Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 2
Capítulo 2 - Seja Calma com seu Protegido


Notas iniciais do capítulo

Aeeee /o/ mais um capitulo Espero que gostem hihi



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Tudo bem, segundo a carta que eu recebi de Deus, o meu protegido estava nos Estados Unidos nesse exato momento. Segundo algumas informações ele anda estressado e não vê graça em mais nada na vida, apesar de ele ter tudo em suas mãos. E ele vai ser capaz de me ver. OK. Será que estou apresentável?


O que estou dizendo, afinal? Eu estou com essa mesma roupa desde que eu morri, não sou nem um pouco o exemplo de anjo puro e celestial. Quero dizer, estou usando botas de salto alto, até o joelho, saia plissada e curta, uma camiseta de seda escrita “Crashdïet, I’m your Queen Obscene 69 Shots” e uma jaqueta de couro. Pareço que saí do reformatório e não do lado de Deus. Espero que o coitado não se assuste.


Eu estava parada na frente de um hotel, pelo visto ele estava hospedado lá, e o lugar era chique! Será que ninguém me avisou que o cara era rico? Que pena eu estar morta nessas horas! Tudo bem, Hedvig se concentre, você vai apenas levá-lo ao caminho certo e não acabar com a vida inteira do pobre mortal. Você é uma Anja da Guarda responsável e um dia, depois de muito custo, vai ir para o paraíso. E vai ser graças a esse cara.


Atravessei a porta de entrada e olhei para o Hall lotado de gente, pessoas iam e vinham sem ao menos notar minha presença. É claro que havia uma ou outra que olhava em minha direção, como se sentisse minha presença. Humanos são tão sensíveis a esse tipo de coisa, às vezes era divertido brincar com eles e ver como eles ficam com tanto medo!


Olhei para cima e tentei sentir a presença do meu protegido, afinal já estávamos conectados. Ele estava bem lá no alto, eu podia senti-lo. O problema é que eu estava nervosa, como eu devia me apresentar? Se ele acreditar em mim primeiro. Afinal nenhum anjo veio explicar para ele o que estava acontecendo, eu que teria que explicar tudo.


Respirei fundo – algo bem incomum, afinal eu estava morta, mas como você está tão acostumado a respirar, não respirar que é algo estranho – e comecei a voar, atravessando todos aqueles andares em direção ao meu objetivo. Passei por diversas pessoas e evitei olhar, afinal eu podia ver coisas que Anjos não podiam ver. Um Hotel pode ter de tudo!


E lá na cobertura, na laje do local, estava ele. Sentado na frente da porta de vidro, com um casaco de lã preto em volta de seu corpo, afinal devia estar frio, eram sete horas da noite e tudo já estava ficando escuro. Notei que havia uma luz em sua boca e fumaça, ele estava fumando, soltava grandes nuvens de fumaças que sumiam como se fosse algo enigmático. Do seu lado havia várias latas de RedBull, pelo visto, ele não vai dormir essa noite.


Mas não foi isso que me chamou atenção. O cara era diferente. Ele não era um executivo rico e chato como eu estava pensando. Ele devia ter minha idade – minha idade fixa, afinal eu morri e tenho a mesma idade de sempre – ou ser um pouco mais velho que eu. Seu cabelo muito preto estava levantando em um moicano imenso e ele vestia uma bota com um salto enorme.


Fui me aproximando cautelosamente, e olhando para sua face. Por um momento, eu jurei que poderia ser uma garota, mas decididamente era um garoto. E ele tinha um rosto tão bonito! Seu rosto era simétrico e magro, com traços delicados e um nariz reto e perfeito, como se o cirurgião que fez aquilo fosse... Deus. Sinceramente, pelo visto o cara lá de cima havia feito uma obra de arte naquele cara, ele podia ser excêntrico e bizarro, mas até eu estava ficando com inveja dele.


Agora o que eu ia fazer? Simplesmente aparecer e jogar toda a verdade nele? Eu teria que começar de alguma forma, mas não faço ideia de como. Será que eu deveria tirar o cigarro da boca dele, quero dizer, até eu que sou uma perdida da vida sei que aquele troço é ruim. A vez que eu fumei, fiquei uma semana tossindo, senti como se tivesse comido um quilo de carvão.


Respirei fundo, novamente e caminhei até ele com cuidado. Mas pelo visto não deu certo. Eu pisei em uma das latinhas de RedBull e caí com tudo no chão, afinal bota de salto alto e fino não combina com latinhas de energético. Agora me explique, como que uma pessoa morta, promovida a Anjo, que tem que fazer uma grande aparição para o seu protegido, escorrega em uma latinha e cai? Eu não sei. Só sei que não senti nada, mas que foi um estrondo foi.


