diminuindo. Vamos morrer!


– Não vamos morrer, por que tem oxigênio passando debaixo da porta – Bill disse tentando me acalmar – Você só está desesperada, nada vai acontecer.


– Vamos morrer! Eu não quero morrer! Estou sentindo minha garganta seca, não consigo respirar, vou desmaiar! – eu disse ficando realmente tonta.


– Ah, caramba! – Bill exclamou, me segurando quando eu vacilei – Hedvig, por favor, se acalma. Eu vou passar oxigênio para você.


– O que? – eu exclamei quando ele apertou meu nariz com uma mão e aproximou a boca da minha passando o ar dele para mim. Foi estranho se quer saber, mas sentir os lábios dele no meu foi algo realmente bom – Eu acho... eu acho que isso só funciona com pessoas afogadas.


– Não se sente melhor? – ele perguntou preocupado. Pobre tolinho.


– Claro que me sinto – eu disse meio que me aproveitando da situação – Acho que na verdade preciso de mais ar.


Então ele se aproximou novamente de mim para fazer respiração boca-a-boca, mas não foi isso que aconteceu dessa vez. Nossos lábios estavam envolvidos novamente, nossas línguas entrelaçadas e nossos corpos pressionados um ao outro, enquanto minhas costas tocavam a superfície gelada do azulejo do banheiro. Tudo bem, se antes eu estava com falta de ar, agora estou totalmente sem ar!


Eu o agarrava com toda e força que tinha, afinal eu morria de medo de isso ser outro sonho ou coisa da minha cabeça, mas lá estava Bill, feito de carne e osso e eu também. Suas mãos seguravam firmemente minha cintura, enquanto eu tentava perscrutar com as minhas o seu tórax através daquela regata. Então eu envolvi o corpo dele com minhas pernas, enquanto ele me levantava para ficar da altura dele.


Arranquei o paletó dele e eu sentia as mãos dele procurando o zíper do meu vestido, atrás das minhas costas. Deus que me não mande para o Inferno, mas eu realmente não estava a fim de pará-lo. Bill me puxou da parede e se encostou à porta, finalmente conseguindo achar o zíper e abaixando devagarzinho, mas então a maldita porta abriu.


Bill caiu no chão com tudo e eu em cima dele, com o vestido meio caído, com o cabelo todo bagunçado, vermelha e ofegante. E o pior ainda foi ver que a velha com o suéter da Ralph Lauren estava bem na nossa frente. Fora ela que abrira a porta.


– Meu Deus! – ela exclamou nos olhando – Como os jovens de hoje são! No meu tempo não havia essas safadezas de ficar se pegando no banheiro! Sinceramente, olha o que eu preciso ver!


Então ela saiu bufando e praguejando, enquanto eu não sabia onde enfiar a minha cara. Tudo bem, fomos longe demais. Sentei-me no chão tentando me arrumar o máximo possível, enquanto Bill fazia o mesmo, ele parecia tão sem-graça quanto eu. Ele olhou para mim rubro, então passou a mão pelas minhas costas e começou a subir o zíper.


– Eu não sou assim a maior parte do tempo – ele disse realmente envergonhado.


– Conta outra – eu disse rindo – Conheço você, garoto vampiro. Da próxima vez que decidir me sugar, me avise.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Angels Dont Cry" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.