Angels Dont Cry escrita por dastysama


Capítulo 10
Capítulo 10 - Não olhe para seu protegido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/53704/chapter/10

– Demoraram, em? – Tom disse quando havíamos voltado para onde eles estavam, eu já estava na minha forma normal, sem que ninguém pudesse me notar – Pensei que tinham se perdido ou foram sequestrados.


– Você sabe como são as mulheres no banheiro – Nathalie disse – Tive que arrumar o cabelo, ver se eu não estava com cara de sono. Preciso parecer decente, pelo menos para mim mesma.


– E vai precisar de muito mais amanhã – disse David desligando o celular – Como saiu o nosso novo clip hoje, então vai ter uma festa para nos promover. Isso vai ser ótimo!


– Uma festa? – exclamou Tom – Já estou lá, pode confirmar nossa presença. Depois de tanto trabalho, precisamos nos divertir.


– Isso vai ser incrível! – disse Gustav deixando a cara de sono para lado e de repente ficando animado – Comidas, bebidas e famosos! Nada como uma festa para animar as coisas.


– Então vou ter que dormir o dia inteiro – Bill disse – Estou realmente morto de cansaço.


Pouco me importava o resto. Eu estava realmente eufórica, afinal eu estava na França, era um dos meus grandes sonhos! Eu nunca saí da Suécia antes e era incrível estar em um lugar como esse, afinal já assisti tantos filmes com a Mischa Sjodin – minha colega de quarto e melhor amiga na faculdade – que se passam na França! E agora estou aqui! Seria tão legal poder contar para ela, mas bem... eu morri. E ainda tinha uma festa! Festa com famosos e ricos! E eu vou mesmo estando morta! Isso é realmente incrível.


Quando entramos em um dos carros, aonde ia Bill e Nathalie enquanto os outros iam a outro carro, já abri a boca. Eu fiquei feliz de mais uma pessoa saber da minha existência, assim era muito melhor. Ainda mais uma pessoa que vivia do lado dele e não saia um minuto sequer.


– Nós vamos, não é mesmo? – eu exclamei eufórica – Isso vai ser incrível, eu nunca estive na França e nunca fui a uma festa tão grandiosa. Eu vivia indo em festas, mas não era grande coisa, era só do tipo: mil adolescentes em um cômodo só, bebendo e dançando igual a uns loucos.


– Sim – disse Bill, fazendo Nathalie olhar para ele e tentando me localizar em algum canto – Nós vamos. Mas não é grande coisa assim, é apenas uma festa.


– Você fala assim por que já foi em várias festas de famosos, eu nunca fui. Você é o primeiro famoso que fico tão cara a cara. E se os outros forem iguais a você que decepção, você é tão chatinho... – eu disse o fazendo olhar feio para mim pelo retrovisor – Estou brincando! Você não é tão ruim assim.


Ele não falou mais nada, claro, para que retrucar? Ambos sabíamos que se ele dissesse algo iríamos acabar brigando. A verdade era que não nos suportávamos, nossos gênios não batiam. Não que ele fosse tão terrível assim, ele era realmente legal, mas é só que eu não ia muito com a dele. Além de eu adorar “cutucar” as pessoas.


Se com o outro hotel já fiquei impressionada, com esse, então, fiquei sem palavras. Ele era enorme e sua arquitetura era gótica e antiga, parecia um castelo que reinava ainda nos tempos modernos. Era tão incrível, que quando saímos do carro eu podia facilmente imaginar uma princesa saindo dali. Melhor eu parar com isso, estou me parecendo Mischa, ela que vive imaginando essas coisas absurdas e românticas.


 


Tudo bem, o quarto é incrível! É estupendo! Surreal! É enorme e parecem aqueles quartos antigos, cheios de detalhes na cores douradas e ouro queimado. Tem uma porta que da para uma varanda enorme, e sabe o que você vê quando olha para ela? A Torre Eiffel! Havia também uma cama gigante de madeira escura como todos os restos dos móveis, parecia um quarto de realeza.


– Uau – eu disse debruçada na varanda, feita de ferro em forma de flores, onde em cima tinha uma mureta de madeira – Não sei mais o que dizer além de “Uau!”. Eu nunca estive na França antes e nunca pensei que estaria aqui dessa forma!


– É lindo mesmo – ele disse dentro do quarto, enquanto colocava suas malas em um canto – Já vim para a França várias vezes, é um lugar lindo de se visitar, mas nunca parei para dar uma olhada.


– Você deveria, deve ter mil coisas para se ver aqui como museus, patrimônios, atrações, monumentos turísticos e quem sabe o que mais! Eu ficaria completamente louca em um lugar desses, por mais que o hotel fosse incrível, eu não ficaria aqui quando tem tanto para se ver lá fora.