– AHHHHHH! – ele gritou dando um pulo e caindo de lado para olhar e ver o que estava acontecendo – Que porra é essa?


– Droga! – eu exclamei me sentando e vendo se estava tudo bem comigo. Mas claro que iria estar, anta, estou morta, nada de ferimentos – Desculpe pelo transtorno, pelo visto deu errado!


– Quem é você e o que está fazendo aqui? – ele disse se levantando, ele devia ter quase dois metros de altura, isso foi intimidante.


– Eu sou Hedvig – eu disse me levantando e tomando cuidado para não tropeçar em outra latinha – Ah, eu devo ter caído por que você tocou nas latinhas... que interessante!


– Vou chamar os seguranças – ele disse secamente, me ameaçando – Você não pode entrar aqui.


– Na verdade, tecnicamente eu posso. E se você chamar seus seguranças, eles vão te levar para um hospício, afinal eles não vão conseguir me ver – eu disse tentando falar da maneira mais sutil possível.


– Ou você sai por bem, ou vai sair por mal – ele disse realmente bravo. O que havia de errado com aquele garoto? Pelo visto eu teria um longo trabalho.


– Por favor, me ouça, não sou louca nem nada. Apenas me escute e tente acreditar! Ah, isso vai me causar problemas, já estou vendo! Como eu disse, sou Hedvig e... bem... sou sua anja da guarda por um tempo enquanto o seu vai tirar férias.


É claro que não foi o efeito que eu consegui. Ele arregalou os olhos e piscou várias vezes, atônito, então sua expressão voltou a ficar obscura novamente. Simplesmente, ele me deu as costas e abriu a porta de vidro da cobertura e começou a descer as escadas para um quarto incrivelmente luxuoso.


– Seguranças! – ele gritava – Seguranças!


– Não, por favor! – eu disse descendo a escada em seus encalços – Acredite em mim, eu posso provar para você! Não sou louca e não vou te ferir, eu prometo!


Ele finalmente parou de gritar e se virou para mim, talvez me dando apenas uma única chance para provar a ele que eu não era maluca. Bem, ele ia se surpreender quando descobrisse e espero que haja de uma forma menos rude também. Estou vendo que nossos gênios juntos não vão combinar.


– Dê um tapa em mim – eu disse calmamente – Sua mão vai atravessar meu rosto, afinal não somos do mesmo tipo de matéria.


O cara nem esperou eu terminar e lascou um tapa em mim. E absurdamente, a mão dele não me atravessou, acertou meu rosto firmemente, praticamente virando meu rosto totalmente para o lado. E doeu. Nem se lembrava da última vez que senti dor, parecia algo cruel, mas foi como de repente acordar. Mas o maldito, mesmo não acreditando nas minhas palavras, colocou força na mão! Como ele pode fazer isso?


– Você não é um anjo – ele disse com uma calma, mas parecendo que ia explodir a qualquer momento – Você é uma louca varrida e vou chamar os seguranças.


– Ah, não vai – eu disse com raiva, lascando um tapa igualmente forte no rosto dele – Isso é pelo o que você fez, imbecil!


– Mas... o que? – ele exclamou massageando o rosto vermelho e me olhando pasmado – Você pediu pelo tapa, falou que ia atravessar! Não foi a minha culpa.


– Você sabia que não ia atravessar, devia ter batido com menos força sua macumba de galinha! – eu disse tentando manter um porte maior que o dele, mas era impossível, ele devia ter quase uns trinta centímetros a mais que eu, graças aquele maldito cabelo.


– Macumba de galinha? – ele pronunciou aquilo lentamente como se fosse absorvendo cada palavra. Ele estava com raiva – E você com essa roupa? Parece que veio de um bordel reformatório.


– Repita isso, idiota! – eu disse quase avançando nele. Ah, ele não ia tentar parecer mais alto que eu! – Quer uma briga real de xingamentos? Ah, você vai ter!


De repente ele olhou para mim pasmado, deu uns passos para trás e abriu a boca. Então percebi que eu não estava mais no chão, eu estava voando, bem mais alta do que ele. Ah, claro, por que não pensei nisso antes? Eu podia ter voado, atravessado paredes, mas não, tive que pedir um tapa. Mal cheguei e já estou causando confusão.


– Meu Deus! – ele exclamou – Você voa!


– Bem... é. Vamos começas tudo de novo, ok? Meu nome é Hedvig e sou sua Anja da Guarda. E por favor, não fale mais que vim de um bordel reformatório que eu não te chamo de galinha de macumba, entendido?


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Notas finais do capítulo

É tudo por hoje, gente Vou tentar postar mais capítulos enquanto eu viajo, mas não prometo! Como eu disse no outro capítulo, se eu demorar, não se assustem. Vou continuar postando sim!