Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 34
Capítulo 34 - Aumente sua auto-estima




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– Você fez tudo errado! – Mischa exclamou quando finalmente conseguimos um táxi – Ele estava do seu lado! Devia ter andado calmamente, dado uma olhada no chão antes de se aventurar a fazer algo como aquilo.


– Eu estava nervosa, não sabia o que fazer! – eu retruquei de volta – E também não vi o chão molhado nem aquele banco!


– Você é Hedvig, não fica nervosa com coisas bobas como essa! Você não tem medo de relacionamentos nem de caras, sempre está mostrando quem manda. O que houve de errado dessa vez?


– Não sei, eu simplesmente tenho medo que ele não goste de mim, de que não dê certo, de que vir para cá seja um erro.


– Primeiro, se ele não gostar de você, o mande para o espaço como você faz com todas as pessoas que não vão com sua cara. Segundo, se não der certo, estamos em Paris, há diversos caras franceses prontos para um romance. Terceiro, você veio aqui para ir atrás do seu sonho, não é um erro.


– Está certa! – eu disse sentindo minha coragem voltar – Vou conseguir, afinal sou Hedvig Nondenberg!


– Sim, e você sabe usar uma espingarda! Se não der certo, já sabe o que fazer com ela! Bang! Bang! Bang! – ela disse me cutucando e me fazendo pular dessa vez.


Quando o pai de Mischa disse que ia pagar tudo, eu realmente deveria ter esperado algo grandioso. Lá estava o hotel onde íamos ficar, em plena Champs Elysées, mas ele nem de longe era meio rústico como o de Bill, parecia ser mais moderno, mas com aquele toque aristocrata. O nosso quarto era bem mais aberto, todo em cor branca e vivaz, com uma varanda enorme e cortinas brancas com renda nas janelas. Havia duas camas no local, duas camas grandes e cheias de almofadas.


– Muito bom! – exclamou Mischa dando uma olhada no quarto – É bem iluminado, nada muito rústico e entristecido. O que acha?


– Eu gostei – eu disse sentando na cama e percebendo como ela era mole, me senti em um pula-pula – Dá para ver o arco do triunfo da varanda.


– Sim! E também ficamos com um acesso mais fácil as lojas de roupas, precisamos renovar todo nosso guarda-roupa. Principalmente se você vai querer ficar bonita para o seu vocalista.


– Bem... eu sei em que hotel ele está – eu disse pensativa – Mas acho que não devo ainda ir vê-lo. Acho que devo esperar o momento certo.


– Como assim? – Mischa exclamou pasmada.


– Vamos supor, se eu viesse para a França apenas com o interesse de estudar e não soubesse de nada sobre o meu futuro, no aeroporto eu não o teria procurado. Já que eu supostamente não o conhecia, então seria apenas algo passageiro, sem nenhum grande valor. Tão próximos e tão distantes. Mas se tivéssemos que nos conhecer, algo aconteceria, no momento certo.


– Então vai entregar sua sorte ao destino? – ela perguntou pensativa.


– Eu vou, é o que acho certo a fazer.


– Isso me lembra de um filme, que uma mulher encontra um cara várias vezes, mas não ficam juntos por que já tem outros compromissos. Então eles decidem brincar com o destino, ela escreve no livro favorito dela o número de telefone dela e vende, dizendo que se fosse para ele encontrá-la, o livro viria até ele.


– É um filme, Mischa. Duvido que se eu fizesse uma coisa dessas, iria acontecer – eu disse suspirando.


– Tudo bem, não vamos ficar tristes, afinal estamos em Paris e precisamos fazer compras. Então vamos fazer isso agora! – ela disse me puxando para eu me levantar – Isso sempre me anima quando estou triste, então vai animá-la também.


Concordei levemente, e acompanhada de Mischa, nós descemos até o hall do hotel para irmos até a Champs Elysées que estava lotada de pessoas, afinal o Natal estava se aproximando – novamente – e as pessoas precisavam fazer compras. Mischa apenas me guiou pelo local, apontando para todas as lojas e fazendo comentários bons ou ruins. Paramos em frente a uma loja enorme com vários manequins na frente, parecia ser um lugar bem chique, acho que até demais para mim.


– Olá Georgette! – Mischa disse cumprimentando a atendente – Que bom vê-la novamente!


