Jonathan e eu caminhávamos silenciosamente, não era como se eu estivesse brava com ele, mas já sentia minha carranca mau-humorada de hoje cedo quando acordei retornar ao meu rosto. De alguma forma, ver Ethan e a vadia oxigenada me irritou profundamente.

– Você não me parece bem, borboleta – Cantarolou Jonathan em meu ouvido.

– Você também? – Respondi irritada, dando-lhe um olhar nada amigável. Ele encolheu os ombros.

– Combina com você – Ele piscou – Devemos ser realísticos.

– Você quer saber de alguma coisa realística aqui? – Indaguei furiosa, minha vontade era largar Jonathan e rapidamente dar-lhe um soco no olho.

– Não – Ele simplesmente respondeu, um sorriso maroto aparecendo por entre seus lábios – Te conheço o suficiente para não lhe desafiar.

– Acho bom – Debochei, e abracei-me a ele mais forte.
Continuamos andando em silencio. Raiva e confusão misturavam-se em mim, não entendi por que estava assim, mas senti-me um posso de ciumes quando vi Ethan agarrado com outra, e queria saber por que.

– Maninha? – Jonathan sussurrou baixo e docemente em meu ouvido, estava claro que pelo tom manhoso ele queria algo.

– O que qui tu quer? – Respondi rispidamente, já estava com coisa de mais em minha cabeça.

– Calma, docinho – Ele soltou um riso. Suspirei.

– Fala logo Jonathan – Olhei para ele – O que você quer?

Ele bufou.

– Só queria avisa-la – Jonathan sussurrou em meus ouvidos – Controle-se.

– Hã? – Levantei uma sobrancelha – Controlar-me?

Ele assentiu.

– Na luta – Ele explicou, sussurrando em meu ouvido – Não estamos mais naquele lugar, você não pode simplesmente quebrar as costelas ou algum osso de alguém. Não pode ferir até tirar sangue, e principalmente, não pode causar danos.

Bufei.

– Ahh, qual é? – Minha voz saiu irritada – Eu sei o que você quer dizer, mas... Por que não posso causar danos? É legal causar danos!

– Os seus danos não são legais, borboleta – Ele riu sarcástico.

– Pare de me chamar de borboleta!!! – Disse irritada, e virei-me para encara-lo – E danos são legais sim! Eu entendo o que você quis dizer, e o mesmo vale para ti também!

Jonathan riu.

– Eu não preciso de avisos – Ele debochou – Sei muito bem me controlar, ao contrario de uns e outros...

Gargalhei sarcástica.

– Nem me venha com isso Senhor Jonathan Fellys, você pode enganar muita gente, menos eu! – Sorri para ele desafiadoramente – Eu te conheço, e conheço o seu autocontrole. Nem me venha com essa.
Ele suspirou.

– O.K – Jonathan encolheu os ombros – Mas eu vou causar danos.

– Faço das suas as minhas palavras, corvo – Zombei. Ele me olhou de esguelha.

– Corvo? – Jonathan pareceu insultado.

– Qual foi? – Olhei para ele – É justo. Quem mandou ficar me chamando de borboleta?

– Você tem variaz tatuagens de borboletas pelo corpo – Ele respondeu indignado – É justo.

– E você tem tatuagens de corvos no peito e nas costas! – Retruquei indignada – Realmente assombrosas!

Ele suspirou.

– Você tem mais tatuagens que eu – Jonathan olhou para mim, teimoso – Não é justo.

– É justo sim – Sorri para ele – E suas tattoo são maiores que as minhas. Credo velho, sem tente discutir!

– Velho? – Jonathan lançou-me um olhar irritado – Sou seu gêmeo!

– Não é você que vive se achando o irmão mais velho? – Sorri para ele – É justo.

– Sou um minuto ou dois mais velho que você – Ele retrucou – Não é justo!

– Maninho? – Olhei para ele.

– Que é? – Jonathan respondeu tristonho.

– As vezes a justiça não é justa – Apertei-me mais a ele – E devemos conviver com isso.

– Eu sei – Jonathan suspirou, apertando-me em seus braços – Mas mesmo assim...

– Devemos continuar caminhando – Sorri para ele. Já podia enxergar o refeitório. – Estamos juntos nessa.

– Sim, estamos juntos – Ele beijou-me a testa – Sempre.

– Bom, vamos? – Sorri docemente – Não queremos nos atrasar, não é mesmo?

– Essa aula vai ser realmente interessante – Ele retribuiu o sorriso.

– Você acha? – Meu sorriso ficou sarcástico.

– Não. – Jonathan piscou – Tenho certeza.