Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 22
Capítulo 22 - Um anjo sabe o que faz




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Eu não compreendia o que estava acontecendo. Bill devia estar se apaixonando por Charlotte, você tinha que ver o modo como ela começou a chorar enquanto ele cantava e ela nem sabia o que a música dizia! Mas eu sabia, por que eu entendi tudo e a mensagem não era para ela, ela para mim. Dizendo que sou uma pessoa insensível, por que simplesmente não posso ficar com ele. E talvez eu seja uma estúpida insensível, mas o que posso fazer?


Mas não tenho que me importar, Charlotte simplesmente nos deu café por conta da casa e ela não parava de falar em nenhum momento. E o pior que falava em inglês, assim eu só conseguia entender poucas palavras. Bill sorria o tempo todo, a compreendendo completamente. E eu com minha cara de tacho, notando que meu café estava com pouco açúcar.


Ela perguntou um pouco sobre mim para ele, como se desconfiasse que tínhamos algo. E tínhamos se ela quer saber. Mas Bill apenas falou que éramos amigos, ele estava saindo muito bem fingindo e eu tinha que parar de ficar com raiva. Tudo estava saindo como o planejado. Só que não parece que tudo está bem, não me sinto nem um pouco feliz.


Por quê? Por que simplesmente hoje é o meu último dia no mundo dos vivos. A meia-noite eu vou embora, para receber o fim do meu julgamento, saber o que Deus decidira quanto a mim. E não estou nem um pouco ansiosa, afinal cometi tantos erros, mas no final, tudo está indo bem, não é? Achei uma namorada para o Bill e ele me parece bastante feliz.


– Hoje é meu último dia – eu disse a Bill, para lembrá-lo, quem sabe ele havia esquecido. Percebi como ele ficou tenso de repente – E preciso de muito mais se quero provar a Deus que você está apaixonado por Charlotte.


– Não é tão rápido assim – ele disse com uma voz triste – Eu gosto realmente dela, mas ainda não é amor. Mas acho que isso já é um começo, você já conseguiu concluir sua missão.


– Mas ainda não está certo. Falta algo, eu sinto isso – eu disse com meu sexto sentido aguçado. Algo realmente me incomodava e eu não sabia o que era – Tenho que descobrir o que é.


– E quais são os planos para hoje? – Bill perguntou, parecendo preocupado comigo.


– Ver Charlotte novamente, claro. Você também tem que decidir Bill, se é ela mesmo que você quer, logo terá que voltar para a Alemanha e talvez não possa levá-la junto. Terá que pensar um pouco.


– Eu vou pensar – ele disse simplesmente.


Eu olhava o tempo todo no relógio, com medo de que a hora passasse rápido demais. Parecia que meu coração estava preso a chumbo, me sentia pesada, realmente não queria ir embora. Se eu pudesse escolher, gostaria de continuar a ser a Anja da Guarda do Bill para sempre, será que Deus me concederia esse privilégio? Tentei falar com ele, esperando uma resposta por carta, mas nada chegava.


– Hoje a Charlotte está de folga, ela me convidou para ir ao Museu do Louvre com ela, o que acha? – Bill perguntou, ao ver que eu estava sentada em silêncio em sua cama.


– Você vai, claro! – eu disse me pondo de pé e mantendo minha pose de mandona novamente – Mas eu vou como espírito, não como uma humana. Vocês precisam ficar mais a vontade.


– Como se eu fosse ficar a vontade com você ao meu lado.


– Quer dizer que prefere que eu não vá? – eu disse pensando qual seria a melhor forma de resolver esse problema. Esganá-lo era a melhor alternativa no meu ponto de vista.


– Não é isso que eu quis dizer, só disse que é difícil ficar a vontade com você por perto. Às vezes prefiro que fique como humana do que como espírito – ele disse tentando se explicar rapidamente.


– Eu vou ficar como espírito, apenas te observando de longe, vou evitar ficar na sua frente. Vai ser melhor do que eu chegar com você no Museu, Bill! Isso é algo que acaba com o dia de qualquer garota. Foi igual ao dia que marquei com Lukas de ir ao teatro e ele trouxe a mala da irmã dele, você não tem ideia de como ela pode ser insuportável.