– Mischa, quanto tempo! – ela disse a abraçando – Você vai adorar as roupas que chegaram, vou te mostrar todas as novidades! E quem é essa?


– Ah, essa é Hedvig, minha melhor amiga, ela veio comigo – Mischa disse me apresentando a mulher.


– Prazer em conhecê-la – Georgette disse apertando minha mão – Você também vai adorar as roupas!


Claro que eu iria adorar, só quero ver se eu iria conseguir pagar. Mas Mischa havia me dito que Georgette fazia descontos especiais para ela, já que ela sempre comprava nessa loja. E como ela era a dona da loja, ela podia fazer esse tipo de coisa para clientes especiais. Isso não me deixou aliviada, afinal minha melhor amiga é podre de rica e eu não posso dizer a mesma coisa de mim mesma.


Mas acho que Georgette não sabia sobre minha infra-estrutura, por que começou a jogar várias roupas para mim, dizendo que aquela ficava boa, aquela outra não, que aquela combinava comigo e por aí vai. A maioria eu achava que não fazia muito a minha cara, apesar das roupas serem realmente bonitas.


– Alô? – disse Mischa no telefone que tocava, tentando segurá-lo com uma mão, enquanto com a outra segurava várias roupas – Ah! Que incrível! Sim... claro... pode contar comigo. Sim... sim... OK! Até mais e obrigada!


– Quem era? – eu perguntei.


– Ah, era uma amiga de minha mãe, ela ouviu falar que eu estava por aqui e quis me convidar para uma festa amanhã à noite – Mischa disse sorrindo só de ouvir a palavra festa – Ela está chamando algumas pessoas importantes, então vai ser meio que uma festa VIP! Você está convidada, claramente, vai comigo.


– Uma festa? – eu perguntei piscando os olhos várias vezes – E qual o porquê da festa?


– Não sei bem, é algo relacionado a uma comemoração para uma coisa nova que vai sair amanhã – ela disse dando de ombros – Mas isso não importa, o que importa é que estaremos lá. Por isso, Georgette, nos apresente roupas de festas!


Claro que a mulher nos apresentou diversos vestidos e nos mandou para os provadores para que pudéssemos prová-los e quem sabe deixar um sorriso feliz na cara dela ao falarmos que compraríamos. Ela também nos mostrou algumas jóias que combinariam com as roupas, eram colares, anéis e braceletes.


Apesar de o movimento estar grande na loja, ela tentava dedicar o máximo de atenção a nós. Eu vestia as roupas e me olhava no espelho, algumas eram chiques demais para mim, nada do que eu usualmente eu vestiria. Tentei focar mais em roupa de festa, afinal era nisso que eu iria precisar. Foi quando eu estava tirando um vestido prateado que eu deixei cair um dos braceletes no chão, ele rolou pelo chão até sair provador.


Coloquei a minha mão por baixo da porta do provador tentando localizar o bracelete, afinal eu não podia sair, estava praticamente nua. Então uma mão o estendeu por baixo do provador, uma mão que eu conhecia, afinal já a tinha analisado antes quando estávamos no banheiro do aeroporto.


– Aqui está – ele disse do outro lado da porta – Você deixou cair, não é?


– Eu... – eu não conseguia dizer nada, estava petrificada, sem acreditar no que estava acontecendo – Obrigada!


Eu peguei o bracelete lentamente, sentindo os dedos dele nos meus. Ficamos por alguns segundos daquele jeito, como se ele também pudesse sentir que quem estava desse lado era eu. Mas uma hora ele teria que ir, então sua mão desapareceu e eu fiquei ali parada, olhando para o bracelete prateado.


Quando acordei, comecei a colocar minha antiga roupa rapidamente, precisava vê-lo, talvez falar com ele, ou apenas queria que ele me visse. Então quando me aprontei, abri a porta do provador e comecei a procurá-lo naquela confusão de pessoas que estavam ali. Mas ele não estava em nenhum lugar, em nenhum dos provadores e em nenhuma parte da loja.  Corri para a Champs Elysées olhando para todos os lados, tentando localizá-lo, mas não havia sinal nenhum.


– O que foi? – Mischa exclamou me seguindo – O que está fazendo?


– Ele esteve aqui – eu disse com uma voz triste – E eu não pude fazer nada.


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