Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 24
Capítulo 24 - O amor é o tesouro mais valioso




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Charlotte havia ido embora, já eram sete da noite e ela ainda tinha trabalho na Starbucks. Eu estava flutuando ao lado de Bill, enquanto ele acenava para ela. Sentia-me incrivelmente triste, mas tentei não demonstrar, afinal eu conheci Paris, a Torre Eiffel, o Rio Sena, Notre Dame e agora o Museu do Louvre. Devia estar feliz por apenas ter tido essa oportunidade.


– E então? – eu perguntei tentando quebrar o silêncio que se instalara entre nós – Como se sente? Acha que consegui concluir minha missão?


– Claro que conseguiu concluir a missão – ele disse olhando para o relógio – Mas não dá.


– O que não dá? – eu perguntei atônita. O que ele estava querendo dizer?


– Não posso enganar Charlotte – ele disse com a voz baixa – Estou fazendo isso por você Hedvig, mas realmente não quero passar o dia todo ao lado dela quando gostaria de estar perto de outra pessoa.


– Não – eu disse rapidamente me virando para ele – Não, você não pode abandoná-la Bill, você ama ela e eu sei disso. Você vai gostar dela mais ainda com o tempo.


– Não vou, Hedvig. Eu não a amo, ela pode ser legal, bonita, mas amor... não é o que eu sinto.


– Sim, é o que você sente – eu disse desesperada. Olhei para os lados vendo se ninguém estava nos olhando e me materializei do jeito que eu estava, senti um frio cortante graças as minhas roupas curtas, mas não ligava – Você a ama, não minta!


– Eu não amo ela, Hedvig! – ele disse segurando meus braços quando comecei a segurar a camiseta dele – Eu amo você! E não quero jogar fora essas cinco horas que tenho ao seu lado! Juro que tentei fazer de tudo, se eu saí com a Charlotte foi por você, queria que você conseguisse ir para o Céu. Mas sei que sou um egoísta, hipócrita, o que for, só não quero realmente que você vá embora sem saber o que sinto de verdade.


– Não... – eu disse com a voz embargada. Não era isso que você queria Hedvig? Não queria que ele dissesse isso? – Bill, por favor...


As palavras dele pareciam ter ficado gravadas em mim, eu queria tanto que isso acontecesse, mas parecia tão errado. Então mais lágrimas deslizaram pelo meu rosto. Não ligo mais, não ligo mais para o Paraíso, não ligo de ir para o Inferno, não ligo de acabar com o resto de vida que eu tenho.


– Eu também te amo, nem que por isso eu tenha que ir para o Inferno. O que eu mais quero é ficar ao seu lado! – eu disse o abraçando com toda força que eu tinha – Se for para eu dar um jeito na minha vida, que seja dessa forma.


Ele me abraçou de volta, me apertando contra si. Eu era capaz de ouvir o coração dele batendo e o meu também. O meu coração estava batendo de verdade, parecia até que eu realmente estava viva, não eram aqueles batimentos falsos, apenas para enganar. Havia vida neles.


– Precisamos conversar, Vig – ele disse levantando meu rosto para poder encará-lo – Temos que ajeitar tudo, não quero que isso acabe desse jeito.


– Eu sei, mas não me importo, Bill. Existem coisas mais importantes que a felicidade e não me importo de abdicá-la por você. Não importa para onde eu vá, o que eu quero é guardar todos esses momentos para sempre – eu disse enquanto ele começou a procurar algo em seus bolsos e tirou uma caixinha.


– Isso é pela nossa memória – ele disse abrindo a caixinha e mostrando um colar que parecia brilhar mais que todas as luzes de Paris. Ali, havia um pingente da Torre Eiffel tão brilhante quanto à própria – Quero que leve com você, quando sentir que estiver se esquecendo de mim, olhe para ele e se lembrará de tudo. Um dia eu me juntarei a você Hedvig, não importa se for no Céu ou no Inferno.


Eu peguei o colar e olhei maravilhada para ele, talvez minhas lágrimas aumentassem o brilho que ele emanava, ou talvez fosse o significado dele que o tornava mais importante ainda. Bill o pegou de minha mão e colocou em meu pescoço, onde ele ficou acima da minha blusa do Crashdïet.


– Bill... é lindo demais! – eu não sabia o que dizer, eu estava tão feliz, mas tão triste ao mesmo tempo. Era uma mistura de sentimentos que me deixavam confusa.


