Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 25
Capítulo 25 - Parabéns, você concluiu sua missão!




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Eu estava deitada ao lado de Bill, com a cabeça encostada em seu ombro, enquanto seu braço estava em volta de mim. Meu coração batia depressa, o relógio marcava onze e cinquenta e em dez minutos tudo se acabaria.


– Hedvig, lembra do dia que você apareceu? – Bill perguntou baixinho para mim, eu fiz que sim com a cabeça, afinal como eu poderia me esquecer? – Eu estava na cobertura, mal humorado com tudo e todos, por isso eu estava sozinho, precisava de um tempo só para mim. Fiquei observando a cidade, o céu... quando eu vi uma estrela cadente, então fiz um pedido, desejei algo ou alguém para mudar a minha vida. Uns minutos depois, você apareceu.


– Mas você não acreditou em mim no primeiro momento.


– Não, por que eu vivo sendo perseguido por fãs, então pensei que você fosse mais alguma tentando invadir o hotel. Mas depois que tudo se esclareceu, eu percebi que de certa forma, o que eu havia pedido, tinha se realizado.


– Claro que não era o que você imaginava, quero dizer, eu acabo com quaisquer expectativas de qualquer pessoa.


– Não fale assim – ele disse rindo – Eu realmente fico feliz de você ter vindo, acho que outra pessoa não serviria para mim. Por que se você ouviu quando eu disse que a amava, é bom saber que não falo isso por falar e nem para qualquer pessoa.


– Sim, eu sei – eu disse sorrindo – Se eu pudesse, Bill, eu não teria feito o que fiz quando morri. Teria deixado isso de lado e ido até você, teria feito a coisa certa e não destruir tudo como eu fiz.


– Eu sei – Bill disse tristemente – Você mudou Hedvig, eu mudei. Queria também ter o poder de mudar nossas vidas também...


Olhei para o relógio, era onze e cinquenta e nove. Um minuto. Meu coração se congelou, era agora.


– Meu tempo está acabando – eu disse começando a chorar e vi que também havia lágrimas nos olhos dele – Bill, eu te amo realmente. Mas quero que siga com sua vida, quero que sua banda seja a mais famosa do mundo, quero que você conquiste tudo que quer, que você case, tenha filhos e seja feliz. Desejo uma vida longa para você e se alguma vez pensar em desistir, lembre-se de mim e siga em frente. Um dia vamos se encontrar novamente.


– Obrigado Hedvig, por tudo – ele disse beijando minha testa e depois meus lábios – Tome jeito e seja feliz agora.


Meia noite. Eu ainda sentia os lábios dele aos meus quando tudo ficou escuro, quando senti uma sensação estranha no meu corpo. Quando voltei a abrir meus olhos, não estava mais no quarto de Bill, eu estava de onde eu parecia ter saído, estava na sala de Deus novamente, sentada na cadeira de couro, olhando para um homem negro e forte, mas com aquele olhar cheio de sabedoria.


– Olá Hedvig! Bem vinda de volta! – ele disse abrindo os braços e com um sorriso enorme. Mas eu estava chorando, não conseguia conter os soluços nem as lágrimas que empapavam meus olhos – Por que choras, minha filha?


– Eu fiz tudo errado novamente – eu disse tentando limpar as lágrimas com as costas de minhas mãos, mas parecia que quanto mais eu fazia isso, mais eu chorava – Não fiz o que o Senhor queria, eu falhei como sempre.


– Por que acha isso? – ele perguntou bondosamente.


– Por que eu não achei a garota certa para o Bill, por que eu o deixei iludido lá na Terra, eu abandonei meu protegido e segui apenas o que eu queria para mim.


– Tem certeza? – ele perguntou – Lembra-se quando eu mandei uma carta para você, Hedvig? A primeira que falava sobre Bill? O que eu pedi que fizesse por ele?


– Você disse... que ele andava triste, não encontrava sentido na vida... mesmo ele tendo tudo que queria – eu disse me recordando aos poucos.


– É isso Hedvig, não pedi para você achar a alma gêmea dele, não pedi para achar alguém para que ele se apaixonasse. Pedi apenas que o tornasse feliz, que mostrasse o outro lado da vida que ele se esquecera e foi isso que você fez.


– Mas... mas... – eu disse tentando encontrar motivos para que ele me xingasse e não fosse bondoso comigo. Eu não merecia isso – Eu fui além, eu fiz coisas que não se podiam fazer.


– Por quê? Só por que estava morta? Hedvig, não é pecado de apaixonar e não quando isso é verdadeiro. Eu não posso proibir uma pessoa como você que só encontrou tristeza, dor e desilusão, que abominava o amor. Não foi só Bill que mudou, você também não é mais a mesma e era isso que eu queria.


– Então o que eu fiz de errado? – eu perguntei sem entender nada.


