Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 33
Capítulo 33 - Não corra e olhe por onde anda




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Naquela noite, o Senhor Sjodin jantou em casa. Mischa parecia estar iluminada de felicidade, acho que fazia séculos que ela não fazia isso com o pai dela e ele até que falou bastante para um homem que parecia turrão. Meu pai até trouxe um pouco de vodka para tomarmos, claro que para mim ele deu um copo bem pequeninho, mas se ele soubesse já quanto eu tomei disso!


Depois o deixamos conversar com Mischa, para eles colocarem em ordem tudo que deviam. Eu fui para o meu quarto e olhei para o calendário onde eu marcava quantos dias faltavam até chegar dia 14 de dezembro. Já tinha falado para os meus pais que iria para Paris dia 13 para tentar arrumar emprego e alguma vaga na Academia de Belas Artes. Tentei me manter informada sobre o paradeiro do Bill, tentando descobrir por onde ele andava e se ia mesmo para lá.


Eu também andava ouvindo as músicas dele, quando ouvia sua voz era como se eu estivesse realmente perto dele. O que me incomodava era que eu realmente não saberia o que fazer quando o encontrasse, não sabia como proceder, será que ele iria sentir que eu era a garota que ele esperava? Bobagem! Tantas garotas por aí e ele vai se importar justo comigo? Além de que as chances de eu conseguir conversar com ele são mínimas. Talvez valha a pena sonhar.


 


– Meu pai vai pagar tudo – Mischa disse para mim quando estávamos no avião, indo para a França – Ele falou que isso é o mínimo que pode fazer pelo que fez por mim, me acolheu e mostrou o verdadeiro significado de uma família.


– Não é grande coisa, não precisava, eu tenho dinheiro – eu disse realmente agradecida, mas incomodada ao mesmo tempo.


– Guarde o dinheiro para gastar enquanto estiver lá! Isso é o mais espero a fazer, afinal têm tantas lojas, vou te levar a várias – ela disse realmente animada, abrindo outro saquinho de amendoim – Esses amendoins que servem nos aviões são tão bons!


– Estamos na primeira classe, você devia ter escolhido champanhe isso sim!


– E chegar bêbada na França? De jeito nenhum, lá não se pode perder a classe de forma nenhuma – ela disse rindo.


Eu nem conseguia dormir, estava eufórica, principalmente depois de ler em um site que Tokio Hotel iria lançar um novo clip justamente no dia 14, o que significava que eles – talvez – estariam na França, naquela festa. Parecia uma coisa tão distante agora, eu me lembrava de ter dançado com Tom, de ter participado de uma guerra de comida e de depois ter beijado Bill pela primeira vez.


– E o cara com quem você sonhou? Do Tokio Hotel? – Mischa perguntou, praticamente lendo minha mente.


– Ele está vindo para cá também, deve estar em algum avião chegando da Alemanha. Queria poder encontrá-lo – eu disse suspirando – Mas acho que será uma coisa meio difícil.


– Se eu fosse você, não me preocuparia. Se já aconteceu antes, certamente vai acontecer novamente. Você conseguiu vir para Paris e já é meio caminho andado, deixe que o destino mostre para você qual será o próximo passo.


– Pensei que não acreditasse no que eu te contei sobre tudo.


– Eu não acredito, mas em destino, isso sim eu acredito – ela disse sorrindo e talvez se lembrando de um dos seus filmes.


O avião avisou que iria pousar, e na janelinha, ao longe já se podia ver a Torre Eiffel sendo iluminada pelo céu da manhã. Meu coração parecia que a qualquer momento iria rasgar meu peito e sair correndo. Nem acreditava que estava em Paris, viva e pronta para tentar fazer o melhor por mim, além de que, Bill está por aí, em algum lugar.


Descemos do avião e estava tremendo quando finalmente meus pés tocaram o chão parisiense. Mischa também estava toda animada, tagarelando e colocando seus óculos de sol para evitar todo aquele sol. Fomos até o aeroporto esperar por minha mala e as oito de Mischa, pelo visto, iríamos ficar um bom tempo ali, ainda mais quando havia várias pessoas.


