Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 28
Capítulo 28 - Reate laços antigos




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– Então você terminou com Lukas? – Mischa perguntou quando me viu sentada na escadaria da faculdade – É o que todos estão comentando, muitas pessoas ouviram a conversa. Você devia ter fechado o quarto.


– É bom que todos saibam – eu disse calmamente – Não sou tudo que imaginam.


– Mas terminar com Lukas, Vig? Quero dizer, há tantas loucuras para se fazer e você faz isso? Eu realmente pensava que vocês iam se casar!


– Ele me traiu. Não quero saber mais dele.


– Você o ama, Vig. Pode perdoá-lo, não pode?


Tudo bem, isso estava sendo muito mais difícil do que eu imaginava. Eu gostava de Lukas, eu realmente o amava, mas isso já tinha acabado. Da última vez eu tinha nos matados, agora era a vez de eu concertar tudo. E eu realmente estava vendo como as coisas eram, talvez Lukas não se importasse comigo, estava apenas tentando cuidar de sua reputação, tentando encontrar a namorada perfeita para apresentar a seus pais. Mas eu assistia seriados e sabia que por trás de todo bom executivo, há uma amante.


– Não, não posso – eu disse rispidamente – As únicas coisas que me preocupam agora é: falar com minha família e ir à França. Tenho dois meses para isso e acho que tenho que fazer tudo o mais rápido possível.


– Você não tirou essa ideia louca da cabeça? Hedvig, isso foi apenas um sonho, você não morreu, apenas ficou em coma por tempo o suficiente para me fazer chorar igual a uma louca. E tenho certeza que você não teve tempo para morrer, ir para o futuro e renascer no passado.


– E se isso for um aviso? Não acredito muito nesse tipo de coisa, mas vai saber. Realmente quero tentar Mischa. Por exemplo, você sabia que meu sonho de dois anos atrás era ser artista plástica e trabalhar com desenhos? Mas não segui em frente, por que me diziam que isso não dava dinheiro, que eu não teria uma boa infra-estrutura no futuro. Então achei uma revista no consultório de odontologia que eu ia e falava sobre diplomacia. Foi assim que quis ser diplomata. Foi apenas uma última opção.


– Legal – ela disse pensativa, enquanto segurava um copo de chocolate quente, ela parecia bastante pensativa – E eu nem queria estar na faculdade, meu pai só quer que eu tenha um diploma para mostrar para seus amigos: “Olhe, tenho uma filha que será uma grande executiva igual a mim!”. Mas eu não preciso disso, por que simplesmente meu pai vai me colocar para trabalhar na sua empresa. Meu sonho era apenas aproveitar a vida e nada mais, acho que por isso vivo arrastando você para essas festas.


– Então abandone isso tudo e venha comigo – eu disse sorrindo para ela – Encontre a si mesma também. Acho que não quero viver mais alguns anos nesses corredores, ouvindo todos falarem de mim como se eu fosse uma espécie de passatempo.


– O que vai fazer quando for para a França?


– Eu vou tentar localizar Bill, mesmo que você ache idiota ou algo do tipo e vou tentar realizar meu sonho. Vou virar uma famosa artista plástica.


– Isso parece tão... diferente do que eu conhecia de você – Mischa disse revirando os olhos – Eu gostaria de saber realmente o que aconteceu enquanto estava em coma.


– Eu contei a você, não é minha culpa se não acreditou!


– Claro, é maluquice. Não acredito nesse tipo de coisa.


– Uma hora você vai acreditar – eu disse me levantando – Vou para o meu quarto agora, quero tentar falar com minha família, vou trancar minha matrícula e tentar recomeçar minha vida.


– Hum... vou ficar aqui com meu chocolate quente, ainda tentando descobrir o que faço da minha vida...


– Espero que descubra – eu disse piscando para ela.


