Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 11
Capítulo 11 - Não abandone seu protegido




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Tudo bem, o que havia acontecido? Sério, estava tudo bem, eu fui gentil com ele e ele foi comigo, mas... não deu certo. Como ele pode dizer aquilo de mim? Sei que não foi um xingamento, foi algo legal da parte dele, mas vocês não viram como ele me olhou! Eu podia até sentir! Era como se eu fosse engolida por eles, como se cada risco de sua íris fossem degraus que me levavam para um fundo escuro.


E eu não queria olhá-lo daquela maneira, não quando eu me sentia tão fraca perto dele. Devia tratar Bill como o maldito cara que conheci e não como um amigo ou qualquer coisa do tipo, eu não podia criar nenhum laço com ele. Ainda mais quando tínhamos pouco tempo juntos.


Eu estava na varanda, apoiada novamente na mureta, olhando para Bill dormindo. Tinha fechado as portar de vidros, estava muito frio e eu não queria que ele pegasse alguma gripe. Espero que ele não fique magoado por eu ter ido embora daquela maneira, eu só sumi por meia hora e voltei. Estou aqui novamente. Pronta para ajudá-lo.


Na verdade eu tinha ido dar uma olhada na Torre Eiffel, eu nunca a tinha visto tão de perto, tão imponente com suas luzes. Era estranho tê-la conhecido na morte e não na vida, mas pelo menos eu a conheci, não é mesmo? Fiquei algum tempo, sentada em um banco apenas apreciando tudo que acontecia no local.


Foi então que eu percebi como eu sentia falta da minha vida, ao ver todas aquelas pessoas felizes, sem saberem que a qualquer momento podem morrer, que há uma força maior por trás de tudo isso. Humanos pensam que sabem de tudo, mas não sabem de nada. E eu era uma humana que não sabia de nada, agora sou uma morta que não sabe o que fazer.


Não, eu sei. Sei que tenho que ir para o paraíso, sei que tenho que terminar esse trabalho, sei que tenho que fazer meu protegido feliz e é o que basta por enquanto. Não posso voltar no passado, mas posso mudar meu futuro e é o que vou fazer nesse momento. Preciso apenas centrar no meu objetivo, só isso.


Quando voltei para casa depois de refletir sobre a vida – ou morte, tanto faz –, vi que Bill dormia, calmamente. Dessa vez ele parecia não ter sonhos conturbados e eu ficava feliz por isso. Só queria o melhor para ele, não queria mais uma pessoa acabando com a própria vida por alguma bobagem. Às vezes queria ser mais forte, só um pouco mais.


 


– Hey, você acordou! – eu disse quando Bill se sentou na cama, esfregando os olhos – Está uma linda manhã.


Ele olhou para mim, não falou nada, apenas ficou olhando como se minha imagem estivesse fosca. Mordeu os lábios com força, talvez como se quisesse trancar algumas palavras, como se tivesse medo que eu não aceitasse o que ele iria dizer. Mas eu não ia causar nenhuma briga.


– Sobre ontem – eu comecei antes que ele falasse algo – Prometo que vou brigar menos e sorrir mais, entendido, garoto vampiro? Agora se você não se apressar para ir à festa, vou chutar o seu traseiro até você chegar ao banheiro.


– Ah... OK – ele disse finalmente falando algo – E desculpe se eu falei algo que você não gostou.


– Só não fale – eu disse o cortando – Já para o banheiro arrumar seu topete mega gigante, se você perder essa festa, você vai descobrir quem Hedvig é de verdade! Perder uma festa em Paris, não é coisa que eu faria.


Ele se levantou molemente, atravessando o quarto e parando na porta, segurando a porta como se fosse se apoiar. Parou um minuto depois se virou para mim, pelo visto, ele iria falar algo. Tenho que dizer que de repente me senti travada, minha garganta apertou, esperando pelo o que ele iria falar.


– Você poderia ir – ele disse simplesmente.


– Eu vou, Bill, estarei ao seu lado, por que sou sua anja da guarda – eu disse quase gritando que isso era mais do que óbvio.


