O Amor é Cego escrita por Babi Rodrigues, Babi Hutcherson Black, Babi Hutcherson Black


Capítulo 2
Mine


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! O nome do capítulo não tem nada a ver com o mesmo, mas eu lembro que escrevi ouvindo essa música e resolvi colocar! Ah, e leiam as notas finais.
Agradecimentos especiais para:
GabMazzon
Harry Divo Potter (concordo com seu user)

que gastaram seu tempo comentando, esse capítulo é pra vocês!
Boa leitura!



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– Oi! Eu sou Katniss! Eu vim aqui através da casa Luz, ler para Peeta Mellark! - eu falava com a governanta da casa.

–Oh! Claro! Entre! Está chovendo tanto ! - ela dizia sendo simpática. - Espere no escritório a esquerda, eu vou chamá-lo.

Eu sorri para a senhora que aparentava ter uns 70 anos, ela possuía o rosto mais doce e sereno que já vi em toda minha vida. Mags, era assim que se chamava, possuía baixa estatura e sempre usava o cabelo já todo embranquecido preso em um coque no alto da cabeça.

Me encaminhei ao escritório um tanto boquiaberta, era uma casa linda, enorme, com estilo meio antigo... Me lembrava um castelo... Algo meio "A Bela e a Fera". Eu nem podia imaginar que a minha história ia se tornar um pouco "A Bela e a Fera".

– Boa tarde! - Peeta entrou no escritório onde eu estava sentada e eu demorei cerca de 20 segundos para murmurar um "boa tarde!" de volta. Ele era simplesmente perfeito... E eu que até então achava que caras lindos daquele jeito só existiam no cinema.

– Oi! Eu sou Katniss!

– E eu o Peeta! Bom, isso você deve ter deduzido... Afinal, quantos caras cegos teriam aqui?! - Ele dizia rude e irônico, não comigo, mas consigo mesmo. O que me fez perceber desde o 1º momento que o Arthur não aceitava ser do jeito que era.

– Bom, você quer que eu leia algum livro em específico pra você? - eu disse olhando em volta... Havia muitas estantes, cheias de livros...

– Não pensei em nenhum! Por quê? Você trouxe algum com você?

– Trouxe sim! Um que eu amo... Se chama "Harry Potter e a Pedra Filosofal". Ele tem continuação... Eu já li esse 1º... E mais 2... Aguardo ansiosamente o 4º.
– Você já leu... Não vai se importar de ter que ler de novo? - Peeta perguntou sentando em uma confortável poltrona, igual a que eu estava, bem na minha frente.

– Não mesmo! Acredite! Eu amo esse livro! Leria mil vezes tão empolgada quanto da 1ª vez que o li.

– Então, já vi que esses livros devem ser mesmo bons... Leia-os para mim!

§§§

E foi assim que tudo começou... Eu ia todas as tardes ler para Peeta Mellark, ele sempre rude consigo, e às vezes com o mundo... Era como se ele culpasse tudo e todos por ter perdido os pais e por estar cego. Às vezes ele fazia perguntas sobre mim... Nada demais... Coisas como, qual era minha cor favorita, que tipo de música eu curtia... Os filmes e livros que amei... Com o passar de alguns meses fomos descobrindo muita coisa em comum... Houve tardes em que eu nem li para ele, apenas ficávamos conversando, brigando sobre qual era a música mais idiota... Ou discutindo outras bobagens que fazia o tempo passar rápido. Eu amava as minhas tardes, o tempo com Peeta voava... Ele era uma ótima pessoa, apesar de ficar bastante irritada com aquela mania de ser grosso consigo apenas por ser cego.

– Bom, eu já vou indo... - eu disse sem a menor vontade de ir embora, há 6 meses eu freqüentava a casa do Peeta. Há 4 tinha começado a perceber que me partia o coração ir embora todos os dias, e não era por pena.... Era algo que eu não sabia definir...

– Ah, certo! - disse Peeta meio cabisbaixo... Ele tinha passado toda a semana assim... Com um ar triste.

– Tem algo de errado acontecendo, Peeta? Você tem estado triste!

– Não! Está tudo bem!

– Certeza?

– Certeza... Kat, você vai sair hoje à noite? Bom, hoje é sexta... E...

– Eu tenho o aniversário de uma amiga. Não estou muito pra festa hoje! Mas, não posso faltar! Por quê?

– Aaah... Nada!

– Você quer vir comigo?

– Ãh? Com você? Pro aniversário!?

– É! Há 6 meses venho aqui e nunca vi você sair pra nenhum lugar... Ninguém pode viver enclausurado... Você não sai?