– Você não é insuportável, eu aprendi a suportar você – ele disse se encostando à parede e levantando a sobrancelha.


– Mas Charlotte não está acostumada comigo. E ela fala demais para o meu gosto e inglês ainda, como se não quisesse que eu entendesse nada... – eu parei percebendo que eu estava falando demais. Não era para eu apontar os defeitos dela – Quero dizer, você que tem que entender, não é mesmo? Então ela tem que falar em inglês mesmo.


– Você está com ciúmes – ele disse rindo, gargalhando na verdade. E eu odeio quando riem de mim!


– Não estou com ciúmes! Claro que não, só estou comentando. Todos têm defeitos e só apontei um dela, mas acho que você gosta quando ela fala demais, afinal você também fala bastante se quer saber.


– Hedvig você não cala a boca, como pode falar dela?


– Então você quer que eu cale a boca? – eu disse já ficando neurótica. Tudo bem, o que está acontecendo comigo?


– Não! Hedvig! Só estou dizendo que... tudo bem, melhor eu ficar calado. Não estou tentando dizer o que você deve fazer ou ser, só haja do modo que quiser, entendido?


– OK, eu ajo do modo que eu quero – eu disse mal humorada, voltando a me sentar na cama e cruzando as pernas – Vou com você no museu, como espírito, ficarei longe da sua vista para você gastar saliva falando com ela. E é claro, terá que ter bons ouvidos para aguentar tanta falação. Mas é bom, por que assim vocês se apaixonam mais rápido e hoje, quando eu for embora, as portas do Paraíso estarão abertas para mim. Eu espero.


– Você realmente quer ir? Acha que não pode ficar mais?


Tudo bem, eu realmente queria ficar. Com todas as forças eu gostaria de continuar por aqui, mas o que iria acontecer? Eu iria ter que aguentar aquela maldita Charlotte do lado do Bill, além de que vou ficar para sempre ao lado dele, vendo ele se apaixonar, casando, tendo filhos e envelhecendo ao lado de uma pessoa que não sou eu. Não que eu quisesse qualquer coisa com ele, mas tenho que dizer que eu gosto realmente dele. E depois de Lukas, eu simplesmente fico feliz de saber que último amor que eu tive, não foi um traidor.


– Acho que não posso ficar por mais tempo – eu disse amargamente – Talvez seja melhor assim. De certa forma, acho que fiz um bom trabalho, olha como nós éramos e como somos agora. Antes não nos aguentávamos e agora... somos melhores amigos. E tudo em uma semana, foi um grande trabalho!


– Sabe, acho que seu Deus sabia o que estava fazendo – ele disse de repente. Bill era ateu, por mais que eu fosse uma comprovação morta de que Deus existe, ele ainda não parecia acreditar muito – Quero dizer, ele poderia ter escolhido um anjo de verdade, daqueles sem sentimentos ou que me daria àqueles ensinamentos que demoraria séculos para eu compreender. Mas ao invés disso, você, uma anja que age como uma pessoa normal, é direta e tenta fazer as coisas do seu jeito.


– Não vejo isso como benefícios – eu disse secamente – Está mais para: “Não tinha ninguém melhor, então vamos mandá-la”.  Mas acho que estou sendo rude, afinal acho que Deus confia em mim demais, mais do que deveria realmente. Só que vou dar o meu melhor, não vou cometer os mesmos erros novamente.


– Acho que não está cometendo – Bill disse sorrindo para mim – Se eu fosse Deus, seu lugar no Paraíso já estaria garantido.


 Sorri de volta para ele. Se ele fosse Deus, mas não era. Alguém lá em cima deve estar rindo de mim nesse momento, eu simplesmente sei quando estão rindo de mim. E isso é cruel.


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Notas finais do capítulo

Gente, finalizei a fanfic! Não aqui, mas no meu Word! Terminei de escrevê-la e ela tem 46 capitulos! Espero que gostem hihi pq eu amei escrevê-la!



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