– Da para parar de me seguir? – Perguntei já irritada, ele estava atrás de mim desde que havíamos saído do elevador, e não saíra nem quando enxergamos o refeitório ao longe. Já dava para notas meu irmão acompanhado a uns garotos da distancia que estávamos.

– Não estou te seguindo – Retrucou Ethan rindo – Estou indo ao refeitório.

– Vá por outro caminho – Respondi arrogante – que seja de preferência bem longe do meu.

– Você é grossa, em garota – Respondeu ele em falsa inocência – Se não fosse pelos belos peitos e ah, essa bundinha... Eu acharia que você fosse um garoto, e, gata, você não teria mais um rostinho bonitinho que, dele por sinal, não vi nada alem de uma boca carnuda, deliciosa e arrogante até agora.

Com isso, não agüentei e cai em uma gargalhada histérica. Pus a mão na minha barriga, sentindo meu pâncreas doer e tento me controlar. Não é que eu tenha problemas, eu ri muito, muito e muito forte.

– Agradeço aos elogios – Fiz questão de soar arrogante e irônica – Pena que vem de um pervertido.

– Disponha – Disse ele no mesmo tom – Então borboleta, o que você fez para parar aqui?

Aquela pergunta me pegou de surpresa. Respirei fundo.

– Muitas coisas – Escolhi cuidadosamente minhas palavras, achando uma brecha para mudar de assunto – E você?

Ele se virou para caminhar ao meu lado.

– Não consigo ver se você mente ou não – Disse Ethan me encarando por cima do cabelo e capuz – não da para ver seus olhos.

Encolhi os ombros.

– E essa jaqueta é masculina – Ele apontou – É do seu namorado?

– Estas mudando de assunto – Exclamei fingindo irritação – E, sim esta jaqueta é masculina.

– Não sou só eu que esta mudando de assunto – Ele soou indignado, estávamos quase perto do refeitório, passando pelo quando norte do grande jardim central, lá havia muitas arvores e plantas – E de quem é essa jaqueta?

– Não te interessa – Retruquei friamente.

– Por que não mostra seu rosto? – Ethan perguntou grosseiramente.

– Não te interessa – Repeti a resposta, só que dessa vez, fria e amargamente.

Ele bufou, e dois segundos depois aparece uma daquelas garotas que só pela roupa, colada, short que mais parece uma calcinha, blusa tão curta e colada quanto um top, você chama de Puta.

As roupas, ou se pode chamá-las assim... Eu chamo de lingerie, eram pretas, como a cor das roupas da escola, mas, mostrando grande parte dos seios postiços, só pode. E tudo das coxas. Ugh! Tinha um comprido cabelo loiro solto obviamente oxigenado. Toda maquiada que não parecia nem humana de tanta mascara... Ugh! Postiça, a boca com um batom vermelho insinuante e nojento. Ela caminhava rebolando, que nem um hipopótamo. Ok, coitado, mas é o animal mais parecido que pude achar a tamanha aberração. Ela veio até Ethan.

– Ethan... Posso falar com você um pouquinho? – Ela perguntou melosamente, lambendo os lábios e apertando os seios para que parecessem maiores. Ugh! Como eu odeio vadias!

– Ok! – Disse ela na maior cara de pau, eu encarei-o atônita.

– Quem é sua amiga, Ethan? – Perguntou a vadia oxigenada, só agora parecendo me ver.

– Ela não é minha amiga – Ele disse simplesmente, se virando e pegando a mão da vadia – Vamos... Hã?

– Raquel – Piscou ela, falando melosamente.

Creio que eu estava vermelha de raiva, pois senti meu rosto esquentas, pelo menos eu não estava a vista. Ethan e a oferecida Raquel distanciaram-se de mim, para fazer o que eu já imaginava em algum cantinho escuro. Ou não.

Ugh! Odeio canalhas. Mesmo que meu irmão seja um.

Olhei para frente em direção ao refeitório e continuei a andar, podia ver agora com mais clareza as mesas brancas alinhadas, as cadeiras da mesma cor, as muitas pessoas. Mas, me foquei apenas em uma mesa, encontrando uma cabeça escura que acho em qualquer lugar, mais afastada das outras, e que recebia a atenção de garotas, dos tipos que iam das nerds, patricinhas a vadias. Lá estava Jonathan, o centro das atenções, e mais quatro garotos tatuados nos braços, não dava para ver o que, nem como eles eram. Continuei seguindo em direção a Jonathan. A minha família.