– Sou famoso, Hedvig, se eu por o pé para fora, milhões de fãs pularão no meu pescoço – ele disse como se isso fosse óbvio. Dependendo do ponto de vista, não era, pelo menos eu não enxergava isso – Não dá para sair por aí e apreciar o mundo, mesmo que eu queira.


– Claro que dá! Bill, você pode não ter a melhor Anja da Guarda, nem uma especialista no assunto amor, mas em sair sem que ninguém saiba, ah, eu sou perita nisso! Como você acha que eu escapulia da faculdade de noite? É proibido sair de lá em dia da semana, apenas nos fins de semana, mas eu sempre achava um jeito.


– Mas isso é impossível comigo – ele disse não dando bola para mim.


– Você não me conhece, garoto vampiro – eu disse marchando até ele, o enfrentando por ter me menosprezado – Você está falando com Hedvig Nondenberg, a garota que fugiu da faculdade setenta e quatro vezes. Sempre acho alguma forma de sair e vou encontrar para você também e não duvide! Você vai conhecer a França inteira se depender de mim e vamos achar uma namorada para você.


– Bem... obrigado – ele disse sem-graça ao ver minha explosão de autoconsciência. Viu, eu podia ser boazinha – Mas tudo que eu preciso agora é descansar...


– Sem problemas – eu disse flutuando para longe dele, enquanto ele tirava suas botas se saltos imensos e se deitava na cama, colocando seu celular em cima da mesinha – Hey! Posso dar uma olhada no seu celular? Tem internet?


– Claro, pode, mas por quê? – ele disse levantando a cabeça e olhando enquanto eu ia até o seu celular e depois pulava na cama dele para mexer na internet. Ainda bem que a cama era gigante e tinha bastante espaço, não estava a fim de ficar muito perto dele.


– Quero checar meu Facebook, nunca entrei mais desde que morri por que mortos não entram nesse tipo de coisa. Só queria dar uma checada – eu disse já acessando a minha conta – Olha, está lotado de mensagens, tem um monte de descanse em paz! E tem uma da irmã do Lukas me chamando de vadia, me deixa apagar essa... Esse povo não tem mais o que fazer! Como se eu fosse responder, até parece.


– Seria assustador se você respondesse, não faça isso – ele disse rispidamente, como se eu fosse fazer isso.


– Eu sei! Olha só, tem uma da Mischa! Que triste... é tipo um depoimento, ela contando como nos conhecemos e que sou a melhor amiga dela – eu disse sentindo minha voz ficando embargada – Sinto falta dela e dos meus pais também. Eu fui ao meu enterro, sabe? E eles estavam arrasados! Até o pequeno Joe estava chorando, o meu irmãozinho. Acho que eles meio que sabiam que isso podia acontecer... sabe... que eu podia acabar fazendo algo imaturo.


– Por quê? – ele perguntou se virando de lado para me olhar melhor, apoiando sua cabeça em seu braço – Você já era louquinha desde pequena?


– Um pouco... eu vivi no interior da Suécia, convivi com ovelhas e esse tipo de coisa. Eu queria sair dali, ir para uma faculdade de cidade grande, então fui para a capital escondido. Eles não me queriam deixar ir, desde então nunca mais falei com eles. Olha eles!


Eu mostrei no celular uma foto, onde mostrava um almoço de domingo que aconteceu ano passado. Estávamos na varanda, onde havia uma mesa grande parecida com as de piqueniques, havia minha mãe com cabelos pretos e encaracolados, segurando um grande prato com um pernil. Meu pai estava em um canto com um grande sorriso, segurando o pequeno Joe no colo, este mostrava um sorriso sem dentes de leites. E eu estava em um canto, sorrindo alegremente, mas com cara de: “O que estou fazendo aqui?”.


– Você é linda sorrindo, devia sorrir mais – ele disse parando de olhar para o celular e me encarando.


 É como se tudo tivesse parado, meu sangue subiu para as maçãs do rosto e meu corpo recebeu diversos arrepios. O jeito como ele me olhou fez meu coração bater acelerado e eu perdi totalmente a fala. Hedvig, acorde garota! Como em um impulso, eu fechei o celular dele e saí dali o mais rápido possível. Eu não podia mais ver aqueles olhos, não podia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hedvig má u_ú To aqui de novo vivendo de 3G, é uó viu '-' mas vim avisar que essa fanfic, por enquanto já tem 31 capítulos! Espero que gostem de ler hihi Me empolguei literalmente com ela, afinal faz quase um ano que eu não escrevia uma fanfic decente igual a Ich Liebe Dich, mas fiquei feliz de voltar para o Nyah novamente!