– Não, não como espírito, mas como uma pessoa normal. Já que você aprecia tanto festas, acho que quem mais deveria aproveitar, era você.


Tudo bem, eu não esperava por essa. A última vez que fiquei tão surpresa, foi quando Albin Wistrom, um garoto idiota que jogava suco em mim quando eu tinha quinze anos se declarou para mim. Ele gostava de cheiro de suco de uva por isso vivia jogando em cima de mim. Era realmente algo inesperado.


– É proibido – eu disse, minha voz saiu como um grito oprimido – Quero dizer, só anjos de verdade tem permissão para fazer isso.


 – E você é de mentira? – ele perguntou levantando a sobrancelha – Também pode fazer isso.


– Mas... mas... não sei se aguento por muito tempo. E se isso for errado? Se eu for mandada para o Inferno?


– Se Deus existe, vou falar com ele pessoalmente e se não der certo, eu vou atrás de você no Inferno.


– Eu não sei – eu disse ficando cada vez mais atônita – Eu realmente não sei.


Novamente pensei em sair dali e correr para a Torre Eiffel, mas apenas fiquei parada, fitando aqueles olhos incisivos. Eu tinha medo deles, como se pudessem descobrir o que eu pensava, me sentia descoberta. Bill apenas me deu as costas e entrou no banheiro, fechando a porta.


Então ele estava pedindo para eu ir à festa com ele? Como uma humana comum? Como uma acompanhante? Tudo bem, estou mais eufórica ainda com a perspectiva de ir a uma festa de ricos e famosos, na França, com a companhia de Bill Kaulitz! Mas isso não é certo, não é mesmo? O certo é ficar como um espírito e achar alguém legal para Bill, afinal é uma festa, sempre tem pessoas legais lá.


Mas não deve ter nada de ruim em fazer o contrário! Afinal eu morri, quando vou ter mais uma oportunidade dessas? Vai ser a última, prometo! Poderei comer o que eu quiser, beber o que eu quiser, dançar quanto eu quiser e é claro ficar de olho no Bill, não vou me esquecer disso de forma nenhuma. Além de que posso fingir ser amiga de alguma garota lá e falar para ela dar uma chance para ele, vai ser tudo mais fácil!


– Eu vou – eu disse quando ele saiu do banheiro – Hedvig não perde nenhuma festa, ainda mais uma tão importante como essa.


– Ótimo! Vou precisar da ajuda da Nathalie – ele disse parecendo ficar eufórico também – Precisamos achar também alguma roupa para você, acho que essa não iria ficar legal...


– Não é necessário achar algo para eu vestir. Como sou feito de um material que não existe, é só eu me materializar da forma que eu quero. Qualquer roupa que eu quero, posso vestir – eu disse já pensando no que eu poderia vestir – Você tem algum catálogo da Dior?


– Vai usar Dior? – ele disse piscando várias vezes.


– Não é só você que pode, garoto vampiro – eu disse colocando as mãos em minha cintura e o olhando de maneira impertinente – Vou com Dior sem gastar um tostão, isso não é ótimo?


– Bem, pensei em apresentar você para as outras pessoas como a prima da Nathalie, não iria ficar estranho você de Dior? – ele perguntou inocentemente, talvez tentando falar da melhor maneira possível que essa marca cara não combinava com uma pessoa como eu.


– Vou usar Dior e você não vai me impedir – eu disse falando entre os dentes – Foda-se os outros, o que vão pensar! Sou a prima rica e mais bonita da Nathalie, se os outros não acreditarem, simplesmente não vai fazer a mínima diferença na minha vida, entendido?


– Tudo bem... – ele disse tentando me acalmar e abrindo a mala dele, depois de procurar por muito tempo, pegou uma revista e jogou para mim – Aqui está. Não use nada muito vulgar.


– Eu sei como me vestir, obrigada por se importar – eu disse olhando brava para ele e começando a folhear a revista – Vai se arrumar, garoto vampiro, eu fico pronta em segundos, você não.


– Entendido, garota da Dior – ele disse rindo.


 OK. Eu gostei desse apelido. Talvez as coisas não estejam tão ruins assim. Vai saber.


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