– Nada – ele disse sorrindo para mim – Você levou Bill para conhecer Paris, mostrou para ele que havia muito ainda para se ver e que ele ainda tinha muito a viver. Com isso, mostrou a si mesma que não pode se desistir dos seus sonhos, que eles são tudo que uma pessoa tem de verdade. Você deixou Bill tentar se apaixonar por outra pessoa, mesmo que não fosse você, com isso mostrou compaixão e humildade. Você se importava mais com a felicidade dele do que com a sua.


– Mas eu era a anja da guarda dele, deveria agir de um modo mais profissional, evitar que meus pensamentos pessoais se misturassem com meu trabalho.


– Hedvig, você nunca foi anja da guarda dele, eu não poderia dar tantos poderes para uma pessoa como você que ainda não sabe controlá-los. Além de que não se pode trocar anjos da guarda assim como se eles fossem trabalhadores, eles são muito importantes. Você foi para lá como uma Anja da Morte.


– Então... você mentiu para mim? – eu exclamei ultrajada. Deus mentiu para mim!


– Não, se você tivesse prestado atenção nas aulas de como ser um Anjo da Morte, saberia que Anjos da Guarda não podem ser trocado, por que são um tipo muito especial. Além de que algo inusitado aconteceu, Bill era capaz de te ver como eu presumi.


– O que isso quer dizer? Por que ele era capaz de me ver? – eu disse cada vez mais confusa.


– Não sabe Hedvig? Se você não tivesse morrido talvez você tivesse se encontrado com Bill. Se isso tivesse realmente que acontecer, por que você acha que Bill te viu mesmo depois de morta?


– Por que precisávamos nos conhecer – eu disse surpresa, agora começando a entender – Eu sou a pessoa para ele?


– Não sei – ele disse dando de ombros. Como ele pode não saber? Ele é Deus! – Algumas perguntas você mesma que terá que descobrir as respostas. Mas é com orgulho que digo que você passou Hedvig, pode ir para o Céu, finalmente.


– O que? – eu exclamei ficando de pé de repente – Está brincando, não é?


– Não, você passou, se tornou uma boa pessoa – ele disse se levantando também – Aprendeu a amar e isso é o que eu mais queria que aprendesse. Mas saiba que ao ir para lá, recomeçará uma nova vida e terá que abandonar a antiga.


– Quer dizer que vou me esquecer de tudo? – eu exclamei assustada, segurei o colar que Bill me dera fortemente, com medo de que ele pedisse aquilo – Não posso fazer isso.


– Hedvig, você não pode viver de passado...


– Não vou me esquecer do Bill, de forma nenhuma quero esquecer tudo, eu prometi a ele. Prefiro ir para o Inferno, mas não vou esquecer tudo que vivi com ele, vou esperá-lo até podermos ir juntos para o outro lado.


– Você prefere ir para o Inferno e ser atormentada por suas lembranças do que ir para o Céu? Prefere escolher ele ao seu paraíso eterno?


Eu não sabia o que dizer, eu havia conquistado tudo que eu queria, mas não era da forma que eu imaginava. Queria realmente ficar em paz e ir para o Céu, só que de forma nenhuma eu queria me esquecer de Bill, eu havia prometido guardar cada memória comigo até ele se juntar a mim. O que vou fazer quando ele chegar ao Céu e nenhum de nós nos reconhecermos por que teremos que viver uma nova vida?


– Sim – eu disse firmemente – Vou para o Inferno, fico o tempo que tiver até Bill morrer. Então eu vou com ele para o outro lado.


– Tem certeza que é isso que você quer, Hedvig? Você não merece o Inferno – Deus disse pacientemente.


– Tenho toda certeza.


– Então, Hedvig, venha comigo – ele disse colocando a mão em meu ombro carinhosamente e me levando até um lado da sala onde tinha uma porta marrom escuro que eu não tinha visto antes. O medo começou a tomar conta de mim, mas o engoli todo – Bill não poderá viver sem você, sabia? Vamos dizer que hoje, às sete da noite em plena Champs Elysées, o carro dele sofreria um acidente fatal?


– O que? – eu exclamei quando ele abriu a porta e vi um lugar todo escuro – Mas...


– Sim, mas acho que às vezes, Hedvig. As pessoas apenas deveriam me escutar, eu sussurro as verdades para elas, mas poucas são capazes de me ouvir. Mas acho que você me ouviu, acho que tudo pode dar certo daqui para frente.


– Como assim? – eu perguntei sem entender nada.


Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, Deus colocou a mão por trás das minhas costas e me empurrou pela porta. Eu caí na escuridão, no infinito, não sabendo quando eu me encontraria com o chão. Só sei que vi vários rostos enquanto caía, o de mamãe, papai, o pequeno Joe, Mischa, Lukas e... Bill. O rosto dele foi o último que eu vi.


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Notas finais do capítulo

Aqui termina a primeira parte da fanfic agora bora para a a segunda parte /o/



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