– Respire, Hedvig, se não a qualquer momento você vai desmaiar – Mischa disse vendo que eu estava muito nervosa.


– Eu estou bem – eu disse respirando fundo – Eu...


Então eu o vi, meus músculos ficaram hirtos de repente sem acreditar no que meus olhos viam. Bill estava do lado de Nathalie conversando, igual ao dia que eu estive lá, só que dessa vez não havia uma Hedvig fantasma ao seu lado. Não fazia ideia do que fazer, eu queria correr até ele e pular nos seus braços, mas meus pés não saíam do chão.


– Mischa – eu disse com uma voz tremida – Lá está ele. Ele está aqui!


– O que? – ela exclamou tirando os óculos de sol e tentando localizá-lo – Aonde? Qual deles?


– O de cabelo preto, conversando com a loira. Eu não consigo acreditar! Eu nem sei o que fazer! – eu disse ficando cada vez mais nervosa.


– Calma! Nem eu acredito no que está acontecendo, mas... Você precisa falar com ele, não o agarre nem nada, por que só você sonhou o ocorrido, ele nem faz ideia de quem seja você.


– Não posso falar com ele – eu disse a cortando – Ele vai pensar que sou uma fã dele ou que estou interessada no dinheiro dele. Não tenho a mínima chance.


– Hedvig, tudo que você sonhou, até agora aconteceu. Vai lá e tenta algo, você simplesmente não pode ficar parada sem fazer nada! – Mischa disse me empurrando para onde eles estavam – Eu cuido das malas, mas faça algo!


Tudo bem, eu sou Hedvig, não tenho medo de nada, então por que estou com medo de enfrentá-lo? Eu conheci o Bill, sei mais ou menos como ele é, tenho todas as cartas na manga, não posso simplesmente desistir. Mas como eu estou? Será que é decente? Estou basicamente com uma bata vermelha e xadrez, calças de couro pretas, colete de couro e botas quase até o joelho. Bem... está bem Hedvig!


Agora eu tenho que planejar o que vou fazer, se vou falar com ele ou deixar as coisas como estão e ver o que acontece. Hey, talvez eu deva passar na frente dele! Talvez se ele me ver, quem sabe ele não sente algo por mim? Então decidi caminhar até onde ele estava, casualmente, como se fosse uma turista querendo dar uma olhada em tudo.


Então eu não vi um banco por causa da multidão acumulada em um lugar e caí com tudo no chão, fazendo praticamente todas as pessoas do aeroporto olharem para mim. Eu realmente não sabia onde enfiar minha cara – quero dizer, ela já estava enfiada no chão –, acho que tenho tendência a cair sempre que tento me apresentar a alguém.


– Você está bem? – eu ouvi uma voz conhecida, não, não era Bill para minha decepção. Na verdade se tratava de Nathalie que estendeu a mão para mim para me ajudar a levantar.


– Ah, não foi nada – eu disse me levantando com a ajuda dela – Foi apenas falta de atenção... eu não vi o banco...


Quando olhei atrás dela, tentando localizar Bill, ele não estava mais lá. Olhei ao redor o procurando, então o vi pegando sua mala na esteira, perto de onde eu estava antes. Do seu lado estava Mischa fazendo sinal para mim e apontando para ele, só espero que ele não perceba o escarcéu que ela estava fazendo!


– Obrigada, mas agora eu tenho que ir! – eu disse apertando a mão dela e saindo dali o mais rápido possível. Mas enquanto eu corria para lá, notei que Mischa estava fazendo algo diferente, fazia um sinal negativo.


Pena que descobri tarde demais. O piso estava molhado e levei um escorregão pior que o outro e acabei parando na esteira junto com Mischa. Quando levantei um pouco a cabeça, com todo meu cabelo caindo no meu rosto vi que ao meu lado havia um Bill extremamente assustado. Então apenas deixei o cabelo cobrir todo meu rosto que estava rubro e o deixei ir.


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