– Não! Eu sou cego! Lembra?

– Ueh! E o que é que tem?

– Tem... Que eu não gosto de saber que todos estão me olhando, pensando: "Tadinho! Lá vai o pobre cego!"

– Isso é ridículo! De onde você tirou essa idéia?

– Kat, é assim que as pessoas pensam...

– Então, isso quer dizer que você vai me deixar ir só pro aniversário da minha amiga? Que eu vou ter que passar a noite toda escutando tocar Marilyn Manson na festa sem ter ninguém pra concordar comigo que aquele homem é o capeta em forma de gente? - ele riu. Ele achava engraçado o fato de eu odiar Marylin Manson pelo simples fato dele parecer um demônio.

– Você é boba!

– Certo... Agora me conta uma novidade!- eu disse sorrindo só porque ele estava sorrindo. Eu sentia medo de sentir aquilo toda vez que ele sorria. Era uma sensação estranha.

– Ok! Eu vou à festa com você!

– Aewwww!- Eu disse abraçando ele e dando um beijo no rosto. Isso era pra ser bem simples, mas todo meu corpo estremeceu como se eu estivesse tomando um choque. E a menos que eu estivesse louca... Ele também estremeceu!

§§§

Parei com meu carro na porta da casa do Peeta e buzinei. Eu nem podia acreditar que ele havia aceitado ir à festa comigo. Apesar de não enxergar nada ele sabia perfeitamente como se locomover. Sem bengala, sem cão guia ele vinha andando perfeitamente pelo jardim na direção do carro. Era como se ele sentisse os objetos em volta dele. Se eu não o conhecesse nem saberia que ele era cego! Abriu a porta do carona e entrou tranquilamente. Eu não me esquivei em nenhum momento para ajudá-lo... Primeiro, porque ele realmente não precisava de ajuda... Eu com olhos perfeitos teria tropeçado umas 5 vezes até chegar ao carro, ele não. E segundo, porque se eu fizesse qualquer movimento que indicasse "ajuda" o deixaria furioso. E eu não queria isso.

*** Flashback - 1 mês antes***

" "Você me salvou". Ele disse baixinho.
"Eu não posso ser Lois Lane", eu insisti. "Eu quero ser o Superman também".
"Você não sabe o que está pedindo". A voz dele era suave; ele olhava intencionalmente para a pontinha do travesseiro.
"Eu acho que sei." "

– Tô com sede! Vou beber água e já volto! -Peeta disse fazendo uma pausa na minha leitura.

– Ah! Deixa que eu pego pra você!- disse me levantando

– NÃO! - ele disse de forma grosseira me fazendo sobressaltar e olhar espantada para ele.

– Eu só ia... - tentei me explicar, mas fui interrompida.

– ...Só ia pegar água para o pobre ceguinho. Não faça isso! Não tente fazer as coisas por mim! Ser cego já é ruim o suficiente, não preciso de piedade!

– Não é piedade! - sussurrei, mas ele não estava mais lá para ouvir... Já tinha saído, pisando forte e soltando fogo pelas ventas de raiva de mim.

Quando ele voltou tinha uma expressão diferente. Parecia sofrer, eu até poderia jurar que ele havia chorado. Continuei a leitura.

*** Fim do Flashback***

– Que roupa você está vestindo? - ele sempre me perguntava esse tipo de coisa... O que eu estava vestindo; a cor da roupa que a Mags estava vestindo... Uma vez ele quis saber até a cor da blusa do apresentador de um programa, enquanto assistíamos TV. Acho que era uma forma dele se martirizar ainda mais, pensando naquilo que não estava vendo.

– Um vestido roxo e botas pretas.

– Me parece legal! Eu gosto de roxo!

– É! É minha cor favorita! Qual a sua?

– Azul... Eu acho!

– Acha?

– É... Tem tanto tempo... Eu não me lembro tão bem como é o azul... Às vezes eu esqueço! Mas, era minha cor favorita!

Não me deixava triste o fato dele ser cego, me deixava triste saber que ele sofria com isso.

– Dirija direito! Não seja lesma! - ele me zoava

– Olha só... Eu sou uma garota prudente! Não sou lesma!

– É lesma sim!

– Idiota!- eu disse séria, porém brincando

– Bocó!- ele devolveu rindo

– Otário!

– Eu desisto!

– Ganhei! Sempre a vencedora!

Momentos idiotas como aquele me faziam feliz. E isso me assustava... Eu tinha o terrível medo de perder o Peeta.

§§§

Depois de 1 hora na festa já estávamos querendo nos matar por causa do tanto de música ruim que tava tocando.