– Agora vamos! – Bill disse estendendo a mão para mim – Não quero perder mais tempo sem você, Hedvig.


 


Nós voltamos para o hotel, os outros garotos estavam preocupado com Bill, alegando que ele ainda saindo demais. Bill apenas disse que estava querendo conhecer um pouco de Paris, ele nunca havia saído sozinho por aí e gostaria de conhecer tudo.


– O Bill deve estar apaixonado – Tom disse brincando, fazendo os outros rirem.


– E estou – Bill disse já entrando no elevador e deixando a porta fechar enquanto todos olhavam atônitos para ele – Eles só não precisam saber sobre tudo ainda.


– Talvez seja bom que eles nem saibam – eu disse pensativa, me materializando ao lado dele. Isso causaria uma confusão, com certeza.


O elevador parou no andar de Bill, eu olhei no relógio dele e já eram oito horas e pouco. Só faltavam quatro horas antes de eu ir embora, isso estava me matando, a ansiedade de que tudo na verdade não acabasse ou que algo bom acontecesse. Mas foi quando olhei para o quarto que eu tive a verdadeira surpresa, metade dele estava escuro a outra estava iluminada pela Torre Eiffel na janela que estava perto de nós.


E havia também as luzes de natais, parecendo cristais presos ao teto, como se desse a impressão de estar em um quarto de gelo. Havia velas avermelhadas em um canto, com suas chamas dançantes na parede e um buquê de rosas na mesa central do quarto. Bill foi até o buquê e pegou uma rosa, veio até a mim e a estendeu.


– Certa pessoa me disse uma vez que uma rosa basta para conquistar uma pessoa. Então aqui está uma rosa vermelha para combinar com a cor dos lábios daquela que quero beijar e para mostrar a flor que beleza igual a sua não existe – ele disse relembrando de todas as palavras que eu havia dito – Por que é com você que essas frases tem o efeito que eu quero.


– Como... como você fez tudo isso? – eu perguntei sem saber como a decoração havia parado ali já que eu vivo seguindo Bill e saberia se ele tivesse planejado algo.


– Banheiro é o único lugar que você não me segue. Isso me ajudou de certa forma para planejar tudo.


– Mas... mas... – eu disse tentando encontrar palavras – Ah, eu te amo, garoto vampiro!


Deixei a rosa de lado e o envolvi com os meus braços para poder beijá-lo, nossos lábios se encontraram uma vez, mais uma vez e mais. O que eu sentia por ele, eu nunca senti por ninguém antes, nem por Lukas. Meu ex-namorado era o tipo de cara que eu achava perfeito para mim, o tipo de pessoa que todos falavam: “Esse é para a Hedvig”. Bill e eu éramos uma combinação totalmente diferente que pelo incrível que pareça deu certo.


As mãos de Bill passaram por minhas costas, retirando meu casaco de couro que caiu no chão, ele me trouxe para mais perto dele, descendo seus beijos para o meu pescoço. Tudo bem, tudo bem, as coisas estão indo meio rápidas demais! Quero dizer, meus relacionamentos nunca avançaram nessas proporções por que eles nunca deram certo e... estou com um pouco de medo.


Mas não adiantava mais eu pensar de forma coerente, quero dizer, essa é minha última vez no mundo dos vivos e agora estou arrancando o casaco dele fora. Tchau Dior, novamente! E conforme ele avançava para mim, eu ia dando passos para trás, até que me encostei a algo e caí o levando junto comigo. Estávamos na cama, meu Deus do céu! Vou para o Inferno! E quem disse que me importei?


Só sei que eu sabia que isso teria que acontecer. Ele me amava e eu o amava, queria coisa mais simples que isso? Além de que tínhamos pouco tempo juntos, por que desperdiçamos todos os nossos segundos preciosos tentando ser o que não éramos e tentando esconder o que sentíamos. Mas talvez tudo deveria acontecer dessa forma, por mais que seja errado. Acho que é uma das primeiras vezes que não me arrependo do que fiz.


Quando me disseram que o amor bastava, eu não acreditei. Quão boba eu fui. Não são as roupas da Dior que fazem a diferença, não era o dinheiro, o poder ou a fama. Havia algo mais além disso, o resto é supérfluo. Quando você morre você descobre que tudo que você sempre almejou era nada perto do que você pode conseguir. A única coisa que levamos para o outro lado é nós mesmos e o que guardamos em nós. Apenas isso. Afinal é riqueza mais inestimável do mundo.


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