Mischa parecia ser tão perdida quanto eu, acho que por isso nos dávamos bem. Talvez seja o momento de nós nos encontrarmos. Agora eu teria que enfrentar outras pessoas: os meus pais. Tinha medo de que eles simplesmente me dissessem que não tinham uma filha, que eu fora deserdada ou que não me perdoavam. Mas eu tinha que tentar, não é? Sei que sou forte o suficiente para isso.


No corredor novamente, várias pessoas olhavam para mim e cochichavam, eu era capaz de ouvir meu nome e o de Lukas. Isso seria uma das coisas mais comentadas durante esses dias, só não precisava dar mais motivos para meu nome sair rodando por aí de boca em boca.


Fui para o meu quarto e ele estava vazio, mesmo com a porta aberta, as pessoas não entravam assim no domínio dos outros. Peguei o telefone e fiquei olhando para ele, sem saber ao certo o que fazer. Será que era o mesmo número? Ou eles haviam mudado para que eu não ligasse para eles? Pare de pensar besteiras, Hedvig! Faça isso logo! Disquei o número que eu ainda sabia de cor e esperei que alguém atendesse. A cada bip, meu coração parecia quase sair do meu peito.


– Casa dos Nondenberg – uma voz feminina atendeu, falando calmamente – Com quem deseja falar?


– Mãe?  – eu disse como um sufoco, senti que do outro lado, a pessoa que atendera ficara tensa, dava para perceber por causa da respiração.


– Hedvig? – ela disse com a voz embargada – É você? Meu Deus! Como está?


– Eu estou bem, mamãe! – eu disse sem conter as lágrimas que caíam pelo meu rosto – Estou em Estocolmo e passei em Diplomacia. Mas isso não importa, como está o papai e o Joe?


– Não acredito que você ligou, estamos tão preocupados! Já faz quase um ano que você foi embora, não sabíamos mais o que fazer.


– É Hedvig no telefone? – eu ouvi a voz do meu pai ao longe – Meu Deus! Passe para mim!


– Calma, estou falando com ela! – minha mãe disse.


– Mãe, acho que estou voltando para casa – eu disse rapidamente, querendo saber logo de uma vez o que ela pensava.


– O que? Como? Mas você não passou na faculdade, não era o que queria?


– Eu sei, era o que eu fingia querer. Não é meu sonho de verdade ser diplomata e você sabe disso. Eu queria voltar para os meus quadros, para o que eu amava fazer antes.


– Então você vai voltar para nós? – minha mãe disse chorando do outro lado.


– Sim, mas não sei por quanto tempo, eu realmente tenho que organizar minha vida e planejar outras coisas. Mas não quero ficar brigada com vocês dessa forma, quero ter minha família de volta.


– Oh, meu Deus! Estou tão feliz em ouvir isso! Papai e Joe querem falar com você, também estão eufóricos!


Não sei quanto tempo fiquei falando no telefone, só sei que matei um pouco da saudade que tinha deles. Falei com meu pai, ele contou tudo que aconteceu em Luleå enquanto eu estive fora. Joe com seus cinco anos falava sem parar e coisas meio sem nexo, mas fiquei feliz em poder falar com eles. E lá estava no meu mural, no canto havia a mesma fotografia que estava no meu Facebook.


Quando eu desliguei o telefone senti que realmente tudo poderia melhorar, que eu não estava fazendo uma besteira. Em algum lugar do mundo, Bill estava por aí sem saber o que estava para vir, nem eu saberia, afinal sabia como proceder quando estava morta, mas não faço ideia do que vou fazer agora que estou viva. Talvez eu deva deixar isso nas mãos de alguém que está lá em cima, olhando por mim. Acho que se algo tiver que acontecer, acontecerá.


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Notas finais do capítulo

Gente, mil perdões por poucos capitulos, o Nyah não me deixa postar com esse maldito servidor, se fosse por mim eu postava vários em um dia só, mas não da! Espero que entendam!



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