– Ah! Jardim! Eu amo jardins! São sempre a minha fuga de festas chatas!

– Você é doida! A festa tá tão legal!

– Tá me zoando, né?

– Estou!- ele disse rindo.

– Desculpa, por te convidar pra uma festa ruim, mas se não fosse você eu estaria congelando sozinha nesse jardim agora.

– Relaxe... Apesar de ter sido obrigado a escutar Marilyn Manson, Snoop Dog e Girls Aloud, eu até que estou gostando!

Ficamos em silêncio... Eu estava sentada em um muro baixo de pedra e ele estava encostado ao meu lado no muro, virado de frente pra mim.

– Kat, fecha os olhos!

– Isso é uma ordem?

– É!

Eu fechei meus olhos. Não gostava de receber ordens, mas sei lá o que me dava quando eu tava perto do Peeta.

– Presta atenção só no vento! Escuta só o vento! Se você se concentrar bastante... Vai ouvir e até mesmo ver coisas muito distantes.

O Peeta estava certo... Com concentração eu notava coisas distantes... Imaginei que esse devia ser o segredo dele pra andar com tanta habilidade, saber sempre pra onde olhar... Ele devia ter desenvolvido grandes técnicas de audição e tato. Era bom perceber isso! Permaneci em silêncio e de olhos fechados, sentindo o vento gelado cortar minha pele... Quando senti o Peeta se aproximar e me beijar... Eu correspondi ao beijo!

Ele me abraçou e sorriu... Um sorriso sincero, verdadeiro... Diferente de todos que já o tinha o visto esboçar! Eu o abracei bem forte... Era estranho, mas um único beijo foi capaz de me fazer entender muitas coisas... Um único beijo explicou o que significava todas aquelas tremedeiras que me davam quando eu estava perto do Peeta, o leve ciúmes que eu sentia quando o ouvia contar sobre ex namoradas, a vontade que eu tinha de não ir embora da casa dele... Eu não sabia por que ou desde quando, mas eu estava apaixonada...

– Eu gosto de você! - ele disse abraçado a mim, meio sufocado pelo meu abraço apertado.

– Eu também gosto de mim! - eu disse caindo na gargalhada.

– Sua bocó! Eu falo sério!

– Peeta, eu acho que estou apaixonada...

– Então temos um problema, porque eu também estou... - ele disse sorrindo - apaixonado por mim mesmo!

Dei um tapinha de leve no ombro dele.

– Oh, me enganei... Por você! Apaixonado por você... - disse dramatizando como um pseudo-ator.

– Bocó!

– Nós não somos nada românticos, né?

– Não mesmo! - respondi beijando-o

– Eu não sei se isso é muito certo, Kat!- disse sério

– Isso o quê? Nós dois?

– É... Acontece que...

– Não comece, Peeta! Você vai me magoar e me chatear se disser o que acho que você está tentando dizer...

Ele ficou em silêncio... Apenas pensando!

– Eu sou cego!

– Sabia! Sabia que você viria com essa história! - eu disse descendo do muro aborrecida.

Arthur me puxou pela mão com uma precisão incrível. Uma força, misturada com proteção que me fez ficar colada em seu corpo musculoso e me arrepiar.

– Kat? Você já parou pra pensar que uma pessoa cega pode te atrapalhar?

– De que forma, Peeta

– Você é uma garota perfeita! As pessoas a sua volta diriam... "O que ela viu naquele cara cego?"... Teria um monte de coisas que eu nunca poderia fazer com você... Lugares que não poderia ir... Eu não seria como um namorado normal...

– Peeta, não há nenhum lugar que proíba a entrada de pessoas cegas que eu queira ir... Durante 6 meses não houve nada que eu tenha visto que você não pudesse fazer... E, eu sei que há algum tempo você não vê sua imagem no espelho... Mas, você é bonito o suficiente pra ninguém ousar dizer... "O que ela viu naquele cara cego?"...

Ele sorriu e depois me beijou...

– Kat, você quer namorar comigo?


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Notas finais do capítulo

Bem, queria avisar aqui que tenho 15 leitores (até agora pelo menos) e gostaria que pelo menos 7 comentassem! Não custa nada deixar um "gostei" ou um "odiei", não me incomodo com críticas. Se a meta bater até domingo vou postar assim que ver, se não, só postarei quarta ou quinta, ok? Sei que foi rápido demais, tipo, ele já ter pedido ela em namoro, mas a fic não tem nem 10 capítulos, então tem que ser tudo rápido mesmo! Espero que tenham gostado do capítulo, comentem! Beijos!